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SÃO PAULO/SP - Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) auxiliaram equipes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul a deflagrar, na terça-feira (20), uma operação contra uma quadrilha que lucrou com pedidos de doações falsas às vítimas do desastre climático no estado gaúcho. Até agora, dois homens, de 28 e 30 anos, foram presos na zona leste de São Paulo. Oito mandados de busca e apreensão são cumpridos.

Conforme as investigações, a dupla criou um site para ofertar a distribuição de água por meio de caminhões-pipa nas cidades gaúchas, atingidas pelas enchentes. Os golpistas divulgavam a ação para receber contribuição financeira, mas o serviço não era prestado às vítimas.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investigou os suspeitos, que agiam no estado paulista, e teve apoio da 2ª Delegacia de Polícia da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber), do Deic de São Paulo, para cumprir os mandados.

Pelo menos 30 policiais civis da DCCiber participam da ação, que segue em andamento. Computadores e celulares foram apreendidos. Estima-se que os envolvidos conseguiram quase R$ 50 mil com o golpe.

O caso foi registrado na Divisão de Crimes Cibernéticos, onde os dois suspeitos permaneceram presos.

PORTO ALEGRE/RS - A retomada da produção nas fábricas gaúchas em junho, mês seguinte às enchentes que inundaram grande parte do Rio Grande do Sul, fez com que a produção industrial no estado tivesse um crescimento de 34,9%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão é a maior já registrada pelo estado na série histórica da pesquisa.

O resultado do estado foi também o maior entre os 18 locais pesquisados pelo IBGE. A explicação do salto dado pela produção industrial gaúcha está na base de comparação negativa, já que em maio houve recuo de 26,3%, em um cenário em que muitas fábricas ficaram fechadas ou em baixo ritmo, por causa dos alagamentos.

Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), 63% das fábricas gaúchas tiveram paralisação parcial ou total no período das chuvas.

Com os dados de maio severamente prejudicados, a retomada da atividade em junho tem um efeito estatístico mais expressivo, além de já ter compensado as perdas do mês anterior. Esse resultado já era esperado, segundo avalia o analista da pesquisa Bernardo Almeida.

“Depois de um período de paralisação em decorrência das inundações provocadas pelas fortes chuvas no estado, houve retomada das atividades em diversas plantas industriais. Isso foi determinante para o resultado positivo da indústria gaúcha em junho, sendo a taxa positiva mais intensa da indústria local desde o início da série histórica”, explicou Almeida.

Entre os setores que contribuíram para esse comportamento positivo estão os de produtos químicos, derivados do petróleo, veículos automotores, máquinas e equipamentos e metalurgia.

Como o Rio Grande do Sul tem um peso de 6,8% no total da indústria brasileira, o crescimento de junho foi, além de o maior, o de maior influência para o desempenho nacional, que apresentou expansão de 4,1% ante maio.

Com os últimos resultados conhecidos, a indústria gaúcha está 2,7% acima do patamar pré-pandemia, comportamento semelhante ao da indústria nacional de 2,8%.

Apesar de a retomada de junho ter compensando a queda de maio, no acumulado do ano a produção industrial do Rio Grande do Sul apresenta recuo de 1% e de 2,3% no acumulado de 12 meses. Já a média nacional cresceu 2,6% no ano e 1,5% em 12 meses.

 

Estados

Na passagem de maio para julho, o Pará figura com a segunda maior alta, 9,7%. Os setores extrativo e de metalurgia foram os maiores responsáveis pelo resultado positivo do estado.

São Paulo, maior parque industrial do país, cresceu 1,3% no período, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul, em termos de influência positiva.

“Os setores de alimentos, derivados do petróleo, veículos automotores e farmacêuticos foram os que mais influenciaram o comportamento da indústria do estado”, destaca Bernardo Almeida.

Esse resultado deixa a indústria paulista 3,6% acima do patamar pré-pandemia.

No lado das quedas, a Região Nordeste caiu 6%, Bahia 5,4% e Pernambuco 5,2%, registraram as taxas mais expressivas.

O IBGE apura resultados regionais nas 17 unidades da federação com participação de, no mínimo, 0,5% no total da industrial nacional, e para o Nordeste como um todo.

