fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

LONDRES - Os bancos britânicos estão expostos a conflitos de interesses sobre o clima, uma vez que a maioria dos membros de seus conselhos administrativos tem ou teve vínculos com indústrias poluidoras, aponta um estudo do site investigativo DeSmog divulgado na terça-feira.

Esses conflitos de interesses afetam 80% dos administradores, ou 50 dos 64 dos cinco principais bancos do país, como Barclays, HSBC, NatWest, Lloyds e Standard Chartered, segundo o comunicado. O DeSmog estima que esses executivos mantêm ou mantiveram laços fortes com as indústrias mais poluidoras ou as apoiam financeiramente, seja como administradores, assessores ou funcionários.

O estudo considera que essa situação pode ser um obstáculo no momento de agir frente a crise climática. Uma quarta parte dos administradores de bancos estão ou estiveram relacionados com o setor de combustíveis fósseis.

No Barclays, Tushar Morzaria também é diretor do grupo petroleiro BP. No HSBC, José Antonio Meade é membro do conselho administrativo da empresa mexicana Kuribrena, envolvida na exploração de petróleo. No Lloyds, James Lupton possui ações da petroleira Shell e do grupo de mineração Rio Tinto.

Alguns executivos têm ligação com a indústria aérea. O presidente do conselho administrativo do NatWest, Howard Davies, presidiu uma comissão que apoiou o projeto polêmico de construção de uma terceira pista no aeroporto londrino de Heathrow.

Metade dos administradores de bancos britânicos tem ligação com outras instituições bancárias conhecidas por apoiarem a indústria poluidora, como as americanas Citigroup, Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan, e a suíça UBS. "Esses indivíduos passaram suas carreiras mergulhados nas normas e na ideologia dessas indústrias com fortes emissões de carbono. Cabe temer que essas experiências façam com que eles sejam coniventes com as organizações que alimentam a crise climática", ressaltou Rachel Sherrington, do DeSmog.

Relatórios recentes de ONGs afirmam que os bancos britânico continuaram financiando projetos muito poluidores, apesar de terem se comprometido a respeitar o acordo de Paris sobre o clima. HSBC e Barclays enfrentam a pressão de acionistas que apresentarão resoluções durante as próximas assembleias gerais para obrigá-los a deixar de financiar as energias fósseis.

"Como podemos esperar que aqueles que estão na direção de bancos como Barclays e HSBC tomem decisões difíceis, mas necessárias, sobre os combustíveis fósseis levando em conta seus laços estreitos com setores que dependem dos mesmos?", questiona Jeanne Martin, da ONG ShareAction, citada no comunicado.

 

 

*Por: AFP

Segundo o IBOPE, 77% dos brasileiros acreditam que ação humana é a maior responsável pelo aquecimento global

 

SÃO PAULO/SP - Na última quinta-feira (4), o instituto de pesquisas IBOPE Inteligência divulgou o relatório Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros, encomendado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio) em parceria com a Universidade de Yale dos EUA. A pesquisa de opinião se baseou em entrevistas feitas entrevistas com 2,6 mil pessoas entre setembro e outubro de 2020, com margem de erro de dois pontos percentuais. Os resultados revelam que a maioria dos cidadãos brasileiros se preocupa com as mudanças climáticas e com o meio ambiente.

Para 77% dos entrevistados, a proteção ao meio ambiente é mais importante do que o desenvolvimento econômico. Quase a totalidade dos participantes (98%) afirmou já ter ouvido falar das queimadas na Amazônia e, para 84%, elas prejudicam a imagem do Brasil no exterior.

A maioria esmagadora dos entrevistados (92%) acredita que o aquecimento global está de fato acontecendo e 78% consideram a questão muito importante. A ação humana é apontada como a principal causa do fenômeno por 77% dos brasileiros.

Além disso, 61% dos participantes se dizem muito preocupados com o meio ambiente atualmente. No entanto, apenas 25% afirmaram saber profundamente sobre as mudanças climáticas. Somente 17% já chegaram a participar de manifestações ou abaixo-assinados sobre o tema. Por outro lado, a maioria dos entrevistados (88%%) acredita que que o aquecimento global pode prejudicar muito as gerações futuras.

A pesquisa foi realizada pelo IBOPE Inteligência com 2.600 entrevistados, maiores de 18 anos, das cinco regiões do Brasil, entre os dias 24 de setembro a 16 de outubro de 2020. As entrevistas foram realizadas por telefone com apoio de questionário eletrônico, no sistema C.A.T.I (Computer Assisted Telephone Interview).

