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RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste final de semana, que será candidato à reeleição nas eleições presidenciais de março de 2024 já que, segundo ele, “não havia outra opção”, e pode permanecer no poder pelo menos até 2030.

Putin, de 71 anos, foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000 e venceu quatro eleições presidenciais. Entre 2008 e 2012 foi primeiro-ministro em um sistema político em que a oposição é quase inexistente, após anos de repressão.

O presidente fez o anúncio durante uma cerimônia de entrega de prêmios militares no Kremlin, que incluiu combatentes que participaram da ofensiva na Ucrânia, iniciada por Putin em fevereiro de 2022.

“Não escondo, tive posturas diferentes em momentos diferentes, mas este é um momento em que é preciso tomar uma decisão”, disse à margem da cerimônia.

“Vou concorrer à presidência”, disse Putin. “Hoje não havia outra opção”, acrescentou.

Um participante na cerimônia, Artiom Zhoga, combatente e membro do Parlamento russo local em Donetsk (uma cidade ocupada no leste da Ucrânia), saudou a notícia.

“Estamos muito felizes que o presidente tenha ouvido o nosso pedido e se candidatado”, disse Zhoga, citado pela agência de notícias estatal RIA Novosti. “A Rússia precisa disso”.

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– Sem adversários –

Nesta disputa, Putin não enfrenta nenhum adversário relevante e, segundo analistas, é provável que busque ampliar o seu poder para esconder as diferenças internas sobre a ofensiva na Ucrânia.

Cinco grandes partidos foram autorizados a apresentar um candidato para as eleições de 2024 sem recolher assinaturas, todos eles apoiadores do Kremlin e da operação na Ucrânia.

Vários grupos de direitos humanos afirmam que as eleições anteriores foram marcadas por irregularidades e que o trabalho dos observadores independentes provavelmente não será permitido.

A nova candidatura de Putin é possível graças a uma polêmica reforma constitucional aprovada em 2020.

Graças a esta emenda, Putin poderá concorrer em 2024 e, se vencer, poderá concorrer à reeleição em 2030, o que significa que pode permanecer no poder até 2036, quando completará 84 anos.

Depois de um 2022 difícil, marcado por reveses no front e por uma série de sanções ocidentais, a Rússia está em uma situação melhor devido ao fracasso da grande contraofensiva da Ucrânia, à erosão do apoio dos Estados Unidos e da Europa a Kiev e ao reajuste da economia nacional.

Quase todos os opositores de alto perfil, incluindo o ativista anticorrupção Alexei Navalny, foram presos ou forçados ao exílio. Além disso, qualquer crítica à operação contra a Ucrânia é duramente punida nos tribunais.

 

– “Uma paródia” –

Navalny cumpre atualmente uma pena de 19 anos de prisão por acusações que os seus apoiadores afirmam serem falsas.

Em um comunicado divulgado pela sua equipe na quinta-feira, Navalny encorajou os russos a votarem em “qualquer outro candidato” sem ser Putin e chamou a eleição de “farsa”.

Putin é um ex-agente da KGB soviética e entrou na política como prefeito de São Petersburgo. Em 1999 foi nomeado primeiro-ministro durante o governo de Boris Yeltsin, a quem mais tarde substituiu como presidente interino até sua primeira eleição, em 2000.

Ele ficou no poder por dois mandatos até 2008 e depois, como estava proibido de concorrer novamente, assumiu o cargo de primeiro-ministro durante o governo de Dmitri Medvedev.

Depois concorreu à chefia de Estado em 2012 e 2018. Ele desmantelou os avanços democráticos da década de 1990 e defendeu a nostalgia da União Soviética, com uma guinada conservadora.

Desde que chegou ao poder, defendeu uma maior influência geopolítica com a segunda guerra da Chechênia (1999-2009), a invasão da Geórgia (2008), a intervenção na Síria (2015) e a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia em 2022 fez de Putin um pária entre as potências ocidentais, que adotaram uma onda de sanções sem precedentes, destinadas a cortar o financiamento para sua operação militar.

 

 

AFP

EUA - O presidente americano, Joe Biden, fez um discurso em rede nacional do Salão Oval da Casa Branca na quinta (19) anunciando que enviará ao Congresso nesta sexta um pacote urgente de ajuda a Israel e Ucrânia. O valor pode chegar a US$ 100 bilhões, de acordo com a imprensa americana.

