CHINA - A gigante chinesa de telecomunicações Huawei registrou uma queda anual de 6,2% na receita no primeiro semestre de 2022, segundo dados do grupo divulgados nesta sexta-feira (12).
A empresa, que enfrenta sanções dos EUA, faturou 301,6 bilhões de yuans (US$ 44,8 bilhões) entre janeiro e junho, acima dos 320,4 bilhões de yuans do ano anterior.
A pandemia de covid-19 e a situação global afetaram "fortemente" as atividades do grupo, admitiu o presidente em exercício da Huawei, Ken Hu.
"Enquanto nosso negócio de dispositivos foi duramente atingido, nosso negócio de infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) manteve um crescimento constante", acrescentou o executivo, no entanto.
A margem de lucro chegou a 5%, segundo comunicado da empresa, que não apresentou resultados financeiros do período. Um ano antes, esse coeficiente que mede a rentabilidade era de 9,8%.
O grupo, com sede em Shenzhen, no sul da China, está no centro de uma intensa rivalidade tecnológica entre a China e os Estados Unidos.
Washington acusa regularmente a Huawei de representar um perigo para a segurança nacional devido às suas possíveis ligações com os serviços de inteligência chineses, algo que a empresa nega.
Em 2018, o governo Trump colocou a Huawei na lista de sanções, proibindo empresas americanas de vender-lhe tecnologia sensível, incluindo microprocessadores. A atual administração Biden não mudou essa política.
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na terça-feira (09) uma lei para impulsionar o desenvolvimento e a produção de semicondutores no país, em meio a temores de que a China se torne a potência dominante neste setor.
A Lei Chips e Ciência, que libera US$ 52 bilhões em subsídios, ajudará os Estados Unidos a vencer "a competição econômica do século XXI", garantiu Biden.
Além do investimento nesses componentes cruciais para a eletrônica moderna, o texto prevê dezenas de bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento.
A lei, que o Congresso aprovou no fim de julho, representa uma vitória para Biden após uma longa disputa e é uma boa notícia para o seu partido com vistas às eleições de meio de mandato.
"Amplifica nossos esforços para fabricar semicondutores aqui nos Estados Unidos", disse Biden, que elogiou os empresários, aos quais se referiu como "a razão pela qual sou otimista sobre o futuro de nosso país".
A demanda mundial de semicondutores disparou durante a pandemia e provocou uma escassez mundial que se agravou com o fechamento de fábricas chinesas por surtos de covid-19.
Os Estados Unidos sofreram particularmente com essa escassez, pois reduziram drasticamente sua participação na produção mundial nos últimos anos, dando uma margem de vantagem para a Ásia, especialmente a China, atual potência dominante do setor.
A falta de semicondutores prejudicou consideravelmente a produção de automóveis no ano passado, o que resultou em um aumento de preços na indústria automotiva.
- Micron quer investir US$ 40 bi -
Por sua vez, a empresa americana de semicondutores Micron anunciou planos de investir 40 bilhões de dólares na produção nacional de chips até o final desta década, aproveitando os subsídios e créditos da nova lei.
O presidente e CEO da Micron, Sanjay Mehrotra, classificou a iniciativa de "um passo importante para consolidar a liderança de semicondutores americanos nas próximas décadas".
"A Micron anuncia hoje que, graças a esta lei, investirá 40 bilhões de dólares em 10 anos", afirmou Biden em seu discurso durante o ato de assinatura da nova lei nos jardins da Casa Branca.
A companhia estima que a produção começará na segunda metade da década e prevê que o enorme investimento "garantirá a segurança nacional dos Estados Unidos e a recuperação da cadeia de suprimentos à medida que a demanda por memórias crescer".
A Micron disse que espera criar mais de 40.000 novos empregos nos EUA e projeta que a produção doméstica de memória aumente de "menos de 2% para mais de 10% do mercado global na próxima década", segundo Mehrotra.
