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SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, por meio do Centro POP (Centro de Referência para População em Situação de Rua), em parceria com a entidade Divina Misericórdia, conveniada com a Prefeitura, está realizando a “Operação Frente Fria” para atender e acolher as pessoas em situação de rua.

Desde a previsão da entrada de uma frente fria na cidade, a Secretaria de Cidadania e Assistência Social intensificou as rondas realizadas em várias regiões da cidade para convidar os moradores em situação de rua a pernoitar na Casa de Passagem (antigo Albergue Noturno).

Desde o início da semana a Secretaria também realizou a distribuição de 400 cobertores para que os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) forneçam a pessoas em situação de vulnerabilidade, totalizando 200 cobertores. Outros 200 foram repassados para a Casa de Passagem e para o Centro POP.

“Durante as rondas as pessoas são abordadas, informadas sobre as vagas na Casa de Acolhimento, local onde podem fazer a higiene pessoal, dormir e se alimentar, porém para aquelas que não aceitam ir para o acolhimento, recebem cobertores”, explica Vanessa Soriano, secretária de Cidadania e Assistência Social, lembrando que as rondas são realizadas diariamente a partir das 17h.

O Centro POP, localizado na rua São Joaquim, 818, realiza o acolhimento e promove a inserção em atividades coordenadas por uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e educadores sociais. No POP, os moradores em situação de rua recebem o cartão do Bom Prato com todas as refeições inclusas, participam de cursos e capacitações, além de poder fazer a higiene pessoal e usar o guarda-volumes. A unidade funciona como ponto de apoio para pessoas que moram e/ou sobrevivem nas ruas. Quando a pessoa chega, o atendimento começa do zero. Muitas vezes estão sem documentação, higiene pessoal e alimentação. Quando tem família, o Centro POP tenta a aproximação. O horário de funcionamento é de segunda à sexta, das 8h às 17h. O telefone de contato é o (16) 3307- 4795.

Já a Casa de Passagem (Albergue) fica na rua Rotary Clube, 101, na Vila Marina. O telefone de contato é o 3361-1267.

EUA - A mudança climática pode alterar severamente a temperatura dos mares e oceanos, causando a extinção de grande parte das espécies encontradas neste ecossistemas. Apesar dessa frase se assemelhar à extinção do Ordoviciano-Siluriano que matou cerca de 85% das espécies marinhas há 440 milhões de anos ela também pode se referir a um período mais atual.

Isso porque um estudo da revista Science, publicado em abril de 2022, apontou que a emissão contínua de gases de efeito estufa pode significar um grande risco de extinção em massa para os animais marinhos. Esse risco se explica devido ao fato do aquecimento global ser responsável pelo aumento da temperatura dos oceanos e a redução do oxigênio nesses ecossistemas.

Os cientistas envolvidos no estudo fizeram uma projeção de como seria o futuro da biodiversidade marinha em diferentes cenários da mudança climática. Os estudiosos apontam que sem a redução das emissões, o impacto da mudança climática vai reduzir a vida marinha consideravelmente até o ano de 2100.

 

Estudo

Para realizar essa previsão, os envolvidos na pesquisa utilizaram informações fisiológicas existentes sobre as espécies marinhas atuais, e modelos de mudanças climáticas. Essa união de realidades fez com que os cientistas conseguissem prever como as mudanças nas condições de habitat vão afetar a sobrevivência de animais aquáticos na Terra.

Segundo os estudiosos, existe um padrão que dita o futuro da vida marinha. Esse padrão determina que toda a vez que a temperatura do mar aumenta, a quantidade de oxigênio nas águas diminui significativamente.

Animais marinhos que vivem em águas frias não têm o organismo preparado para sobreviver em oceanos quentes. Logo, as criaturas marinhas que vivem nos polos (Norte e Sul) seriam as primeiras eliminadas pela extinção em massa.

Como os níveis metabólicos de uma espécie aquática aumentam junto da temperatura, a demanda por oxigênio do organismo aumenta também. Logo, se o oxigênio disponível não for o suficiente para a espécie, ela pode mudar de habitat ou apenas se render à extinção.

Apesar das criaturas marinhas apresentarem mecanismos psicológicos que as ajudam a lidar com mudanças de ambiente, elas possuem um limite. Como dito anteriormente, as criaturas polares seriam as primeiras a morrer devido à indisponibilidade de regiões mais frias que os polos.

