SÃO PAULO/SP - Uma ação em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alega que Leonardo Alves Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, teria cometido crimes de ameaça, coação, fraude e suborno contra dirigentes regionais do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Esse partido tem como principal candidato nas eleições municipais deste ano em São Paulo Pablo Marçal. Essas acusações, se comprovadas, podem ter sérias implicações para a campanha e para os envolvidos, podendo impactar tanto o partido quanto a candidatura de Pablo Marçal. A situação está sendo acompanhada de perto pelas autoridades eleitorais.
A ação foi apresentada pelos integrantes do partido Rachel de Carvalho, Marcos André de Andrade e Moacir Manoel no dia 19 de julho último. Eles tentam, por meio judicial, tirar Avalanche do comando nacional da legenda. Em liminar no começo deste mês, a ministra Cármen Lúcia rejeitou o pedido de imediato. O mérito ainda será analisado.
De acordo com a ação assinada pelos advogados Luís Felipe Cardoso Oliveira e Ingrid Cunha Dantas, "o presidente do partido (Avalanche) ameaçou a sua vice, mulher, e a fez renunciar a seu cargo" e "afirma a quem quiser ouvir ter influência e negociações com figuras importantes do Judiciário e ligação com o crime organizado (PCC), que poderia matá-la ou alguém de sua família".
Procurado, por meio de assessoria, Avalanche não respondeu até a publicação deste texto.
Na ação, a defesa afirmou que os fatos estão desprovidos de elementos mínimos de confiabilidade. Pablo Marçal também foi procurado para se manifestar sobre a acusação contra o presidente de seu partido e padrinho político na legenda, mas também não retornou os contatos até a publicação desta reportagem.
De acordo com os autos, Rachel diz ter começado a montar a chapa para a disputa presidencial da legenda no final de 2023, quando foi procurada por Avalanche para formarem um grupo único. Em fevereiro deste ano, eles venceram a disputa. Contudo, Rachel alega ter sido retirada do diretório. Ela foi procurada para se manifestar sobre a ação, mas não foi encontrada.
Uma mensagem via WhatsApp teria sido encaminhada por Avalanche solicitando urgência para que Rachel renunciasse, por meio de ameaças de morte. "Avalanche fez ameaças de morte a Rachel e para sua família, com o objetivo de conseguir a sua renúncia. E conseguiu", afirmam nos autos. A inicial cita ainda que Avalanche teria montado um grupo para negociar com diretórios do País "posições diretivas no partido e candidaturas para o pleito" deste ano.
Avalanche também, segundo o documento apresentado à Justiça Eleitoral, teria filiado seus adversários em um outro partido para evitar oposição incômoda. Os advogados dizem que foram filiados 77 membros do PRTB no Mobiliza, sem que as pessoas soubessem, para que fossem desfiliados do PRTB. O Estadão confirmou que essas pessoas estão de fato filiadas hoje ao Mobiliza. Os representantes do partido não foram localizados para responder no telefone apresentado pela legenda ao TSE.
Outra ação que tramita no TSE foi movida por Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, então presidente do PRTB. Ela alega que Avalanche não cumpriu acordos para que ela comandasse os diretórios estaduais de São Paulo, Rio, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Roraima em um momento de intervenção determinada pela Justiça para pacificar a legenda. A Justiça determinou que Avalanche se manifeste em três dias.
A defesa de Avalanche afirmou nos autos que "em um cenário como o alegado, naturalmente seria o caso de os prejudicados terem se socorrido do Ministério Público para promover a persecução criminal dos fatos ventilados, graves, e não somente após três meses do ocorrido, durante o período de convenções, trazer a lume graves acusações desprovidas de elementos mínimos de confiabilidade".
A peça é assinada pelos advogados Gustavo Bonini Guedes e Thiago Fernandes Boverio. "Como dito, todas as provas são unilaterais, como as atas notariais e boletins de ocorrência, demandando na investigação e eventual comprovação judicial, distante de um valor probatório minimamente seguro a subsidiar quaisquer das alegações tecidas."
