SÃO PAULO/SP - Em meio às celebrações da Semana Nacional de Trânsito, entre 18 e 25 de setembro, uma informação alerta as entidades que atuam na segurança viária: o excesso de velocidade passou a ser a principal causa de colisões nas rodovias federais brasileiras. Um levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a pedido da Associação Mineira de Medicina de Tráfego (Ammetra) revela que, no primeiro semestre de 2021, dirigir em velocidade incompatível com a via foi a causa principal de colisões, com 3.467 ocorrências.
Nos anos anteriores, a maior parte dos sinistros teve como causa principal a falta de atenção do motorista na condução, com 25.031 casos em 2019 e 22.411, em 2020. Nesses anos, o excesso de velocidade ocupava o terceiro lugar no ranking. “Esses dados revelam que, desde o início da pandemia, as alterações na saúde mental e psicológica deixaram o motorista brasileiro mais agressivo e imprudente. O excesso de velocidade, além de ser a causa principal, também é um agente potencializador da letalidade dos sinistros de trânsito, contribuindo para o aumento do número de mortes”, analisa o diretor científico da Ammetra, Alysson Coimbra.
Na avaliação do especialista em Medicina do Tráfego, a mudança no perfil de acidentes também é justificada pelo aumento do consumo de substâncias psicoativas por parte dos motoristas. Conforme levantamento da Ammetra, feito com base em dados da PRF, nos últimos dois anos, o número de motoristas flagrados dirigindo sob o efeito de drogas praticamente dobrou nas rodovias federais brasileiras: em 2020 foram aplicadas 1.872 multas, contra as 939 registradas em 2018. “Substâncias psicoativas causam alterações no comportamento, consciência e capacidade de reação do motorista. Também induzem a adoção de ações agressivas e imprudentes durante a condução veicular, culminando em atos infracionais como dirigir em velocidade incompatível, fazer ultrapassagens proibidas e desrespeitar as regras de circulação no trânsito”, completa Coimbra.