A amostra da pesquisa é representativa da população brasileira com 18 anos ou mais e garante a leitura independente dos resultados por região geográfica do Brasil. A margem de erro do estudo é de 2 pontos percentuais para os resultados pelo total da amostra, considerando um nível de confiança de 95%.

 

 

Fonte: Mudanças climáticas na percepção dos brasileiros

*Por: Equipe eCycle

MUNDO - Com todo seu tamanho e exuberância, as baleias são seres que despertam a nossa atenção e curiosidade. Agora, ver uma baleia encalhada na praia é ainda mais chocante.

Se por um lado já é suficientemente impressionante ver um ser tão maravilhoso sem vida fora da água, as baleias podem fazer coisas curiosas, como explodir.

Agora, uma rara observação é sobre a oportunidade perdida de sequestro de carbono.

Baleias são importantes reservas de carbono

Baleias podem esfriar a Terra?

As baleias, principalmente as de barbatanas e cachalotes, estão entre as maiores criaturas da Terra. Seus imensos corpos guardam importantes reservas de carbono e sua presença no oceano é capaz de moldar os ecossistemas ao seu redor.

Algo que passamos a entender – e apreciar devidamente – é que esses mamíferos marinhos também estão ajudando a determinar a temperatura do planeta.

“Em terra, os humanos influenciam diretamente o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres por meio da extração de madeira e da queima de florestas e pastagens”, de acordo com um artigo científico de 2010. “No oceano aberto, o ciclo do carbono é considerado livre de influências humanas diretas.”

O carbono armazenado em seus corpos é transferido para o fundo do mar

Por outro lado, essa suposição não leva em consideração o impacto surpreendente da caça às baleias.

Os humanos caçaram baleias durante séculos para usar da carne ao óleo desses animais. O registro mais antigo de caça comercial à baleia foi em 1000 dC. Desde então, dezenas de milhões de baleias foram mortas e os especialistas acreditam que as populações podem ter tido uma redução de 66% e 90%.

As baleias e o carbono

Quando as baleias morrem, elas afundam no fundo do oceano – e todo o carbono armazenado em seus enormes corpos é transferido das águas superficiais para o fundo do mar, onde permanece por séculos ou mais.

Neste mesmo estudo de 2010, os cientistas descobriram que antes da caça industrial, as populações de baleias (exceto as cachalotes) teriam afundado entre 190 mil a 1,9 milhões de toneladas de carbono por ano no fundo do oceano – o que é o equivalente a tirar entre 40 mil e 410 mil carros fora de circulação a cada ano.

Mas quando a carcaça não vai parar no fundo do mar e sim é retirada da água e processada, esse carbono é liberado na atmosfera.

Andrew Pershing, um cientista marinho da Universidade do Maine e autor desse estudo, estima que, ao longo do século 20, a caça às baleias adicionou cerca de 70 milhões de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera.

“É muito, mas 15 milhões de carros fazem isso em um único ano. Os EUA têm atualmente 236 milhões de carros”, afirma.

A importância das baleias

Mas as baleias não são valiosas apenas na morte. As marés de excrementos que esses mamíferos produzem também são surpreendentemente relevantes para o clima.

Elas se alimentam nas profundezas do oceano e depois voltam à superfície para respirar e fazer cocô. Suas fezes ricas em ferro criam as condições de crescimento perfeitas para o fitoplâncton.

O fitoplâncton tem enorme influência na atmosfera do planeta

Essas criaturas podem ser microscópicas, mas, em conjunto, o fitoplâncton tem enorme influência na atmosfera do planeta, capturando cerca de 40% de todo o CO2 produzido – quatro vezes a quantidade capturada pela floresta amazônica.

“Precisamos pensar na caça às baleias como uma tragédia que removeu uma enorme bomba de carbono orgânico do oceano que teria um efeito multiplicador muito maior na produtividade do fitoplâncton e na capacidade do oceano de absorver carbono”, disse Vicki James, gerente de políticas na Whale and Dolphin Conservation (WDC).

As baleias desaparecidas no oceano também tiveram alguns impactos inesperados.

Com o declínio das populações de baleias, as orcas passaram a se alimentar de mamíferos marinhos menores, como lontras marinhas. As lontras posteriormente diminuíram, levando à disseminação dos ouriços-do-mar, que devastam as florestas de algas ao redor do Atlântico Norte – com um efeito cascata no sequestro de carbono marinho.