Na atualidade, os semicondutores são essenciais para a produção e operação de smartphones, veículos, redes 5G e até sistemas de defesa.
CHINA - As Forças Armadas da China anunciaram na segunda-feira (8) novos exercícios militares nos mares e no espaço aéreo ao redor de Taiwan, suscitando preocupação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, um dia após o término programado de seus maiores exercícios para protestar contra a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé, na semana passada.
O Comando do Teatro Oriental da China disse que realizará exercícios conjuntos com foco em operações antissubmarino e de ataque marítimo - confirmando os temores de alguns analistas de segurança e diplomatas de que Pequim continuará a manter pressão sobre as defesas de Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan condenou a medida, dizendo que a China estava criando crises deliberadamente, e exigiu que Pequim interrompa suas ações militares e "se afaste do limite".
"Diante da intimidação militar criada pela China, Taiwan não terá medo nem recuará, e defenderá com mais firmeza sua soberania, segurança nacional e modo de vida livre e democrático", disse o ministério em comunicado.
Biden, em seus primeiros comentários públicos sobre o assunto desde a visita de Pelosi, disse que não estava preocupado com Taiwan, mas com as ações da China na região.
"Estou preocupado que eles estejam se movendo tanto quanto estão", afirmou Biden a repórteres em Delaware. "Mas eu não acho que eles vão fazer nada mais do que estão fazendo."
A secretária de imprensa da Casa Branca Karine Jean-Pierre mais tarde condenou os exercícios da China.
"Nós os condenamos desde que começaram a escalar", disse Jean-Pierre. "Eles são provocativos, irresponsáveis e aumentam o risco de erro de cálculo. E é a isso que ele [o presidente] estava se referindo."
A visita de Pelosi a Taiwan na semana passada enfureceu a China, que considera a ilha autogovernada como seu território e respondeu com lançamentos de teste de mísseis balísticos na região pela primeira vez, além de abandonar algumas linhas de diálogo com Washington.
A cooperação contra o tráfico ilícito de fentanil estava entre os canais que Pequim suspendeu, uma medida que o chefe da política de controle de drogas dos EUA, Rahul Gupta, chamou na segunda-feira de "inaceitável".
A duração e a localização precisa dos exercícios mais recentes ainda não são conhecidas, mas Taiwan já diminuiu as restrições de voo perto das seis áreas de exercícios chineses anteriores ao redor da ilha.
CHINA - A Apple deve começar a produção simultânea de ao menos um dos modelos do próximo iPhone na China e na Índia, feito inédito na história da empresa. A informação vem do analista Ming-Chi Kuo, conhecido por ter informações dos bastidores da linha de produção da gigante da tecnologia.
Segundo Kuo, a medida tem como objetivo minimizar eventuais impactos geopolíticos que possam afetar a cadeia de suprimentos mundial, como semicondutores e outras peças vindas do país asiático. A decisão ocorre após a escalada do tom diplomático entre China, Taiwan e Estados Unidos.
Atualmente, a produção do iPhone ocorre principalmente na fábrica da Foxconn na China, país que lidera a exportação de smartphones da Apple. Depois de alguns trimestres, países como Índia e Brasil, onde a Foxconn possui instalações, entram na montagem.
“No curso prazo, a capacidade de entregas do iPhone pela Índia ainda devem ter uma lacuna considerável em relação à China, mas é um marco importante para a Apple”, escreveu Kuo no Twitter na sexta-feira, 5. “Isso sugere que a Apple está tentando reduzir impactos geopolíticos na oferta e vê o mercado indiano como o próximo acelerador de crescimento.”
EUA - O líder chinês, Xi Jinping, disse ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira (28), que os Estados Unidos devem respeitar o princípio de "uma China" em relação a Taiwan e garantir que suas ações sejam consistentes com suas palavras, relatou a mídia estatal chinesa.
"Aqueles que brincam com fogo podem se queimar", disse o presidente chinês a Biden durante um telefonema. "Espero que o lado dos EUA possa ver isso claramente."
