SÃO CARLOS/SP - Um assunto amplamente divulgado neste mês refere-se à Campanha “Novembro Azul”, que visa chamar a atenção sobre os cuidados com a saúde masculina, nos mais variados aspectos.
Mas será que os homens estão preocupados com sua saúde e bem-estar ou ainda existe preconceito com alguns procedimentos? Se analisarmos a área da beleza masculina, por exemplo, é possível constatar um aumento significativo do número de cirurgias plásticas realizadas pelos homens:
Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) revela que em 5 anos, a busca de homens por procedimentos cirúrgicos quadruplicou no Brasil, passando de 72 mil para 276 mil ao ano; uma média de 31,5 procedimentos por hora.
Segundo o cirurgião plástico e membro titular da SBCP, Daniel Sundfeld Spiga Real, o grande desenvolvimento da informação e tecnologia fez com que os homens percebessem que podem buscar cuidados com a saúde sem prejudicar seu trabalho e demais atividades. Isso fez com que os mesmos não se sentissem mais julgados por padrões culturais. “Essa tendência está fazendo com que cada vez mais homens prezem pela saúde e bem-estar, aumentando o interesse pelos mais diversos procedimentos, tanto os minimamente invasivos como os cirúrgicos”, destaca.
Para o cirurgião plástico, a maioria dos homens que busca procedimentos prefere a discrição, embora alguns tenham se rendido aos aplicativos de rede sociais e exponham seus resultados. “Esse público busca, principalmente, o tratamento para o câncer de pele não melanoma, o tipo que mais afeta homens e mulheres. Paralelo a isso, transplante capilar, cirurgia para ginecomastia, que é o crescimento das mamas, rinoplastia (estrutura nasal), otoplastia (orelhas) e lipoaspiração para definição da musculatura também têm alta procura”, enumera.
Dr. Daniel Sundfeld enfatiza que antes de optar por uma cirurgia plástica, o homem deve alinhar com o médico suas expectativas com as reais possibilidades do procedimento desejado. “Não podemos deixar de mencionar a necessidade de procurar por um profissional capacitado, ético e com registro de especialidade no Conselho Federal de Medicina, bem como de manter hábitos de vida saudáveis, incluindo boa alimentação e a prática de exercícios físicos”, resume.
Por fim, o cirurgião plástico salienta que existem algumas peculiaridades nos procedimentos realizados nos homens: “As características masculinas não devem ser modificadas, pois isso traz grandes traumas e frustrações aos pacientes. Sendo assim, é preciso redobrar a atenção na escolha do profissional. Sem a capacitação e a experiência adequadas existe uma grande chance de frustração, principalmente pelo fato da feição ficar feminilizada”, conclui.