CISJORDÂNIA - O presidente palestino Mahmud Abbas se reuniu na terça-feira com o ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, para discutir temas de "segurança e economia", na primeira visita a Israel desde 2010 do dirigente da Autoridade Palestina.
"Me reuni durante a noite (de terça-feira) com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Discutimos a aplicação de medidas econômicas e civis e sobre a importância de reforçar nossa coordenação de segurança", escreveu Gantz no Twitter, pouco depois do anúncio do ministério sobre o encontro.
O ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al Sheikh, tuitou nesta quarta-feira que "Abbas se encontrou com Benny Gantz e a reunião abordou a importância de criar um horizonte político que leve a uma solução política de acordo com as resoluções internacionais".
Também discutiram as condições locais devido às "práticas dos colonos (israelenses) e a reunião abordou muitos temas de segurança, econômicos e humanitários".
Os participantes não revelaram o local da reunião, mas a imprensa israelense afirma que aconteceu na residência de Gantz em Rosh Haayin, no centro de Israel.
Depois da chegada ao poder em junho do governo de coalizão israelense liderado pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, vários ministros israelenses visitaram Abbas na Cisjordânia, sede da Autoridade Palestina.
Esta é a primeira vez desde 2010 que Abbas viaja a Israel para um encontro oficial com um integrante do governo do Estado hebreu.
Gantz informou ao interlocutor que tem a intenção de "seguir promovendo ações destinadas a reforçar a confiança em temas econômicos e civis, como foi decidido durante a última reunião entre ambos", afirma o comunicado.
"Os dois discutiram questões de segurança e civis", completa o texto.
- Críticas do Likud e Hamas -
Gantz visitou em agosto a sede da Autoridade Palestina para conversar com Abbas, no primeiro encontro oficial deste nível em vários anos.
Mas após o encontro, o primeiro-ministro israelense Bennett declarou que não há um processo de paz em andamento com os palestinos e que "não haverá".
O partido Likud (direita) criticou o encontro em um comunicado e afirmou que "é apenas questão de tempo para que sejam feitas concessões perigosas para a segurança de Israel".
"O governo israelense-palestino colocou na agenda os palestinos e Abbas. É perigoso para Israel", afirmou o Likud.
O movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza - que está sob bloqueio israelense - também criticou a reunião, por considera que se afasta do "espírito nacional de nosso povo palestino".
"Este comportamento da direção da Autoridade Palestina agrava a divisão política palestina, complica a situação palestina, estimula alguns na região que desejam normalizar (as relações) com o ocupante e enfraquece a posição palestina que rejeita a normalização com Israel", afirmou o porta-voz do Hamas, Hazem Qasem, em um comunicado.