'Caos' no PRTB virou destaque nacional
No dia 29 de maio, o Estadão revelou que Tarcísio Escobar de Almeida comandou por três dias o diretório estadual do PRTB em São Paulo. Escobar foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo em 2023 por associação ao tráfico e ao PCC. Avalanche afirmou que foi pressionado pelo advogado Joaquim Pereira de Paulo Neto, que figurou como presidente em São Paulo após a saída oficial de Escobar, a colocá-lo no comando.
Depois de descobrir que Escobar era investigado, Avalanche disse ter tirado o então presidente do partido. No entanto, Joaquim Neto nega a pressão. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Escobar aparece ao lado de Avalanche para uma sessão fotográfica para o partido. A data do vídeo é 29 de maio - pouco mais de dois meses depois da saída oficial de Escobar. Joaquim Neto, Escobar e também Michel Winter, do PRTB de Minas Gerais, romperam com Avalanche sob argumento de descumprimento de acordos.
POR ESTADAO CONTEUDO
ALEMANHA - O Tribunal Constitucional Federal da Alemanha decidiu na terça-feira (23/01) suspender, por um período de seis anos, os subsídios do Estado e a isenção tributária ao partido de extrema direita A Pátria – novo nome adotado pela antiga sigla neonazista Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD) . A decisão é inédita.
A lei alemã estabelece que todos os partidos políticos têm direito a esse benefícios, desde que atinjam um percentual mínimo de votos nas eleições. A decisão é, até certo ponto, simbólica, uma vez que a legenda já não recebia subsídios por ter fracassado em obter votos suficientes nas últimas eleições, embora ainda se beneficiasse da isenção tributária.
Os juízes da mais alta instância jurídica da Alemanha consideraram que a agenda defendida pelo A Pátria é voltada para a eliminação da ordem fundamental de liberdade e democracia. O conceito político do partido prega o desprezo à dignidade humana àqueles que não se encaixam em sua definição étnica de "comunidade nacional", o que é incompatível com os princípios democráticos.
Em 2017, uma tentativa de banir o NPD fracassou pela segunda vez em razão de a Corte decidir que a falta de influência da legenda neonazista significava que ela não teria força suficiente para atingir seus objetivos inconstitucionais.
No mesmo ano, foi incluída na Constituição a possibilidade da remoção dos benefícios aos partidos políticos que atuem de maneira anticonstitucional. De acordo com a lei, os partidos que forem considerados culpados de tentativas de subversão da Constituição ou da ordem democrática podem ter os subsídios removidos por até seis anos em primeira instância.
O governo alemão e as duas casas do Parlamento – Bundestag (câmara baixa) e Bundesrat (câmara alta) – pediram em 2019 a exclusão do NPD do apoio do Estado.
Duro recado para a AfD
O resultado pode ter influência sobre o processo que avalia a possível adoção de medidas semelhantes contra a legenda ultradireitista Alternativa para Alemanha (AfD). O partido se tornou o centro de um escândalo após a revelação de que alguns de seus membros participaram de uma reunião secreta com nomes da extrema direita, na qual foi discutido um plano de deportação em massa de milhões de imigrantes e "cidadãos não assimilados".
Segundo as leis alemãs, os partidos políticos podem receber subsídios cujas quantias dependem, em parte, do número de votos recebidos nas eleições estaduais, federais e europeias. Apenas estão aptas a receber os benefícios as legendas que obtiverem ao menos 0,5% dos votos nas eleições federais ou europeias ou 1% nos pleitos estaduais.
Recentemente, o NPD/A Pátria fracassou em atingir ambas as metas. Com a decisão da Corte, mesmo se o partido conseguir superar essas marcas nos próximos seis anos, não terá direito aos subsídios.
O último montante do Estado recebido pelo então NPD foi em 2020, quando obteve 370,6 mil euros (R$ 2 milhões), depois de angariar 3,02% dos votos nas eleições de 2016 no estado de Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental.
Em 2016, a sigla recebeu mais de 1,1 milhão de euros, após obter êxitos maiores em eleições anteriores. Em contrapartida, o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler federal Olaf Scholz, que lidera a atual coalizão de governo ao lado dos Verdes e do Partido Liberal Democrático (FDP), recebeu 51 milhões de euros no mesmo ano.