A China se opõe firmemente à independência de Taiwan e à interferência de forças externas, disse Xi.
MONTEVIDÉU - O diretor-geral para América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores da China, Cai Wei, afirmou, na segunda-feira (25), em Montevidéu, que Pequim está aberta à "cooperação" com "o Mercosul em seu conjunto", enquanto negocia um tratado de livre-comércio (TLC) com o Uruguai.
"A parte chinesa está aberta à cooperação tanto com o Mercosul em conjunto como com o país-membro particular [o Uruguai]", assinalou o chefe de uma delegação oficial chinesa que se reuniu com integrantes do governo do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, incluindo o chanceler, Francisco Bustillo, e a ministra da Economia, Azucena Arbeleche.
"A China é uma firme defensora do livre-comércio" e está "disposta a negociar e a firmar TLCs com todos os países interessados", assinalou o funcionário chinês, segundo a tradução oficial de sua declaração à imprensa publicada em vídeo no site da Presidência uruguaia.
O Uruguai iniciou tratativas para um tratado de livre-comércio com a China depois que ambos os países realizaram um estudo de viabilidade de um acordo com essas características, que gerou polêmica no Mercosul, o bloco econômico sul-americano que também reúne Argentina, Brasil e Paraguai.
O Mercosul não permite que um de seus membros negocie acordos comerciais sem a anuência dos demais, mas o Uruguai, que há quase duas décadas pede uma flexibilização dessa decisão adotada pelo grupo, resolveu tratar individualmente com a China.
CHINA - China não está acostumada com crescimento de um dígito. Nem muito menos com desempenho de zero vírgula alguma coisa. Mas essa é a realidade do país hoje. Com sua economia contaminada pelos problemas internos e pelas as turbulências globais – leia-se inflação, guerra e pandemia –, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo país mais rico do mundo cresceu somente 0,4% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas. É trágico. Trata-se do pior desempenho desde o início da série histórica, em 1992. O resultado do período ficou abaixo das piores previsões dos economistas, que apostavam em crescimento de 1%, no mínimo.
No mercado de games, em que a China se tornou o maior expoente mundial, a receita do primeiro semestre caiu pela primeira vez desde que os dados foram disponibilizados há 14 anos. O maior mercado no setor do mundo tem sido fortemente impactado por intensa atividade de regulação pelo governo. A receita combinada do setor caiu 1,8%, para 147,7 bilhões de iuans (US$ 21,8 bilhões) nos seis meses encerrados em junho, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (21) pela China Audio-Video and Digital Publishing Association.
E isso afeta o Brasil e o mundo? Muito. Como locomotiva da indústria mundial, a China é um trem quase parando. Em alguns casos, como ocorre com a mineração brasileira, chineses lentos significam poucos negócios pela frente. Segundo Paulo Rezende, que é economista e professor de Comércio Exterior, com menos demanda por insumos como minério de ferro, grãos e petróleo, as empresas devem exportar menos para lá e, no melhor dos casos, terá de negociar ainda mais seus contratos. “Poucas notícias são tão ruins para a economia brasileira quanto a desaceleração chinesa”, afirmou. “O impacto sobre as empresas exportadoras é até maior do que temas como inflação, juros e guerra.”
O problema é que, além do baixíssimo crescimento, a dificuldade em fazer sua economia deslanchar deve perdurar por alguns meses ou anos – o que aprofunda a crise em uma nação de 1,4 bilhão de pessoas. Pelos cálculos do Banco Mundial, a China precisa crescer a um ritmo de 4,8% apenas para ficar no zero a zero no mercado de trabalho, e absorver a mão de obra que se forma ou que migra do campo para as cidades todos os anos.
