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RÚSSIA - Em reunião na terça-feira (22) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a presidenta do Banco do Brics, Dilma Rousseff, defendeu a ampliação do bloco e o aumento dos financiamentos em moedas nacionais, em substituição ao dólar.

Ex-presidenta brasileira, Dilma destacou que os países do Sul Global têm necessidades financeiras muito grandes e que há dificuldades para conseguir esses empréstimos.

“Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do Brics. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] tem o compromisso de viabilizar não só financiamento em projetos soberanos, mas também em projetos da iniciativa privada”, afirmou Dilma Rousseff.

O Sul Global é o termo usado para se referir aos países pobres ou emergentes que, em sua maioria, estão localizados no Hemisfério Sul do planeta.

O presidente russo agradeceu a presença da presidente do NBD – o Banco do Brics – em Kazan, na Rússia, que recebe a 16ª cúpula do bloco entre esta terça (22) e quinta-feira (24). Além disso, Putin elogiou o trabalho da ex-presidenta do Brasil à frente da principal instituição financeira do grupo e defendeu o aumento do uso de moedas nacionais.

“Agradecemos muito o que você fez nos últimos anos. O aumento dos pagamentos em moedas locais permite reduzir as taxas de serviço da dívida, aumentar a independência financeira dos países-membros do Brics, minimizar os riscos geopolíticos e, tanto quanto possível no mundo de hoje, libertar o desenvolvimento econômico da política”, enfatizou Putin.

O mandatário russo destacou ainda que, desde 2018, o Banco do Brics financiou mais de 100 projetos totalizando mais de US$ 33 bilhões. Um dos objetivos do bloco tem sido o de aumentar o uso de moedas próprias no comércio entre os países membros, reduzindo a dependência do dólar.

Está prevista ainda na Cúpula do Brics a apresentação, por Dilma Rousseff, de um relatório com um balanço do NBD na quinta-feira (24), durante a sessão do Brics +, que deve reunir em torno de 32 representantes de países da Ásia, África e América Latina. Dilma preside o banco até julho de 2025.

Durante a reunião com Putin nesta terça-feira, a ex-presidenta brasileira ainda defendeu a expansão do bloco, que é um dos principais temas da cúpula atual na Rússia. “O Brics está agora em um processo de grande amadurecimento. Espero que possamos ter uma expansão maior dos países do Brics para os países do Sul Global e que possamos definir os novos rumos que devemos trilhar nos próximos anos”, completou Dilma Rousseff.

A cúpula deste ano deve definir os critérios para os países interessados ingressarem no bloco em uma nova modalidade, de membros associado. Existem cerca de 30 países que mostraram interesse em participar do Brics.

 

Lula

Putin também conversou por telefone nesta terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pôde comparecer à cúpula devido a um acidente doméstico no último final de semana. Ambos lamentaram a ausência do chefe de Estado do Brasil, mas Lula prometeu participar da reunião dos países-membros por videoconferência.

O primeiro dia da Cúpula do Brics também contou com reuniões do presidente russo, Vladmir Putin, com os presidentes da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

 

 

LUCAS PORDEUS LEÓN - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL

COREIA DO NORTE - O presidente russo, Vladimir Putin chegou nesta terça-feira (18) a Pyongyang, para sua primeira viagem à Coreia do Norte, país isolado há 24 anos. Antes de embarcar, Putin elogiou a Coreia do Norte por “apoiar firmemente” a guerra de Moscou na Ucrânia. A viagem pretende reforçar os laços de defesa entre os dois países.

Enormes faixas com uma fotografia sorridente do líder russo com os dizeres "damos calorosas boas-vindas ao presidente Putin!" foram colocadas em postes de iluminação em Pyongyang ao lado de bandeiras russas, mostraram imagens da mídia estatal russa.

Moscou e Pyongyang são aliados desde a fundação da Coreia do Norte, após a Segunda Guerra Mundial, e aproximaram-se ainda mais desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 levou o Ocidente a isolar Putin internacionalmente.