O que isso significa é que recuperar as populações de baleias pode ser uma ferramenta importante no combate à mudança climática, ajudando a reduzir o enorme volume de CO2 emitido por combustíveis fósseis a cada ano.

Reduzir o CO2

Existem várias outras propostas de como conseguir essa redução, incluindo o plantio de árvores e o estímulo à floração do fitoplâncton por meio da adição de ferro ao oceano.

Mas o plantio de árvores requer um recurso escasso: terras terrestres, que como vemos muito popularmente aqui no Brasil, tem mais valor para o governo quando são devastadas e convertidas em pasto.

A beleza de restaurar as populações de baleias é que há muito espaço no oceano.

As plumas resultantes de cocô de baleia também aumentariam consideravelmente o potencial de fertilização do oceano com ferro. Seriam necessárias 200 florações bem-sucedidas por ano para corresponder ao potencial de uma população de baleias totalmente restaurada, de acordo com o estudo de Pershing.

E, ao contrário de técnicas de geoengenharia arriscadas, os benefícios não seriam apenas para o clima, mas para todo o ecossistema.

“As carcaças de baleias fornecem um habitat único para espécies de águas profundas. A pesquisa mostrou que um único esqueleto pode fornecer alimento e habitat para até 200 espécies durante os estágios finais de decomposição”, diz James do WDC.

Proteção das baleias em dólares

Em 2019, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório analisando os benefícios de colocar as baleias de volta no oceano. E eles fizeram isso de uma forma que os políticos entenderiam: colocando um valor em dólares nisso.

Este estudo descobriu que, quando você soma o valor do carbono sequestrado por uma baleia durante sua vida, ao lado de outros benefícios como melhores pescarias e ecoturismo, a baleia grande vale em média mais de 2 milhões de dólares.

Os economistas responsáveis ​​pelo estudo agora estão trabalhando em um projeto para transformar essa etiqueta de preço da teoria em realidade, por meio da compensação de carbono.

A ideia é persuadir os emissores de carbono a pagar uma certa quantia para proteger as populações de baleias, em vez de investir na redução de suas próprias emissões, ajudando-as a obter uma pegada de carbono neutra.

“O que você está fazendo é valorizar o serviço prestado pelas baleias, porque elas estão sequestrando dióxido de carbono”, diz Thomas Cosimano, um dos economistas que é coautor do artigo do FMI.

“Isso não significa que as baleias não estejam fazendo outras coisas. Este é apenas um ponto de referência que podemos usar para estabelecer um limite mínimo de qual seria o valor de uma baleia.”

É um esquema complicado, mas não está além das possibilidades: a equipe tem trabalhado em uma abordagem semelhante baseada no mercado de carbono para proteger elefantes de caçadores ilegais nas florestas tropicais centrais da África, que deve ser implementada pelo final do ano.

Uma instituição de caridade chilena chamada Fundación MERI já está descobrindo as bases para um mercado de carbono baseado em baleias, instalando bóias acústicas de alerta precoce que irão monitorar a localização das baleias e gerar rotas alternativas para os navios.

Acredita-se que seja o primeiro projeto do mundo para proteger as baleias em troca do armazenamento de carbono que elas fornecem.

O estudo do FMI conclui que a proteção das baleias deve agora se tornar uma prioridade no esforço global para enfrentar a mudança climática.

“Uma vez que o papel das baleias é insubstituível na mitigação e construção de resiliência às mudanças climáticas, sua sobrevivência deve ser integrada aos objetivos dos 190 países que em 2015 assinaram o Acordo de Paris para o combate ao risco climático”, escrevem os autores.

Ainda neste ano, a conferência climática da ONU acontecerá na Escócia, um país cujas costas costumam hospedar espécies como baleias-minke (ou baleia-anã) e jubarte. Com um mercado de carbono para baleias agora uma possibilidade real, talvez seja hora de colocar essas criaturas na agenda.

 

 

*Por: Gabriela Rassy / Hypeness

Cinco anos após líderes mundiais concordarem com plano histórico para limitar o aquecimento global, as emissões de CO2 continuam altas. Mas movimento climático global está ganhando força.

 

MUNDO - Conseguir que 195 países concordassem com um plano comum para enfrentar as mudanças climáticas não foi uma tarefa fácil.