Foi o segundo discurso do Salão Oval, reservado para ocasiões de maior relevância, proferido por Biden em toda sua presidência.

Ele comparou ainda a Rússia e o Hamas, afirmando que ambos querem "aniquilar democracias vizinhas" e representam ameaças à segurança nacional americana. Biden disse ainda que "adversários" dos EUA observam atentamente os conflitos e a resposta de Washington, e que por isso ela deve ser firme, do contrário outros problemas podem surgir em outras regiões -entre elas, o Indo-Pacífico, citou, em uma referência velada à China.

O objetivo da fala foi atrelar o apoio de Washington à Ucrânia, que sofre crescente resistência de republicanos, à aliança com Israel, está muito mais consensual no país.

"É um investimento inteligente que vai pagar dividendos para a segurança americana por gerações", disse. "Isso vai nos ajudar a construir um mundo mais seguro, pacífico e próspero para nossos filhos e netos."

O apelo tem um destinatário claro, vizinho da Casa Branca: o Congresso. Um pacote bilionário de ajuda a Kiev já havia sido enviado para aprovação do Legislativo no mês passado em conjunto com as leis orçamentárias para o ano fiscal de 2024, mas não foi votado.

Desde o início de outubro, a Câmara está paralisada após derrubar de maneira inédita seu presidente. Até agora, os republicanos, que são maioria na Casa, não conseguiram concordar com um novo nome para suceder Kevin McCarthy, o que impede que qualquer outro tema seja votado pelos deputados.

"Vocês não podem deixar a política pequena, partidária, raivosa, atrapalhar nossas responsabilidades como uma grande nação", afirmou Biden.

O argumento do democrata é que ambos os confrontos, por mais que estejam longe dos EUA, são ameaças ao interesse nacional do país. "Eu sei que esses conflitos podem parecer distantes", disse. "A liderança americana é o que mantém o mundo em pé. As alianças americanas são o que mantém nós, a América, seguros."

Caso os EUA recuem de seu apoio à Ucrânia, o líder russo, Vladimir Putin, não vai se limitar a invadir esse território, como também vai avançar para a Polônia e os países bálticos, disse o americano.

Biden repetiu que não vai enviar tropas americanas para lutar com russos ou no Oriente Médio, apenas equipamentos bélicos "empilhados nos estoques" dos EUA.

O discurso, que durou 15 minutos, acontece um dia após a visita do democrata a Israel, em uma demonstração de apoio ao seu maior aliado no Oriente Médio, e do veto do país a uma resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas que pedia pausas humanitárias e condenava os ataques terroristas pelo Hamas.

Biden reforçou nesta quinta que "o mundo não pode abandonar a solução de dois Estados" para o conflito, e alertou para episódios de antissemitismo e islamofobia. Ele citou o assassinato de uma criança de origem palestina de 6 anos em Chicago na semana passada.

Ele se disse ainda sensibilizado com o ataque a um hospital na Cidade de Gaza que deixou centenas de mortos. Autoridades palestinas e israelenses trocam acusações sobre a autoria da explosão. Voltando a repetir o que disse em sua visita a Israel, Biden afirmou que Tel Aviv não é responsável pela tragédia.

 

 

POR FOLHAPRESS

RÚSSIA - O líder norte-coreano Kim Jong Un chegou nesta terça-feira (12) à Rússia, em um trem blindado, para uma reunião com o presidente Vladimir Putin, em meio a especulações sobre um acordo armamentista entre os países.

Kim partiu no domingo (10) de Pyongyang em seu trem privado verde e dourado, acompanhado por uma grande comitiva de oficiais militares, segundo as imagens divulgadas pela imprensa estatal da primeira viagem do governante ao exterior desde 2019.

A agência estatal russa Ria Novosti confirmou que o comboio atravessou nesta terça-feira a fronteira pelo ‘krai’ de Primorie, uma divisão administrativa no extremo leste da Rússia, onde deve acontecer o encontro.

Após uma semana de especulações, Pyongyang e Moscou confirmaram a reunião na segunda-feira, mas não revelaram a data exata nem o local.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o encontro acontecerá esta semana e abordará temas “delicados” para os dois países vizinhos.

Analistas estrangeiros acreditam que a reunião acontecerá em Vladivostok, onde Putin participa em um fórum econômico, e resultará em um acordo de venda de armas, apesar das advertências do governo dos Estados Unidos.

