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Sesc São Carlos apresenta “Os MeQueTreFe”, novo espetáculo de palhaços do grupo Parlapatões

Escrito por  Jan 10, 2022

Com roteiro de Hugo Possolo e direção de Alvaro Assad, a nova montagem dos Parlapatões, traz quatro palhaços vivendo um longo e divertido dia. 

 

SÃO CARLOS/SP - O Sesc São Carlos recebe, no Teatro, o espetáculo “Os MeQueTreFe” do grupo Parlapatões, no dia 14 de janeiro, sexta, às 20h, com venda de ingressos com valores a partir de R$ 15,00. 

A inspiração de Os Mequetrefe foi a obra do inglês Edward Lear, ilustrador e poeta inglês, que criou o termo nonsense. Os Parlapatões convidaram o diretor Alvaro Assad, da carioca Cia. Etc e Tal e que dirigiu A Noite dos Palhaços Mudos (Cia. La Mínima) para dirigir o roteiro elaborado por Hugo Possolo, visando promover um intercâmbio artístico entre dois grupos que trabalham o cômico em vertentes diferentes, a mímica e a palhaçaria. 

Em Os Mequetrefe quatro palhaços que, não por acaso, se chamam Dias, vivem a jornada de um longo e divertido dia. Do despertar à hora de ir dormir, revelam como a desconstrução da lógica cotidiana pode abrir espaço para outras maneiras de encarar a vida. Vivendo situações bem comuns esses cidadãos nada comuns provocam uma série de confusões tão hilárias quanto poéticas.  

Da maneira como acordam, passando pelo jeito como se vestem para ir trabalhar, eles encaram essa aventura através do dia de maneira cômica. Depois de acordar, os Dias pegam o ônibus, que irá se transformar em tudo que pode levar gente, seja navio ou trem, para simplesmente irem ao trabalho, e assim manipulam objetos de cena de maneira lúdica, sempre carregados de um humor provocativo. Seja no trabalho, onde todos seus colegas são seres absolutamente estranhos, ou seja, no final do dia, quando a televisão despeja imagens violentas sobre todos, esses palhaços retiram de suas hipérboles sua comicidade e seu lirismo. 

As poesias e pinturas de Edward Lear, criador da expressão em seu Livro do Nonsense, bem como características visuais e verbais do Futurismo e do Dadaísmo, levou a pesquisa do grupo redimensionar os elementos da palhaçaria visando criar cenas em que a desconstrução da lógica, já presente da essência dos palhaços, pudesse ganhar dimensão lírica. Para o diretor Alvaro Assad Os Mequetrefe vai além de seu ponto de partida de reunindo palhaços em torno do nonsense, para ganhar outra potência, afinal busca na desconstrução da lógica uma visão com a qual o público se identifique.  

Nos dicionários Mequetrefe é definido um insulto a uma pessoa e seu significado pode ser utilizado de três maneiras distintas: intrometido, trapaceiro ou sem importância. Para Hugo Possolo “esses três sentidos estão presentes em tudo que vivenciam os Dias, esses quatro palhaços que no fundo somos nós, os cidadãos, nos deparando com os absurdos do dia a dia.” 

Os figurinos evitam a caracterização dos palhaços clássicos para se voltar aos arquétipos da loucura, onde cada Dias tem sua especificidade e utilizam detalhes tão inúteis quanto deslocados da realidade. Assim como a cenografia que se apresenta como parte da narrativa, onde os elementos cotidianos se transformam constante pela leitura absurda que os palhaços lhes aplicam. A trilha sonora de Raul Teixeira mescla as referências mais típicas da arte da palhaçaria com uma sonoridade exótica que desconstrói a narrativa para apontar novas trajetórias à aventura. A iluminação de Assad e Reynaldo Thomaz marca a diferença entre os ambientes reais e os fantásticos nos quais os palhaços penetram a cada nova etapa da aventura. 

Parlapatões 

Há vinte e quatro anos os Parlapatões trabalham voltados para a comédia, utilizando técnicas circenses e de teatro de rua. Seus espetáculos circularam em diversas capitais do Brasil e desatacaram-se nos principais festivais internacionais: FILO (Londrina), FIT (Belo Horizonte) e Porto Alegre em Cena. 

Seus grandes sucessos são: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., atingiu mais de 50 mil espectadores; Sardanapalo, dois anos em cartaz e destaque no Festival de Edimburgo, Escócia; e U Fabuliô, representante oficial do Brasil na Expo 98, em Lisboa. Em 98, receberam o Grande Prêmio da Crítica APCA pelo evento Vamos Comer O Piolim. Ao completarem dez anos de trabalho, lançaram o livro Riso em Cena, do jornalista Valmir Santos.   

