PESHAWAR - A principal passagem terrestre na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão foi reaberta neste final de semana, após um fechamento de nove dias em decorrência de um tiroteio entre guardas de ambos os lados, disse uma autoridade paquistanesa sênior à Reuters.
Milhares de viajantes e centenas de caminhões carregados de mercadorias ficaram retidos na semana passada devido ao fechamento da passagem de fronteira de Torkham, no extremo oeste do famoso Passo Khyber, no Paquistão.
"Ela foi aberta para o tráfego de pedestres e veículos", disse à Reuters Abdul Nasir Khan, vice-comissário do distrito paquistanês de Khyber.
Uma autoridade de segurança em Torkham afirmou que as conversas entre os dois lados resolveram a questão que provocou os confrontos.
A estrada é uma linha de vida fundamental para o Afeganistão, que não possui litoral, ligando a cidade paquistanesa de Peshawar, no noroeste do país, a Jalalabad, a principal cidade de Nangarhar, e a rota para a capital, Cabul.
O principal diplomata do Paquistão em Cabul reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores do governo taliban, Amir Khan Muttaqi, para discutir a reabertura, informou o Ministério das Relações Exteriores afegão em um comunicado na quinta-feira.
Em seu relato sobre os confrontos em Torkham, o Paquistão disse que a administração taliban tentou invadir seu território com a construção de uma "estrutura ilegal" e citou os "disparos indiscriminados" das forças afegãs.
O Ministério das Relações Exteriores do Taliban criticou o fechamento da passagem e disse que as forças de segurança do Paquistão haviam disparado contra seus guardas de fronteira quando eles consertavam um antigo posto de segurança.
Por Mushtaq Ali e Mohammad Yunus Yawar / REUTERS
(Reportagem adicional de Fayaz Aziz)
AFEGANISTÃO - O Ministro do Ensino Superior do Talibã, Mullah Neda Mohamed Nadim, apelou à comunidade internacional para não interferir nos "assuntos internos" do Afeganistão, na sequência do veto sobre as mulheres nas universidades do país.
"Apelamos a eles para que não interfiram nos nossos assuntos internos. Por um lado, estão a pedir para garantir os direitos das nossas irmãs, enquanto por outro lado estão a impor restrições aos muçulmanos no país", alegou Nadim numa declaração ao canal RTA, relatada pelo canal de televisão Tolo.
Nadim justificou a decisão das autoridades instaladas pelos Talibãs com o argumento de que as mulheres chegam das províncias às universidades sem companheiros homens, e que existe uma "falta de observância" no vestuário feminino, em relação ao uso obrigatório do véu.
O G7, a União Europeia, as Nações Unidas e outras organizações internacionais condenaram a decisão de fechar as universidades às mulheres e apelaram às autoridades de facto para inverterem os seus esforços no sentido de "apagar" metade da população afegã.
Quando os Talibãs recuperaram o poder em Agosto, prometeram respeitar os direitos conquistados pelas mulheres nos últimos 20 anos, mas na prática estes foram restringidos, com limitações na capacidade de trabalho e estudo das mulheres. O regime talibã excluiu as mulheres de posições de poder político.
Fonte: (EUROPA PRESS)
Pedro Santos / NEWS 360
AFEGANISTÃO - Um terremoto no nordeste do Afeganistão matou pelo menos oito pessoas, nesta segunda-feira (5). O número pode aumentar, segundo informações da agência de notícias estatal citando uma autoridade regional.
O terremoto de magnitude 5,3 ocorreu perto da cidade oriental de Jalalabad nas primeiras horas de hoje, declarou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
“O terremoto de domingo à noite causou perdas financeiras e humanas na província de Kunar”, disse Mawlavi Najibullah Hanif, porta-voz do governador da província, à agência de notícias Bakhtar, acrescentando que as baixas podem aumentar.
“O terremoto de domingo à noite causou perdas financeiras e humanas na província de Kunar”, disse Mawlavi Najibullah Hanif, porta-voz do governador da província, à agência de notícias Bakhtar, acrescentando que as baixas podem aumentar.
Os relatórios iniciais estimam o número de vítimas do terremoto em seis, com nove feridos, disse o porta-voz do Ministério de Desastres, Mohammad Nassim Haqqani.
O Afeganistão ainda está se recuperando de um forte terremoto em junho que matou mais de 1.000 pessoas e destruiu vilarejos no leste.