Estas fontes destacam que Moscou deseja receber projéteis de artilharia e mísseis antitanque norte-coreanos para a guerra de Moscou na Ucrânia, em troca de tecnologia avançada para satélites e submarinos nucleares, assim como ajuda alimentar, para Pyongyang.

“Nossos países cooperam em temas delicados que não devem ser objeto de e divulgação pública e anúncios”, afirmou Peskov.

“O mais importante para nós é o interesse dos nossos dois países e não as advertências de Washington”, acrescentou.

 

– Viagens de trem –

O líder norte-coreano, que não costuma viajar para o exterior, não deixava da Coreia do Norte desde o início da pandemia da covid-19.

Segundo o jornal sul-coreano Chosun Ilbo, o comboio, muito pesado devido à blindagem, circula a uma velocidade de 60 km/h e precisa de 20 horas para percorrer os 1.200 quilômetros entre Pyongyang e Vladivostok.

Kim demonstrou, repetidamente, sua preferência pelo trem para viagens internacionais. Em 2019, ele fez um trajeto de 60 horas, ida e volta, até Hanói para uma reunião com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na viagem à Rússia, o líder norte-coreano está acompanhado por comandantes militares, como o marechal do Exército Popular Coreano, Pak Jong Chon, e o diretor do Departamento de Indústria de Munições, Jo Chun Ryong, recordaram os analistas.

Isto indica que a reunião “provavelmente será muito concentrada na possível cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte”, afirmou o reitor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul, Yang Moo-jin, à AFP.

Em julho, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, visitou Pyongyang e compareceu a um desfile e a uma exposição de material militar.

 

– “Suplicando por ajuda” –

A Rússia foi um apoio crucial desse país isolado durante décadas, com laços que remontam à fundação da Coreia do Norte, há 75 anos.

Kim apoiou fortemente a invasão da Ucrânia por Moscou, o que teria incluído, segundo Washington, o fornecimento de foguetes e mísseis, algo que os dois países negam.

Para Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha de Seul, não é surpreendente que o primeiro destino de Kim após a pandemia seja a Rússia.

“A Coreia do Norte tem a munição que Putin precisa para sua guerra ilegal na Ucrânia, enquanto Moscou tem tecnologia submarina, balística e de satélites que podem ajudar Pyongyang a superar os desafios de Engenharia que enfrenta sob as sanções econômicas”, afirmou.

O governo dos Estados Unidos advertiu que Pyongyang pagaria “um preço” em caso de fornecimento de armas à Rússia e retratou a reunião como uma jogada desesperada de Putin.

“Eu descreveria isso como se ele estivesse suplicando por ajuda”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Washington acredita que Moscou poderia utilizar armas norte-coreanas para atacar os abastecimentos ucranianos de alimentos e a infraestrutura de calefação antes do inverno (verão no Brasil).

Cheong Seong-chang, pesquisador do Instituto Sejong, disse à AFP que, se a Coreia do Norte ampliar sua cooperação militar com a Rússia, isso “aumentará a probabilidade de um conflito prolongado na Ucrânia”.

Segundo o pesquisador, a recompensa a Pyongyang por ajudar Moscou poderia contribuir para acelerar o desenvolvimento de submarinos nucleares e satélites de reconhecimento norte-coreanos.

 

 

AFP

MOSCOU - Se o presidente russo, Vladimir Putin, decidir concorrer na eleição presidencial de 2024, ninguém poderá competir com ele, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta segunda-feira, informou o serviço de notícias russo de negócios RBC.

"O presidente ainda não anunciou sua candidatura", disse Peskov, segundo a RBC.

"Mas se presumirmos que o presidente será candidato, então é óbvio que não pode haver competição real para o presidente neste estágio atual."

Peskov acrescentou que Putin "conta com o apoio absoluto da população".

O ex-agente da KGB tem dominado a Rússia, como presidente ou primeiro-ministro, por mais de duas décadas, orgulhando-se de ter levado estabilidade à vasta nação após o caos que a envolveu depois do colapso da União Soviética em 1991.

Entretanto, sua decisão, em 24 de fevereiro de 2022, de enviar dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia desencadeou o maior desafio de seu governo e deu início ao mais grave confronto com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962.