 

Como resolver

Depois delas, as espécies que se localizam nos trópicos se mudariam para os pólos e passariam a viver na região. Já os animais nativos de regiões de linha equatorial precisariam se mudar para os trópicos. Afinal, os oceanos da região equatorial já são conhecidos por serem quentes e com baixos níveis de oxigênio. Um agravamento nessa situação só tornaria a região equatorial um lugar impossível para a vida de alguns animais marinhos.

A maneira correta de evitar que o avanço do aquecimento global cause essa extinção em massa é trabalhando para reduzir as mudanças climáticas. Ou seja, se o planeta caminhar para um aumento de 2 graus Celsius, em vez de cinco, é possível reduzir o risco de extinção para cerca de 70%.

Para isso, pessoas, empresas e governos no mundo todo precisam se juntar para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a sociedade precisa lutar pelo fim de outros tipos de problemas que afetam a biodiversidade marinha, como a pesca predatória, a caça de animais e a poluição dos oceanos.

 

 

Equipe eCycle

EUA - Relatório publicado nesta semana pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que os impactos das mudanças climáticas estão sendo “muito mais rápidos” do que o previsto pelos cientistas, causando “perturbações perigosas e generalizadas na natureza”. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Especialistas em Mudanças Climáticas (IPCC), os esforços que estão sendo feitos no sentido de mitigar esses efeitos não são suficientes. E, como consequência, há efeitos danosos para a vida de bilhões de pessoas, em especial povos indígenas e comunidades locais.

“Tenho visto muitos relatórios científicos na minha vida, mas nada como isso”, disse o secretário-geral geral da ONU, António Guterres, logo ao abrir seu discurso, durante a entrevistas coletiva para divulgar o documento. “O relatório do IPCC apresentado hoje é um atlas do sofrimento humano e uma indagação sobre danos e sobre o destino de nossas lideranças climáticas. Fato a fato, esse relatório mostra que pessoas e planeta estão afetados pelas mudanças climáticas”, disse.

“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar”, acrescentou.

Segundo o presidente do IPCC, Hoesung Lee, “este relatório traz um sério alerta sobre as consequências da inação”, uma vez que mostra que as mudanças climáticas são uma “ameaça cada vez mais séria ao nosso bem-estar e à saúde do planeta”.

 

Injustiça climática

De acordo com a diretora do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, a mensagem que o relatório envia é clara: “mudanças climáticas já são nossos oponentes”. “As chuvas estão aí, prejudicando bilhões de pessoas”, disse.

“Temos visto destruições perigosas em todo o mundo natural. Espécies em migração vivem em condições mais vulneráveis, e há mortes ocorrendo por inundações causadas por tempestades”, disse ela, ao lembrar que, na última década, pessoas vulneráveis que vivem em países de menor desenvolvimento têm 15 vezes mais chances de morrer em decorrência de inundações, secas ou tempestades.

O risco, segundo a diretora da ONU, atinge particularmente povos indígenas e comunidades locais. “O nome disso é injustiça climática”, sentenciou, ao defender que o retorno à natureza é a melhor forma de a humanidade se adaptar e diminuir as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover empregos que potencializar economias.

“Temos a obrigação de dedicar pensamentos e fundos para transformar e adaptar os programas tendo a natureza em seu centro. A humanidade passou séculos tratando a natureza como seu pior inimigo. A verdade é que a natureza pode ser nossa salvação, mas apenas se nós a salvarmos primeiro”, completou.

O relatório destaca que, nas próximas duas décadas, o planeta enfrentará vários perigos climáticos inevitáveis, caso o aquecimento global chegue a 1,5°C. Alguns deles terão efeito irreversível. Os riscos são cada vez maiores e terão consequências para infraestruturas e para assentamentos costeiros de baixa altitude.

 

Financiamento, tecnologia e compromisso

O estudo alerta que, em algumas regiões, o “desenvolvimento resiliente ao clima será impossível”, caso o aquecimento global aumente mais de 2°C. Neste sentido, o levantamento destaca “a urgência de implementar a ação climática, com foco particular na igualdade e justiça”, o que implica em “financiamento adequado, transferência de tecnologia, compromisso político e parcerias que aumentem a eficácia da adaptação às mudanças climáticas e à redução de emissões”.