Mohammad Yunus Yawarda ReutersCharlotte Greenfielddo CNN Brasil Business
AFEGANISTÃO - O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi morto em um ataque dos Estados Unidos no Afeganistão no fim de semana, disse o presidente norte-americano, Joe Biden, nesta segunda-feira (1º), no maior golpe para o grupo militante desde que seu fundador, Osama bin Laden, foi morto em 2011.
Zawahiri, um cirurgião egípcio que tinha uma recompensa de US$ 25 milhões por sua cabeça, ajudou a coordenar os ataques de 11 de setembro de 2001 que mataram quase 3 mil pessoas nos EUA.
Autoridades norte-americanas, falando sob condição de anonimato, afirmaram que os EUA realizaram um ataque de drone em Cabul, a capital afegã, às 6h18 no horário local.
"Agora a justiça foi feita e esse líder terrorista não existe mais", disse Biden em declaração na Casa Branca. "Nós nunca recuamos."
A inteligência dos EUA determinou com "alta confiança" que o homem morto era Zawahiri, disse um alto funcionário do governo a repórteres. Nenhuma outra vítima ocorreu.
"Zawahiri continuava a representar uma ameaça ativa às pessoas, aos interesses e à segurança nacional dos EUA", disse o funcionário em uma teleconferência. "Sua morte é um golpe significativo para a Al Qaeda e degradará a capacidade de operação do grupo."
Houve rumores da morte de Zawahiri várias vezes nos últimos anos, e há muito tempo se diz que ele estava com problemas de saúde.
Sua morte levanta questões sobre se Zawahiri recebeu refúgio do Taliban após a tomada de Cabul em agosto de 2021.
O ataque de drone é o primeiro ataque conhecido dos EUA no Afeganistão desde que tropas e diplomatas dos EUA deixaram o país em agosto de 2021.
A operação pode reforçar a credibilidade das afirmações de Washington de que os Estados Unidos ainda podem enfrentar ameaças dentro do Afeganistão sem uma presença militar no país.
Em um comunicado, o porta-voz do Taliban Zabihullah Mujahid confirmou que um ataque ocorreu e o condenou veementemente, chamando-o de violação de "princípios internacionais".
O paradeiro de Zawahiri --com rumores apontando para a área tribal do Paquistão ou dentro do Afeganistão-- era desconhecido até o ataque.
Um vídeo divulgado em abril no qual ele elogiava uma muçulmana indiana por desafiar a proibição de usar um véu islâmico dissipou os rumores de que ele havia morrido.
Uma forte explosão ecoou por Cabul na manhã de domingo.
"Uma casa foi atingida por um foguete em Sherpoor. Não houve vítimas porque a casa estava vazia", disse Abdul Nafi Takor, porta-voz do Ministério do Interior, mais cedo.
Uma fonte do Taliban, pedindo anonimato, afirmou que houve relatos de pelo menos um drone sobrevoando Cabul naquela manhã.
Acredita-se que Zawahiri, com outros membros de alto escalão da Al Qaeda, tenha planejado o ataque de 12 de outubro de 2000 ao navio USS Cole no Iêmen, que matou 17 marinheiros norte-americanos e feriu mais de 30 outros, disse o site Rewards for Justice.
Ele foi indiciado nos EUA por participação nos atentados de 7 de agosto de 1998 contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia que mataram 224 pessoas e feriram mais de 5.000.
Por Idrees Ali e Jeff Mason - Repórteres da Reuters
AFEGANISTÃO - Apresentadoras e repórteres de canais de TV no Afeganistão entraram no ar com os rostos cobertos no domingo (22/05), após uma ordem do Talebã.
No dia anterior, algumas delas tinham desafiado o decreto ao manter os rostos à mostra.
Depois de tomar o poder no ano passado, o Talebã vem impondo cada vez mais restrições à vida das mulheres.
Mulheres apresentam noticiários e outros programas em canais populares como TOLOnews, Ariana Television, Shamshad TV e 1TV.
A apresentadora do TOLOnews, Farida Sial, disse à BBC: "Nós somos muçulmanas, então ok, usamos hijab, escondemos o cabelo, mas é muito difícil para uma apresentadora cobrir o rosto por duas ou três horas consecutivas e falar".