A guerra na Ucrânia não saiu como planejado e, em junho, Putin enfrentou um motim do grupo mercenário Wagner, de Yevgeny Prigozhin, que mais tarde morreu em uma queda de avião.

O Ocidente impôs as sanções mais duras de todos os tempos à economia russa de 2,1 trilhões de dólares, forçando Moscou a acelerar sua articulação em direção à China.

O presidente chinês, Xi Jinping, disse a Putin em março que estava convencido de que os russos apoiariam o chefe do Kremlin na eleição presidencial do próximo ano.

As pesquisas de opinião mostram que Putin continua sendo, de longe, o político mais popular na Rússia, onde a maioria das pessoas confia na mídia estatal para obter notícias. Em agosto, seu índice de aprovação era de 80%, mais alto do que antes da guerra da Ucrânia, de acordo com Levada-Centre.

As pesquisas também mostram que cerca de 70% da população apoia os militares russos na Ucrânia, embora os políticos da oposição e alguns diplomatas ocidentais digam que essas pesquisas não são confiáveis.

 

 

 

Por Guy Faulconbridge / REUTERS

RÚSSIA - A esmagadora maioria da comunidade internacional continua a considerar a Crimeia território da Ucrânia, nove anos depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, começar a retalhar o território ucraniano com a sua anexação.

A 18 de março de 2014, Putin assinou o tratado de anexação para "reintegração da Crimeia na Federação Russa" -- a estratégica península no Mar Negro fazia parte da URSS até ao desmoronamento desta, embora tenha pertencido durante séculos ao Império Otomano.

Hoje, é a reintegração da Crimeia na Ucrânia que está em causa, com as autoridades de Kiev a definirem como objetivo a sua recuperação, no conflito em curso iniciado com a invasão russa em larga escala do território ucraniano, em fevereiro de 2022.

A "reintegração" na Rússia seguiu-se a uma invasão por forças russas em fevereiro de 2014 - na sequência do afastamento em Kiev do presidente ucraniano pró-russo Viktor Yanukovych - e a um apressado "referendo" orquestrado pelas autoridades russas, que concluiu com um apoio de 96,77% à incorporação na Rússia.

Os resultados não foram reconhecidos pela comunidade internacional. O líder russo ratificou a lei de anexação a 21 de março.

A 'receita' de invasão, referendo 'relâmpago' e anexação foi, aliás, seguida pelo Kremlin também em setembro de 2022 depois da ocupação de partes das províncias ucranianas de Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk.

Na véspera do aniversário da anexação da Crimeia, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que a Rússia fará de tudo para evitar ameaças à segurança da península e da cidade portuária de Sebastopol.

"Obviamente, os problemas de segurança são uma prioridade para a Crimeia e Sebastopol, especialmente hoje" com a campanha de guerra russa na Ucrânia às suas portas, sublinhou na sexta-feira o chefe de Estado durante uma videoconferência sobre o desenvolvimento socioeconómico da península.

Perante o líder imposto pela Rússia na Crimeia, Sergei Axionov, o chefe do Kremlin enfatizou que, nove anos atrás, os residentes da Crimeia e Sebastopol tomaram uma "decisão histórica final e inequívoca: tornar-se parte de um único grande país mais uma vez e para sempre".

Com a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia conseguiu criar um corredor terrestre entre o Donbass, no leste da Ucrânia, e a Crimeia, no sul, que precisa de recursos hidrológicos para sua sobrevivência.

O Mar de Azov tornou-se num mar interior russo, garantindo a segurança da Crimeia, que também criou uma linha de fortificações.

Nos últimos treze meses, a Crimeia foi, no entanto, alvo de ataques separados atribuídos à Ucrânia, incluindo em agosto de 2022 uma operação de sabotagem contra um arsenal do exército russo e explosões suspeitas num aeródromo.

Em outubro passado, a ponte da Crimeia, inaugurada pelo próprio Putin para ligar a península ocupada à Rússia, foi fortemente danificada por um ataque atribuído por Moscovo à Ucrânia, mas não reivindicado.

O vice-primeiro-ministro russo, Marat Khusnulin, disse também na sexta-feira que a circulação na ponte será em breve aberta a camiões e que a segunda ferrovia da será reaberta antes de julho.