António Guterres lembrou que a ciência tem reiterado que o mundo precisa cortar 45% de suas emissões até 2030, para atingir zero emissão de gases até 2050. “No entanto, os atuais acordos indicam que as emissões vão aumentar em quase 14% durante esta década. Isso representa catástrofe, e vai destruir qualquer chance de mantermos vivos os compromissos”.

Ele acrescentou que os combustíveis fósseis têm grande responsabilidade nesse cenário, e criticou os países que têm descumprido acordos multilaterais sobre o tema. “A presente combinação global sobre [emissões de] energia está quebrada, e os combustíveis fosseis continuam causando danos, choques e crises econômicas, de segurança e geopolíticas”, disse.

“Agora é tempo de acelerar a transição energética para um futuro de energia renovável, porque combustível fóssil representa impasse para nosso planeta, para a humanidade e, sim, para as economias. A transição imediata para uma fonte renovável de energia é a único caminho para garantir a segurança energética, o acesso universal e para os empregos verdes que nosso mundo precisa”, acrescentou.

A adaptação, visando o uso amplo de energia limpa, não é algo barata, ainda mais no caso de países menos desenvolvidos. Tendo em vista essas dificuldades, Guterres convocou países desenvolvidos, bancos multilaterais de desenvolvimento, financeiras privadas e outras corporações a fazerem coalizões de forma a incentivar, desenvolver e dar acessos ao uso de energia limpa.

O levantamento da ONU cita relações diretas entre as mudanças climáticas e exposição de pessoas a situações de insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, bem como em pequenas ilhas e no Ártico.

 

Atraso é morte

“Precisamos ajudar países a se adaptarem às novas necessidades. Precisamos de dinheiro para salvar vidas, porque atraso é morte. Todos bancos multilaterais sabem o que precisa ser feito: trabalhar com governos para desenvolver caminhos para projetos visando a obtenção dos recursos públicos e privados necessários. Todo planeta precisa cumprir o acordado para conseguirmos, de fato, reduzir as emissões”, argumentou.

Guterres acrescentou que o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, precisa liderar esse caminho. “Caso contrário, a humanidade pagará um preço alto, com um número ainda maior de tragédias. Pessoas em todos lugares estão ansiosas e furiosas. Eu também. Agora precisamos transformar essa fúria em ação. Toda voz pode fazer diferença. E cada segundo conta”, concluiu.

 

 

 

RedeTV!

SÃO CARLOS/SP - Identificar oportunidades de pesquisas transnacionais visando à redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) e a melhoria da eficiência da produção dos sistemas de terras agrícolas. Essa foi a tônica da reunião anual do “Croplands Research Group (CRG)” - Grupo de Pesquisa de Terras Cultiváveis com Grãos - que reuniu, virtualmente, nesta quarta-feira (19), cerca de 40 cientistas de 19 países de quatro continentes.

 O CRG, que faz parte da Global Research Alliance on Agricultural Greenhouse Gases (GRA), trabalha em conjunto para encontrar maneiras de aumentar a produção de forma sustentável, limitando as perdas de carbono e nitrogênio para a atmosfera. Além disso, atua para transferir esse conhecimento e tecnologias associadas para agricultores, gestores de terras e formuladores de políticas em todo o mundo.

 Um dos cocoordenadores do grupo do CRG, o pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Ladislau Martin Neto, disse que as apresentações e discussões se concentraram nas atividades realizadas no escopo do grupo em 2021. Mas no âmbito dos aspectos científicos priorizou-se o que está se chamando de cobenefícios - são benefícios positivos relacionados à redução dos gases de efeito estufa.  Essa é uma meta do Plano Estratégico GRA para o período de 2021 a 2025.

 

Estratégias de mitigação

 “Os cobenefícos de mitigação podem servir para acelerar a adoção de práticas agrícolas inteligentes em relação ao clima”, enfatizou o físico Martin Neto que compartilha a cocoordenação do CGR com o pesquisador do Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS/USDA) dos Estados Unidos, Mark Liebig, e com a professora da Universidade de Santiago de Compostela, Espanha, Maria Rosa Mosquera Lousada.

 Segundo o pesquisador brasileiro, usando a estrutura de rede do Grupo de Pesquisa de Terras de Cultivo de Grãos, os participantes analisaram algumas estratégias de mitigação promissoras e cobenefícios associados às dimensões da biofísica, economia e humana.