As negociações na Conferência do Clima da ONU no final de 2015 foram prorrogadas, às vezes até ameaçando um fracasso à medida que interesses concorrentes disputavam influência. O acordo final, alcançado em 12 de dezembro, foi saudado como um grande passo nos esforços mundiais para limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2 graus Celsius.

"Foi um momento verdadeiramente transformador e alegre. As pessoas estavam literalmente chorando de alegria nos corredores, pessoas de todo o mundo se abraçando", lembra Rachel Cleetus, diretora de políticas para clima e energia do grupo americano Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados), que estava em Paris na época. "Foi um momento de reconhecimento de que os países podem de fato se erguer acima de seus estreitos interesses próprios e trabalhar pelo bem comum global.

Cinco anos depois, a Conferência do Clima de 2020 em Glasgow deveria avançar nas ambições do Acordo de Paris, ajudar os países a adotar estratégias de emissões líquidas zero e desenvolver iniciativas para mitigar os efeitos da perturbação climática. Era para ser "um ano crucial para a forma como lidamos com as mudanças climáticas", disse em março o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Mas a pandemia global de covid-19 colocou tudo isso em ritmo de espera. A conferência em Glasgow foi cancelada e substituída por um evento virtual em escala reduzida que começa neste sábado. As prioridades mudaram, à medida que as nações lutam para equilibrar suas economias. E as emissões de gases de efeito estufa continuam subindo, mesmo apesar de uma ligeira queda durante a desaceleração provocada pelo coronavírus no início deste ano.

 

Emissões de CO2 ainda em alta

"Em 2015, havia muita esperança de que este seria um verdadeiro ponto de virada, mas certamente não conseguimos dobrar drasticamente a curva de emissões global", diz Cleetus. "E, enquanto isso, estamos observando os impactos do clima se desdobrarem ao nosso redor de modo terrível.

"O mais recente Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas, que avalia o desempenho de proteção climática dos 57 países responsáveis ​​por 90% das emissões mundiais de CO2, junto com a UE, descobriu que nenhum país está fazendo o suficiente para manter sob controle o aquecimento global. E, de acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões, divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o mundo ainda está a caminho de ver as temperaturas médias globais subirem acima de 3 graus Celsius até 2100.

"Claramente, não cumprimos a promessa de Paris", afirma Cleetus. "Isso não é culpa do acordo em si, que continua sendo uma estrutura muito, muito poderosa e ilumina o caminho até onde precisamos ir. Mas o que está faltando é ação."

 

"Prioridade na agenda global"

Apesar da inação, alguns especialistas acreditam que o mundo pode estar perto de superar as dificuldades. Promessas recentes dos maiores emissores de carbono do mundo colocaram a meta de Paris, de limitar o aquecimento a 1,5 Celsius, "a uma distância que pode ser alcançada", de acordo com a última avaliação do Climate Action Tracker (CAT), uma análise científica independente feita por duas organizações de pesquisa alemãs.

"Está claro que o Acordo de Paris está impulsionando a ação climática", afirmou o CAT em um comunicado divulgado no início desta semana, apontando que a transição para uma sociedade de emissão zero está em andamento, alertando, no entanto, que metas mais fortes para 2030 ainda são necessárias – além de planos detalhados para garantir que essas metas sejam realmente cumpridas.

Os líderes da UE reunidos em Bruxelas nesta semana deram um passo nessa direção, com os 27 Estados-membros concordando com uma meta obrigatória de cortar as emissões em pelo menos 55% até 2030, após meses de negociações difíceis.

"Estamos em um ponto em que a mudança climática agora está firmemente registrada como prioridade máxima na agenda global", explica Cleetus. "Hoje ela é vista como uma ameaça econômica, além de ser uma ameaça ao planeta e aos ecossistemas". Ela diz que o Acordo de Paris foi a primeira vez que a conversa sobre o clima foi enquadrada pela transição para uma economia líquida zero, algo que influenciou os compromissos políticos e comerciais nos últimos cinco anos.

Mais de 110 países já se comprometeram a fazer a transição para uma economia neutra em carbono até meados do século, incluindo grandes emissores como a União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido. A China, o maior poluidor do mundo, prometeu atingir a meta até 2060, enquanto os Estados Unidos – sob a próxima administração de Biden – devem voltar a aderir ao Acordo de Paris e planejam fazer a mudança para emissão líquida zero até 2050.