 

 

Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil

Chuvas que atingiram o Estado levaram a uma queda anual de 16,6% no faturamento do setor, no quinto mês do ano, contrastando com o crescimento geral no Brasil
 

PORTO ALEGRE/RS - A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, em maio, já aponta as primeiras consequências econômicas, após os danos sociais e ambientais que ainda persistem mais de dois meses após as enchentes que assolaram a região. Dados inéditos do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) destacam que o faturamento do setor no  Estado gaúcho sofreu uma queda significativa de 16,6%, no quinto mês do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. A redução representa uma perda de mais de R$ 118 milhões. 

De acordo com a Federação, a principal causa dessa diminuição drástica no faturamento do Turismo na região foi a interrupção das operações no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, em razão da falta de condições de operação, causadas pelas enchentes à época. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reportou uma queda de 3% no número de passageiros durante o mês, o que impactou a demanda turística. Segundo o estudo, realizado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor no Estado faturou R$ 593,3 milhões, em maio. Como o Salgado Filho permanece fechado, com os voos operando num número reduzido pela base aérea de Canoas, a FecomercioSP estima que os próximos meses ainda devam apresentar resultados negativos. 

Turismo por região
Distante do cenário de crise no Rio Grande do Sul, em outras regiões do País, o levantamento da Entidade também identificou quedas no faturamento. Foram os casos de Acre (-7,2%), Roraima (-6,9%), Mato Grosso (-2,1%) e Rondônia (-0,1%). Em 21 Estados, no entanto, o faturamento do setor registrou crescimento [tabela 1].

Tocantins obteve a maior variação anual (17,2%), seguido da Bahia (7,4%) e do Amazonas, com o mesmo porcentual. São Paulo, que vinha seguindo um ciclo de quedas consecutivas, apontou a segunda elevação expressiva (5,6%), após o crescimento de 4,1%, observado em abril. O Estado representa cerca de 35% do Turismo nacional — portanto, qualquer variação, dada a sua magnitude, tem um efeito exponencial no desempenho global. 


TABELA 1
FATURAMENTO DO TURISMO POR REGIÃO
MAIO DE 2024

 

Turismo nacional retoma nível pré-pandemia

Para o Turismo nacional, o resultado de maio foi o melhor para o mês desde 2019 — ou seja, antes da pandemia —, o que mostra uma possível recuperação do setor. Para se ter uma ideia, o Turismo brasileiro cresceu 1,9% no período, registrando um provento de R$ 15,7 bilhões. A variação anual já acumula alta de 2,4%.

A inflação continua sendo um dos principais fatores que influenciaram no resultado. Dos oito segmentos analisados na pesquisa, seis apontaram resultado positivo, com destaque para o grupo de alojamentos — que faturou R$ 1,7 bilhão, representando uma alta de 16,6% —  e  locação de meios de transportes, que obteve R$ 2,2 bilhões no mês, uma alta de 8,9% [tabela 2].
 

TABELA 2
FATURAMENTO DO TURISMO NACIONAL POR SERVIÇOS PRESTADOS
MAIO DE 2024

 

Vale destacar que os segmentos de alojamento e transporte, que foram os que mais apontaram crescimento no mês de maio, também são os que mais encareceram em decorrência da inflação: a tarifa média aumentou 12% e a variação da locação de veículos, nos últimos 12 meses, foi de 21,26%. No mês de junho, ambos permaneceram pressionados [tabela 3]. As demais elevações no faturamento ocorreram nos serviços de alimentação (6,6%), nas atividades culturais, recreativas e esportivas (4,4%) e nas agências de viagens, operadores e em outros serviços turísticos (2,5%). 
 

TABELA 3
INFLAÇÃO DO TURISMO
JUNHO DE 2024

 

Por outro lado, três grupos ligados ao transporte de passageiros mostraram queda no mês de maio, com destaque para o rodoviário, que caiu 7,9%. Já são 13 meses de quedas consecutivas. Os transportes aquaviário e aéreo também sofreram retração, de 3,8% e 3,1%, respectivamente. No caso do segundo,  há  uma deflação acumulada de 2,59% nos bilhetes, o que ajuda a explicar a queda no faturamento, já que a demanda permanece aquecida. Além disso, é necessário considerar que os efeitos das enchentes do Rio Grande do Sul, interrompendo as operações no aeroporto de Porto Alegre, consequentemente, também reduziram a demanda doméstica, como demonstram os dados da Anac citados anteriormente. 

