SÃO PAULO/SP - Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que associações entre as condições do bebê e fatores de acompanhamento como pré-natal insuficiente, idade materna, raça, cor e baixa escolaridade, além de fatores socioeconômicos e biológicos associados às anomalias congênitas no Brasil, aponta que uma parte dessas anomalias poderia ser evitada com o aprimoramento de políticas públicas.
A pesquisa identificou que mulheres que não realizaram consulta pré-natal durante o início da gravidez tiveram 47% mais chances de ter um bebê com anomalias do que mulheres que iniciaram o acompanhamento no primeiro trimestre.
A investigação foi realizada a partir de bases de dados interligadas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), da Fiocruz.
Para a pesquisa foram utilizados dados de nascidos no Brasil entre 2012 e 2020, totalizando cerca de 26 milhões de bebês nascidos vivos, sendo cerca de 144 mil com algum tipo de anomalia congênita.
Das anomalias registradas, foram priorizados defeitos de membros, cardíacos, tubo neural, fenda oral, genitais, parede abdominal, microcefalia e síndrome de Down, selecionados por serem identificadas como anomalias prioritárias para vigilância no Brasil.
O artigo - de autoria da pesquisadora associada do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Qeren Hapuk - foi publicado no periódico BMC Pregnancy and Childbirth. O trabalho procurou compreender como esses fatores impactam no desenvolvimento dos bebês, buscando embasar estratégias preventivas direcionadas para crianças com anomalias congênitas.
Anomalias congênitas são alterações estruturais e/ou funcionais que contribuem significativamente para o aumento do risco de morbidade e mortalidade observado em crianças em todo o mundo. Esses distúrbios são complexos e sua ocorrência é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo condições socioeconômicas que desempenham um papel significativo.
A investigação aponta ainda que mães que se autodeclararam pretas tiveram 16% mais chance de ter filhos com anomalias congênitas em comparação com mães brancas.
Outro fator de risco identificado foi a idade. Enquanto mulheres com mais de 40 anos possuíam quase 2,5 vezes mais chances de ter um bebê com anomalias congênitas, mulheres com menos de 20 anos também tiveram um risco maior (13%) do que mães com idade entre 20 e 34 anos.
A escolaridade também se apresentou como um fator que influenciou na chance de mulheres terem filhos com alguma anomalia: possuir baixa escolaridade (0 a 3 anos) significou 8% mais de chances do que com 12 ou mais anos de escolaridade.
Algumas anomalias tiveram maior associação a determinados fatores de riscos. Os casos de nascidos com defeitos do tubo neural (estrutura embrionária que dará origem ao cérebro e à medula espinhal) foram fortemente ligados à baixa escolaridade, ausência de pré-natal e gestação múltipla.
Defeitos cardíacos foram associados à idade avançada, perda fetal e pré-natal inadequado, enquanto casos com Síndrome de Down foram fortemente associados à idade materna superior a 40 anos.
Além disso, houve variações significativas nas chances de crianças nascerem com anomalias entre as regiões do país e os grupos de anomalias. A principal causa dessa variação é a subnotificação. O Sudeste é a região que melhor notifica nascimentos com anomalias congênitas em comparação com as demais regiões.
A Região Nordeste concentra quase metade da população brasileira vivendo em situação de pobreza, o que pode ajudar a explicar a maior probabilidade de mães residentes terem nascimentos com defeitos do tubo neural, uma vez que essa condição está altamente associada à baixa renda, baixa escolaridade e má alimentação (suplementação insuficiente).
A epidemia do vírus Zika no Brasil - entre 2015 e 2016 - resultou em um aumento na notificação de nascidos vivos com microcefalia e outras anomalias congênitas do sistema nervoso, especialmente no Nordeste, o que pode ter contribuído para os resultados observados.
“Esses dados mostram que a desigualdade socioeconômica em conjunto com fatores biológicos impacta diretamente na saúde e desenvolvimento do bebê”, disse a pesquisadora Qeren Hapuk.
Para ela, os achados indicam que tais fatores de agravamento são evitáveis ou modificáveis. Intervenções em educação materna, planejamento reprodutivo, nutrição e, principalmente, acesso ao pré-natal são fundamentais para a prevenção de anomalias congênitas.
