IRÃ - O Irã anunciou na terça-feira (22) que começou a produzir urânio enriquecido a 60% na central nuclear de Fordo, reaberta em 2019, quando o governo de Teerã deixou de cumprir progressivamente o acordo internacional com as grandes potências sobre seu programa nuclear.
O nível de 60% está muito acima da cota de 3,67% estabelecida pelo acordo 2015 para evitar que o Irã produza uma arma atômica.
A fabricação de uma bomba nuclear exige um nível de enriquecimento de urânio de 90%.
Sob o acordo, o Irã também aceitou congelar as atividades de enriquecimento na central de Fordo, que fica 180 quilômetros ao sul de Teerã e foi construída no subsolo para evitar ataques com mísseis de um país inimigo.
"A produção de urânio enriquecido a 60% começou em Fordo na segunda-feira", anunciou o diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Eslami, citado pela agência de notícias ISNA.
"Nós alertamos que as pressões políticas não mudam nada", acrescentou o diretor.
O Irã sempre negou que suas atividades nucleares tenham como objetivo a produção de uma bomba e insiste em que seu programa tem finalidades civis.
Teerã se comprometeu a restringir suas atividades com o acordo internacional de 2015 e, em troca, as grandes potências suspenderam as sanções impostas a Teerã por seu programa nuclear.
O acordo está na corda bamba desde 2018, porém, quando o governo dos Estados Unidos abandonou o pacto de maneira unilateral, durante o governo de Donald Trump, e restabeleceu as sanções contra o país.
- Medidas de represálias -
Um ano depois, Teerã começou a deixar de cumprir, de maneira progressiva, suas obrigações.
Em janeiro de 2021, a República Islâmica anunciou que estava trabalhando para enriquecer urânio a 20%. Alguns meses depois, outra instalação iraniana alcançou o nível de 60%.
O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, expressou nesta terça-feira a "profunda preocupação" do governo americano com o "progresso do programa nuclear do Irã" e com "a melhora constante de suas capacidades de mísseis balísticos".
Os Estados Unidos devem participar de uma retomada do acordo internacional. As negociações estão em curso desde abril do ano passado.
Em outubro, no entanto, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que vê poucas chances de retomada do acordo, no momento em que o Irã enfrenta uma onda de manifestações motivada pela morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini, detida pela polícia da moralidade.
O inimigo do Irã na região, Israel, nunca descartou a possibilidade de efetuar ações, caso considere necessário, para impedir o Irã de desenvolver capacidades nucleares.
O acordo internacional entre as grandes potências e o Irã foi supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas a relação entre Teerã e o organismo da ONU ficou tensa nas últimas semanas.
Na quinta-feira (17), o conselho de ministros da AIEA aprovou uma resolução que critica a falta de cooperação do Irã. Foi o segundo pronunciamento neste sentido, depois de outra declaração divulgada pela agência em junho. Teerã anunciou que adotará medidas de represálias para responder à resolução da AIEA.
A agência oficial ISNA afirmou que o aumento da capacidade da central de Fordo é parte da resposta iraniana.
As negociações para a retomada do acordo internacional de 2015 estão paralisadas, e Teerã deseja o fim de uma investigação da AIEA.
IRÃ - O Irã procede com a implementação de um programa avançado de enriquecimento de urânio, mostra um relatório da agência fiscalizadora nuclear da Organização das Nações Unidas, visto pela Reuters na segunda-feira, mesmo enquanto o Ocidente aguarda a resposta do país asiático para resgatar o acordo nuclear firmado em 2015.
A primeira de três cascatas, ou clusters, de centrífugas avançadas IR-6 recentemente instaladas na usina subterrânea de enriquecimento de combustível (FEP) em Natanz está agora realizando o enriquecimento do material, disse o relatório em referência à mais recente unidade subterrânea onde as máquinas avançadas entraram em operação.
Diplomatas dizem que o IR-6 é seu modelo mais avançado, muito mais eficiente do que o IR-1 de primeira geração e o único dispositivo de enriquecimento permitido no acordo de 2015.
Há mais de um ano, o Irã vem utilizando centrífugas IR-6 para enriquecer urânio em até 60% de pureza, próximo ao grau necessário para a fabricação de armas, em uma fábrica acima do solo em Natanz.
Recentemente, o país expandiu seu enriquecimento com máquinas IR-6 em outros locais. No mês passado, uma segunda cascata de IR-6 em Fordow, uma unidade que fica do lado de dentro de uma montanha, começou a enriquecer o material em até 20%
No relatório confidencial aos Estados membros da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), escreveu: "Em 28 de agosto de 2022, a Agência verificou na FEP que o Irã estava alimentando UF6 enriquecido em até 2% de U-235 na cascata IR-6 ... para a produção de UF6 enriquecido em até 5% de U-235"
O hexafluoreto de urânio (UF6) é o gás enriquecido pelas centrífugas.