A Ucrânia nunca deixou de insistir que, mais cedo ou mais tarde, libertará o território ocupado. Em agosto de 2021, Kiev lançou a Plataforma da Crimeia, que procura apoio internacional para a recuperação da península e que este ano pediu à Rússia que cesse imediatamente as hostilidades e retire suas tropas dos territórios ocupados.

Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia reiterou que Ancara não reconhece a "anexação ilegal" da Crimeia pela Rússia, após "um referendo ilegítimo realizado em violação do direito internacional".

A situação dos turcos tártaros da Crimeia, que são o povo indígena do território, é prioridade turca, disse o ministério.

"A Turquia continuará a apoiar nossos compatriotas tártaros da Crimeia na sua pátria histórica, a Crimeia, preservando sua identidade e garantindo que vivam em segurança e paz", acrescentou.

Outros países, como a Lituânia, emitiram declarações de condenação da anexação da Crimeia.

A 26 de fevereiro, para assinalar o início da invasão do território, o Departamento de Estado norte-americano emitiu uma curta nota reiterando o reconhecimento da soberania ucraniana.

"Os Estados Unidos não reconhecem e nunca reconhecerão a suposta anexação da península pela Rússia. A Crimeia é da Ucrânia", sublinhou Washington.

 

 

LUSA

NOTÍCIAS AO MINUTO

RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou, na quinta-feira (5), a aplicação de um cessar-fogo a suas tropas na Ucrânia nos dias 6 e 7 de janeiro, por ocasião do Natal ortodoxo, um anúncio recebido com frieza por Kiev e seus aliados.

O anúncio acontece depois que o patriarca da igreja ortodoxa russa Kirill, de 76 anos, pediu uma pausa nos combates na véspera do Natal ortodoxo, que será comemorado no sábado.

"Em vista do chamado de Sua Santidade, o patriarca Kirill, instruo o ministro da Defesa da Rússia a introduzir um regime de cessar-fogo ao longo de toda linha de contato entre as partes na Ucrânia", anunciou o Kremlin em nota.

A trégua terá início às 12h locais (6h em Brasília) de 6 de janeiro e vai até as 24h locais (18h em Brasília) de 7 de janeiro, acrescentou.

O anúncio de Putin foi recebido com frieza pelas autoridades ucranianas.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, garantiu que tratava-se de uma "desculpa para frear o avanço" das tropas de Kiev no Donbass e que serviria para o envio de "equipamentos, munição e aproximar tropas de nossas posições".

"Qual será o resultado? Mais mortes", afirmou.

Mais cedo, o assessor da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, classificou o anúncio russo de "hipocrisia" e insistiu em que as tropas de Moscou deveriam abandonar a Ucrânia.

"A Rússia deve deixar os territórios ocupados. Somente então haverá uma 'trégua temporária'. Fique com sua hipocrisia", tuitou.

 

- "Buscando oxigênio" -

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também não recebeu o anúncio com otimismo.

Vladimir Putin "estava pronto para bombardear hospitais, creches e igrejas" no dia 25 de dezembro e no Ano Novo, criticou durante um discurso na Casa Branca. "Acredito que ele esteja buscando um pouco de oxigênio", acrescentou.

A Alemanha afirmou que o cessar-fogo não garantiria mais "liberdade nem segurança às pessoas que vivem com medo diário sob a ocupação russa".

O Reino Unido insistiu em que Moscou deve retirar "permanentemente suas forças (...) do território ucraniano e acabar com os ataques bárbaros contra civis inocentes".

Tanto a Alemanha quanto os Estados Unidos concordaram nesta quinta-feira em enviar veículos blindados de combate à Ucrânia para ajudar na contraofensiva, anunciou a Casa Branca.

Além disso, Berlim seguirá o exemplo de Washington e também entregará um sistema de defesa antiaérea Patriot a Kiev.

A Rússia está disposta a iniciar um "diálogo sério" com a Ucrânia, mas com a condição de que Kiev aceite "as novas realidades territoriais" que surgiram após a invasão do país, disse Putin ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em conversa por telefone.

O mandatário turco pediu a Putin a aplicação de um "cessar-fogo unilateral" para dar início às negociações de paz com Kiev.

Em setembro, Moscou reivindicou a anexação de quatro oblasts (províncias) que ocupa parcialmente na Ucrânia, assim como já havia feito com a península ucraniana da Crimeia em março de 2014.