AGÊNCIA BRASIL
ARARAQUARA/SP - Para responder perguntas frequentes ligadas à paternidade de pessoas que buscam por identificação e reconhecimento legal, Araraquara vai realizar o primeiro "Mutirão de Identificação de Paternidade: É Direito Meu! (Re)conhecimento". A ação, que será desenvolvida por meio de uma parceria entre Prefeitura de Araraquara, Câmara Municipal, Defensoria Pública do Estado de São Paulo e Unesp, ainda não tem data definida e abrirá em breve suas inscrições.
O objetivo é investigar a compatibilidade genética entre pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, enfim, ligações familiares capazes de garantir um direito fundamental do cidadão: conhecer a própria origem. O mutirão vai oferecer a possibilidade de realização de teste de DNA gratuito, além de orientações pertinentes como atualização da Certidão de Nascimento, guarda e também a conscientização sobre o exercício responsável da paternidade.
A coordenadora de Políticas para Mulheres da Prefeitura, Grasiela Lima, apontou outras ações que irão compor a agenda da atividade. "O Mutirão da Paternidade é uma excelente iniciativa, tendo em vista a maior visibilidade a uma questão que não apresenta dados fidedignos, ou seja, não temos a dimensão dessa demanda do ponto de vista quantitativo e qualitativo. Além disso, acho importante pontuar que para além do mutirão propriamente dito, teremos palestras que destacarão os aspectos médicos e jurídicos da paternidade, assim como o sério problema da paternagem. Isso quer dizer que a identidade oficial na Certidão de Nascimento, que é um direito humano fundamental da criança e do adolescente, muitas vezes não repercute na prática, tanto do ponto de vista material e muito menos do plano afetivo. Assim também é fundamental aproveitarmos o mutirão para discutir as responsabilidades sociais, financeiras e afetivas dos pais em relação aos seus filhos e filhas", analisou.
A vereadora Fabi Virgílio (PT) falou sobre a importância da ação. "É uma grande oportunidade que Araraquara terá para o exercício da paternidade responsável. Acredito que essa ação, promovida graças à iniciativa da Unesp e da Defensoria Pública, auxiliará no processo de reconhecimento do filho e também das responsabilidades que decorrem do poder familiar, além de promover a conscientização do pai e sua importância na formação da criança de modo a evitar os transtornos e preconceitos que o reconhecimento tardio pode ocasionar", frisou.
O defensor público Marcos Henrique Caetano do Nascimento explicou que o mutirão visa oferecer exame de DNA com resultados mais rápidos que o convencionalmente feito em processos judiciais. "Se a Certidão de Nascimento não constar o nome do pai, poderá a genitora ou representante legal ingressar com ação para reconhecer a paternidade biológica por meio do exame de DNA e estabelecer pensão alimentícia, principalmente em casos que o suposto genitor biológico tiver resistência em resolver a questão. Daí o processo poderá prever exame de DNA gratuito, mas isso é feito por meio do IMESC e demora, pois a fila é estadual e é grande. No mutirão, havendo acordo entre as partes (pois a adesão é voluntária), haverá o exame de DNA de modo gratuito e por meio da Unesp de Araraquara, procedimento que ficará pronto em 30 dias. Isso poderá solucionar dúvidas de filhos sem certidão e pais que registraram e possuem dúvidas acerca do reconhecimento. Isso pacifica as relações, pois o exame de DNA é reconhecido socialmente como algo definitivo em termos de definição de paternidade biológica. Uma vez solucionadas as dúvidas e de modo mais rápido que na Justiça, é possível avançar para corrigir os documentos das partes e estabelecer alimentos e visitas, colaborando com o atendimento ao melhor interesse das pessoas envolvidas", pontuou.
BRASÍLIA/DF - Começa hoje (21) e termina no dia 27 próximo o período de inscrição para a primeira etapa da segunda edição do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira deste ano - o Revalida 2022/2 -, voltado a profissionais graduados em instituições estrangeiras que querem ter seus diplomas reconhecidos no Brasil.
O exame tem previsão de ser aplicado no dia 7 de agosto em oito cidades: Brasília, Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Clique aqui para acessar a Página do Participante.