Reportagem de François Murphy / REUTERS
IRÃ - O Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido a 60% para 25 quilos, noticiou a mídia estatal na sexta-feira, o que pode aumentar as complicações que assolam os esforços para ressuscitar o acordo nuclear de 2015 entre o país e potências mundiais.
As negociações devem ser retomadas em 29 de novembro em Viena, mas potências ocidentais dizem que o enriquecimento de urânio acelerado do Irã, que se aproxima do grau de uso em armas e viola limites estabelecidos pelo pacto desde que os Estados Unidos do então presidente Donald Trump se desligaram dele em 2018, está diminuindo as chances de salvá-lo.
"Até agora, produzimos 25 quilos de urânio a 60%, o que, exceto por países com armas nucleares, nenhum outro país é capaz de produzir", disse Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, segundo citações da mídia estatal.
DUBAI - O Irã produziu 55 kg de urânio enriquecido a até 20% - o ponto em que é altamente enriquecido - indicando uma produção mais rápida do que a taxa de 10 kg por mês exigida por uma lei iraniana que criou o processo em janeiro, Autoridades iranianas disseram na quarta-feira.
A revelação ocorre um dia depois de Teerã e Washington realizarem o que eles descreveram como conversas indiretas "construtivas" em Viena, na terça-feira, com o objetivo de encontrar maneiras de reviver um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais.
O parlamento linha-dura do Irã aprovou uma lei no ano passado que obriga o governo a endurecer sua posição nuclear, em parte em reação à retirada do ex-presidente Donald Trump do acordo nuclear em 2018.
A retirada de Trump levou o Irã a ultrapassar constantemente os limites do acordo em seu programa nuclear projetado para dificultar o desenvolvimento de uma bomba atômica - uma ambição que Teerã nega.
A lei exigia que o Irã começasse a enriquecer a 20% e estipulava que pelo menos 120 kg (265 libras) de urânio refinado até esse nível fossem feitos a cada ano, o que equivale a 10 kg por mês.
A taxa de produção do Irã já é “até 40%” mais rápida do que isso, indicou o porta-voz da Organização de Energia Atômica Behrouz Kamalvandi.
“Em menos de quatro meses, produzimos 55 kg de urânio enriquecido a 20% ... em cerca de oito meses podemos chegar a 120 kg”, disse Kamalvandi à TV estatal.
O urânio é considerado altamente enriquecido a partir de 20%. Enriquecer para 20% é um grande passo em direção ao enriquecimento até o nível de armas.
Um relatório trimestral sobre as atividades nucleares do Irã pela agência nuclear da ONU em fevereiro disse que até 16 de fevereiro o Irã havia produzido 17,6 kg de urânio enriquecido até 20%, com o próximo nível abaixo sendo enriquecido entre 2% -5%.
Um diplomata sênior disse na época que o Irã estava produzindo urânio enriquecido a 20% a uma taxa de 15 kg por mês.
Como parte de uma recente aceleração das violações do acordo nuclear, em janeiro o Irã começou a enriquecer urânio a 20% em Fordow, um local subterrâneo de enriquecimento de urânio construído em segredo dentro de uma montanha, possivelmente para resistir a qualquer bombardeio aéreo.
Segundo o acordo, Teerã não tem permissão para enriquecer urânio em Fordow.
Até janeiro, o Irã não havia enriquecido além de 4,5% de pureza - acima do limite do negócio de 3,67%, mas ainda muito abaixo dos 20% que alcançou antes do negócio, ou 90% que é para armas.
*Reportagem adicional de François Murphy em Viena; Escrito por Parisa Hafezi / REUTERS
MUNDO - O Irã retomou o enriquecimento de urânio a 20% de pureza em uma instalação nuclear subterrânea, anunciou o governo nesta segunda-feira (04), quebrando um pacto de 2015 com grandes potências e possivelmente complicando os esforços do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, para retomar o acordo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a medida tem como objetivo o desenvolvimento de armas nucleares, e que Israel nunca permitirá que o governo iraniano as obtenha.
A decisão pelo enriquecimento, a mais recente violação do acordo por parte do Irã, coincide com o aumento de tensões entre o Irã e os Estados Unidos nos últimos dias do governo do presidente norte-americano, Donald Trump.
O Irã começou a quebrar o acordo em 2019 em uma resposta à decisão de Trump de retirar os EUA do pacto em 2018, e após o restabelecimento de sanções norte-americanas que haviam sido suspensas por conta do acordo.
A principal meta do acordo era estender o tempo que o Irã precisaria para produzir material físsil suficiente para preparar uma bomba nuclear, caso optasse por isso, para pelo menos um ano, ante dois ou três meses. O documento também suspendia sanções internacionais contra o governo de Teerã.
“Alguns minutos atrás, o processo de produção de 20% de urânio enriquecido começou no complexo de enriquecimento de Fordow”, afirmou o porta-voz do governo, Ali Rabiei à imprensa estatal iraniana.
A Agência Reguladora Nuclear da ONU confirmou que o Irã iniciou o processo de enriquecimento de urânio para 20% de pureza em sua usina de Fordow.
*Por: Parisa Hafezi / REUTERS
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