"Esses anúncios são extremamente significativos no contexto geopolítico e no contexto climático, e acho que podem ser atribuídos em parte, e de maneira central, à arquitetura do Acordo de Paris", avalia Damon Jones, chefe de diplomacia climática no instituto Climate Analytics, em Colônia, se referindo ao ciclo de revisão de cinco anos do acordo, que exige que os países aprimorem constantemente suas metas de redução de emissões e assumam novos compromissos.

 

Financiamento ainda é "ponto delicado"

Mas tanto Cleetus quanto Jones enfatizam que a comunidade internacional ainda tem um longo caminho a percorrer para apoiar os esforços de mitigação e adaptação nas partes do mundo que lutam contra os efeitos devastadores das mudanças climáticas.

"A realidade é que esses impactos estão piorando a cada dia, e os Estados Unidos e outros países ricos se recusam a reconhecer as perdas e danos que estão infligindo ao resto do mundo", sublinha Cleetus. "Esta continua sendo uma das maiores injustiças nas negociações globais que ainda não foi tratada de forma adequada.

"No final de 2019, antes da Conferência do Clima da ONU em Madrid, mais de 150 organizações não governamentais assinaram uma carta aberta pedindo mais apoio aos sobreviventes de desastres climáticos nos países mais pobres. A situação só piorou no ano passado com a pandemia de covid-19.

"O financiamento do clima é sempre um ponto delicado", diz Jones, ambientalista que assessorou a ilha caribenha de Santa Lúcia durante as negociações em Paris. Ele afirma que houve progresso, incluindo 9,7 bilhões de dólares (R$ 49 bilhões) prometidos no final de 2019 para o Fundo Verde para o Clima, criado pela ONU em 2010 para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e responder melhor aos efeitos das mudanças climáticas.

"Mas certamente não está na escala do ritmo que é necessário ou esperado de muitos dos países no processo", acrescenta Jones.

 

Movimentos crescem desde 2015

Países e comunidades que tentam se adaptar às mudanças climáticas viram seus apelos serem amplificados por grupos de defesa internacional como Extinction Rebellion e Greve pelo Futuro (Fridays for Future). Liderados por uma geração de jovens politicamente engajados que sofrerão o impacto da mudança climática – incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, que fundou o movimento de greve climática juvenil aos 15 anos em 2018 –, esses grupos capitalizaram a mensagem urgente de salvação do clima do Acordo de Paris

"O Acordo de Paris foi na verdade uma das primeiras vezes em que vimos que o movimento climático global realmente está mostrando seu poder", frisa Cleetus, creditando ao movimento de base liderado por pequenas nações insulares e outros grupos de interesse a inclusão da meta de 1,5 grau no acordo.

A filial alemã da Fridays for Future, que marcou seu segundo aniversário nesta semana, fez parte dessa campanha. Lina Gobbelé, uma porta-voz de 18 anos do grupo com sede na cidade de Aachen, no oeste da Alemanha, diz à DW que nos últimos cinco anos "o movimento climático realmente começou a se firmar na sociedade, especialmente em 2019".

Aquele foi o ano em que a cruzada climática de Thunberg se espalhou pelo mundo, obtendo o apoio de outros grupos com interesses semelhantes. Tudo culminou em uma semana global de ação climática em setembro de 2019, onde cerca de 6 milhões de pessoas em mais de 150 países foram às ruas demandar ações para enfrentar as mudanças climáticas, combater a desigualdade social e construir uma economia global mais justa. "No dia 20 de setembro, havia um número incrível de pessoas conosco nas ruas", lembra Gobbelé.

Apesar dos reveses da inação política e da atual pandemia, Cleetus diz que os ativistas precisam se lembrar da grande conquista do acordo de 2015. "Temos que nos lembrar daquele momento, basta lembrar o que foi necessário para aquilo tudo. E estamos em um desses momentos agora, enquanto tentamos superar esta pandemia", afirma, acrescentando que a recuperação é a oportunidade perfeita para fazer a transição para um futuro de baixo carbono.

"O que precisamos ver na preparação para a COP26 em Glasgow no próximo ano é uma coalizão das principais nações emissoras, incluindo os EUA, a UE, a China e outros, disposta a colocar compromissos muito ambiciosos na mesa em termos de redução de emissões, e disposta a implementar as políticas em casa. É simples assim."

