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Cinco anos após líderes mundiais concordarem com plano histórico para limitar o aquecimento global, as emissões de CO2 continuam altas. Mas movimento climático global está ganhando força.

 

MUNDO - Conseguir que 195 países concordassem com um plano comum para enfrentar as mudanças climáticas não foi uma tarefa fácil.

As negociações na Conferência do Clima da ONU no final de 2015 foram prorrogadas, às vezes até ameaçando um fracasso à medida que interesses concorrentes disputavam influência. O acordo final, alcançado em 12 de dezembro, foi saudado como um grande passo nos esforços mundiais para limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2 graus Celsius.

"Foi um momento verdadeiramente transformador e alegre. As pessoas estavam literalmente chorando de alegria nos corredores, pessoas de todo o mundo se abraçando", lembra Rachel Cleetus, diretora de políticas para clima e energia do grupo americano Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados), que estava em Paris na época. "Foi um momento de reconhecimento de que os países podem de fato se erguer acima de seus estreitos interesses próprios e trabalhar pelo bem comum global.

Cinco anos depois, a Conferência do Clima de 2020 em Glasgow deveria avançar nas ambições do Acordo de Paris, ajudar os países a adotar estratégias de emissões líquidas zero e desenvolver iniciativas para mitigar os efeitos da perturbação climática. Era para ser "um ano crucial para a forma como lidamos com as mudanças climáticas", disse em março o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Mas a pandemia global de covid-19 colocou tudo isso em ritmo de espera. A conferência em Glasgow foi cancelada e substituída por um evento virtual em escala reduzida que começa neste sábado. As prioridades mudaram, à medida que as nações lutam para equilibrar suas economias. E as emissões de gases de efeito estufa continuam subindo, mesmo apesar de uma ligeira queda durante a desaceleração provocada pelo coronavírus no início deste ano.

 

Emissões de CO2 ainda em alta

"Em 2015, havia muita esperança de que este seria um verdadeiro ponto de virada, mas certamente não conseguimos dobrar drasticamente a curva de emissões global", diz Cleetus. "E, enquanto isso, estamos observando os impactos do clima se desdobrarem ao nosso redor de modo terrível.

"O mais recente Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas, que avalia o desempenho de proteção climática dos 57 países responsáveis ​​por 90% das emissões mundiais de CO2, junto com a UE, descobriu que nenhum país está fazendo o suficiente para manter sob controle o aquecimento global. E, de acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões, divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o mundo ainda está a caminho de ver as temperaturas médias globais subirem acima de 3 graus Celsius até 2100.

"Claramente, não cumprimos a promessa de Paris", afirma Cleetus. "Isso não é culpa do acordo em si, que continua sendo uma estrutura muito, muito poderosa e ilumina o caminho até onde precisamos ir. Mas o que está faltando é ação."

 

"Prioridade na agenda global"

Apesar da inação, alguns especialistas acreditam que o mundo pode estar perto de superar as dificuldades. Promessas recentes dos maiores emissores de carbono do mundo colocaram a meta de Paris, de limitar o aquecimento a 1,5 Celsius, "a uma distância que pode ser alcançada", de acordo com a última avaliação do Climate Action Tracker (CAT), uma análise científica independente feita por duas organizações de pesquisa alemãs.

"Está claro que o Acordo de Paris está impulsionando a ação climática", afirmou o CAT em um comunicado divulgado no início desta semana, apontando que a transição para uma sociedade de emissão zero está em andamento, alertando, no entanto, que metas mais fortes para 2030 ainda são necessárias – além de planos detalhados para garantir que essas metas sejam realmente cumpridas.

Os líderes da UE reunidos em Bruxelas nesta semana deram um passo nessa direção, com os 27 Estados-membros concordando com uma meta obrigatória de cortar as emissões em pelo menos 55% até 2030, após meses de negociações difíceis.

"Estamos em um ponto em que a mudança climática agora está firmemente registrada como prioridade máxima na agenda global", explica Cleetus. "Hoje ela é vista como uma ameaça econômica, além de ser uma ameaça ao planeta e aos ecossistemas". Ela diz que o Acordo de Paris foi a primeira vez que a conversa sobre o clima foi enquadrada pela transição para uma economia líquida zero, algo que influenciou os compromissos políticos e comerciais nos últimos cinco anos.