Zelensky, no entanto, recusa-se a negociar com a Rússia enquanto Putin estiver no poder, insistindo em que o objetivo é recuperar todos os territórios ocupados.

 

- "Deixaremos a cidade" -

Os apelos de cessar-fogo ocorrem dias depois de um ataque ucraniano na véspera do Ano Novo com pelo menos 89 soldados russos mortos em Makiivka, na província anexada de Donetsk.

Em um fato pouco comum desde o início do conflito, o Exército russo admitiu este trágico balanço após o bombardeio, o que lhe rendeu duras críticas.

Na frente de batalha, os combates continuam intensos. Em Chasiv Yar, uma localidade situada a menos de 20 km de Bakhmut, os moradores disseram à AFP que um míssil russo havia atingido um edifício, ferindo um homem e uma mulher.

A explosão destruiu as janelas de um edifício contíguo e de um hospital, deixando muitos escombros pelo chão.

"Quando ficar muito difícil, vamos deixar a cidade", declarou Olena, uma moradora, à AFP. "Tenho três cachorros. Já teria partido se alguém aceitasse levá-los, mas ninguém quer", explicou.

Mais ao sul, em Berislav, cidade próxima a Kherson, os bombardeios causaram a morte de duas pessoas, segundo o chefe adjunto da administração presidencial, Kirilo Timochenko.

Outras duas morreram um ataque no oblast de Zaporizhzhia, também no sul, segundo o governador Oleksandr Starukh.

 

 

AFP

RÚSSIA - O Presidente russo Vladimir Putin assinou na terça-feira um decreto com medidas em resposta à recente decisão de impor um limite de preços ao petróleo bruto russo, incluindo a proibição do fornecimento de petróleo e produtos petrolíferos russos a estes países.

O decreto "Sobre a implementação de medidas económicas especiais no sector dos combustíveis e da energia em ligação com o estabelecimento por alguns Estados estrangeiros de um limite máximo de preços para o petróleo e produtos petrolíferos russos" estará em vigor de 1 de Fevereiro de 2023 até 1 de Julho de 2023.

A medida prevê a proibição do fornecimento de petróleo e produtos petrolíferos da Federação Russa "àqueles que prescrevem um preço máximo nos contratos", de acordo com a agência noticiosa TASS.

A encomenda rubricada na terça-feira também proíbe o fornecimento de petróleo russo a compradores estrangeiros se o contrato utilizar um mecanismo de preço máximo.

A este respeito, o Ministério da Energia russo controlará o cumprimento do decreto presidencial sobre medidas de retaliação contra a introdução de um limite máximo nos preços do petróleo russo.

No início de Dezembro, os estados membros da UE, juntamente com o G7 e a Austrália, concordaram em fixar um limite máximo de 60 dólares no preço do petróleo russo transportado por via marítima.

 

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, culpou neste domingo (09/10) os serviços secretos ucranianos pelas explosões que destruíram parte da ponte de Kerch no sábado, única ligação entre a Rússia e a península ucraniana da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou em 2014.

"Os autores, executantes e patrocinadores são os serviços secretos ucranianos", disse Putin, em uma reunião com o presidente do Comitê de Investigação da Rússia, Alexandr Bastrikin, segundo um vídeo distribuído pelo Kremlin.

"Não há dúvida de que isto é um atentado terrorista com o objetivo de destruir uma infraestrutura civil criticamente importante da Federação Rússia", completou o presidente russo.

Segundo Bastrikin, cidadãos russos e países estrangeiros teriam ajudado a preparar o ataque, que matou três pessoas.

O Kremlin anunciou que Putin se reunirá com o Conselho de Segurança Nacional da Rússia nesta segunda-feira para discutir a reação ao ataque. Neste domingo, mergulhadores russos foram destacados para examinar os danos causados pelas explosões.

No sábado, segundo autoridades russas, um caminhão explodiu e incendiou sete tanques de um trem de carga que transportava combustível. Até agora, a Rússia tinha evitado acusar a Ucrânia. O tráfego de veículos e o ferroviário foram restabelecidos na ponte horas depois das explosões, que derrubaram no mar, em dois locais, parte da pista para automóveis.

Kiev não reivindicou a autoria, mas fez repetidas alusões ao desejo de destruir a ponte. Além disso, postagens de autoridades ucranianas nas redes sociais comemoraram a explosão e até ironizaram Moscou.