Ela pede que a comunidade internacional pressione o Talebã para reverter o decreto."Eles querem apagar as mulheres da vida social e política", disse Sial.
O Ministério do Talebã para a Prevenção do Vício e a Promoção da Virtude ordenou que todas as mulheres usem um véu facial em público ou ficam sob risco de punição — o decreto começou a valer para apresentadoras de TV a partir do sábado (21/5).
Depois que algumas mulheres inicialmente se recusaram a obedecer, uma autoridade do Talebã disse que conversaria com os responsáveis pelas apresentadoras, que podem penalizadas.
Sonia Niazi, apresentadora da TOLOnews, disse à agência de notícias AFP: "Resistimos e fomos contra [cobrir o rosto]".
Mas ela disse que o canal foi pressionado e que as apresentadoras devem ser transferidas para outros cargos ou demitidas se não obedecerem.
Khpolwak Sapai, vice-diretor do canal, disse em um post no Facebook: "Estamos profundamente tristes hoje".
Outra jornalista afegã, que pediu para não ser identificada, disse à BBC: "Hoje é mais um dia trágico para as mulheres do meu país".
E um executivo de TV disse que muitas apresentadoras temem que a próxima etapa seja tirá-las completamente do ar.
A maioria dos muçulmanos em todo o mundo não considera que a religião obrigue cobrir os rostos em público. E o Talebã inicialmente parecia estar adotando uma abordagem mais flexível depois de assumir o controle do país em agosto do ano passado.
Nas últimas semanas, no entanto, eles impuseram uma série de restrições à vida das mulheres, incluindo a atribuição de dias separados para visitar parques públicos e impedi-las de fazer viagens mais longas sem um homem.
AFEGANISTÃO - O Afeganistão será "obrigado a reconsiderar" sua política com os Estados Unidos se o governo não revisar a decisão de confiscar 7 bilhões de dólares em reservas do banco afegão, metade dos quais como compensação para as vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, anunciaram os talibãs em um comunicado.
"Os atentados de 11 de setembro não têm nada a ver com o Afeganistão. Se os Estados Unidos não mudarem sua posição e continuarem com suas ações provocadoras, o Emirado Islâmico também será obrigado a reconsiderar sua política em relação aos" Estados Unidos, declarou Inamullah Samangani, porta-voz adjunto dos talibãs, em um comunicado oficial transmitido pelo Twitter.
O presidente americano, Joe Biden, assinou na sexta-feira um decreto que prevê o confisco de 7 bilhões de dólares em reservas do banco central afegão depositados nos Estados Unidos.
Metade será reservada às ações de indenização feitas geralmente pelas famílias das vítimas dos atentados de 11 de setembro.
A outra metade está destinada à ajuda humanitária no Afeganistão, mas fornecida de forma que as quantias não caiam em mãos dos talibãs, destacou a Casa Branca.
Na sexta-feira, em uma primeira reação à decisão de Joe Biden, os talibãs qualificaram o confisco de recursos de "roubo".
AFEGANISTÃO - Quatro irmãos afegãos voltaram a tecer tapetes com a esperança de ganhar algum dinheiro em meio à crise econômica do país arruinado.
Assim como várias gerações antes deles, os irmãos Haidaria agora passam os dias sentados em um banco tecendo os complexos tapetes que dão fama ao Afeganistão.
As jornadas são longas, mas eles enfrentam com determinação, mesmo que não saibam se terão algum cliente para vender seu produto.
"Não temos outra opção" para manter a família viva, conta Ghulam Sakhi, o patriarca de 70 anos.
Até o retorno do Talibã ao poder em 15 de agosto, os Haidari conseguiam escapar deste ofício tão cansativo para as costas e administravam uma loja de flores para casamentos.
Mas a interpretação rígida do Islã dos novos líderes acabou com os casamentos tão apreciados pelos afegãos e o negócio familiar se afundou.
Diante da adversidade, decidiram voltar às origens.
"Obviamente, quando os talibãs voltaram (...), os salões de casamento não faziam muitos negócios. Por isso, começamos novamente com os tapetes", conta Rauf, de 28 anos, o irmão mais velho de todos e que vive e trabalha em Cabul.
"É uma prática muito antiga que nossos antepassados nos deixaram de legado", diz à AFP.
Agora selecionam os fios dos rolos pendurados de seda antes de colocá-los na urdidura para compor a trama da tapeçaria com precisão, ritmo e energia.