Mais de 110 países já se comprometeram a fazer a transição para uma economia neutra em carbono até meados do século, incluindo grandes emissores como a União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido. A China, o maior poluidor do mundo, prometeu atingir a meta até 2060, enquanto os Estados Unidos – sob a próxima administração de Biden – devem voltar a aderir ao Acordo de Paris e planejam fazer a mudança para emissão líquida zero até 2050.

"Esses anúncios são extremamente significativos no contexto geopolítico e no contexto climático, e acho que podem ser atribuídos em parte, e de maneira central, à arquitetura do Acordo de Paris", avalia Damon Jones, chefe de diplomacia climática no instituto Climate Analytics, em Colônia, se referindo ao ciclo de revisão de cinco anos do acordo, que exige que os países aprimorem constantemente suas metas de redução de emissões e assumam novos compromissos.

 

Financiamento ainda é "ponto delicado"

Mas tanto Cleetus quanto Jones enfatizam que a comunidade internacional ainda tem um longo caminho a percorrer para apoiar os esforços de mitigação e adaptação nas partes do mundo que lutam contra os efeitos devastadores das mudanças climáticas.

"A realidade é que esses impactos estão piorando a cada dia, e os Estados Unidos e outros países ricos se recusam a reconhecer as perdas e danos que estão infligindo ao resto do mundo", sublinha Cleetus. "Esta continua sendo uma das maiores injustiças nas negociações globais que ainda não foi tratada de forma adequada.

"No final de 2019, antes da Conferência do Clima da ONU em Madrid, mais de 150 organizações não governamentais assinaram uma carta aberta pedindo mais apoio aos sobreviventes de desastres climáticos nos países mais pobres. A situação só piorou no ano passado com a pandemia de covid-19.

"O financiamento do clima é sempre um ponto delicado", diz Jones, ambientalista que assessorou a ilha caribenha de Santa Lúcia durante as negociações em Paris. Ele afirma que houve progresso, incluindo 9,7 bilhões de dólares (R$ 49 bilhões) prometidos no final de 2019 para o Fundo Verde para o Clima, criado pela ONU em 2010 para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e responder melhor aos efeitos das mudanças climáticas.

"Mas certamente não está na escala do ritmo que é necessário ou esperado de muitos dos países no processo", acrescenta Jones.

 

Movimentos crescem desde 2015

Países e comunidades que tentam se adaptar às mudanças climáticas viram seus apelos serem amplificados por grupos de defesa internacional como Extinction Rebellion e Greve pelo Futuro (Fridays for Future). Liderados por uma geração de jovens politicamente engajados que sofrerão o impacto da mudança climática – incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, que fundou o movimento de greve climática juvenil aos 15 anos em 2018 –, esses grupos capitalizaram a mensagem urgente de salvação do clima do Acordo de Paris

"O Acordo de Paris foi na verdade uma das primeiras vezes em que vimos que o movimento climático global realmente está mostrando seu poder", frisa Cleetus, creditando ao movimento de base liderado por pequenas nações insulares e outros grupos de interesse a inclusão da meta de 1,5 grau no acordo.

A filial alemã da Fridays for Future, que marcou seu segundo aniversário nesta semana, fez parte dessa campanha. Lina Gobbelé, uma porta-voz de 18 anos do grupo com sede na cidade de Aachen, no oeste da Alemanha, diz à DW que nos últimos cinco anos "o movimento climático realmente começou a se firmar na sociedade, especialmente em 2019".

Aquele foi o ano em que a cruzada climática de Thunberg se espalhou pelo mundo, obtendo o apoio de outros grupos com interesses semelhantes. Tudo culminou em uma semana global de ação climática em setembro de 2019, onde cerca de 6 milhões de pessoas em mais de 150 países foram às ruas demandar ações para enfrentar as mudanças climáticas, combater a desigualdade social e construir uma economia global mais justa. "No dia 20 de setembro, havia um número incrível de pessoas conosco nas ruas", lembra Gobbelé.

Apesar dos reveses da inação política e da atual pandemia, Cleetus diz que os ativistas precisam se lembrar da grande conquista do acordo de 2015. "Temos que nos lembrar daquele momento, basta lembrar o que foi necessário para aquilo tudo. E estamos em um desses momentos agora, enquanto tentamos superar esta pandemia", afirma, acrescentando que a recuperação é a oportunidade perfeita para fazer a transição para um futuro de baixo carbono.

"O que precisamos ver na preparação para a COP26 em Glasgow no próximo ano é uma coalizão das principais nações emissoras, incluindo os EUA, a UE, a China e outros, disposta a colocar compromissos muito ambiciosos na mesa em termos de redução de emissões, e disposta a implementar as políticas em casa. É simples assim."