E o tema da desocupação dos trabalhadores preocupa o governo de Pequim. O desemprego está próximo dos níveis mais altos já registrados. Segundo o departamento de estatísticas, o índice entre os jovens aumentou para 19,3%. O mercado imobiliário também não se recuperou, e as pequenas empresas arcam com o peso da fraqueza nos gastos do consumidor. As vendas no varejo, um indicador de quanto os consumidores estão gastando, caíram 4,6% em relação ao ano anterior, de abril a junho, segundo o governo.
Na avaliação de Kenneth Rogoff, professor de economia da Universidade de Harvard e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, a China deve demorar até uma década para restaurar a performance de crescimento de antes da pandemia. A economia chinesa, diz ele, deixou de ser o motor do crescimento internacional e os fundamentos de longo prazo não sinalizam que o cenário vai mudar em curto prazo. E alguns sinais disso já são sentidos pelas empresas chinesas.
4,8% é quanto a china precisa crescer ao ano só para atender quem entra no mercado de trabalho
Além das paralisações causadas pelo rígido lockdown imposto pelo governo a cidades importantes da China neste ano, que tiveram aumento vertiginoso de contaminação e mortes, a bola de aço presa ao calcanhar do PIB é a construção civil. No ano passado, o mercado imobiliário respondeu por 26% do produto interno bruto, o que gerou alta de preços e especulação de investidores. O contra-ataque do governo, agora, pode ter sido exagerado. As medidas para limitar a alta dos preços empurram o setor ao endividamento e a cortes das margens de lucro, segundo Rogoff. Com isso, aumentam os riscos de estagflação.
Outro golpe aplicado pelo governo no dia 21 foi uma multa de 8 bilhões de yuans (US$ 1,2 bilhão) à gigante do transporte Didi por violação da política de proteção de dados. A investigação de um ano encontrou “evidências conclusivas” de que Didi cometeu violações “de natureza flagrante”, informou a Administração do Ciberespaço da China.
ESTÍMULOS
Enquanto o país tenta se reerguer, na última semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reforçou a necessidade de o governo chinês elevar seus pacotes de estímulo financeiro para aquecer a indústria local e puxar o comércio exterior, em meio a um cenário de guerra na Ucrânia, risco de desabastecimento de gás russo na Europa e juros em alta no mundo todo, o cenário mais delicada das últimas décadas.
Segundo a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, a guerra na Ucrânia vai provocar uma redução na previsão para o crescimento de 143 economias neste ano. Juntas, essas nações respondem por 86% do PIB global. “Se o mundo cresce menos, economias fortes como a da China precisam ajudar a reequilibrar o crescimento em médio e longo prazo.”
Jaqueline Mendes / ISTOÉ DINHEIRO
SEUL - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pedirá nesta terça-feira laços comerciais mais profundos entre aliados para fortalecer suas cadeias de suprimentos, combater a inflação e frustrar as "práticas comerciais desleais" da China e seus esforços para dominar os principais mercados de matérias-primas e tecnologias.
Yellen fará os comentários em um discurso em Seul após visitar as instalações da gigante da tecnologia sul-coreana LG Corp. durante a etapa final de sua visita de 11 dias à região.
"Nós não podemos permitir que países como a China usem sua posição de mercado em matérias-primas, tecnologias ou produtos importantes para desestabilizar nossa economia e exercer influência geopolítica indesejada", dirá Yellen, segundo trechos divulgados pelo Departamento do Tesouro.
Em vez disso, Yellen dirá, os Estados Unidos e aliados como a Coreia do Sul devem se concentrar em diversificar suas cadeias de suprimentos para depender mais de parceiros comerciais confiáveis, fortalecendo a resiliência econômica e reduzindo os riscos.
De acordo com os trechos das declarações, Yellen dirá que isso sustentaria o dinamismo e o crescimento da produtividade que acompanham a integração econômica, ao mesmo tempo em que ajudaria a isolar os cidadãos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul dos aumentos de preços causados por riscos geopolíticos.
As potências ocidentais correram para acabar com sua dependência excessiva da China como principal fornecedor desde o início da pandemia da Covid-19, que expôs a fragilidade das cadeias de suprimentos globais e expôs lacunas nas capacidades domésticas em setores-chave.