Os Estados Unidos e aliados acusaram a Coreia do Norte de fornecer à Rússia armamentos, incluindo mísseis balísticos para uso na Ucrânia.

Pyongyang negou ter fornecido equipamento militar à Rússia, mas, antes da sua viagem, Putin agradeceu ao governo de Kim Jong-Un por ajudar no esforço de guerra.

“Apreciamos muito que a RPDC (Coreia do Norte) apoie firmemente as operações militares especiais da Rússia que estão sendo conduzidas na Ucrânia”, escreveu Putin num artigo publicado pela mídia estatal norte-coreana na terça-feira.

A Rússia e a Coreia do Norte estão “agora desenvolvendo ativamente a parceria multifacetada”, escreveu Putin.

Ambos os países estão sob uma série de sanções da ONU – Pyongyang desde 2006 por causa de programas proibidos de mísseis nucleares e balísticos e Moscou devido à invasão da Ucrânia.

Putin elogiou a Coreia do Norte por "defender seus interesses de forma muito eficaz, apesar da pressão econômica, provocação, chantagem e ameaças militares dos EUA que duram décadas".

A Coreia do Norte disse que a visita bilateral mostrou que os laços “estão se fortalecendo a cada dia”, informou a agência notícias oficiais de Pyongyang, e “daria nova vitalidade ao desenvolvimento das relações cooperativas de boa vizinhança entre os dois países”.

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Pyongyang nega acusações de ajuda na Ucrânia

A Coreia do Norte descreveu as alegações de fornecimento de armas à Rússia como “absurdas”. No entanto, agradeceu à Rússia por utilizar o seu veto na ONU em março para pôr fim à monitorização das violações das sanções, numa altura em que os peritos da ONU começavam a investigar alegadas transferências de armas.

Os Estados Unidos expressaram “preocupação” na segunda-feira com a viagem por causa das implicações de segurança para a Coreia do Sul e também para a Ucrânia.

As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra desde o conflito de 1950-53 e a fronteira que as divide é uma das mais fortemente fortificadas do mundo.

“Sabemos que os mísseis balísticos norte-coreanos ainda estão sendo usados ​​para atingir alvos ucranianos e pode haver alguma reciprocidade que pode afetar a segurança na península coreana”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, aos jornalistas.

Destacando essas preocupações de segurança, a Coreia do Sul disse que as suas tropas dispararam contra soldados do norte que cruzaram brevemente a fronteira na terça-feira e depois recuaram.

Os militares do sul disseram acreditar que os soldados norte-coreanos cruzaram acidentalmente enquanto fortificavam a fronteira, mas disseram que alguns deles ficaram feridos após detonarem minas terrestres.

 

Dependente de ditadores

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a viagem de Putin mostra como ele é “dependente” de líderes autoritários. “Os seus amigos mais próximos e os maiores apoiadores do esforço de guerra russo, de agressão, são a Coreia do Norte, o Irã e a China”, disse Stoltenberg.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, fez um apelo à comunidade internacional para combater "o romance solitário" entre Putin e Kim, visando aumentar o fornecimento de armas para Kiev.

“A melhor maneira de responder a isso é continuar a fortalecer a coligação diplomática para uma paz justa e duradoura na Ucrânia e entregar mais mísseis Patriot e munições à Ucrânia”, disse Kuleba à AFP.

A Coreia do Norte quer tecnologia militar de ponta para avançar nos seus programas nucleares, de mísseis, de satélites e de submarinos com propulsão nuclear, segundo especialistas.

O assessor do Kremlin Yuri Ushakov disse que os dois líderes possivelmente assinariam um “tratado de parceria estratégica abrangente” para definir a cooperação em “questões de segurança”, informaram agências de notícias estatais russas.