Segundo a FecomercioSP, o Turismo deve permanecer indicando variações modestas para os próximos meses. O preço do dólar pode encarecer as passagens aéreas e dificultar as viagens familiares a lazer. Assim, deve limitar o crescimento do setor em termos nacionais. No entanto, pode beneficiar destinos e atrações mais próximas, impulsionando a locomoção por veículo próprio, carro alugado ou ônibus.

Nota metodológica
O estudo se baseia nas informações da Pesquisa Anual de Serviços, mediante dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os valores são corrigidos mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o Turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do setor no total.

Em relação aos dados regionais, a base continua sendo a PAS, mas foi adotado um procedimento estatístico distinto, de uso da proporcionalidade nacional, para encontrar a receita das atividades nos Estados e, na sequência, uma estimativa setorial para se chegar na receita operacional líquida. Embora foram feitas estimativas segmentadas, a divulgação ficará restrita ao total, pois o objetivo é obter uma dimensão geral do setor e acompanhar o desempenho mensal. A correção monetária é feita pelo IPCA, e não pelo índice específico, tal como ocorre no volume de serviços, no IBGE.

O total do faturamento das Unidades Federativas (UFs) não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, por não contabilizar o setor aéreo. Pelo fato de não haver clareza sobre como o instituto trabalha o dado de transporte aéreo de passageiro, optou-se por não usar neste momento. Quando houver uma indicação mais clara, haverá, certamente, uma atualização.

"Vicente e a Enchente" foi produzido pelo programa #CasaLibras da UFSCar

 

SÃO CARLOS/SP - Por ocasião da catástrofe no Rio Grande do Sul, o Programa #CasaLibras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou a versão do vídeo "Vicente e a Enchente" em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com o objetivo de auxiliar crianças surdas a lidar com traumas, medos e angústias decorrentes das perdas causadas pelas enchentes. O vídeo é uma adaptação do livro, em Língua Portuguesa, da psicóloga Mariana Fim de Campos; trata-se de uma tradução para Libras com adaptações culturais em sua narrativa, que leva em consideração as especificidades das crianças surdas. O vídeo está disponível no canal do YouTube do #CasaLibras, no link https://bit.ly/3yeEzoW.  

O projeto foi coordenado pela professora Vanessa Regina de Oliveira Martins, do Departamento de Psicologia (DPsi) e do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs), ambos da UFSCar.  "Como 90% das crianças surdas são filhas de pais ouvintes, elas demoram para ter contato com a língua de sinais e enfrentam barreiras de interação social, incluindo dentro de suas próprias casas", relata a professora da UFSCar. "Deste modo, a escola tem sido o espaço principal de convívio social e aprendizado da língua de sinais para essas crianças. Quando ocorrem fechamentos de escolas, seja por desastres ambientais, como a enchente no Rio Grande do Sul, ou situações como a pandemia, as crianças surdas ficam ainda mais alheias às questões sociais ao seu redor, já que não há informações midiáticas em língua de sinais com foco para crianças surdas. As produções se voltam mais para o público adulto". 

Para a professora, "oportunizar produções literárias em Libras é atuar diretamente na inserção social de crianças surdas, proporcionando acesso a conteúdos informativos e culturais. A versão deste vídeo em Libras, como em todas as nossas produções, é sempre desafiadora, pois precisamos pensar na composição das imagens de modo que a Libras seja a centralidade da produção. Além disso, a linguagem não verbal, as imagens e os efeitos de edição devem colaborar para a compreensão do conteúdo, especialmente para crianças que estão em aquisição tardia de linguagem". 

A equipe do #CasaLibras divulgou o vídeo para as escolas de surdos do Rio Grande do Sul, com as quais o programa mantém contato por conta de pesquisas, bem como para escolas de surdos ou com programa bilíngue, inclusiva para alunos surdos, "sobretudo as do Estado de São Paulo, que é o local em que temos maiores interlocuções", completa Vanessa Martins. 