A Rússia construiu a ponte de Kerch para ligar a então recém-anexada Península da Crimeia à região russa de Krasnodar Krai, no norte do Cáucaso. A ponte foi inaugurada em 2018 e, na época, custou 3,6 bilhões de dólares. Com uma extensão de 19 quilômetros, o ambicioso projeto, feito para ajudar a reforçar a infraestrutura da Crimeia e fortalecer sua conexão com a Rússia, é a ponte mais longa da Europa.

De importância estratégica vital para a invasão de Moscou na Ucrânia, a estrutura é a única ligação terrestre com a península anexada ilegalmente pelos russos em 2014 e vem sendo usada principalmente como rota de abastecimento para as tropas russas em solo ucraniano.

As explosões levaram Putin a assinar um decreto autorizando o reforço das medidas de segurança para a ponte, dando poderes ao serviço secreto russo (FSB) para coordenar a proteção.

O decreto também reforçou a segurança em torno de outras infraestruturas críticas, como as linhas de fornecimento de eletricidade e gás natural para a Crimeia.

Ataques de mísseis em Zaporíjia

Também neste domingo, ao menos 12 pessoas morreram após um bombardeio na cidade ucraniana de Zaporíjia, e 49 pessoas foram hospitalizados, incluindo seis crianças, disseram autoridades ucranianas.

Um prédio de nove andares foi parcialmente destruído pelo ataque, cinco outros edifícios residenciais foram totalmente destruídos e muitos outros foram danificados por 12 ataques com mísseis russos, segundo Oleksandr Starukh, governador da região de Zaporíjia.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, confirmou o número das baixas e prometeu que aqueles que ordenaram e emitiram os ataques "impiedosos" serão responsabilizados.

 

 

le (Lusa, EFE, DPA, Reuters, AFP)

DW.COM

RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, completou 70 anos nesta sexta-feira em meio a cumprimentos bajuladores de subordinados e um apelo do patriarca ortodoxo Kirill para que todos rezem pela saúde do líder da Rússia mais longevo desde Josef Stalin.

Putin está enfrentando o maior desafio de seu governo depois que a invasão da Ucrânia desencadeou o mais grave confronto com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962. Seu Exército segue se recuperando de uma série de derrotas no mês passado.

As autoridades saudaram Putin como o salvador da Rússia moderna, enquanto o patriarca de Moscou e de todo o país implorou por dois dias de orações especiais para que Deus conceda a Putin "saúde e longevidade".

"Nós oramos a você, nosso Senhor Deus, pelo chefe do Estado russo, Vladimir Vladimirovich, e pedimos que você dê a ele sua rica misericórdia e generosidade, conceda-lhe saúde e longevidade, e liberte-o de todas as resistências dos inimigos visíveis e invisíveis, confirme-o em sabedoria e força espiritual, para todos, Senhor, ouça e tenha misericórdia", disse Kirill.

Putin, que prometeu acabar com o caos que tomou conta da Rússia após a queda da União Soviética em 1991, está enfrentando a mais séria crise militar que qualquer chefe do Kremlin enfrentou por pelo menos uma geração desde a guerra soviético-afegã de entre 1979 e 1989.

Opositores como o líder da oposição preso Alexei Navalny dizem que Putin levou a Rússia a um beco sem saída em direção à ruína, construindo um sistema frágil de bajuladores incompetentes que acabará por entrar em colapso e legar o caos.

Apoiadores dizem que Putin salvou a Rússia da destruição por um Ocidente arrogante e agressivo.

Mas a guerra na Ucrânia forçou Putin a queimar grandes quantidades de capital político, diplomático e militar.

Mais de sete meses após a invasão, a Rússia sofreu enormes perdas em tropas e equipamentos e foi derrotada em várias frentes no mês passado, enquanto o Exército de Putin pulava de uma humilhação para outra.

Putin recorreu a proclamar a anexação de territórios apenas parcialmente sob controle russo, e cujas fronteiras o Kremlin disse que ainda não foram definidas, e ameaçou defendê-los com armas nucleares.

Uma mobilização parcial declarada pelo presidente em 21 de setembro se desenrolou de forma tão caótica que até Putin foi forçado a admitir erros e ordenar mudanças. Centenas de milhares de homens fugiram para o exterior para evitar serem convocados.