A Coreia do Norte poderia prometer “suprir a Rússia com fornecimentos contínuos de artilharia, foguetes guiados para vários lançadores de foguetes e mísseis de curto alcance para apoiar as operações da Rússia na Ucrânia”, disse Bruce Bennett, analista sênior de defesa da RAND Corporation, à agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Em troca, Pyongyang poderá pedir que "a Rússia forneça uma variedade de tecnologias avançadas", disse ele, além de "um fluxo substancial de petróleo e produtos alimentares russos, juntamente com pagamentos em moeda forte".

 

 

RFI

RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça (28) que o Parlamento da Ucrânia deveria retirar do poder seu rival Volodimir Zelenski, cujo mandato de cinco anos expirou há uma semana sem a perspectiva da realização de nova eleição devido à guerra iniciada por Moscou em 2022.

Segundo Putin, após "uma análise cuidadosa", o Kremlin chegou à conclusão de que Zelenski não tem mais legitimidade para ficar no cargo, devendo passar o bastão para o presidente do Legislativo local, Ruslan Stefantchuk, o número dois na linha sucessória.

Na sequência, disse o Putin após encontro com o colega Chavkat Mirzioiev no Uzbequistão, deveria ser realizada uma eleição presidencial.

O russo busca estimular as rivalidades já existentes na política ucraniana, que de todo modo não incluem mais grupos pró-Moscou muito influentes. Stefantchuk, até aqui, é visto como um aliado próximo de Zelenski.

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Na semana passada Putin gerou suspeitas ao encontrar-se durante uma visita a Belarus o aliado Viktor Ianukovitch, que foi defenestrado da Presidência ucraniana em 2014. Aquele evento, revolução para os pró-Ocidente e golpe para a Rússia, disparou a anexação da Crimeia e a guerra civil no leste ucraniano, estágios anteriores da invasão de fevereiro de 2022.

Ianukovitch, um russo étnico do leste da Ucrânia, vive exilado na Rússia. Seu partido foi desmantelado, assim como quase todas as forças de oposição associadas a Moscou na política institucional de Kiev, aliás, uma das queixas usuais do Kremlin.

Ainda assim, Zelenski está sob uma crescente pressão interna e de aliados ocidentais. Uma lei ordinária ucraniana afirma que não é possível realizar pleitos se o país estiver sob lei marcial, o que ocorre desde o primeiro dia da guerra.

Mas aqui e ali surgem comentários acerca do que seria a falta de empenho de Zelenski de ao menos prover um plano de voo, dado que realizar uma consulta popular com 20% do país ocupado e bombardeios diários é uma impossibilidade.

Como disse seu biógrafo Simon Shuster à Folha de S.Paulo, será difícil para o presidente largar o poder amplo que detém. A revista liberal britânica The Economist, insuspeita de simpatias russófilas, já fez cobrança semelhante recentemente.

É essa tecla que Putin está acionando agora, embora o impacto de qualquer fala do russo sobre processos eleitorais será confrontada em Kiev com o fato de que ele invadiu o vizinho e de que o quinto pleito que venceu neste ano é contestado como ilegítimo.

Putin voltou a acusar os países da Otan, a aliança militar liderada pelos EUA, de arriscarem um conflito ampliado com o envio de armas que possam ser empregadas contra solo russo. Disse que a nova frente que abriu em Kharkiv (norte da Ucrânia) porque Kiev passou a atacar Belgorodo (sul russo).

Seu objetivo, disse, é criar uma zona tampão para evitar o alcance de armas ucranianas. Ele sugeriu que elas eram ocidentais, mas até aqui só há registro de ataques com drones e munição de origem doméstica de Kiev contra a cidade russa.

 

 

IGOR GIELOW / FOLHAPRESS

RÚSSIA - O governo de Vladimir Putin determinou um exercício de ataque com armas nucleares táticas em resposta à sugestão de governos ocidentais, principalmente o da França, de enviar soldados para a ajudar a Ucrânia a resistir à invasão da Rússia.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a simulação anunciada nesta segunda (6) pelo Ministério da Defesa russo é uma resposta direta ao presidente francês, Emmanuel Macron, e a políticos britânicos e americanos que têm defendido a medida. A agência de espionagem militar de Kiev chamou os exercícios de "chantagem nuclear".