 

 

Autor: Martin Kuebler / DW.com

MUNDO - Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, chegaram a um acordo para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO²) em 55% até 2030, em relação aos níveis de 1990.

O acordo foi anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, depois de um longo debate que se prolongou durante a madrugada.

"A Europa é líder na luta contra as alterações climáticas. Decidimos reduzir as nossas emissões de gases de efeito de estufa pelo menos 55% até 2030", escreveu Michel em sua conta no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o acordo agora alcançado permite colocar a Europa “no caminho claro para a neutralidade climática em 2050”.

A nova meta visa a colocar a União Europeia (UE) no caminho certo para alcançar emissões zero até 2050, prazo que os cientistas defendem que o mundo deve cumprir para evitar os impactos mais catastróficos nas mudanças climáticas.

Para Bruxelas, o acordo oferece a possibilidade de a Europa afirmar a sua liderança climática no cenário global. A União Europeia vai apresentar sua meta numa reunião virtual de líderes mundiais das Nações Unidas neste sábado (12).

Em 2019, o Conselho Europeu já se tinha comprometido a atingir a neutralidade climática em 2050, tendo a Polônia - com mais de 75% de sua economia e cerca de 80 mil mineiros dependentes da indústria do carvão – se recusado assinar a declaração.

Os líderes dos 27 mantinham-se, no entanto, reticentes em aceitar a nova proposta da comissão de reduzir as emissões em 55% até 2030, substituindo a meta anteriormente estipulada na Lei Europeia do Clima que previa um corte de 40% das emissões.   

Já o Parlamento Europeu (PE) aumentou as ambições da comissão, pedindo um corte de 60% das emissões em 2030, na sessão plenária de outubro. Para os eurodeputados, essa é a única maneira de a União Europeia “estar em linha com a ciência”.

O acordo vai permitir reformar o mercado de carbono da União Europeia, acelerar a mudança para veículos elétricos e mobilizar os investimentos de carbono extremamente baixos necessários – incluindo uma exigência de investimento extra no setor da energia de 350 mil milhões de euros por ano nesta década.

 

“Bazuca” aprovada

Nesta quinta-feira, os 27 já tinham chegado a acordo sobre o orçamento para a União Europeia e sobre o plano de recuperação para combater a crise provocada pela pandemia.

O plano é também conhecido por “bazuca”, por ser uma forte injeção de dinheiro nas economias mais afetadas pela crise provocada pela pandemia.

“Acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Pacote de Recuperação ‘NextGenerationEU’. Podemos começar agora com a implementação e reconstruir as nossas economias”, acrescentou Charles Michel no Twitter.

O presidente do Conselho Europeu disse que este pacote de recuperação, no montante global de 1,8 trilhão de euros, está a postos para impulsionar “a transição verde e digital” da Europa.

O pacote, constituído por um orçamento plurianual de 1,08 bilhão de euros para os próximos sete anos e um Fundo de Recuperação de 750 bilhões, havia sido já acordado pelo Conselho Europeu em julho, mas estava bloqueado por um veto da Hungria e Polônia, que discordavam do mecanismo associado sobre o Estado de Direito, agora ultrapassado.

O compromisso negociado pela atual presidência alemã do Conselho da União Europeia, Budapeste e Varsóvia, aprovado pelos restantes 25 Estados-membros, prevê que a suspensão de fundos, contemplada no mecanismo em caso de violações do Estado de Direito, só pode ser efetiva após decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia e que não tenha efeitos retroativos, aplicando-se apenas ao futuro Quadro Financeiro Plurianual.

O texto de conclusões do Conselho destaca, nesse capítulo, que a condicionalidade ao respeito do Estado de Direito será aplicada de forma “objetiva, justa e imparcial” a todos os Estados e que a Comissão Europeia não pode propor penalizações – especialmente a suspensão de fundos comunitários – até haver sentença do Tribunal de Justiça sobre eventual recurso de um país visado.

O compromisso responde às inquietações da Hungria e Polônia, dois países com litígios abertos com Bruxelas por denúncias de violações do Estado de Direito e que receavam que o mecanismo fosse utilizado como arma política. Por outro lado, não modifica a essência do regulamento, que contempla pela primeira vez o congelamento de fundos por atropelos nessa matéria, e deverá garantir o necessário aval do Parlamento Europeu, que se opunha firmemente a um enfraquecimento do mecanismo.