 

 

Autor: Martin Kuebler / DW.com

MUNDO - Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, chegaram a um acordo para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO²) em 55% até 2030, em relação aos níveis de 1990.

O acordo foi anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, depois de um longo debate que se prolongou durante a madrugada.

"A Europa é líder na luta contra as alterações climáticas. Decidimos reduzir as nossas emissões de gases de efeito de estufa pelo menos 55% até 2030", escreveu Michel em sua conta no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o acordo agora alcançado permite colocar a Europa “no caminho claro para a neutralidade climática em 2050”.

A nova meta visa a colocar a União Europeia (UE) no caminho certo para alcançar emissões zero até 2050, prazo que os cientistas defendem que o mundo deve cumprir para evitar os impactos mais catastróficos nas mudanças climáticas.

Para Bruxelas, o acordo oferece a possibilidade de a Europa afirmar a sua liderança climática no cenário global. A União Europeia vai apresentar sua meta numa reunião virtual de líderes mundiais das Nações Unidas neste sábado (12).

Em 2019, o Conselho Europeu já se tinha comprometido a atingir a neutralidade climática em 2050, tendo a Polônia - com mais de 75% de sua economia e cerca de 80 mil mineiros dependentes da indústria do carvão – se recusado assinar a declaração.

Os líderes dos 27 mantinham-se, no entanto, reticentes em aceitar a nova proposta da comissão de reduzir as emissões em 55% até 2030, substituindo a meta anteriormente estipulada na Lei Europeia do Clima que previa um corte de 40% das emissões.   

Já o Parlamento Europeu (PE) aumentou as ambições da comissão, pedindo um corte de 60% das emissões em 2030, na sessão plenária de outubro. Para os eurodeputados, essa é a única maneira de a União Europeia “estar em linha com a ciência”.

O acordo vai permitir reformar o mercado de carbono da União Europeia, acelerar a mudança para veículos elétricos e mobilizar os investimentos de carbono extremamente baixos necessários – incluindo uma exigência de investimento extra no setor da energia de 350 mil milhões de euros por ano nesta década.

 

“Bazuca” aprovada

Nesta quinta-feira, os 27 já tinham chegado a acordo sobre o orçamento para a União Europeia e sobre o plano de recuperação para combater a crise provocada pela pandemia.

O plano é também conhecido por “bazuca”, por ser uma forte injeção de dinheiro nas economias mais afetadas pela crise provocada pela pandemia.

“Acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Pacote de Recuperação ‘NextGenerationEU’. Podemos começar agora com a implementação e reconstruir as nossas economias”, acrescentou Charles Michel no Twitter.

O presidente do Conselho Europeu disse que este pacote de recuperação, no montante global de 1,8 trilhão de euros, está a postos para impulsionar “a transição verde e digital” da Europa.

O pacote, constituído por um orçamento plurianual de 1,08 bilhão de euros para os próximos sete anos e um Fundo de Recuperação de 750 bilhões, havia sido já acordado pelo Conselho Europeu em julho, mas estava bloqueado por um veto da Hungria e Polônia, que discordavam do mecanismo associado sobre o Estado de Direito, agora ultrapassado.

O compromisso negociado pela atual presidência alemã do Conselho da União Europeia, Budapeste e Varsóvia, aprovado pelos restantes 25 Estados-membros, prevê que a suspensão de fundos, contemplada no mecanismo em caso de violações do Estado de Direito, só pode ser efetiva após decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia e que não tenha efeitos retroativos, aplicando-se apenas ao futuro Quadro Financeiro Plurianual.

O texto de conclusões do Conselho destaca, nesse capítulo, que a condicionalidade ao respeito do Estado de Direito será aplicada de forma “objetiva, justa e imparcial” a todos os Estados e que a Comissão Europeia não pode propor penalizações – especialmente a suspensão de fundos comunitários – até haver sentença do Tribunal de Justiça sobre eventual recurso de um país visado.

O compromisso responde às inquietações da Hungria e Polônia, dois países com litígios abertos com Bruxelas por denúncias de violações do Estado de Direito e que receavam que o mecanismo fosse utilizado como arma política. Por outro lado, não modifica a essência do regulamento, que contempla pela primeira vez o congelamento de fundos por atropelos nessa matéria, e deverá garantir o necessário aval do Parlamento Europeu, que se opunha firmemente a um enfraquecimento do mecanismo.