Refletindo sobre o aniversário de Putin, o ex-redator de discursos do Kremlin, Abbas Gallyamov, disse: "Em um aniversário, é costume resumir os resultados, mas os resultados são tão deploráveis que seria melhor não chamar muita atenção para o aniversário".

 

 

Por Guy Faulconbridge e Mark Trevelyan / REUTERS

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a ameaça russa de utilizar armas atômicas no conflito da Ucrânia coloca o mundo no maior risco de "Armagedom" nuclear desde a crise dos mísseis cubanos no auge da Guerra Fria.

"Não enfrentamos a perspectiva do Armagedom desde Kennedy e a crise dos mísseis cubanos", disse ele na quinta-feira (06/10), durante um evento de arrecadação de fundos do Partido Democrata.

O presidente americano alertou que Putin "não está brincando quando fala sobre o uso potencial de armas nucleares táticas ou armas biológicas ou químicas, porque suas forças armadas têm um desempenho significativamente abaixo do esperado".

Biden disse acreditar que o uso de uma arma tática de baixo rendimento pode sair do controle e levar à destruição global. "Não existe a capacidade de usar facilmente uma arma tática e não acabar em um Armagedom", alertou.

Há meses que autoridades americanas alertam para a possibilidade de a Rússia utilizar armas de destruição maciça na Ucrânia, após uma série de reveses estratégicos no campo de batalha. No entanto, ainda esta semana disseram não ter visto qualquer mudança nas forças nucleares russas que exigisse uma mudança na postura de alerta das forças nucleares dos EUA.

"Não vimos qualquer razão para ajustar a nossa própria postura nuclear estratégica, nem temos indicação de que a Rússia se está se preparando para utilizar iminentemente armas nucleares", disse na terça-feira a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

 

Saída diplomática

O presidente americano também disse que Washington ainda busca uma saída diplomática. "Estamos tentando descobrir qual é a saída de Putin. Onde ele encontra uma saída? Onde ele se encontra em uma posição que não, não apenas perde prestígio, mas perde poder significativo na Rússia", acrescentou.

Putin aludiu repetidamente à utilização do vasto arsenal nuclear, incluindo no mês passado, quando anunciou os planos de mobilização parcial. "Quero lembrar que o nosso país também tem vários meios de destruição", ameaçou. "E quando a integridade territorial do nosso país for ameaçada, para proteger a Rússia e o nosso povo, usaremos certamente todos os meios à nossa disposição", disse Putin em 21 de setembro, acrescentando, com um olhar fixo na câmera: "Isto não é um blefe".

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse na semana passada que os EUA têm sido "claros" para a Rússia sobre quais seriam as "consequências" da utilização de uma arma nuclear na Ucrânia.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse que Putin compreendeu que o "mundo nunca perdoará" um ataque nuclear russo. "Ele compreende que após o uso de armas nucleares não seria mais capaz de preservar, por assim dizer, a sua vida, e estou confiante nisso", afirmou.

 

Ucrânia segue recuperando terreno

Apesar das ameaças de Moscou, as tropas ucranianas mantêm sua contraofensiva, recuperando quase toda a região de Kharkiv e importantes centros logísticos como Izium, Kupiansk e Lyman no leste.

"Somente desde 1º de outubro e na região de Kherson, mais de 500 quilômetros quadrados de território e dezenas de cidades foram liberados", declarou na noite de quinta-feira o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Horas antes, Zelenski havia pedido aos líderes europeus reunidos em uma cúpula em Praga que continuem com a ajuda militar a Kiev para que "tanques russos não avancem sobre Varsóvia ou Praga".

Os fornecimentos de armas dos EUA e da Europa indignaram as autoridades russas, que convocaram o embaixador francês em Moscou na quinta-feira precisamente por causa da ajuda militar oferecida por Paris a Kiev.

Putin, por sua vez, assegurou que a situação militar iria se "estabilizar", apesar das derrotas e fracassos na mobilização de centenas de milhares de reservistas, o que fez com que muitos homens em idade de lutar fugissem. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, assegurou que os territórios perdidos serão "recuperados".

Dias antes, Putin assinou a anexação de quatro regiões da Ucrânia sob controle parcial de suas tropas, o que abriria caminho para o uso de armas nucleares pois a doutrina de Moscou permitiria a utilização desse arsenal para proteger território russo. A anexação viola o direito internacional e foi duramente criticada por vários países.

 

 

 

dw.com

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