Confira o vídeo completo em https://www.youtube.com/watch?v=X_ZnPGJLqEg

Ideia do vídeo

A professora da UFSCar conta como surgiu a ideia de adaptar o livro "Vicente e a Enchente" em vídeo: "diante da catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul, fiquei muito mobilizada, especialmente por estar finalizando meu pós-doutorado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em Porto Alegre (RS). Em muitas regiões do Sul, os surdos que perderam suas casas foram acolhidos pela Associação dos Surdos do Rio Grande do Sul. Cada coletivo realizou uma ação social, e junto à equipe do #CasaLibras, pensamos em oportunizar uma literatura que pudesse trazer afago às crianças surdas que perderam suas casas e estavam abrigadas pelos coletivos das associações de surdos", relata. 

"Entrei em contato com a autora Mariana Fim Campos pedindo autorização para que nossa equipe produzisse uma versão em Libras da obra, tornando-a acessível para alunos surdos. Com a sua autorização, realizamos a produção, e ela teve uma participação especial na versão em Libras, realizada pela equipe do #CasaLibras da UFSCar", detalha a docente da UFSCar. "As vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul têm recebido ajuda de vários setores para enfrentar os desafios causados pela tragédia. A psicóloga Marina Campos resolveu dar um suporte adicional para as crianças e lançou o livro ‘Vicente e a Enchente’, com o objetivo de abordar a situação de forma clara para os pequenos". 

Para viabilizar a adaptação do livro para o vídeo, o #CasaLibras promoveu uma versão em língua de sinais, "e trouxemos a produção em vídeo, com edições especializadas e narrativas em Libras, promovendo acesso ao conteúdo em Libras por crianças surdas. A tradutora Priscila Soler, estudante de doutorado do PPGEEs/UFSCar, e parte da equipe do #CasaLibras para a produção da narrativa em Libras, usou diferentes cores de camisetas aproximando-se da representação do protagonista da história, diferenciando quando estava como narradora e quando estava narrando como personagem", detalha a coordenadora da iniciativa. 

Sobre o #CasaLibras

O #CasaLibras é um programa vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) da UFSCar. As atividades são voltadas para a educação de surdos, produção de materiais literários em Libras e apoio às escolas inclusivas com programas bilíngues, por meio da oferta de formação e atividades lúdicas dirigidas às crianças surdas. O #CasaLibras nasceu durante a pandemia da Covid-19 por conta do isolamento social e a falta de materiais didáticos em Libras. Desde então, seus materiais têm sido usados de forma ampla e gratuita em escolas públicas de todo o Brasil, conta Martins.  "Temos hoje no #CasaLibras um repositório variado culturalmente e de uso gratuito, com ampla circulação e que vem sendo usada por instituições de ensino públicas do Brasil todo".

Esses materiais estão compilados no canal do #CasaLibras no Youtube (https://www.youtube.com/c/CasaLibrasUFSCar/videos). "A necessidade de instrumentalizar as escolas com conteúdos literários e também de entretenimento às crianças surdas, no isolamento social, fez com que a ação ganhasse urgência de desenvolvimento", avalia a coordenadora.  

Mais informações sobre o vídeo "Vicente e a Enchente" e demais ações do #CasaLibras podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

PORTO ALEGRE/RS - Os Correios doaram 21,5 mil livros para o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Rio Grande do Sul, depois da situação de calamidade pública devido às chuvas volumosas que atingiram o estado, em maio deste ano.

As obras doadas pela empresa pública são de diversas áreas do conhecimento, como administração, biografias, espiritualidade, filosofia, história, literatura, matemática, psicologia e sociologia.

O primeiro lote de livros foi entregue na terça-feira (9), ao Instituto Cervantes de Porto Alegre (RS), organização sem fins lucrativos vinculada ao governo da Espanha. A instituição de ensino fará a triagem e a distribuição do material a 44 bibliotecas de escolas públicas afetadas pelas cheias.

Os títulos pertenciam ao acervo das bibliotecas dos Correios nos Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, além da região metropolitana de São Paulo e estavam armazenados no campus da Universidade Corporativa dos Correios, em Brasília.

 

Recomposição de acervo

Outra ação promovida para recomposição do acervo de 138 bibliotecas escolares destruídas pelas enchentes, nos municípios gaúchos, é a campanha Mochila Cheia, coordenada pela Secretaria da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul.

A lista completa dos livros aceitos para doação está disponível no site da Seduc.