Yellen dirá que a pandemia e a guerra da Rússia na Ucrânia - ações que Moscou chama de "uma operação militar especial" - deixaram clara a necessidade de abordar as vulnerabilidades da cadeia de suprimentos e trabalhar para reduzir os congestionamentos e a escassez que elevaram os preços em todo o mundo.
Reportagem de Andrea Shalal / REUTERS
LONDRES - Os chefes dos serviços de segurança do Reino Unido e dos Estados Unidos fizeram uma declaração conjunta inédita em Londres na quarta-feira (6/7) para alertar sobre a "ameaça imensa" que a China representa no mundo.
O diretor da agência americana FBI, Christopher Wray, disse que a China é a "maior ameaça de longo prazo à nossa segurança econômica e nacional" e que Pequim "interferiu na política" dos EUA, incluindo em eleições recentes.
O chefe do serviço britânico de inteligência MI5, Ken McCallum, disse que nos últimos três anos a sua agência dobrou a quantidade de trabalho que realiza contra a atividade chinesa — e que pretende dobrar novamente os esforços.
O MI5 diz estar realizando sete vezes mais investigações relacionadas às atividades do Partido Comunista Chinês em comparação com 2018, segundo McCallum.
Wray, do FBI, alertou que, se a China tomasse Taiwan à força, isso "representaria uma das mais terríveis interrupções en negócios que o mundo já viu".
Esta foi a primeira aparição pública conjunta dos dois diretores. Ela ocorreu na sede do MI5 em Londres.
McCallum afirmou que o Partido Comunista Chinês hoje provocou uma grande virada nos desafios de inteligência do Reino Unido. Wray disse que a China representa um desafio "imenso" e "arrebatador".
Wray alertou o público presente na apresentação — que incluía executivos-chefes de empresas e figuras de alto escalão de universidades — que o governo chinês está "determinado a roubar sua tecnologia" usando diversas ferramentas.
Ele disse que isso representa "uma ameaça muito mais grave a empresas ocidentais do que muitos empresários sofisticados percebem". Ele citou casos em que pessoas ligadas a empresas chinesas nas áreas rurais dos EUA estariam desenterrando sementes geneticamente modificadas — uma tecnologia que custaria bilhões de dólares e quase uma década para a China conseguir desenvolver.
Ele também disse que a China implantou espionagem cibernética para "enganar e roubar em grande escala", com um programa de hackers maior do que o de todos os outros grandes países somados.
O chefe do MI5 disse que a inteligência sobre ameaças cibernéticas foi compartilhada com 37 países e que em maio um ataque sofisticado contra o setor aeroespacial foi interrompida.
McCallum também apontou uma série de exemplos ligados à China. Entre eles, um especialista em aviação britânico que recebeu uma proposta pela internet de uma atraente oportunidade de emprego. Ele viajou para a China duas vezes para "beber e jantar" antes de ser solicitado a fornecer informações técnicas sobre aeronaves militares por uma empresa que na verdade era uma fachada para oficiais de inteligência chineses.
"Foi aí que entramos", disse McCallum. Ele também disse que a empresa de engenharia Smith's Harlow foi abordada por uma empresa chinesa que conseguiu roubar a sua tecnologia, forçando a companhia britânica a pedir falência em 2020.
Ele citou o alerta de interferência emitido pelo Parlamento em janeiro sobre as atividades de Christine Lee, dona de um escritório de advocacia que trabalhava em prol das relações entre Reino Unido e China, e chegou a ser recebida por premiês britânicos. Ela foi acusada por um relatório do MI5 de tentar influenciar políticos britânicos para favorecer a China.
McCallum disse que esse tipo de operação visa amplificar as vozes do partido comunista pró-chinês e silenciar aqueles que questionam sua autoridade. "Isso precisa ser enfrentado", disse o diretor do MI5.