 

 

*Por RTP

MUNDO - O mês de setembro deste ano foi o mais quente já registrado, exibindo temperaturas anormalmente altas no litoral da Sibéria, no Oriente Médio e em partes da América do Sul e da Austrália, disse o Serviço Copérnico contra a Mudança Climática da União Europeia (UE) nesta última quarta-feira (7).

Ampliando uma tendência de aquecimento de longo prazo, causada pelas emissões de gases do efeito estufa, as temperaturas altas deste ano desempenharam grande papel em desastres que vão dos incêndios no estado norte-americano da Califórnia e no Ártico às inundações na Ásia, disseram cientistas.

Globalmente, setembro foi 0,05 grau Celsius mais quente do que o mesmo mês de 2019 e 0,08 grau Celsius mais quente do que em 2016, até então o setembro mais quente e o segundo mais quente já notificado, como mostraram dados do Copérnico.

Durante os últimos três meses de 2020, eventos climáticos como o fenômeno La Niña e os níveis baixos projetados para o gelo do Oceano Ártico no outono ajudarão a determinar se o ano como um todo se tornará o mais quente já registrado, disse o serviço Copérnico.

 

 

*Por Matthew Green - Repórter da Reuters

MUNDO - O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu reduzir as emissões de carbono e alcançar a "neutralidade carbônica" antes de 2060. A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, mas assumiu perante a Organização das Nações Unidas (ONU), nessa última terça-feira (22), uma agenda climática ousada.

Na reunião anual da Assembleia Geral ONU, Xi Jinping disse que a China pretende adotar metas climáticas muito mais rígidas e até alcançar a "neutralidade de carbono antes de 2060". A redução da emissão de gases poluentes como o carbono pode ser uma forma de pressionar os Estados Unidos, mas pode ser crucial no combate às alterações climáticas.

Em videoconferência da Assembleia Geral da ONU, o presidente chinês renovou o apoio ao Acordo Climático de Paris e pediu que o mundo tenha como foco a proteção do meio ambiente quando ultrapassar a pandemia da covid-19.

"O nosso objetivo é atingir o pico de emissões de CO² antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060", afirmou o presidente chinês em discurso, acrescentando que a pandemia mostrou que o mundo precisa mudar. Por isso, a China decidiu acelerar o processo a que Xi Jinping chamou de "revolução verde".

"A humanidade não pode ignorar indefinidamente os avisos da natureza e seguir o caminho tradicional de extração de recursos sem investir na conservação, no desenvolvimento à custa da proteção e explorando os recursos sem restauração", disse Xi Jinping, lembrando que o Acordo de Paris, assinado em 2015, era o "mínimo" necessário para proteger a Terra, e, por isso, "todos os países devem dar passos decisivos para cumpri-lo".  Ele pediu ainda que os países "alcancem uma recuperação verde da economia mundial na era pós-covid".

"Apelamos a que todos os países procurem um desenvolvimento inovador, coordenado, verde e aberto para todos", afirmou, sugerindo que as nações "aproveitem as oportunidades históricas apresentadas por uma nova etapa da revolução científica e tecnológica e pela transformação industrial".

A confirmar-se, a meta chinesa será crucial para o sucesso dos objetivos climáticos mundiais, principalmente para manter a temperatura média global abaixo dos dois graus celsius acima dos níveis pré-industriais, fechada no Acordo de Paris de 2015.

Este já é considerado o maior compromisso da China com o combate às alterações climáticas, segundo o New York Times, e poderá pressionar o presidente norte-americano Donald Trump, que considera o aquecimento global um "embuste".

As emissões da China caíram drasticamente durante o confinamento imposto devido à covid-19 no início do ano, mas as emissões locais de muitas cidades voltaram aos níveis normais desde a retomada das atividades. No entanto, é preciso lembrar que para a China recuperar e acelerar o crescimento econômico, aumentou o número de projetos a carvão e de indústrias poluentes, o que tem gerado preocupação a ambientalistas e à comunidade internacional.

 

 

*Por: RTP

SÃO PAULO/SP - Começa hoje (20), às 18h44, o inverno no Hemisfério Sul. A estação é marcada como um período menos chuvoso nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, e de parte das regiões Norte e Nordeste, O invero se estenderá até as 10h31 do dia 22 de setembro. A diminuição da chuva em boa parte do país acaba por reduzir também a umidade relativa do ar, favorecendo o aumento de queimadas, incêndios florestais e a incidência de doenças respiratórias.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as localidades que, no inverno, costumam apresentar maiores quantidades de chuva são o noroeste da Região Norte, leste do Nordeste e parte da Região Sul. Outras características da estação são as incursões de massas de ar frio, procedentes do sul do continente. Por causa delas, há no país, queda “acentuada” das temperaturas médias do ar. Também são observadas formações de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, decorrentes das inversões térmicas.