Em Porto Alegre, o ponto de coleta da campanha é a Escola Estadual Maria Thereza da Silveira, que funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. No interior do estado, as doações são organizadas pelas respectivas coordenadorias Regionais de Educação.

 

Distribuição de kits escolares

A Campanha Mochila Cheia também entregou, na quinta-feira (11), os primeiros kits escolares para crianças e jovens atingidos pelas enchentes, montados a partir das doações de pessoas físicas e jurídicas, como entidades, associações e instituições da sociedade civil.

Os primeiros beneficiados foram os estudantes abrigados no Centro Esportivo Sesi Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre.

A meta da Secretaria da Educação estadual é reunir mais de 100 mil kits escolares completos para garantir que os estudantes possam acompanhar as aulas em boas condições.

Até o momento foram doados cerca de 217 mil itens – incluindo mochilas, cadernos, lápis de cor, canetas hidrocor, apontadores, giz de cera, canetas, estojos, lápis preto, lapiseiras, caixas de grafite, borrachas, calculadoras, réguas e garrafas squeezes.

As equipes da secretaria selecionam e organizam os donativos, conforme a idade e a série escolar dos beneficiários.

 

 

Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil

Alimentos, água e outros itens foram enviados ao Sul; até final de julho entidade segue arrecadando roupas e cobertores e roupas para Campanha do Agasalho

 

RIBEIRÃO PRETO/SP - A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) arrecadou e enviou seis toneladas de água, alimentos, ração animal, material de limpeza e roupas para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.  

Os pontos de coleta ficaram ativos nos meses de maio e junho em todas as distritais da Acirp e os donativos para o povo gaúcho foram enviadas por meio do Fundo Social de Solidariedade de Ribeirão. 

“Em menos de dois meses recebermos essa quantidade de doações, o que mostra a capacidade do ribeirão-pretano de se organizar em prol do próximo e diante de uma tragédia como a que aconteceu no Sul do país. Agradecemos a todos que contribuíram”, disse a presidente da Acirp, Sandra Brandani.  

O gestor de Marketing e Relações Institucionais Carlos Ferreira destacou o papel da equipe dos colaboradores da entidade na organização e triagem do material. 
“Prolongamos por mais de uma vez a campanha porque as pessoas continuavam a nos procurar e oferecer ajuda e só encerramos porque houve esgotamento nas formas de envio”, explicou. 

Agora, a entidade segue em coleta para a Campanha do Agasalho do Fundo Social de Solidariedade de Ribeirão Preto até 31 de julho. Para doar, basta procurar qualquer unidade da Acirp. São aceitos cobertores e roupas de frio novos ou em bom estado de conservação. 
“Com a chegada do inverno, temos que olhar com carinho também para as pessoas em situação de vulnerabilidade em nosso município”, diz Brandani.

PORTO ALEGRE/RS - O governo do Rio Grande do Sul iniciou, na segunda-feira (10), a campanha Mochila Cheia, para pedir a doação de livros e material escolar a crianças e jovens da rede estadual de ensino que foram afetados pelas enchentes do fim de abril e parte do mês de maio.

A meta da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) é arrecadar o suficiente para montar cerca de 100 mil kits escolares completos que possibilitem que os estudantes voltem às aulas em boas condições.

Entre os itens sugeridos para doação estão mochilas, cadernos, conjuntos de lápis de cor e canetas hidrocor, apontadores, giz de cera, caneta (azul, preta ou vermelha), estojos, lápis preto e lapiseiras, caixas de grafite, borrachas, calculadoras, réguas e squeezes (garrafas para transportar líquidos).

A direção-geral da Seduc fará a seleção e a organização dos donativos para compor cada kit, de acordo com idade e série escolar do beneficiário.

Livros de literatura

A secretaria estima que será necessário recompor o acervo mínimo em 138 bibliotecas escolares destruídas pelas enchentes nos municípios gaúchos. Para isso, são necessários 48.662 títulos de literatura brasileira e universal em bom estado. A intenção é arrecadar, aproximadamente, cinco exemplares por aluno e atingir a meta de 245.090 livros doados.

Por isso, a campanha estadual Mochila Cheia também aceitará livros de literatura infantojuvenil. A lista completa dos livros está disponível no site da Seduc.