"Maior ameaça a nossa democracia"
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse que a decisão do Tribunal Constitucional é um claro sinal de que "nosso Estado democrático não financia inimigos da Constituição". Ela avalia que a medida veio para demonstrar mais uma vez que "o extremismo de direita é a maior ameaça a nossa democracia e à população de nosso país", em meio a uma grande onda de manifestações contra a extrema direita na Alemanha.
Faeser não exclui a possibilidade de impor uma proibição à AfD, mas somente como último recurso. Contudo, o Tribunal Constitucional possui critérios bastante altos para o banimento de uma sigla. Para tal, um partido deve ter peso político suficiente que lhe permita implementar seus objetivos anticonstitucionais em um dado momento.
O especialista em direito constitucional Christian Pestalozza, observou que, ao invés de banir, seria mais fácil cortar o financiamento das verbas estatais para a AfD, que recebe atualmente em torno de dez milhões de euros por ano. Para isso, já bastaria o fato de os ultradireitistas defenderem metas que representam ameaças à democracia, sem que houvesse a necessidade de provar que eles também têm potencial de colocar em prática esses objetivos.
Após a decisão do Tribunal Constitucional, a presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), Bärbel Bas, disse que o caso contra o NPD/A Pátria é de grande importância, uma vez que nunca foi esclarecido à população alemã o motivo de partidos contrários ao Estado e à democracia serem financiados com o dinheiro dos contribuintes.
Atualmente, a AfD aparece em segundo lugar nas intenções de votos nas próximas eleições federais, de acordo com sondagens.
por dw.com
BRASÍLIA/DF - O congresso nacional do PSOL terminou n0 domingo (1º), marcado por brigas entre militantes, e com vitória de ala do partido ligada ao deputado Guilherme Boulos (SP), que defende aproximação com o governo Lula (PT).
O evento ocorreu num hotel em Brasília e antes que houvesse a eleição para definir a presidência da legenda, grupos opostos se provocaram até que começou uma confusão.
Militantes subiram no palco, houve empurrões e um homem aparece tentando desferir um soco. Uma pessoa com o microfone em mãos pediu que eles descessem "imediatamente" do palco.
Em nota, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, lamentou o ocorrido e afirmou que instaurou apuração sobre o caso.
"Durante o 8º Congresso Nacional do PSOL houve um desentendimento entre dois militantes que terminou por acirrar os ânimos e interromper o andamento do Congresso por alguns instantes."
"A direção do PSOL lamenta o ocorrido. O caso está sob apuração das instâncias responsáveis. O incidente não alterou o curso do encontro que se encerrou elegendo a nova direção e aprovando todas as resoluções previstas", informou Medeiros.
O presidente do partido será substituído por Paula Coradi, eleita neste domingo com 67% dos votos de 451 delegados, que comandará o PSOL até 2026.
Paula é da corrente Primavera Socialista, que junto com Revolução Solidária, do deputado Guilherme Boulos, pré-candidato à prefeitura de São Paulo, formam o campo PSOL Popular, maioria na legenda. O grupo defende que o partido seja base do governo Lula e que não se isole das demais legendas.
A vencedora derrotou o grupo liderado por Sâmia Bonfim, da corrente (Movimento Esquerda Socialista), que defende a posição de independência do partido. Integrantes desta ala acusaram membros do outro grupo de fazer manobras regimentais para tentar reduzir o espaço da corrente minoritária no partido.
De acordo com pessoas ligadas a Boulos, a confusão no congresso nacional teve origem justamente em razão de discussões sobre o tamanho de cada ala.
O grupo ligado a Sâmia saiu menor do encontro, o que significa que a corrente deverá ter menos espaço na direção partidária.
por JULIA CHAIB / FOLHA de S.PAULO
EL SALVADOR - O partido governista de El Salvador aprovou no domingo (9) a candidatura do presidente Nayib Bukele para as eleições de 2024, em meio a um debate sobre se a Constituição proíbe ou não um segundo mandato consecutivo.
A força conservadora 'Nuevas Ideas' (NI) realizou a votação interna com Bukele como candidato único em um processo totalmente virtual.
"'Nuevas Ideas' torna oficial que o vencedor da candidatura presidencial para a República de El Salvador é o senhor Nayib Armando Bukele Ortez"”, anunciou Karen González, presidente da Comissão Eleitoral do NI.