Nos EUA, o diretor do FBI disse que o governo chinês interferiu diretamente em uma eleição para o Congresso em Nova York porque queria barrar um candidato que protestou na Praça da Paz Celestial em 1989.
A China fez isso, segundo o FBI, contratando um detetive particular para buscar informações negativas sobre o candidato. Wray afirma que nada foi encontrado e que houve então um esforço para se fabricar uma polêmica envolvendo uma prostituta e que se cogitou até mesmo encenar um acidente de carro.
Wray disse que a China está aprendendo "todo tipo de lição" do conflito na Ucrânia. Isso incluiu tentar se proteger de sanções futuras como as que atingiram a Rússia. Se a China invadir Taiwan, a ruptura econômica seria muito maior do que a observada com os russos, disse ele. Segundo Wray, os investimentos de grandes potências europeias e dos EUA na China se tornariam "reféns" do governo de Pequim, e as cadeias de suprimentos seriam interrompidas.
"Eu não tenho nenhum motivo para pensar que o interesse deles em Taiwan diminuiu de alguma forma", disse o diretor do FBI a jornalistas após o discurso.
O diretor do MI5 disse que novas leis podem ajudar a lidar com a ameaça chinesa, mas que o Reino Unido também precisa se tornar um "alvo mais difícil", garantindo que todas as partes da sociedade estejam mais cientes dos riscos envolvidos. Ele disse que uma recente reforma do sistema de vistos obrigou mais de 50 estudantes ligados às Forças Armadas da China a deixarem o Reino Unido.
"A China acreditou por muito tempo que era a segunda maior prioridade de todos", disse Wray. "Eles não estão mais passando desapercebidos".
- O texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62076576
CHINA - Dezenas de milhões de pessoas entraram em confinamento nesta quarta-feira (6) na China, onde o comércio em uma cidade turística foi obrigado a fechar as portas depois da detecção de novos focos de contágio de covid-19, o que provoca o temor de mais restrições.
Autoridades de saúde anunciaram mais de 300 casos da doença nesta quarta-feira, com focos na cidade de Xi'an (norte), lar dos Guerreiros de Terracota, assim como em Xangai, a maior cidade do país.
Em Xangai, alguns moradores relataram nas redes sociais que receberam porções de alimentos do governo, como aconteceu há alguns meses durante um um confinamento prolongado.
"Deixe-me contar uma história de medo: o distrito de Putuo está enviando legumes de novo", postou um morador na rede WeChat.
"Estou muito nervoso, a epidemia destruiu minha juventude. Vou enlouquecer", escreveu outro morador de Xangai na rede Weibo.
As autoridades iniciaram uma nova série de testes em larga escala em metade dos distritos de Xangai após o aumento de casos desde o fim de semana. Nesta quarta-feira ordenaram o fechamento dos bares de karaokê após a detecção de alguns contágios originários destes locais.
E Xi'an, uma cidade histórica de 13 milhões de habitantes que enfrentou um mês de confinamento no fim do ano passado, foi colocada sob "medidas temporárias de controle" após a detecção de 29 contágios desde sábado.
Locais de entretenimento, incluindo pubs, cafés e bares de karaokê, foram fechados a partir da meia-noite de quarta-feira, informou o governo local.
A imprensa estatal divulgou imagens dos moradores de Xi'an em filas para testes após meia-noite, ao mesmo tempo que insistiu que a cidade não está em confinamento.
As autoridades atribuíram o surto na cidade à subvariante BA.5.2 da ômicron, que é mais transmissível e escapa da imunidade.
"Os casos positivos são todos do ramo BA.5.2 da variante ômicron. Um trabalho de rastreamento epidemiológico está em andamento", disse Ma Chaofent, do Departamento de Saúde de Xi'an, em entrevista coletiva.
Os novos casos são um desafio para o presidente Xi Jinping, que na semana passada reafirmou o compromisso com a estratégia chinesa de 'covid zero', apesar do crescente custo econômico.
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