 Entre elas, estratégias para não aumentar a quantidade de gases causadores do efeito estufa da atmosfera, como a neutralidade climática, com balanço de carbono neutro, dos sistemas de produção agropecuária em áreas sob manejos conservacionistas. O pesquisador explicou que, assim, é possível gerar situações de sequestro de C no solo, com o aumento do conteúdo da matéria orgânica do solo (MOS).

 

Contribuições brasileiras

 No âmbito brasileiro, alinhadas às decisões da COP 26, que ocorreu em Glasgow, Escócia, no ano passado, Martin Neto destacou na reunião as ações positivas do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+, para o período de 2020 – 2030.

 Com contínua e forte contribuição da Embrapa o plano, lançado no ano passado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) conta, nesta nova fase, com oito práticas conservacionistas elegíveis.  Fazem parte delas o plantio direto, sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta, bioinsumos, recuperação de pastagens degradadas, florestadas plantadas, terminação intensiva de bovinos, sistemas irrigados e manejo de resíduos animais.

  O pesquisador considera a participação nesses fóruns muito relevantes, porque além de apresentarem oportunidades de cooperação científica, cria condições para divulgar, com clareza e ênfase, internacionalmente a agenda positiva da Embrapa e do agro brasileiro, inclusive, no tema de mudanças climáticas.

 “Em 2021, por exemplo, sob a liderança da pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Beata Madari, foi aprovado projeto de cooperação internacional no tema, com financiamento do governo da Nova Zelândia, onde existe um Ministério de Mudanças Climáticas, e que sedia a Secretaria da GRA”, lembrou o cocoordenador.

 O professor da Kansas State University (EU), Charles Rice, ao introduzir o tema cobenefícos, apresentou resultados de pesquisas, incluindo várias realizadas no Brasil. Entre elas, os sistemas de plantio direto e sistemas integrados. Rice, a convite de Martin Neto, visitou as unidades da Embrapa em São Carlos – Instrumentação e Pecuária Sudeste – em 2018, bem como mantém cooperação com algumas universidades brasileiras. 

EUA - Todos nós sabemos que os efeitos da mudança climática causada pelos seres humanos podem nos levar à extinção. Mas imagine se isso fosse dito por alguém que realmente conhece a extinção? Foi o que o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) pensou através da campanha “Don’t Choose Extinction” (Não escolha a extinção, em tradução literal), estrelada por um dinossauro e dublada por Jack Black.

Em ‘Don’t Choose Extinction’, dinossauro ironiza humanidade e critica o uso de combustíveis fósseis, atentando para a possibilidade de extinção.

Em um vídeo que poderia até ter um tom engraçado, mas é triste. Um dinossauro entra no prédio da Assembleia Geral da ONU, em Nova York e assusta a todos. Mas a parte mais horripilante de seu discurso é quando o dinossauro revela que, ao contrário desses animais extintos, nós estamos financiando o fim de nossa existência.

“Escutem todos: eu sei uma coisa ou outra sobre extinção, e deixe-me dizer a vocês… e vocês meio que acham que isso é o óbvio: ser extinto é uma coisa ruim. E levar vocês próprios à extinção? Em 70 milhões de anos, essa é a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Pelo menos nós tivemos um asteroide. Qual é a desculpa de vocês?”, pergunta o dinossauro com a voz de Jack Black.

“Imaginem se durante milhões de anos tivéssemos subsidiado meteoros gigantes? É o que vocês estão fazendo agora!”, ironiza o gigante.

Veja o vídeo com legendas em português:

 

O vídeo, lançado dias antes da reunião do G20, reunião dos líderes mundiais que, nesse ano, teve como foco a questão climática, acabou viralizando nas redes sociais e mostrando que estamos, definitivamente, seguindo pelo caminho errado como humanidade.

 

 

Redação Hypeness

ESCÓCIA - A conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na Escócia terminou com um acordo global que busca pelo menos manter viva a esperança de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius e, portanto, uma chance realista de salvar o mundo das catastróficas mudanças climáticas.

Alok Sharma, presidente da conferência, bateu o martelo para sinalizar que não houve objeções decisivas das quase 200 delegações nacionais presentes em Glasgow. As delegações incluem desde superpotência alimentadas a carvão e gás a produtores de petróleo e ilhas do Pacífico, que estão sendo engolidas pela elevação do nível do mar.