Para participar desta primeira etapa, é necessário, ao candidato, ser brasileiro ou estrangeiro em situação legal no Brasil. O valor cobrado para a taxa de inscrição desta primeira etapa é de R$ 410, e o pagamento deve ser feito por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança) até 30 de junho em qualquer agência bancária ou casa lotérica.
“A pessoa interessada em realizar o exame deve ter diploma reconhecido pelo Ministério da Educação ou órgão equivalente do país de origem do documento, autenticado pela autoridade consular brasileira ou pelo processo da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros, promulgado pelo Decreto n.º 8.660, de 29 de janeiro de 2016. Qualquer outro documento não substitui o diploma solicitado”, informou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Acrescentou que, no momento da inscrição, o participante deve indicar a cidade onde deseja fazer a prova, bem como anexar o diploma de graduação em medicina expedido por instituição de educação superior estrangeira.
É também necessário informar o número de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e a data de nascimento. “Os dados pessoais informados devem ser iguais aos cadastrados na Receita Federal do Brasil, não sendo aceita inscrição com CPF em situação irregular na Receita”, alertou o Inep.
Aplicado pelo Inep desde 2011, o objetivo do Revalida é avaliar habilidades, competências e conhecimentos necessários para o exercício profissional adequado aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O exame é voltado aos que obtiveram diploma de graduação em medicina expedido no exterior.
O ato de apostilamento da revalidação do diploma é atribuição das universidades públicas que aderirem ao instrumento unificado de avaliação representado pelo Revalida.
O exame é composto por duas etapas (teórica e prática) que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria e medicina da família e comunidade (saúde coletiva). Para participar da segunda etapa, é necessário ter sido aprovado na primeira, que contempla as provas objetiva e discursiva.
As referências do exame são os atendimentos no contexto de atenção primária, ambulatorial, hospitalar, de urgência, de emergência e comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normativas associadas e na legislação profissional.
O participante que precisar de atendimento especializado deverá, no período da inscrição, informar a condição como: baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, autismo, discalculia, gestante, lactante, idoso e/ou pessoa com outra condição específica.
Também é necessário anexar, no Sistema Revalida, documento legível que comprove a condição que motiva a solicitação de atendimento. Para ser considerado válido para análise, o documento deve informar o nome completo do participante; o diagnóstico com a descrição da condição que motivou a solicitação e o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10); assinatura e identificação do profissional competente, com respectivo registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde (RMS) ou de órgão competente.
Além disso, o participante que solicitar atendimento para cegueira, surdocegueira, baixa visão, visão monocular e/ou outra condição específica e tiver sua solicitação confirmada pelo instituto poderá ser acompanhado por cão-guia e utilizar material próprio: máquina de escrever em braille, lâmina overlay, reglete, punção, sorobã ou cubaritmo, caneta de ponta grossa, tiposcópio, assinador, óculos especiais, lupa, telelupa, luminária, tábuas de apoio, multiplano e plano inclinado. Os recursos serão vistoriados pelo aplicador.
Já o participante que conseguir atendimento para deficiência auditiva, surdez ou surdocegueira poderá indicar, na inscrição, o uso do aparelho auditivo ou implante coclear. Nesses casos, os aparelhos não serão vistoriados pelo aplicador.
No caso de quem solicitar atendimento para autismo e tiver o pedido confirmado pelo Inep, será permitido o uso de caneta transparente com tinta colorida para proceder as marcações, exclusivamente, em seu Caderno de Questões. O Cartão-Resposta deverá, obrigatoriamente, ser preenchido com caneta transparente de tinta preta.
A solicitação do tratamento pelo nome social também deve ser feita no momento da inscrição, no Sistema Revalida, pelo participante que se identifica e quer ser reconhecido socialmente por sua identidade de gênero (participante transexual ou travesti).
Para a solicitação, é necessária a apresentação dos seguintes documentos que comprovem a condição: foto atual, nítida, individual, colorida, com fundo branco que enquadre desde a cabeça até os ombros, de rosto inteiro, sem uso de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares); e cópia digitalizada, frente e verso, de um dos documentos de identificação oficiais com foto, válido, conforme previsto no edital.
TAMBAÚ/SP - Nesta semana Tambaú está recebendo a Carreta de Ressonância Magnética, com recursos do Programa Pró-Saúde, a Unidade fica em nosso município até a próxima segunda-feira, dia 11 de abril.