Ele também afirmou que os serviços de inteligência de Moscou estão apurando relatos de que a França já enviou soldados de sua Legião Estrangeira à Ucrânia. Combatem pelo país vizinho mercenários de diversas nações, inclusive o Brasil, mas não há até aqui nenhum envio oficial de tropas em apoio a Kiev.

A Defesa russa havia citado especificamente o emprego de sistemas de armas nucleares não estratégicas, evocando um dos maiores temores do Ocidente: de que Putin use esse tipo de bomba contra forças da Ucrânia ou, agora, de países aliados que eventualmente enviem militares para a guerra iniciada em 2022.

Armas táticas são aquelas que disparadas contra alvos militares específicos, como bases, usualmente com menor potência do que as chamadas estratégicas -as ogivas que têm como finalidade obliterar cidades inteiras na tentativa de encerrar conflitos.

A carta nuclear tornou-se uma trivialidade na retórica russa da guerra. Pouco antes da invasão, em fevereiro de 2022, Putin determinou um complexo exercício com diversos sistemas nucleares, envolvendo mísseis disparados de solo, bombardeiros e submarinos.

Ao atacar, disse que qualquer país que interviesse em favor da Ucrânia sofreria consequências nunca antes vistas na história, uma pouco sutil referência às suas bombas atômicas. A Rússia e os EUA concentram 90% das mais de 12 mil ogivas existentes no planeta.

Ao longo da guerra, a sombra da escalada nuclear modulou a velocidade e a qualidade da ajuda enviada pelo Ocidente para o governo de Volodimir Zelenski. Até a semana passada, todos os países que forneceram armas a Kiev condicionavam seu emprego a não atacar o território russo.

Isso mudou com uma fala do chanceler britânico, David Cameron, sugerindo que os ucranianos tinham direito de fazer o que quisessem com os mísseis que Londres dá a eles. Pressionado no campo de batalha pelos avanços russos no leste neste ano, Zelenski tem feito ataques pontuais a refinarias e cidades na terra de Putin, mas por ora com armas próprias.

Nesta segunda, os russos anunciaram terem conquistado mais duas cidadezinhas no leste ucraniano, ameaçando cada vez Chasiv Iar, trampolim para a tomada final da província de Donetsk. Especula-se que essa vitória é o troféu que Putin quer mostrar no desfile do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, na próxima quinta (9).

Analistas ocidentais sempre especularam que, no caso de sofrer uma ameaça de derrota decisiva, Putin pudesse recorrer a armas táticas contra a Ucrânia. Como isso está afastado agora, a hipótese de envio de tropas reiterada por Macron faz ressurgir o fantasma.

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O próprio presidente russo disse, em diversas ocasiões, que a ideia do francês levaria a uma guerra nuclear. Agora, o Kremlin resolveu subir um degrau na disputa retórica com os exercícios, que envolverão forças do seu Comando Militar Sul e da Marinha em data não revelada.

Para uso tático, a Rússia tem à disposição mísseis como o balístico Iskander-M ou o hipersônico Tsirkon, lançado de navios e que teoricamente pode carregar uma ogiva nuclear pequena, além de bombas de queda livre. A Otan, aliança militar ocidental, acredita que Moscou tenha cerca de 2.000 dessas armas, ante 100 que os EUA mantêm em bombas lançadas por aviões na Europa.

Na Rússia, comentaristas e políticos radicais têm defendido o emprego de armas táticas para riscar uma linha no chão para o Ocidente, mas qualquer especialista do campo nuclear aponta para o risco evidente de uma escalada que leve a uma troca de fogo com mísseis estratégicos, levando a cenários apocalípticos.

 

 

POR FOLHAPRESS

BRUXELAS - A líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou partidos de extrema-direita, como o alemão AfD, que disputarão as eleições parlamentares da União Europeia, dizendo que eles têm que "limpar a casa” e se livrar de propaganda do Kremlin.