Após revisão, o acordo foi aprovado, depois de uma mudança de última hora no texto em relação ao carvão, o que provocou reclamações de países vulneráveis quer queriam um comunicado mais definitivo sobre subsídios a combustíveis fósseis.

Depois de uma mudança de última hora na linguagem em torno do carvão, com a Índia sugerindo substituir a palavra "eliminar" por "reduzir", Sharma sinalizou que o texto foi aprovado.

O acordo é o resultado de duas semanas de negociações duras em Glasgow, que foram estendidas por um dia para equilibrar as demandas de nações vulneráveis ao clima, grandes potências industriais e países em que o consumo ou exportação de combustíveis fósseis é vital para o desenvolvimento econômico.

“Por favor, não se pergunte o que mais você pode querer, mas se pergunte o que é o suficiente”, disse Sharma aos delegados nas horas finais.

“E ainda mais importante - por favor, perguntem-se se, no fim das contas, esses textos funcionam para todas as pessoas e para nosso planeta”.

O objetivo geral da conferência, sediada pelo Reino Unido, era modesto demais, na opinião de ativistas do clima e países vulneráveis - manter a meta do Acordo de Paris de 2015 de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Um rascunho de acordo, que circulou no começo deste sábado, na prática reconheceu que os compromissos feitos até agora, para cortar as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta, não estão nem perto do suficiente. Também pediu que as nações façam promessas mais duras em relação ao clima no ano que vem, em vez de a cada cinco anos, como atualmente são obrigadas a fazer.

Cientistas dizem que um aquecimento acima de 1,5 grau Celsius geraria um crescimento extremo do nível do mar e catástrofes como secas, tempestades e incêndios muito piores do que as que o mundo está sofrendo neste momento.

Mas, até agora, as promessas dos países para cortar emissões de gases de efeito estufa - principalmente dióxido de carbono da queima de carvão, óleo e gás - limitariam o crescimento da temperatura global média em 2,4 graus Celsius.

No entanto, o rascunho deste sábado, publicado pela ONU, cobrou esforços para reduzir o uso de carvão e os enormes subsídios que governos ao redor do mundo dão ao petróleo, carvão e gás que alimentam fábricas e aquecem casas - o que nunca foi acordado em nenhuma outra conferência do clima.

A Índia, cujas demandas de energia são muito dependentes do carvão, fez objeções de última hora a essa parte do acordo.

Países em desenvolvimento argumentam que as nações ricas, cujo histórico de emissões é amplamente responsável por aquecer o planeta, precisam pagar mais para ajudá-los a se adaptar às consequências e também para reduzir suas pegadas de carbono.

 

 

 

*Reportagem adicional de William James, Simon Jessop, Richard Valdmanis e Kate Abnett

Por Elizabeth Piper, Valerie Volcovici e Jake Spring - Repórteres da Reuters

EUA - As mudanças climáticas podem impactar a produção de milho e trigo já em 2030, de acordo com pesquisadores da NASA. Um novo estudo da agência publicado na revista Nature Food disse que, em um cenário de altas emissões de gases de efeito estufa, a safra de milho deve cair 24% e o trigo pode ter um crescimento de cerca de 17%.

A NASA usou modelos avançados de clima e agricultura para encontrar a mudança nos rendimentos devido aos aumentos projetados nas temperaturas, mudanças no padrão de chuva e concentrações elevadas de dióxido de carbono na superfície das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem.

A equipe de cientistas usou as simulações do modelo climático do Climate Model Intercomparison Project-Phase 6 (CMIP6) internacional. Eles também usaram as simulações como dados para os modelos de cultivo global de última geração do Columbia Unversity, Agricultural Model Intercomparison and Improvement Project ( AgMIP ) 12.

Cada um dos cinco modelos climáticos CMIP6 usados ​​para este estudo executa sua própria resposta da atmosfera da Terra aos cenários de emissão de gases de efeito estufa ao longo do ano 2100 e os modelos de safra MgMIP simulam em grande escala como as safras crescem e respondem às condições ambientais.

Ao todo, a NASA criou cerca de 240 simulações de modelos de culturas climáticas globais para cada cultura.

