SÃO CARLOS/SP - Tá na hora de colocar os pingos nos “is” então, vamos lá! Veja o que está por vir caso nada mude:
O tempo do Q.I. (quem indica) pode voltar e ao invés de profissionais com formação profissional e qualificados, voltaremos a ter os funcionários fantasmas aos montes nos órgãos públicos.
Se a economia não melhorar, se a arrecadação não normalizar os abutres de plantão vão agir bem rápido pra voltar a fazer dos órgãos públicos cabides de emprego de funcionários fantasmas.
A desculpa legal vai ser a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Primeiro vão colocar a população contra o funcionário público concursado: A população, sem conseguir tirar o seu sustento honestamente, pode não entender por que o funcionário tem o seu salário garantido se ele não está trabalhando de fato. Na verdade, é difícil mesmo digerir isso quando se tem um filho passando fome, quando chega a ordem de despejo por falta de pagamento de aluguel... Todo mundo tem que poder trabalhar e sustentar a sua família com dignidade, através do trabalho. Tem muita gente que não engole o home office, outros poucos defendem com unhas e dentes esta forma de gestão.
Aí vão fazer com que o funcionário concursado perca o interesse em ficar no emprego. Quanto mais pedir a conta é melhor afinal, o que interessa aos abutres são as vagas disponíveis pra colocar quem interessa pra eles. Tirar benefícios dos funcionários, fazer com que fiquem endividados, desmotivados é a melhor forma de fazer com que peçam a conta então, dá-lhe bordoada!
Com o discurso de defender a sociedade, aparecerão os que vão defender o fim da estabilidade de emprego dos funcionários, mas na verdade, desde já só estão de olho é nas muitas possibilidades de vagas pra encher de novo os órgãos públicos com os seus cabides de emprego e seus “apadrinhados políticos”. Voltaremos ao tempo dos funcionários fantasmas.
Há quem torça pra que os funcionários públicos percam a estabilidade afinal, tá de olho naquela vaga e tem um padrinho político influente que vai colocar ele lá dentro e muito provavelmente, estes surgirão na calada da noite, após reuniões sinistras aqui e acolá, como suposta “liderança popular”.
A população só tem a perder com isso.
A população perde aquele médico que atende com atenção os seus pacientes e que os conhece pelo nome. Perde aquele Guarda Municipal que trabalha respeitando o direito dos outros sem deixar de cumprir o seu dever. Perde aquele gestor que quer cumprir prazos pra não perder verbas carimbadas, apesar de o projeto ter iniciado por outra gestão.
Como foi dito antes, o desenho está traçado: Primeiro, colocarão a população contra o funcionário público concursado, depois, com falsas promessas, sem que a população perceba, estarão de volta os velhos cabides de emprego e os funcionários fantasmas também.
Isto não é uma ação desta ou daquela gestão. É da velha forma de fazer política que desde sempre usou de politicagem para garantir o seu ganha pão sem sequer pensar que na verdade, ocupar um cargo político é uma oportunidade de servir.
Depois não diz que ninguém avisou afinal, nesse dedinho de prosa, a gente falou.
Escrito por: Elaine La Serra é funcionária pública municipal, técnica em segurança do trabalho, mãe, esposa, sensível à causa animal e adora um dedinho de prosa.