 

 

*Por RTP

MUNDO - O mês de setembro deste ano foi o mais quente já registrado, exibindo temperaturas anormalmente altas no litoral da Sibéria, no Oriente Médio e em partes da América do Sul e da Austrália, disse o Serviço Copérnico contra a Mudança Climática da União Europeia (UE) nesta última quarta-feira (7).

Ampliando uma tendência de aquecimento de longo prazo, causada pelas emissões de gases do efeito estufa, as temperaturas altas deste ano desempenharam grande papel em desastres que vão dos incêndios no estado norte-americano da Califórnia e no Ártico às inundações na Ásia, disseram cientistas.

Globalmente, setembro foi 0,05 grau Celsius mais quente do que o mesmo mês de 2019 e 0,08 grau Celsius mais quente do que em 2016, até então o setembro mais quente e o segundo mais quente já notificado, como mostraram dados do Copérnico.

Durante os últimos três meses de 2020, eventos climáticos como o fenômeno La Niña e os níveis baixos projetados para o gelo do Oceano Ártico no outono ajudarão a determinar se o ano como um todo se tornará o mais quente já registrado, disse o serviço Copérnico.

 

 

*Por Matthew Green - Repórter da Reuters

MUNDO - O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu reduzir as emissões de carbono e alcançar a "neutralidade carbônica" antes de 2060. A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, mas assumiu perante a Organização das Nações Unidas (ONU), nessa última terça-feira (22), uma agenda climática ousada.

Na reunião anual da Assembleia Geral ONU, Xi Jinping disse que a China pretende adotar metas climáticas muito mais rígidas e até alcançar a "neutralidade de carbono antes de 2060". A redução da emissão de gases poluentes como o carbono pode ser uma forma de pressionar os Estados Unidos, mas pode ser crucial no combate às alterações climáticas.

Em videoconferência da Assembleia Geral da ONU, o presidente chinês renovou o apoio ao Acordo Climático de Paris e pediu que o mundo tenha como foco a proteção do meio ambiente quando ultrapassar a pandemia da covid-19.

"O nosso objetivo é atingir o pico de emissões de CO² antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060", afirmou o presidente chinês em discurso, acrescentando que a pandemia mostrou que o mundo precisa mudar. Por isso, a China decidiu acelerar o processo a que Xi Jinping chamou de "revolução verde".

"A humanidade não pode ignorar indefinidamente os avisos da natureza e seguir o caminho tradicional de extração de recursos sem investir na conservação, no desenvolvimento à custa da proteção e explorando os recursos sem restauração", disse Xi Jinping, lembrando que o Acordo de Paris, assinado em 2015, era o "mínimo" necessário para proteger a Terra, e, por isso, "todos os países devem dar passos decisivos para cumpri-lo".  Ele pediu ainda que os países "alcancem uma recuperação verde da economia mundial na era pós-covid".

"Apelamos a que todos os países procurem um desenvolvimento inovador, coordenado, verde e aberto para todos", afirmou, sugerindo que as nações "aproveitem as oportunidades históricas apresentadas por uma nova etapa da revolução científica e tecnológica e pela transformação industrial".

A confirmar-se, a meta chinesa será crucial para o sucesso dos objetivos climáticos mundiais, principalmente para manter a temperatura média global abaixo dos dois graus celsius acima dos níveis pré-industriais, fechada no Acordo de Paris de 2015.

Este já é considerado o maior compromisso da China com o combate às alterações climáticas, segundo o New York Times, e poderá pressionar o presidente norte-americano Donald Trump, que considera o aquecimento global um "embuste".

As emissões da China caíram drasticamente durante o confinamento imposto devido à covid-19 no início do ano, mas as emissões locais de muitas cidades voltaram aos níveis normais desde a retomada das atividades. No entanto, é preciso lembrar que para a China recuperar e acelerar o crescimento econômico, aumentou o número de projetos a carvão e de indústrias poluentes, o que tem gerado preocupação a ambientalistas e à comunidade internacional.