Os pesquisadores examinaram as mudanças nas safras médias de longo prazo e introduziram uma nova estimativa de quando os impactos das mudanças climáticas surgirão, descobrindo que as projeções da soja e do arroz mostraram um declínio em algumas regiões, embora os modelos globais sejam diferentes.

EUA - A Terra está perdendo seu brilho. Essa não é uma metáfora, mas sim uma conclusão objetiva, um diagnóstico alcançado por uma nova pesquisa, que concluiu que o planeta está refletindo menos luz para o espaço ao longo dos últimos 20 anos. Publicado na revista científica Geophysical Research Letters, o estudo foi realizado por cientistas dos EUA e da Espanha a partir de dados coletados por satélites e pelo Observatório Solar Big Bear, da Califórnia, e calculou que a Terra reflete cerca de meio watt a menos de luz por metro quadrado do que refletia duas décadas atrás, em uma redução equivalente a cerca de 0,5% do total de sua refletância. A conclusão é semelhante a de outro estudo, de 2020, que concluiu que a Lua também está perdendo seu brilho.

“Albedo” é o termo para a quantidade de luz solar refletida pelo nosso planeta, que costuma corresponder a 30% de toda a luz recebida pela Terra. As explicações para o fenômeno de sua redução ainda estão sendo apontados como hipóteses, mas apontam para conclusões evidentes: como em todos os casos, superfícies claras refletem a luz, enquanto escuras absorvem e, assim, a redução, por exemplo, das superfícies de gelo dos polos, bem como das nuvens, interferem diretamente no albedo.

Apesar da pesquisa trabalhar com dados dos últimos 20 anos, boa parte da redução se concentra nos últimos 3 anos, após 17 anos de um quadro relativamente estável: a resposta, portanto, não está no Sol nem no espaço, mas sim na Terra, e especialmente na redução de nuvens em certas áreas do Oceano Pacífico. De acordo com Enric Pallé, um dos autores do estudo e pesquisador do Instituto de Astrofísica de Canárias e do Departamento de Astrofísica da Universidade La Laguna, na Espanha, os dados captados pela NASA confirmam que, além do derretimento do gelo, o aumento da temperatura do mar reduziu a quantidade de nuvens no oceano.

Segundo Pallé, é provável que a explicação esteja conectada com as mudanças climáticas, mas ainda não é possível concluir de forma inequívoca que não se trata de uma variação natural, até pelo recorte de 20 anos ser curto para isolar o fenômeno. De todo modo, a redução no albedo pode interferir diretamente na temperatura do planeta, pois provoca maior ou menor entrada da energia solar no planeta. Outra conclusão importante do estudo é de que a quantidade de luz refletida pelo planeta não é estável e constante, e pode alterar nossos cálculos sobre a emergência, bem como a capacidade de prever fenômenos meteorológicos e os próprios efeitos das mudanças climáticas no futuro.

 

 

 

Vitor Paiva / HYPENESS

SÃO CARLOS/SP - A Defesa Civil do Estado informa que, entre sexta-feira (15) e terça-feira (19), novas instabilidades irão avançar no Estado, provocando condições para chuvas fortes, contínuas e volumosas, seguidas por raios, ventos e granizo, em todo o Estado de São Paulo.

BRASÍLIA/DF - Mais de 370 milhões de indígenas vivem em todo o mundo e, para eles, espera-se que os impactos das mudanças climáticas sejam precoces e graves devido à sua localização em ambientes de alto risco.

Para enfrentar esses desafios, esses povos estão mobilizando seu conhecimento profundo dos territórios que são sua fonte de sustento há gerações. O conhecimento indígena opera em uma escala espacial e temporal muito mais precisa do que a ciência e inclui a compreensão de como lidar e se adaptar à variabilidade e tendências ambientais.

É por isso que pesquisadores defendem o uso dessa sabedoria no combate às mudanças climáticas. Intitulado como "Envolvendo a Transformação: Usando Rodadas Sazonais para Antecipar a Mudança Climática", ele deve ser publicado ainda neste mês na revista científica Human Ecology.

Quem está por trás do projeto é Karim-Aly Kassam, professor de Estudos Ambientais e Indígenas da Universidade Cornell, nos EUA. Em parceria com alunos e outros professores, o pesquisador se uniu a comunidades indígenas e rurais de todo o mundo para desenvolver calendários ecológicos que integram sistemas culturais locais com sistemas sazonais indicadores.

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