"Quando eu vejo o que seus colegas do AfD, os principais candidatos, fizeram, eles estão sendo investigados por estarem no bolso do (presidente russo, Vladimir) Putin", disse Von der Leyen, em um debate sobre o futuro da UE com vários outros candidatos, organizado pelo site Politico na segunda-feira.

Ela respondia a Anders Vistisen, do Partido do Povo Dinamarquês, de direita, referindo-se à prisão na semana passada de Maximilian Krah, assessor do principal candidato da Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão), partido de extrema-direita, por acusações de espionagem.

No debate, Vistisen acusou Von der Leyen de incentivar apoio à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia apenas para adquirir mais poder.

"Se você olhar para o programa eleitoral (da extrema-direita), você verá que ele ecoa as mentiras e a propaganda do Kremlin. Então, limpem a sua própria casa antes de nos criticar", disse Von der Leyen.

Partidos nacionalistas anti-imigração planejam unir forças após a próxima eleição parlamentar da União Europeia com o objetivo de criar um novo bloco para abalar a UE, disseram autoridades de quatro grupos no começo de abril.

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A iniciativa evidencia uma confiança cada vez maior entre partidos de extrema-direita e soberanistas de que, pela primeira vez desde a formação da UE, 60 anos atrás, eles podem vencer cadeiras suficientes no Parlamento para ter uma grande influência na maneira como o continente é administrado.

Além do AfD, o conservador Finns Party e o Partido do Povo Dinamarquês também prometeram apoiar a iniciativa.

O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, que lidera a Liga, de direita, e tem sido a força motriz para persuadir políticos com ideias similares de abandonarem suas divisões anteriores antes da eleição de junho da UE, afirmou que seus atuais aliados europeus, incluindo o Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen na França, também participariam.

 

 

Reportagem de Sabine Siebold / REUTERS

RÚSSIA - A tensão entre Rússia e Estados Unidos em relação à Ucrânia atingiu um novo patamar, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, alertando que o envolvimento americano no conflito ucraniano pode se tornar um “fiasco humilhante”, comparável aos episódios do Vietnã e do Afeganistão.

O comentário veio após a aprovação pela Câmara dos Representantes dos EUA de um projeto de lei de ajuda de US$ 60 bilhões para a Ucrânia, destinado à compra de armamentos e sistemas de defesa avançados. Zakharova afirmou que a Rússia responderá de forma “incondicional e resoluta” aos esforços dos EUA de intensificar o conflito, que teve início com a invasão russa em 2022. As relações entre os dois países atingiram seu pior momento desde a crise dos mísseis cubanos em 1962.

A ajuda americana à Ucrânia foi vista como crucial pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que agradeceu a votação, afirmando que ela impedirá a expansão da guerra e salvará vidas. O pacote também permitirá aos EUA confiscarem bilhões de dólares em ativos russos congelados, o que Zakharova classificou como “roubo”, beneficiando apenas os empreiteiros de defesa dos EUA.

Ela acusou os EUA de usar os cidadãos ucranianos como “bucha de canhão” e de quererem que o país aguente até as eleições de novembro. Até o momento, a Rússia controla cerca de um quinto do território ucraniano, principalmente nas regiões leste e sul, e as tropas russas têm ganhado terreno lentamente desde a contra-ofensiva de Kiev em 2023.

 

 

JETSS

RÚSSIA - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou sua preocupação com o presidente russo, Vladimir Putin, sugerindo que este último está buscando perpetuar seu poder de forma indefinida, após as primeiras projeções indicarem que Putin venceu as eleições presidenciais na Rússia com 87,97% dos votos.

"O ditador russo está novamente simulando uma eleição. Todos sabem que essa figura, como ocorreu muitas vezes na história, tornou-se obcecada pelo poder e está fazendo de tudo para governar indefinidamente. Ele não hesitará em cometer qualquer mal para prolongar seu poder pessoal. Ninguém no mundo está a salvo disso", declarou Zelensky em seu discurso nacional.