Segundo o Inmet, as massas de ar frio podem resultar em temperaturas inferiores a 22 ºC sobre a parte leste da regiões Sul e Sudeste, com fenômenos como a formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e no estado do Mato Grosso do Sul; neve em áreas serranas e planaltos da Região Sul; e episódios de friagem nos estados de Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.

Prognósticos

Região Norte

A previsão climática para a Região Norte é de que a chuva ocorra “próxima ou acima da média climatológica sobre o norte da região e parte leste do Amazonas”, informou, em nota, o Inmet. Ainda de acordo com o instituto, nas demais áreas a tendência é de que a chuva fique abaixo da média, “principalmente no sul da região amazônica, onde normalmente chove abaixo de 300 milímetros no período de julho a setembro”.

A temperatura média nos próximos meses deve ficar acima da média, em especial na divisa entre o Pará e Tocantins. O Inmet alerta que a falta de chuva, associada à alta temperatura local e à baixa umidade do ar favorece a incidência de queimadas e incêndios florestais.

Região Nordeste

Para a Região Nordeste, a previsão é de predomínio de áreas com maior probabilidade de chuva “próxima ou acima da climatologia” durante a estação, principalmente na costa leste, onde o período chuvoso já se aproxima de seu final. Na metade sul do Maranhão, oeste da Bahia, do Rio Grande do Norte e da Paraíba, e no nordeste do Ceará, a chuva permanecerá “ligeiramente abaixo da climatologia”. O interior dessa região terá iniciado seu período de seca nos próximos meses, segundo o Inmet.

A temperatura neste inverno, ao que tudo indica, deverá ficar acima da média no Maranhão, Piauí, oeste da Bahia e parte do Ceará. Nas demais áreas, as temperaturas devem ser próximas à média ou ligeiramente abaixo, principalmente em áreas onde a previsão indica chuva acima da média.

Região Centro-Oeste

No Centro-Oeste, a previsão é de alta probabilidade de a chuva ocorrer dentro ou ligeiramente abaixo da faixa climatológica em grande parte da região. Segundo o Inmet, o período de seca já começou e a tendência é de que a umidade relativa do ar diminua nos próximos meses, “com valores diários que podem ficar abaixo de 30% e picos mínimos abaixo de 20%”.

A expectativa é de que as temperaturas fiquem acima da média, com o ar seco e quente se mantendo principalmente nos meses de agosto e setembro. Isso, segundo o instituto, acaba por favorecer também nessa região a incidência de queimadas e incêndios florestais. “Em algumas localidades do leste de Mato Grosso do Sul, as temperaturas poderão ser ligeiramente abaixo de seus valores climatológicos, devido à passagem de algumas massas de ar frio mais continentais”, acrescenta o Inmet.

Região Sudeste

O trimestre de junho a agosto é o período mais seco da região, especialmente no norte de Minas Gerais. Assim sendo, a chuva deverá ter incidência próxima ou ligeiramente abaixo da média. A exceção fica com o litoral do Rio de Janeiro, sul e extremo oeste de São Paulo, onde a chuva deve ser ligeiramente acima do normal.

A temperatura também deve ficar acima da média em grande parte da região, exceto no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, onde deve ficar próxima ou ligeiramente abaixo da média.

Região Sul

No Sul deverá haver predomínio de chuva acima da média em grande parte da região. Em parte do oeste do Paraná, no extremo sul de Santa Catarina e na parte central do Rio Grande do Sul, a tendência é de que ocorra chuva abaixo da média. “A maior frequência das frentes frias contribuirá para maiores variações nas temperaturas ao longo deste trimestre, com a previsão de temperaturas médias próximas à climatologia em grande parte da região”, informou o Inmet.

De acordo com o órgão, a chegada frequente de massas de ar de origem polar poderá provocar declínio nas temperaturas, possibilitando a ocorrência de geadas em localidades de maior altitude. A expectativa é de temperaturas acima da média no norte do Paraná e no extremo sul do Rio Grande do Sul.

 

 

*Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Maio 2024 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
    1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31    
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.