O primeiro ponto de coleta da campanha Mochila Cheia está localizado em Porto Alegre, na Escola Estadual Maria Thereza da Silveira (Rua Furriel Luíz Antônio de Vargas, 135, bairro Bela Vista). O espaço funciona das 10h às 16h.

No interior, as doações serão organizadas pelas Coordenadorias Regionais de Educação, que definirá os locais onde os itens estão sendo recebidos.

Situação da educação

O Rio Grande do Sul conta com 2.338 escolas públicas estaduais, com mais de 741,8 mil estudantes matriculados em 2024.

De acordo com boletim do governo estadual que atualiza diariamente o panorama de escolas, 94,2% do total de unidades de ensino estaduais já retomaram as atividades, com 92,8%, ou 688.387 estudantes, de volta às salas de aula.

Porém, 1.086 escolas estaduais foram impactadas pelas fortes chuvas em 255 municípios gaúchos. Essas unidades foram danificadas, têm problemas de acesso ou estão servindo de abrigo emergencial a famílias que foram forçados a deixar as próprias casas por causa dos temporais.

 

 

Por Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil

PORTO ALEGRE/RS - O desastre ocorrido no Rio Grande do Sul ainda está longe de terminar para o povo gaúcho, que vive agora os efeitos prolongados da devastação causada pelas enchentes e inundações. No dia em que o decreto que reconheceu a calamidade pública completa um mês, ainda há 37,8 mil pessoas em abrigos e mais de 580 mil fora de casa. Quem conseguiu voltar para casa encontrou um cenário de absoluta destruição e perdas inestimáveis.

A catadora de material reciclável Claudia Rodrigues, 52 anos, que mora na região da Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre, voltou há menos de dois dias para casa. Antes, ela passou quase quatro semanas acampada à beira da rodovia Freeway, que corta a cidade pela zona norte, em uma cena que se tornou comum na região metropolitana. A rua ainda está alagada na altura dos calcanhares, mas dentro de casa a água baixou completamente, revelando um ambiente repleto de lama, ratos mortos, móveis revirados, eletrodomésticos perdidos.

"A dor que eu estou sentindo não tem como explicar, uma mágoa. Olhar para o teu próprio lar e ver um nada. A gente se vê na escuridão. Mas eu creio que vai dar certo e que isso é passageiro, só que até as coisas se ajeitaram é complicado", desabafa.

01/06/2024- Moradora da Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre, Claudia Rodrigues registrou o cenário de destruição que encontrou em casa quando as águas baixaram. Foto: Claudia Rodrigues/Arquivo Pessoal

Moradora da Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre, Claudia Rodrigues perdeu móveis e o fogão na inundação. Foto: Claudia Rodrigues/Arquivo Pessoal

Ela só conseguiu voltar para casa porque o terreno tem um desnível e a parte do quarto, que fica acima, não foi alcançada pela água, preservando apenas a cama e o guarda-roupas. Com tanta sujeita e camadas de lama e entulho acumulada, a limpeza deve levar vários dias. Outro problema é o comprometimento da estrutura do imóvel. Claudia notou que as paredes estão com rachaduras e a laje está se soltando. Sem o fogão, destruído pela inundação, ela está dependendo da doação de quentinhas para se alimentar. A energia no bairro só foi religada na manhã deste sábado (1º).

Vale do Taquari

No Vale do Taquari, que sobreviveu a três enchentes, sendo a do mês passado a pior de todas, o momento ainda é de recuperação do básico. Um dos epicentros da tragédia foi o pequeno município de Muçum, com seus 4,8 mil habitantes. Cerca de 80% da área urbana foi inundada. A prefeitura calcula que vai precisar realocar cerca de 40% dessa área para outros locais seguros contra enchentes e deslizamentos, que também causaram danos e bloqueios de estradas.

“O município de Muçum está no momento ainda de limpeza urbana, de desobstrução de vias e de condições de trafegabilidade, principalmente para o pessoal do interior [zona rural]. A gente destaca que algumas propriedades do interior do município ainda não têm energia elétrica e que o trabalho é intenso para poder devolver essa condição para esses moradores, que é o mínimo que eles podem ter para conseguir restabelecer sua produção. [Aqui] tem muitos produtores de leite que estão, infelizmente, tendo que jogar fora sua produção por falta de condições e também de acesso. E isso tem sido o foco principal do nosso trabalho”, explica o prefeito do município, Mateus Trojan (MDB), em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Trojan, a continuidade das chuvas, mesmo após a baixa do Rio Taquari, que chegou a subir mais de 25 metros, acabou prejudicando os esforços de recuperação da infraestrutura.