 

 

*Por: RTP

SÃO PAULO/SP - Começa hoje (20), às 18h44, o inverno no Hemisfério Sul. A estação é marcada como um período menos chuvoso nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, e de parte das regiões Norte e Nordeste, O invero se estenderá até as 10h31 do dia 22 de setembro. A diminuição da chuva em boa parte do país acaba por reduzir também a umidade relativa do ar, favorecendo o aumento de queimadas, incêndios florestais e a incidência de doenças respiratórias.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as localidades que, no inverno, costumam apresentar maiores quantidades de chuva são o noroeste da Região Norte, leste do Nordeste e parte da Região Sul. Outras características da estação são as incursões de massas de ar frio, procedentes do sul do continente. Por causa delas, há no país, queda “acentuada” das temperaturas médias do ar. Também são observadas formações de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, decorrentes das inversões térmicas.

Segundo o Inmet, as massas de ar frio podem resultar em temperaturas inferiores a 22 ºC sobre a parte leste da regiões Sul e Sudeste, com fenômenos como a formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e no estado do Mato Grosso do Sul; neve em áreas serranas e planaltos da Região Sul; e episódios de friagem nos estados de Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.

Prognósticos

Região Norte

A previsão climática para a Região Norte é de que a chuva ocorra “próxima ou acima da média climatológica sobre o norte da região e parte leste do Amazonas”, informou, em nota, o Inmet. Ainda de acordo com o instituto, nas demais áreas a tendência é de que a chuva fique abaixo da média, “principalmente no sul da região amazônica, onde normalmente chove abaixo de 300 milímetros no período de julho a setembro”.

A temperatura média nos próximos meses deve ficar acima da média, em especial na divisa entre o Pará e Tocantins. O Inmet alerta que a falta de chuva, associada à alta temperatura local e à baixa umidade do ar favorece a incidência de queimadas e incêndios florestais.

Região Nordeste

Para a Região Nordeste, a previsão é de predomínio de áreas com maior probabilidade de chuva “próxima ou acima da climatologia” durante a estação, principalmente na costa leste, onde o período chuvoso já se aproxima de seu final. Na metade sul do Maranhão, oeste da Bahia, do Rio Grande do Norte e da Paraíba, e no nordeste do Ceará, a chuva permanecerá “ligeiramente abaixo da climatologia”. O interior dessa região terá iniciado seu período de seca nos próximos meses, segundo o Inmet.

A temperatura neste inverno, ao que tudo indica, deverá ficar acima da média no Maranhão, Piauí, oeste da Bahia e parte do Ceará. Nas demais áreas, as temperaturas devem ser próximas à média ou ligeiramente abaixo, principalmente em áreas onde a previsão indica chuva acima da média.

Região Centro-Oeste

No Centro-Oeste, a previsão é de alta probabilidade de a chuva ocorrer dentro ou ligeiramente abaixo da faixa climatológica em grande parte da região. Segundo o Inmet, o período de seca já começou e a tendência é de que a umidade relativa do ar diminua nos próximos meses, “com valores diários que podem ficar abaixo de 30% e picos mínimos abaixo de 20%”.

A expectativa é de que as temperaturas fiquem acima da média, com o ar seco e quente se mantendo principalmente nos meses de agosto e setembro. Isso, segundo o instituto, acaba por favorecer também nessa região a incidência de queimadas e incêndios florestais. “Em algumas localidades do leste de Mato Grosso do Sul, as temperaturas poderão ser ligeiramente abaixo de seus valores climatológicos, devido à passagem de algumas massas de ar frio mais continentais”, acrescenta o Inmet.

Região Sudeste

O trimestre de junho a agosto é o período mais seco da região, especialmente no norte de Minas Gerais. Assim sendo, a chuva deverá ter incidência próxima ou ligeiramente abaixo da média. A exceção fica com o litoral do Rio de Janeiro, sul e extremo oeste de São Paulo, onde a chuva deve ser ligeiramente acima do normal.

A temperatura também deve ficar acima da média em grande parte da região, exceto no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, onde deve ficar próxima ou ligeiramente abaixo da média.

Região Sul

No Sul deverá haver predomínio de chuva acima da média em grande parte da região. Em parte do oeste do Paraná, no extremo sul de Santa Catarina e na parte central do Rio Grande do Sul, a tendência é de que ocorra chuva abaixo da média. “A maior frequência das frentes frias contribuirá para maiores variações nas temperaturas ao longo deste trimestre, com a previsão de temperaturas médias próximas à climatologia em grande parte da região”, informou o Inmet.

De acordo com o órgão, a chegada frequente de massas de ar de origem polar poderá provocar declínio nas temperaturas, possibilitando a ocorrência de geadas em localidades de maior altitude. A expectativa é de temperaturas acima da média no norte do Paraná e no extremo sul do Rio Grande do Sul.

 

 

*Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

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