Quando os 12 metros de tapete estão finalizados, acreditam que podem ganhar até 6.000 dólares (5.300 euros).
Cerca de dois milhões dos 38 milhões de afegãos trabalham no setor de tapetes, segundo Noor Mohammad Noori, que dirige a associação nacional de produtores.
A demanda sofreu um duro golpe desde que a mudança de poder provocou um êxodo dos expatriados que trabalhavam para organizações internacionais, afirma.
Os tapetes afegãos, desde as intrincadas tapeçarias persas de seda até os mais simples kilims de lã tribais, são cobiçados no mundo todo.
Mas nos últimos meses, "há cada vez mais pessoas fazendo tapetes", disse Kabir Rauf, comerciante em Cabul que descreve suas mercadorias como "tesouros nacionais do Afeganistão".
Entre os novos funcionários do setor há mulheres que não podem mais trabalhar, meninas cujas escolas foram fechadas e homens desempregados, disse.
Em Herat, perto da fronteira com Irã, Haji Abdul Qader já emprega 150 famílias em seu negócio de produção de tapetes.
AFEGANISTÃO - O governo do Afeganistão, controlado pelo Taliban, publicou, na sexta-feira (3), decreto sobre os direitos das mulheres que diz que elas não devem ser consideradas "propriedades" e precisam consentir para se casar, mas não menciona o acesso feminino à educação ou ao trabalho fora de casa.
O Taliban, que assumiu o comando do Afeganistão no dia 15 de agosto, está sob pressão da comunidade internacional, que mantém congelada a maioria dos fundos para o Afeganistão, exigindo que o movimento se comprometa a respeitar os direitos das mulheres.
"Uma mulher não é uma propriedade, mas um ser humano nobre e livre; ninguém pode dá-la a ninguém em troca de paz... ou para por fim à animosidade", diz o decreto do grupo islâmico radical divulgado pelo porta-voz Zabihillah Muhajid. O decreto delineia as regras que determinam o casamento e a propriedade para as mulheres, dizendo que elas não deveriam ser obrigadas a se casar e que viúvas deveriam ter sua parcela da herança do falecido marido.
AFEGANISTÃO - O governo do Talibã divulgou uma série de restrições para a mídia afegã, incluindo a proibição de dramas televisivos com atrizes e a ordem para que mulheres âncoras de noticiário usem o "hijab islâmico".
O Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício do Afeganistão delineou nove regras nesta semana, disse um porta-voz do governo do Talibã nesta terça-feira, centradas essencialmente na proibição de qualquer mídia que viole "valores islâmicos ou afegãos".
Algumas das regras visam especificamente as mulheres, o que provavelmente provocará preocupações na comunidade internacional.
"Estes dramas ou programas nos quais as mulheres atuam não deveriam ser transmitidos", determinam as regras, acrescentando que jornalistas mulheres deveriam usar o "hijab islâmico", mas sem definir o que isto significa.
Embora a maioria das mulheres afegãs use lenços de cabeça em público, no passado os comunicados do Talibã sobre o uso do "hijab islâmico" causaram receio em ativistas dos direitos das mulheres, que dizem que o termo é vago e que poderia ser interpretado conservadoramente.
IRAQUE - No Iraque, o primeiro-ministro Mustafa Al-Kadhimi escapou ileso de uma tentativa de assassinato na madrugada de sábado (6) para domingo (7). Três drones com explosivos tinham sua residência como alvo. Dois dos drones foram interceptados.
Muitos iraquianos foram acordados no meio da noite deste domingo por uma forte explosão, seguida de pesados tiros, em direção ao centro político e diplomático da capital iraquiana, relata a correspondente da RFI em Bagdá, Lucile Wassermann.
O ataque aconteceu em plena Zona Verde, distrito com segurança reforçada onde estão localizadas os prédios do governo.
A tentativa de assassinato foi realizada por "três drones, dois dos quais foram abatidos" pela guarda de Moustafa Al-Kadhimi, de acordo com duas fontes de segurança. Os três aparelhos "foram lançados de um local próximo à ponte da República", antes de seguirem para a Zona Verde, disse uma dessas fontes. O terceiro conseguiu detonar sua carga contra a casa do primeiro-ministro, que escapou ileso. Dois guarda-costas ficaram feridos.
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