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ALEMANHA - A Alemanha tem intensificado as suas ações no que toca à imigração ilegal. Mais de 12.000 nigerianos, que vivem no país ilegalmente, estão na mira da deportação e acompanham atentamente o aceso debate sobre a migração, que tem sido uma questão em destaque na política alemã.

O presidente nigeriano, Bola Tinubu, mostrou-se solidário com o retorno dos migrantes à Nigéria. Tinubu afirmou que já existem planos para expandir os centros de migração no país.

Enquanto Berlim parece determinado em adotar uma posição estrita, especialmente no que diz respeito à deportação de migrantes cujo pedido de asilo foi rejeitado, muitos nigerianos ainda têm esperança de deixar o seu país.

Em Abuja, capital da Nigéria, as políticas de migração alemã surgem comumente nas conversas do dia a dia. A DW falou com alguns nigerianos no país, questionando se deixar o país ainda é uma opção.

"Eu adorava ir para lá se vir melhores oportunidades. O mau comportamento de alguns não significa que todos faremos o mesmo", afirmou um cidadão em Abuja.

Os entrevistados explicam que são muitos os desafios ao viver na Nigéria e dizem que se tiverem "a oportunidade de ir legalmente para um lugar melhor, é preferível".

Mas também há quem pense que a solução não está na saída, mas em "construir a Nigéria".

"Algumas pessoas viajam sem sentido. Tens de ter uma razão. Eu não quereria deixar a Nigéria. Se todos os nigerianos saírem, quem é que vai sobrar para se chamar de nigeriano? Nós precisamos de construir a Nigéria em vez de só sair", explica outro habitante de Abuja.

As opiniões dos nigerianos quanto à emigração divergem e são várias as razões que levam os nigerianos a deixar o seu país rumo à Alemanha.

Jubith Ibi, advogada nigeriana, diz que grande parte procura melhores oportunidades de emprego, melhores salários e melhores condições de vida.

"Eu culpo o governo da Nigéria por não cumprir as suas funções. O capítulo 2 da Constituição da República Federal da Nigéria prevê medidas sociais que facilitem a vida dos seus cidadãos. A falha do governo em fornecer essas comodidades é um problema significativo", afirma a advogada.

Por sua vez, Celestine Odogu, sociólogo na Universidade de Abuja, apoia fortemente a decisão alemã de repatriar os nigerianos e afirma que "os imigrantes ilegais causam incómodos nas comunidades".

"É infeliz a situação dos nigerianos na Alemanha. Contudo, o governo alemão está apenas a proteger a sua economia e o seu Estado, o que é normal", acrescenta Odogu.

Face a cortes orçamentais significativos, o Governo alemão propôs ainda reduzir o financiamento aos governos locais para cuidar de refugiados e migrantes.

O Executivo do chanceler Olaf Scholz está sob intensa pressão dos partidos da oposição, que o acusam de não conseguir controlar e impedir a imigração ilegal. No entanto, o chanceler insiste que a imigração de trabalhadores nigerianos qualificados deve ser incentivada.

 

 

por:content_author: Ben Shemang / DW BRASIL

KUALA LUMPUR - Um tribunal da Malásia permitiu a suspensão temporária da deportação de 1.200 cidadãos de Mianmar programados para serem enviados de volta à sua terra natal na terça-feira, depois que grupos de direitos humanos afirmaram que o plano poderia colocar suas vidas em perigo.

Os 1.200 detidos deveriam partir na terça-feira à tarde em três navios da Marinha enviados pelos militares de Mianmar, que tomaram o poder em um golpe de 1º de fevereiro, gerando semanas de protestos de ativistas pró-democracia.

Pouco antes de o tribunal emitir sua ordem, os migrantes foram transportados de ônibus de todo o país para a base naval de Lumut, no oeste da Malásia, onde os navios de Mianmar estão atracados.

Grupos de refugiados dizem que os requerentes de asilo das minorias Chin, Kachin e comunidades muçulmanas não Rohingya que fogem do conflito e da perseguição em casa estão entre os deportados.

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A Amnistia Internacional, que com o Asylum Access pediu aos tribunais o fim da deportação, disse que o tribunal superior concedeu uma suspensão até às 10 horas da manhã de quarta-feira, quando ouvirá o pedido dos grupos de revisão judicial para suspender a deportação.

“É importante observar que a suspensão da execução concedida pelo tribunal não significa que 1.200 estão a salvo de serem deportados”, disse Katrina Maliamauv, diretora da Anistia Malásia.

“Instamos o governo a reconsiderar seus planos de enviar este grupo de pessoas vulneráveis ​​de volta a Mianmar, onde as violações dos direitos humanos são atualmente perigosamente altas”, disse ela.

A Anistia disse que entre os deportados estavam três pessoas registradas no Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) e 17 menores que têm pelo menos um dos pais na Malásia.

Porta-vozes do departamento de imigração e do Ministério das Relações Exteriores da Malásia não responderam aos pedidos de comentários sobre a ordem judicial.

A Malásia disse que não deportaria muçulmanos Rohingya ou refugiados registrados no ACNUR. Mas a agência de refugiados da ONU disse que há pelo menos seis pessoas registradas que também serão deportadas e que pode haver mais. Não foi permitido o acesso aos deportados.

A Malásia não respondeu publicamente às críticas ou às perguntas da Reuters sobre a deportação dos requerentes de asilo e daqueles registrados no ACNUR.

Persistem as preocupações com a deportação de requerentes de asilo não registrados, já que o ACNUR não teve permissão para entrevistar os detidos por mais de um ano para verificar seu status. O país do sudeste asiático abriga mais de 154.000 requerentes de asilo de Mianmar.

Os Estados Unidos e outras missões ocidentais têm tentado dissuadir a Malásia de prosseguir com a deportação e instaram o governo a permitir que o ACNUR entreviste os detidos. Eles também dizem que a Malásia está legitimando o governo militar ao cooperar com a junta.

 

 

*Reportagem de A. Ananthalakshmi, Rozanna Latiff e Joseph Sipalan / REUTERS

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