González não divulgou quantos votos o presidente recebeu no processo de confirmação da candidatura dentro do partido.
Após o anúncio do resultado da eleição interna do NI, Bukele reagiu em sua conta no Twitter e destacou que "hoje falou o maior partido da história de nosso país e em 4 de fevereiro de 2024 (dia da eleição presidencial) o povo salvadorenho terá a última palavra".
A lei obriga os partidos que pretendem participar das eleições de 2024 a realizar eleições internas para definir seus candidatos.
Na ausência de adversários, Bukele foi escolhido o candidato do NI. O atual vice-presidente da República, Félix Ulloa, o acompanhará na chapa presidencial.
Bukele, de 41 anos, anunciou em setembro de 2022 a decisão de buscar a reeleição, depois que o Supremo Tribunal de Justiça emitiu uma resolução que permite a reeleição presidencial, uma decisão que gerou polêmica sobre a legalidade da medida.
A Constituição salvadorenha estabelece que não pode concorrer à presidência quem tiver "exercido a Presidência da República por mais de seis meses, consecutivos ou não, no período imediatamente anterior, ou nos últimos seis meses anteriores ao início do mandato presidencial".
As pesquisas apontam a vitória de Bukele, cuja guerra contra as gangues rendeu uma aprovação de mais de 90% da população, apesar de a medida ter sido criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.
As eleições presidenciais e legislativas acontecerão em 4 de fevereiro, enquanto as votações para os conselhos municipais e para o Parlamento Centro-Americano (Parlacen) serão organizadas em 3 de março de 2024.
Há algumas semanas, por iniciativa do governo Bukele, o Congresso aprovou reformas para reduzir o número de deputados no Parlamento de 84 para 60, ao mesmo tempo que diminuiu de 262 para 44 a quantidade municípios nos 14 departamentos do país. As duas medidas entrarão em vigor em maio do próximo ano.
BRASÍLIA/DF - O MDB e a Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido, divulgaram nota em que se posicionam contrariamente a uma possível reversão da reforma do ensino médio.
"A ideia da revogação do Novo Ensino Médio é inaceitável. Ela é defendida apenas por alguns que se sustentam em palavras de ordem, na busca pelas velhas e estéreis batalhas ideológicas que nada constroem", diz o texto.
A reforma do ensino foi implementada no governo do presidente Michel Temer (MDB), em 2017, e é considerada por ele um dos seus mais importantes legados.
Segundo o partido, "os que defendem a revogação têm utilizado de desinformação para influenciar o debate público em torno do tema". A pressão contra a reforma veio sobretudo de setores ligados ao PT e a sindicatos de esquerda.
Nesta semana, o ministro da Educação, o petista Camilo Santana, anunciou uma pausa na implantação da reforma por 90 dias, embora não tenha anunciado seu cancelamento. A medida foi criticada por secretários estaduais da área.
Segundo o MDB e a Fundação, os problemas da reforma não devem ser motivo para que ela seja inviabilizada. "[Os opositores da reforma] Pegam exemplos pontuais e rasos para tornar a regra do que tem sido feito na implementação", afirma.
por FÁBIO ZANINI / FOLHA de S.PAULO
SÃO PAULO/SP - O União Brasil prevê iniciar a próxima legislatura com 63 deputados federais, quatro a mais do que elegeu. A legenda também negocia com dois senadores, o que elevaria sua bancada na Casa para 11 integrantes.
Com este dote ampliado, o partido acredita que será cortejado para participar do próximo governo, seja de Lula (PT) ou Jair Bolsonaro (PL).
Segundo um dirigente, não haveria impedimento dentro do partido em fazer parte da base parlamentar do futuro presidente, muito menos ocupar ministérios.
O discurso a ser adotado é que o União é a maior sigla "não polarizada" do país e que seu apoio para o próximo governo garante estabilidade política ao Brasil.