Zelensky também agradeceu a todos os países, líderes e organizações internacionais que têm denunciado as ações da Rússia no território ocupado da Ucrânia, chamando-as de crimes.

"Há de haver uma justiça adequada para os atos dos russos nesta guerra e em apoio ao poder vitalício de Putin. Ele teme apenas uma coisa - a justiça. Não há legitimidade nessas eleições simuladas e não pode haver. Essa figura deve enfrentar o tribunal em Haia - é isso que devemos garantir; todas as pessoas no mundo que valorizam a vida e a integridade", acrescentou.

Com um quarto das urnas apuradas, Putin acumulou 87,97% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia. Este resultado sugere que Putin permanecerá no poder até 2030, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, devido a uma alteração constitucional de 2020.

Apesar da guerra na Ucrânia e das sanções do Ocidente, Putin obteve sua maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000. O segundo candidato mais votado foi o comunista Nikolai Kharitonov, com 4% dos votos, seguido pelo representante do partido Novo Povo, Vladislav Davankov, com 3,86%. O último candidato é o ultranacionalista Leonid Slutski, com 3% dos votos.

Milhares de russos críticos do Kremlin votaram em massa na Rússia e no exterior em protesto contra as políticas de Putin e a guerra na Ucrânia.

 

 

POR NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL

EUA - O Kremlin disse na quinta-feira (22) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, 81, "degradou" seu próprio país ao xingar seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, de "filho da puta maluco" em um evento de campanha. O governo russo definiu o comentário como um "ato fracassado de um caubói de Hollywood".

Em comício para arrecadar fundos ocorrido em San Francisco na noite desta quarta-feira (21), Biden usou a sigla "SOB" ao se referir a Putin. Em inglês, é a abreviatura de "son of a bitch" (filho da puta). Seria o equivalente a "fdp" em português.

"Temos um fdp maluco como este Putin, e outros, e sempre temos que nos preocupar com o conflito nuclear, mas a ameaça existencial para a humanidade é o clima", disse Biden em breve discurso.

Atrás do republicano Donald Trump em pesquisas de intenção de voto na disputa pela Casa Branca, em novembro, o democrata subiu o tom em relação a Putin. Em outras ocasiões, o presidente americano já havia dito que o líder russo é "assassino", "carniceiro" e "criminoso de guerra" -a invasão da Rússia à Ucrânia completará dois anos no sábado (24).

Biden disse ainda que os EUA anunciariam nesta sexta (23) um novo pacote de sanções contra Moscou pela morte em condições nebulosas de Alexei Navalni, o mais conhecido opositor de Putin -o ativista estava em uma prisão de segurança máxima e, seis dias após sua morte, a família ainda não pôde ver o corpo. Segundo o Serviço Federal Prisional russo, ele morreu após desmaiar durante uma caminhada.

Em comentário à TV pública russa, Putin disse que o xingamento de Biden exemplifica o motivo de ele preferir Biden a Trump para um segundo mandato à frente da Casa Branca, como havia dito na semana passada.

"Estamos prontos para trabalhar com qualquer presidente. Mas acredito que, para nós, para a Rússia, é preferível Biden como presidente, e julgando pelo que ele acabou de dizer, estou absolutamente certo", afirmou.

Não é a primeira vez que Biden xinga alguém em público. Em janeiro de 2022, o presidente disse que um repórter da Fox News, emissora de viés conservador, era um "filho da puta estúpido" após ser questionado sobre o índice de inflação. Aparentemente, o presidente não percebeu que o seu microfone estava aberto, e o momento foi captado pelas câmeras de televisão.

Em relação ao comentário desta quinta, o porta-voz do Kremlin disse que o comentário foi vergonhoso.