Suas últimas montagens foram As Nuvens e/ou um Deu$ Chamado Dinheiro, que estreou em 2003 no FTC (Curitiba); Prego na Testa, texto de Eric Bogosian adaptado e dirigido por Aimar Labaki, em 2005 e Vaca de Nariz Sutil, adaptação do romance de Campos de Carvalho, em 2008. 

Em 2009, estrearam o espetáculo O Papa e a Bruxa, texto inédito de Dario Fo no Brasil. Em 2010 estrearam Parapapá! Circo Musical! espetáculo infantil realizado em parceria com a Banda Paralela. Em 2011, em comemoração aos 20 anos do grupo, estrearam Ridículos, Ainda e Sempre, do poeta russo Daniil Karms, com adaptação de Hugo Possolo e Antônio Abujamra. Em 2012, remontaram seu grande sucesso, o espetáculo Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., texto do americano Adam Long, mantendo na nova montagem a tradução de Barbara Heliodora e a direção de Emílio Di Biasi. 

Em 2013, realizam quatro novas montagens: Parlapatões Revistam Angeli com direção de Hugo Possolo, trilha sonora de Branco Mello e desenhos de Angeli estreou no Festival de Curitiba, Festival de Peças de Um Minuto versão portuguesa com temporada realizada em Lisboa, o monólogo Eu Cão Eu com texto de Hugo Possolo e direção de Rodolfo García Vaz e o primeiro Molière da companhia: O Burguês Fidalgo com texto de Jean Baptiste- Molière e direção de Hugo Possolo.  

Em 2014, em parceria com a Ricca Produções e Reinecke Produções, estrearam a comédia A Besta, de David Hirson, direção de Alexandre Reinecke. Em 2015, estreiam o espetáculo circense Sala de Espelhos, roteiro e direção de Hugo Possolo. No mesmo ano, estreiam Até que deus é um ventilador de teto, texto de Hugo Possolo e direção de Pedro Granato. 

Paralelo às estreias e temporadas paulistanas, o grupo circula com seu repertório de espetáculos por todo o Brasil e pelo exterior. Mantém o Espaço Parlapatões no centro paulistano, conhecidos pela revitalização junto a outros teatros que promoveram da Praça Roosevelt. Recentemente, abriram o Galpão Parlapatões, espaço de ensaios e centro de treinamento circense.  

Álvaro Assad 

Álvaro Assad é diretor, ator e um cômico com especialidade gestual. Pesquisa e desenvolve sua técnica artística há 23 anos, tendo trabalhado e se aperfeiçoado na técnica gestual em 1991 com Luís de Lima (mímico português parceiro do mestre francês Marcel Marceau). Formado pela CAL - Casa das Artes de Laranjeiras, em 1994, junto com o falecido diretor vanguardista Marcio Vianna. Fundou, em 1993, o grupo carioca Centro Teatral e Etc e Tal, do qual é, gestor, diretor, ator e preparador mímico. Assina direção e roteiro de todos os espetáculos do Etc e Tal, dentre eles No Buraco, Fulano & Sicrano e O Maior Menor Espetáculo da Terra. Faz parte do Conselho Consultivo do CBTIJ - Assitej - Brasil e é também curador do Festival Anjos do Picadeiro, do Rio de Janeiro e do Festclown, de Brasília. Foi agraciado com prêmios de melhor ator e/ou diretor por sua atuação em Fulano & Sicrano em diversos festivais nacionais e indicado como ator no Prêmio Maria Clara Machado do ano de 2001 por sua atuação em Victor James. 

Em 2007 foi agraciado pelo Prêmio Newcomershow em Leipzig na Alemanha, no Festival de Variete Krystallpalast, apresentando o espetáculo No Buraco. 

No ano de 2008 foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro de SP pela direção de A Noite dos Palhaços Mudos e ao Prêmio Femsa Coca-Cola pelo mesmo espetáculo, nas categorias Melhor Direção e Melhor Adaptação. Indicado também ao Prêmio Bravo Prime pelo mesmo espetáculo. Laureado com o I Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro na categoria de Melhor Espetáculo. Em 2012, dirigiu e roteirizou o espetáculo A Fantástica Baleia Engolidora de Circos, da Cia. Frita e no mesmo ano assinou a Direção Mímica do espetáculo Mistero Buffo da Cia. LaMínima. Em 2014 foi agraciado com o Prêmio Especial Zilka Salaberry pelos 20 Anos de Teatro e Pesquisa Mímica com sua companhia Etc e Tal.

 

Serviço

Data: Dia 14 de janeiro, sexta-feira.  
Horário: 20h. 
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); R$ (15,00 meia); R$ (15,00 credencial plena). Lugares limitados 
Local: Unidade São Carlos – Av. Comendador Alfredo Maffei, 700 – Jd. Gibertoni – São Carlos – SP 
Mais informações pelo telefone: 3373-2333  ou em www.sescsp.org.br/saocarlos

Redação

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
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