SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio das secretarias de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicação, estão desenvolvendo projetos e campanhas com objetivo de alertar a população para os riscos de incêndios e queimadas, muito recorrentes neste período do ano.
A Secretaria de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (SMMACTI) elaborou um mapa de calor com objetivo de identificar as regiões da cidade onde ocorre maior número de queimadas e incêndios. Essa ação tem objetivo de verificar se existe um padrão de distribuição de focos de calor. Este mapeamento é realizado anualmente com base nos dados de imagens de satélites, contidos no banco de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O método de elaboração é baseado na instrução normativa do Programa de Gestão Ambiental da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o Programa Município Verde Azul na diretiva sobre qualidade do ar.
A Secretaria do Meio Ambiente de São Carlos também tem realizado reuniões com o Ministério Público, Corpo de Bombeiros, CETESB, Defesa Civil e demais secretarias com objetivo de desenvolver um programa de formação de brigadas voluntárias. “O objetivo é que as associações de bairro, munícipes e coletivos ligados à temática ambiental, passem por um treinamento e possam colaborar tanto com medidas de prevenção, como de primeiras ações de controle de incêndio e possam comunicar de forma eficiente as instituições como Bombeiro e Defesa Civil”, ressalta Daniel Caiche, Engenheiro Florestal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação.
Mateus de Aquino, secretário de Comunicação, fala da campanha publicitária desenvolvida por sua pasta em articulação com outras instituições. “Participamos de reuniões virtuais com vários parceiros e o Promotor do Meio Ambiente Flávio Okamoto, e após essas discussões propomos uma campanha de prevenção as queimadas, mas de forma integrada e não isolada, desta forma lançamos “Não provoque o seu Fagulha” com objetivo de alertar a população para os riscos de incêndios e queimadas”, relata o secretário.
O engenheiro Daniel Caiche também chama a atenção para a importância de diferenciar queimada de incêndio florestal. Queimada é a prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo para fins de agricultura, renovar as pastagens e ou controle fitossanitário e pesquisa. Deve ser autorizada pelo Ibama, CETESB ou órgão competente e deve ser feita em condições controladas, que permitam que o fogo se mantenha confinado à área determinada. Já incêndio florestal é o fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem (intencional ou negligência), quanto por uma causa natural, como os raios solares. “Na nossa região através de relatórios da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, a maior parte dos incêndios ocorre por ação realizada pelo homem, conhecida como causa antrópica, sendo a maior parte por motivos de negligência”, explica Caiche.
A ocorrência tanto de queimadas irregulares como de incêndios piora muito a vida nas cidades com a emissão de material particulado, poluentes e gases de efeito estufa. Um efeito direto no ecossistema urbano e Peri urbano é o efeito de perda de biodiversidade, da flora, fauna e no próprio solo. Somente nos sete primeiros meses do ano de 2021, o Corpo de Bombeiros de São Carlos registrou 320 ocorrências de incêndio em diferentes tipos de vegetação espalhada nas quatro regiões da cidade.
Em relação a qualidade do ar, estudos do Instituto de Estudos Avançados de São Paulo da USP (IEA-USP) têm demonstrado que esse material particulado em suspensão, prejudica não só o sistema respiratório que já sofre nesse período de estiagem típico da nossa região, mas que também têm influência em pessoas que tem complicações cardiovasculares, pessoas que já sofreram infarto ou AVC’s com impactos no sistema de saúde pública como aumento no número de internações e complicações súbitas como a Faculdade de Medicina de São Paulo tem constatado.