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Crise em Inhambane: "Não temos dinheiro para pagar a vida de agora" © Luciano da Conceição/DW

Crise em Inhambane: "Não temos dinheiro para pagar a vida de agora"

Escrito por  Jun 22, 2023

INHAMBANE - A vida está mais cara na província de Inhambane, à semelhança do que acontece no resto do país. Só nos últimos cinco meses, o preço do saco de dez quilos de cebola duplicou, queixa-se Sandra Francisco, residente na cidade de Maxixe. O saco custa agora o equivalente a onze euros.

"Em dezembro do ano passado, a cebola era 390, 400 a 450 meticais. De repente, subiu para 800 meticais", lamenta.

Alzira Inguane, outra residente na província, diz que a situação é extremamente difícil. "Entramos nas lojas e as coisas estão caras, não temos dinheiro para pagar a vida de agora, está difícil e, se não movimentar, você não come com as crianças em casa."

A inflação em Moçambique abrandou. Em maio, rondou os 8,23%, menos 1,38 pontos percentuais do que no mês anterior. Para isso contribuiu também a descida do preço de alguns alimentos como o tomate, o coco ou o milho em grão, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Mas, no dia a dia, os cidadãos dizem que não notam essas reduções e, cada vez mais, falta dinheiro para o que é preciso.

Luísa Fernando conta que tem tido muitas dificuldades para dar de comer aos filhos e comprar material escolar.

"O custo de vida subiu muito, porque não há dinheiro. Isto aumentou o custo. As crianças vão comer o quê? Os alunos também querem estudar", desabafa aos microfones da DW.

 

Falta de emprego

O problema arrasta-se há vários anos. Muitos residentes da província de Inhambane perderam o emprego por causa da pandemia de Covid-19. Foi o caso de Abdul Gafar, residente em Homoíne.

"A vida está difícil mesmo pela falta de emprego. Vive-se à rasca, o número de precários sobe e desce. É assim mesmo, não há nada que fazer além de viver à rasca sem emprego", lamenta.

Manito Jafar, um trabalhador sasonal em Inhambane, pede ao Governo para controlar os preços de modo a superar a crise do custo de vida na região.

"É difícil subir o vencimento. Já que não sobe o vencimento, pelo menos deve manter os preços, para podermos tentar superar um pouco", apela.

 

 

Luciano da Conceição / DW.com

Redação

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
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