O Vale do Taquari compreende dezenas de municípios na região central do Rio Grande do Sul, com forte presença da agricultura familiar e uma agroindústria pujante. Um dos desafios é conseguir reter empresas e empregos na região, que começa a sentir os efeitos da devastação. “O processo, agora, é gradativo pela recuperação das empresas, do comércio, do setor primário como um todo. As lavouras foram muito prejudicadas sem os acessos, gerando custos maiores de produção, mas são coisas que também ao longo das semanas a gente vai buscando amenizar os impactos, buscando alternativas de linhas de crédito e de incentivos para que a gente possa reverter essa situação e recuperar todo o nosso setor produtivo”, acrescentou Trojan.

Região Sul

Enquanto a água das inundações no Vale do Taquari e na região metropolitana de Porto Alegre baixaram, na Região Sul do estado os alagamentos ainda persistem. Em Pelotas, por exemplo, cerca de 4 mil moradores da Colônia Z3, uma comunidade de pescadores artesanais às margens da Lagoa dos Patos, estão com as casas inundadas.

“A água estabilizou, não encheu mais, o que é um bom sinal. E começa a baixar. As coisas vão se normalizar, mas vai levar um tempo. Tem muita gente em abrigo, na casa de parentes, cerca de 70% dos moradores desalojados”, estima o presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z3, Nilmar Conceição. A preocupação segue sendo uma crise econômica prolongada para o setor pesqueiro de toda a região sul do estado, que abrange municípios como Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e São Lourenço, já que a perspectiva dos pescadores artesanais é que a lagoa não renda mais pesca este ano, mesmo após o período do seguro-defeso.

A Lagoa dos Patos recebe as águas que vêm do Lago Guaíba, em Porto Alegre, e de outros afluentes. No último dia 29 de maio, o nível da água estava 2,20 metros, mais baixo do que medições anteriores. Já o canal São Gonçalo, um canal natural de 76 quilômetros (km) que liga a Lagoa dos Patos à Lagoa Mirim, passando pela área urbana de Pelotas, estava com inundação de 2,86 metros, bem abaixo dos 3,13 metros que havia chegado na semana passada, o maior volume da história. O canal é fonte de preocupação porque há um dique de 3 metros protegendo cerca de cinco bairros com mais de 40 mil pessoas.

Serra Gaúcha

Outra região do estado atingida pelas enchentes também tenta se recuperar após um mês da tragédia. Gramado, na Serra Gaúcha, que registrou deslizamentos de terra, bloqueio de estradas e mais de 1 mil desabrigados, retomou a atividade turística. A cidade é o principal destino turístico do Rio Grande do Sul.

“Todos os atrativos reabertos. Muitos hotéis com boa ocupação. Ainda não é o normal, estamos um pouco longe disso, mas é um respiro em meio a isso tudo”, disse à Agência Brasil o secretário de Turismo do município, Ricardo Bertolucci Reginato.

Ações de reconstrução

No dia 17 de maio, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou a criação do Plano Rio Grande, iniciativa estadual destinada a reparar os danos causados pelas enchentes.

O plano prevê ações em três frentes. A primeira, com ações focadas no curto prazo, prioriza a assistência social; a segunda envolve ações de médio prazo, como empreendimentos habitacionais e obras de infraestrutura; e a terceira prevê ações de longo prazo, como um plano de desenvolvimento econômico mais amplo.

Já o governo federal, entre liberação de recursos, antecipação de benefícios e outras ações destinou até o momento R$ 62,5 bilhões. Entre outras medidas para prestar assistência às famílias, foi criado o Auxílio Reconstrução, que pagará R$ 5,1 mil a cada família em parcela única. Também foi anunciado o adiantamento do Bolsa Família para os beneficiários, a liberação do FGTS para 228,5 mil trabalhadores em 368 municípios, além da restituição antecipada do imposto de renda para 900 mil pessoas.