"É improvável que o uso desse tipo de linguagem contra o chefe de outro Estado atinja o presidente Putin. Mas isso rebaixa aqueles que usam esse vocabulário ", disse Dmitri Peskov à agência de notícias Reuters. Segundo ele, o comentário foi provavelmente uma tentativa do democrata de parecer um caubói de Hollywood. "Mas, sinceramente, não acho que isso seja possível."

"Putin já usou alguma palavra grosseira para se dirigir a você? Isso nunca aconteceu. Portanto, acho que esse vocabulário rebaixa a própria América", acrescentou.

O ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que ocupou o Kremlin de 2008 a 2012, também rebateu o americano e afirmou que a ameaça existencial ao mundo vinha de "velhos inúteis, como o próprio Biden". Medvedev disse que Biden está senil e "pronto para iniciar uma guerra com a Rússia".

A Guerra da Ucrânia, a morte de Navalni e as declarações dos EUA de que a Rússia planeja colocar uma arma no espaço têm mantido um alto nível de tensão nas relações entre Moscou e o Ocidente.

 

 

POR FOLHAPRESS

RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse em uma entrevista transmitida na quarta-feira (14) que prefere Joe Biden a Donald Trump, mas que está disposto a trabalhar com qualquer presidente dos Estados Unidos.

Putin foi questionado pelo entrevistador russo Pavel Zarubin sobre quem era melhor para a Rússia -o democrata ou o republicano. "Biden. Ele é uma pessoa mais experiente e previsível, um político da velha guarda. Mas trabalharemos com qualquer presidente dos EUA em quem o povo americano tenha confiança", afirmou.

O líder russo disse que a campanha eleitoral americana está ganhando impulso e que, em sua opinião, é incorreto a Rússia interferir no processo.

Putin também comentou relatos sobre a saúde de Biden, fazendo referência a uma ocasião em que o líder americano bateu a cabeça ao sair de um helicóptero que o trazia à Casa Branca. "O fato de que em algum lugar, saindo do helicóptero, ele bateu a cabeça no helicóptero -bem, quem não bateu em algum lugar com a cabeça?"

Ele enfatizou que não se enxerga no direito de fazer quaisquer comentários sobre este assunto. "Não devemos olhar para isso, devemos olhar para a posição política."

As eleições presidenciais americanas, em 5 de novembro, estão novamente se encaminhando para um embate entre Donald Trump e Joe Biden, uma repetição do pleito de 2020.

Desde o início da Guerra da Ucrânia, há quase dois anos, Biden tem feito de Putin um vilão. Além de definir várias rodadas de sanções contra Moscou -com apoio da União Europeia-, seu governo se tornou um dos principais financiadores de armamentos para Kiev. O democrata também viu com bons olhos a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, a aliança militar ocidental.

Contudo, Biden já deixou claro em várias ocasiões que não quer um conflito direto com a Rússia, tampouco tentar derrubar Putin ou atacar o país.

 

 

POR FOLHAPRESS

RÚSSIA - O presidente Vladimir Putin disse na quarta (31) que o míssil que derrubou um avião de transporte com 74 pessoas a bordo em Belgorodo, no sudoeste da Rússia, foi disparado por um sistema antiaéreo americano Patriot.

O russo não apresentou as evidências de sua acusação, embora os primeiros relatos das autoridades que investigavam o abate ocorrido há uma semana eram de que fragmentos sugeriam que arma usada era de fabricação ucraniana.

Putin pediu, assim como a Ucrânia fizera antes, uma investigação internacional sobre o incidente -algo inusual para o líder, que sempre desprezou conclusões externas, como no caso do abate de um Boeing-777 sobre a Ucrânia em 2014, atribuído por uma apuração holandesa a separatistas pró-Rússia.

Há muitas implicações na fala de Putin, que ocorre em meio ao pior momento para os ucranianos na guerra, salvo o início da invasão de fevereiro de 2022.

Isso porque os Estados Unidos e a Otan, clube militar liderado por Washington, sempre condicionaram a entrega de material bélico para Kiev ao compromisso de não empregá-lo contra território russo. O medo era o de dar um motivo para Putin escalar o conflito, acusando o Ocidente de atacar diretamente a Rússia.