FÁBIO ZANINI / Folha de S.Paulo
BRASÍLIA/DF - Mesmo fechando uma aliança nacional com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o nanico PROS tem um perfil majoritariamente bolsonarista no Congresso e os parlamentares insistem em manter o apoio ao principal rival do candidato do PT. O PROS abriga inclusive nomes folclóricos do bolsonarismo radical, como a médica Nise Yamaguchi, que se notabilizou por recomendar tratamentos sem eficácia contra a covid, e o ex-deputado Boca Aberta, que foi cassado por ter invadido uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Paraná.
Nise entrou com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) para que o partido permita que ela seja candidata ao Senado por São Paulo, mas a atual direção quer estar com Márcio França (PSB), candidato a senador na chapa em que o petista Fernando Haddad concorre a governador. Inicialmente, a médica se filiou ao PTB para concorrer ao cargo, mas saiu do partido para se filiar ao PROS em abril.
No Congresso, a legenda tem quatro deputados e dois senadores, destes apenas a senadora Zenaide Maia (RN) faz campanha para o PT. “Continuo firme e forte ao lado do presidente Bolsonaro, minha fidelidade e apoio não tem data de validade”, diz a líder da sigla na Câmara, Aline Sleutjes (PR), que é candidata ao Senado.
A deputada era do antigo PSL, legenda que elegeu Bolsonaro em 2018 e que se uniu ao DEM para formar o União Brasil. Em abril, durante a janela partidária, Aline se filiou ao PROS. “O PROS Paraná tem uma nota oficial autorizando o partido a fazer campanha para o presidente Jair Bolsonaro, inclusive foi uma exigência minha para filiar- me”, afirmou.
O senador Telmário Mota (RR), que vai tentar a reeleição neste ano, também descarta apoiar o PT. “Em Roraima o parceiro do Lula é o Jucá, que destruiu o Estado. O Bolsonaro não, é parceiro de quem quer o crescimento e o desenvolvimento de Roraima”. Apesar do que o senador disse, Romero Jucá (MDB) vai se candidatar ao Senado na mesma coligação que o PL, partido de Bolsonaro, e publicamente já falou que apoia a emedebista Simone Tebet para o Planalto.
Telmário tem um histórico de mudanças nas posições políticas. Em abril de 2016, ele chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que anulasse todo o processo do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que na época havia sido aprovado pela Câmara e ainda não tinha sido analisado pelos senadores. Porém, o parlamentar votou a favor do afastamento da petista em agosto, quando o caso chegou ao Senado.
“O PROS aqui em Roraima se coligou com o PSC. Tanto o PROS quanto o PSC em Roraima apoiam o presidente Jair Bolsonaro. Porque o presidente Jair Bolsonaro foi um presidente sensível às causas do Estado de Roraima, principalmente a questão energética, fundiária e a infraestrutura”, declarou o senador sobre a posição na eleição deste ano.
Com três mudanças no comando na semana passada por conta de uma disputa judicial, o PROS fechou o período das convenções retirando a candidatura presidencial de Pablo Marçal. O coach tenta recorrer para manter a candidatura.
O partido foi oficializado em 2013 e na época tinha como principais representantes Ciro Gomes e seus aliados, que saíram da legenda para migrar para o PDT em 2015. Também já abrigou a família Garotinho no Rio, que hoje está no União Brasil. A legenda apoiou a reeleição de Dilma em 2014 e a candidatura de Haddad a presidente em 2018.
Lauriberto Pompeu / ESTADÃO
BRASÍLIA/DF - O Partido Progressistas (PP) oficializou na última quarta-feira (27) o apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição no pleito de outubro. A votação foi por unanimidade.
Para o presidente licenciado do partido e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro não terá uma sigla mais comprometida que o PP em sua reeleição. “Não dá para comparar o governo Bolsonaro com nenhum outro governo na história. Nenhum enfrentou uma pandemia e uma guerra maluca como esta [entre Rússia e Ucrânia]", disse. Para o ministro, a gestão de Bolsonaro teve apoio “decisivo” e “fundamental” do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Em resposta às críticas por não ter se posicionado à favor do sistema eleitoral brasileiro, Arthur Lira argumentou que sempre foi favorável à democracia e às eleições transparentes.
“A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar. Não quando querem obrigá-la a falar. Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e internas no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes, e confio no sistema eleitoral. Não precisa qualquer movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira sempre necessária. Instituições no Brasil são fortes, são perenes e não são e nunca serão redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara dos Deputados enquanto eu for presidente”, afirmou Lira.