 

 

Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil

SÃO PAULO/SP - No dia 7 de junho, acontece um show beneficente do supergrupo de sertanejo Amigos, composto por LeonardoChitãozinho e Xororó e Zezé Di Camargo e Luciano, no Allianz Parque, para arrecadar fundos para as vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul. Mais informações sobre vendas de ingressos serão divulgadas em breve. 

“O Rio Grande do Sul precisa da nossa ajuda. Faremos um show especial dos Amigos com 100% da renda revertida para nossos irmãos do Rio Grande do Sul. Contamos com vocês, mais uma vez, para unirmos forças em prol de uma causa maior!”, avisam LeonardoChitãozinho e Xororó Zezé Di Camargo e Luciano.

Com essa convocação poderosa, a solidariedade se faz presente mais uma vez. É o momento de estendermos as mãos para aqueles que precisam, de compartilharmos o que temos em prol de quem enfrenta dificuldades. 

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A iniciativa do grupo HJR e seus diretores em divulgar esse evento na Baixada Santista e Vale do Ribeira é um exemplo do espírito de colaboração que deve prevalecer em momentos desafiadores como esse. Juntos, podemos fazer a diferença.

Este evento é idealizado pela Abrape – Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, e todos os associados se unem nesse esforço.

“Que este show seja não apenas um momento de entretenimento, mas também um gesto de amor e apoio aos nossos irmãos gaúchos. Que cada nota tocada e cada aplauso dado representem uma contribuição significativa para a reconstrução e o fortalecimento da comunidade do Rio Grande do Sul”, disse o diretor do grupo HJRRodrigo Sandoval.

Vamos nos unir, vamos fazer a diferença. Juntos  somos mais fortes e podemos superar qualquer obstáculo. Estendemos nossas mãos e nossos corações para ajudar aqueles que tanto precisam.

Força-tarefa foi mobilizada para apoiar equipes de salvamento nas áreas afetadas por enchentes

 

BROTAS/SP - Seis integrantes do rafting de Brotas, no interior de São Paulo, comovidos pela devastação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, partiram em uma missão de resgate e auxílio humanitário, unindo forças com praticantes de Juquitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, totalizando onze pessoas.

A equipe, composta por um médico, um enfermeiro, um veterinário e guias de rafting, enfrentou uma jornada de 17 horas até chegar ao destino. Carregados com botes e doações arrecadadas, que somaram cerca de cinco mil reais, além de suprimentos essenciais como cobertores, toalhas, água, medicamentos e roupas, eles estabeleceram sua base em Três Coroas, uma das primeiras cidades atingidas pelas enchentes.

“Nossa missão aqui é dupla: resgate em águas e ajuda humanitária," explica Rafael Barbieri, um dos organizadores responsáveis pelo grupo. "Estivemos em Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo, prestando socorro e distribuindo suprimentos”, conta. Barbieri ainda relembra que, durante a estadia, a equipe se dedicou a diversas atividades, desde o resgate de pessoas e animais até a limpeza e reconstrução de áreas afetadas. "Em Novo Hamburgo, socorremos três pessoas e ajudamos cerca de 15 animais. Também transportamos itens essenciais como comida, TVs e geladeiras para aqueles que precisavam evacuar suas casas”.

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A operação, que durou 10 dias, também envolveu a colaboração com uma ONG local de resgate de pets e o fornecimento de suporte veterinário. Além disso, os médicos da equipe estabeleceram conexões vitais para a recuperação contínua da cidade.

A tragédia deixou marcas profundas. "O rio subiu dois quilômetros e arrastou tudo pelo caminho. Agora estamos na fase de reconstrução das casas, que vai levar anos", destaca o organizador, ressaltando a urgência e a necessidade contínua de ajuda. Assim, a missão dos heróis das águas de Brotas não terminou com o fim dos resgates. Agora eles estão envolvidos em um projeto sustentável em parceria com a Secretaria de Agricultura de São Paulo. O projeto H2 Peixe visa estabelecer a criação de peixes e cultivo de hortaliças em Três Coroas, oferecendo uma fonte de alimentação decente para os moradores locais.

"Estamos aqui para fazer a diferença. A reconstrução será longa, mas estamos comprometidos em ajudar nossos amigos gaúchos a recuperar suas vidas. Estamos felizes com o resultado", finaliza Barbieri.

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