Como Putin presumivelmente não vai querer arriscar começar a Terceira Guerra Mundial agora, até porque está em um momento de vantagem no conflito como vizinho, é provável que sua fala tenha mirado o ânimo ocidental em apoiar Kiev com mais armamentos.

Ela ocorreu um dia depois da divulgação, pela imprensa americana, que o governo Joe Biden autorizou o envio de um novo tipo de artilharia que vai dobrar para 150 km o alcance das armas atuais dos ucranianos. Trata-se da GLSDB (sigla inglesa para Bomba de Pequeno Diâmetro Lançada do Solo), uma arma que adapta guiagem nova à munição antiga, que por ser mais barata pode ser entregue em grande quantidade.

Não está claro, contudo, sob qual rubrica orçamentária virão tais bombas, dado que os EUA anunciaram não ter mais dinheiro novo para fornecer armas à Ucrânia se o Congresso não aprovar um pacote de R$ 300 bilhões proposto por Biden no ano passado e vetado pela oposição republicana.

A acusação de Putin também é feita sob medida para dissuadir a Alemanha de fornecer mísseis de cruzeiro avançados Taurus, arma que o governo de Volodimir Zelenski vem fazendo lobby para ter. Com capacidade de atingir alvos a 500 km, eles dobrariam o alcance de armas semelhantes que Reino Unido e França deram para a Ucrânia.

Berlim foi quem forneceu duas baterias Patriot para a Ucrânia, e se comprometeu a repassar mais desses sistemas em um anúncio no ano passado. Ao menos uma delas foi destruída por um míssil hipersônico Kinjal russo no fim do ano passado.

A escassez do vital armamento, o mais sofisticado sistema antiaéreo a serviço da Ucrânia, joga dúvida sobre a afirmação do presidente russo. Parece improvável que a Ucrânia deslocaria sua única bateria remanescente para a longe da capital, seu centro nervoso a ser defendido, para atacar alvos dentro da Rússia.

Se quisesse fazer isso, poderia usar o sistema americano-norueguês Nasams ou o alemão Iris-T, que tem em maior quantidade. Ou algum dos remanescentes de seu arsenal antiaéreo soviético, notadamente os lançadores S-300, embora haja relatos de que falta munição para o modelo.

No abate do grande Il-76, modelo que é a espinha dorsal da aviação de transporte militar russa, morreram 74 pessoas. Dessas, 65 seriam prisioneiros de guerra ucranianos que rumavam para uma troca naquele dia por detentos russos no país vizinho, segundo Moscou. Kiev não confirma, mas também não desmente a informação, assim como a autoria do disparo.

Nesta quarta, houve a primeira troca de prisioneiros de guerra desde o incidente, com 195 russos e 207 ucranianos voltando para seus países.

Politicamente, a pressão fica redobrada sobre Zelenski, que adicionou uma crise militar doméstica à lista de seus problemas -que começam pela inapetência dos EUA e da Europa em renovar o apoio militar ao país depois do fracasso de sua contraofensiva, no ano passado, e o recrudescimento dos ataques aéreos russos neste inverno do Hemisfério Norte.

Na segunda (29), o presidente pediu a cabeça do comandante das Forças Armadas, Valeri Zalujni, que declinou da oferta de fazê-lo voluntariamente. Com o ônus da demissão do popular general na mão, Zelenski ainda viu a notícia vazar, e manteve o suspense sobre o que irá ocorrer.

Este relato, feito por diversos políticos ucranianos e com pelo menos um aliado de Zalujni o confirmando em público, não foi desmentido. O presidente e o general se estranhavam há meses, com declarações contraditórias de lado a lado, e o entorno de Zelenski vê o o militar como uma estrela em ascensão política com pretensões maiores.

A cisão não passou despercebida em Moscou, onde o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o caso está sendo "monitorado" e que revelaria "os problemas de Kiev".

 

 

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