Já o deputado Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara e tesoureiro do partido, disse que o objetivo da sigla está focado em impulsionar o crescimento da bancada de parlamentares.“[Queremos] ser o partido mais destacado em seu crescimento. O objetivo é crescer o suficiente para sermos uma força imprescindível para governabilidade”, disse.
Realizada no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, a convenção reuniu deputados e senadores do partido Progressistas. O evento contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro, os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Comunicações, Fábio Faria, e o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. A primeira dama, Michelle Bolsonaro, também participou do evento. Entre as autoridades estavam os governadores do Acre, Gladson Cameli; Distrito Federal, Ibaneis Rocha Roraima, Antônio Denarium.
PERU - O partido marxista-leninista Peru Livre, que levou Pedro Castillo à presidência, será agora de oposição, anunciou na quinta-feira,30, o chefe de sua bancada parlamentar, após pedidos ao presidente para que renuncie à sua militância.
"Definitivamente, não somos uma bancada governista", disse o parlamentar Waldemar Cerrón, líder da bancada e irmão do líder do partido, Vladimir Cerrón. Como expressão dessa nova posição, o parlamentar antecipou que a bancada votará hoje a favor da censura ao ministro do Interior, Dimitri Senmache.
Ele argumentou que o Peru Livre atuará como uma "oposição propositiva", ao contrário da "oposição obstrucionista" dos partidos de direita que dominam o Congresso. "Não seremos uma bancada que estará se opondo por se opor", disse Cerrón.
O anúncio amplia a distância que separa o Peru Livre de Castillo, que se aprofundou na última terça-feira, depois que o partido lhe pediu que renunciasse "irrevogavelmente" à sua militância, sob a ameaça de expulsá-lo.
O grupo ressaltou que Castillo não colocou em prática o programa do partido, nem suas promessas eleitorais, e sim "implementa o programa neoliberal perdedor". Vladimir Cerrón, um médico formado em Cuba, tuitou que a decisão era um "acordo unânime do Partido, Comissão Política e Bancada".
O presidente peruano não respondeu ontem se irá deixar o partido e indicou que sua decisão seria anunciada "nas próximas horas".
O conflito entre o Peru Livre e Castillo ocorre quando uma comissão do Congresso que investiga o presidente por corrupção irá recomendar hoje uma acusação constitucional contra ele, o que pode acarretar um pedido de destituição do cargo, que ocupa há 11 meses.
O Peru Livre acusa Castillo de minar a "unidade e disciplina" partidária, após a divisão da bancada governista em três blocos. O partido conta agora com apenas 16 dos 37 parlamentares que obteve nas eleições de 2021, e se tornou a principal minoria em um Congresso onde nenhum partido tem a maioria.
Castillo, um professor rural de 52 anos, foi candidato presidencial pelo Peru Livre, partido ao qual chegou como "candidato convidado" em setembro de 2020.
SÃO PAULO/SP - Após o presidente Jair Bolsonaro assinar sua filiação ao PL, o vereador de São Paulo Thammy Miranda anunciou que irá deixar a legenda, em um vídeo divulgado na terça-feira (30), em suas redes sociais.
O vereador, que foi o primeiro homem trans eleito para a Câmara Municipal de São Paulo, disse que não compartilha das mesmas ideias que Bolsonaro e que já sofreu ataques pessoas da família do presidente.
“Com a ida do presidente para o Partido Liberal, do qual faço parte, estou dando entrada na minha desfiliação. Eu vou sair do partido. A gente tem ideias diferentes, além de que já sofri ataques pessoais de membros da família do presidente, inclusive contra o meu filho, quando ainda era um recém-nascido”, diz o vereador.
Em janeiro de 2020, o filho 02 do presidente Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, publicou em seu Twitter duas fotos de Thammy ao lado da esposa, Andressa Ferreira, e do filho então recém-nascido do casal, sem nenhuma legenda ou comentário.
O fato gerou desconfiança por parte de Thammy, que questionou a intenção das publicações de Carlos e cobrou explicações do vereador do Rio.
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