Ao todo 100 pacientes que aguardavam pelo exame serão atendidos das 07h às 18h, em uma média de 15 exames por dia, já que cada um deles leva em média 40 minutos. Para atender toda demanda, os exames também acontecerão neste sábado e domingo.
A Coordenadoria Municipal de Saúde, através da UAC - Unidade de Avaliação e Controle, ressalta ainda que os pacientes agendados aguardavam por esse exame há muito tempo, dessa forma foram agendados os encaminhamentos que estavam aguardando a realização do exame, obedecendo a ordem cronológica de entrada dos encaminhamentos. Todos estão sendo confirmados diariamente para comparecem ao seu exame!
Medida foi adotada em função do aumento de casos de síndrome gripal.
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, através da Secretaria Municipal de Saúde e do Departamento de Vigilância em Saúde, comunica que devido ao aumento dos casos de síndrome gripal começou na última terça feira (28/12) a realização de exames de RT-PCR para diagnóstico não somente da Covid 19, mas também de Influenza para oferecer e garantir melhor assistência aos pacientes.
SINTOMAS - A Influenza é uma infecção respiratória aguda, causada pelos vírus A, B, C e D. Habitualmente, em cada ano circula mais de um tipo de Influenza de forma simultânea. A Influenza apresenta sintomas bem parecidos com os da Covid 19, como febre, dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, calafrios, secreção nasal excessiva e fraqueza.
No adulto, o quadro clínico em pessoas saudáveis pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos. O tratamento da gripe é feito, principalmente, com o objetivo de aliviar os sintomas e ajudar o corpo a se recuperar mais rápido. Por isso, diante do quadro de síndrome gripal, procurar assistência médica para avaliação clínica e tratamento adequado é fundamental, além da ingestão de líquido suficiente para evitar a desidratação, descansar e manter o isolamento para evitar contato com outras pessoas por conta da transmissão.
PRECAUÇÃO - Os cuidados são os mesmos para qualquer tipo de infecção respiratória, assim como a da Covid-19: uso de máscaras, higienização das mãos com frequência, manter distanciamento, evitar aglomerações, não compartilhar utensílios de uso pessoal como toalhas, copos, talheres e travesseiros e adotar hábitos saudáveis, além de alimentar-se bem.
A campanha de Vacinação contra Influenza terminou em setembro. As doses que São Carlos ainda tem são para as gestantes. Houve o pedido de nova remessa, mas a Divisão de Imunização informou que não tem mais. Vale ressaltar que a vacina da campanha deste ano não contemplava a H3N2. Esse será contemplado apenas na próxima vacina de Influenza.Com relação a 2022, o Ministério da Saúde pretende antecipar a Campanha de Vacinação e será incluída a H3N2 (Darwin).
HISTÓRICO VACINAL - Em 2021 foram vacinadas em São Carlos contra a gripe (H1N1) 73.768 pessoas, o que corresponde a uma cobertura vacinal de 62,4%. Das 73.768 doses aplicadas, 26.615 foram em idosos (60,3%), 11.170 em crianças (59,1%), 1.322 em gestantes (59,5%), 307 em puérperas (84,1%), 7.366 em profissionais da saúde (77,5%), 2.065 em professores da rede pública e particular (45%), além de 58 em indígenas, 75 em trabalhadores do transporte, 229 em caminhoneiros, 1 em trabalhador portuário, 131 doses foram destinadas a forças de segurança, 38 para as Forças Armadas, 3 em funcionários do sistema prisional, 37 na população privada de liberdade, 7.205 em pessoas com comorbidades e/ou deficiência e 17.146 doses no público em geral.
Já no ano passado, 2020, foram imunizadas contra a gripe 70.869 pessoas no município, 33.204 estavam no grupo de idosos, 6.863 crianças, 963 gestantes, 214 puérperas, 8.927 profissionais da saúde, 1.348 professores, 2.887 adultos de 55 a 59 anos, 6.640 pessoas da força de segurança e salvamento, 13.726 pessoas com comorbidades e dos demais grupos outras 2.073 pessoas.
BRASÍLIA/DF - Desde segunda-feira, 17, estudantes podem solicitar a isenção da taxa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano e também justificar a ausência na edição anterior. A solicitação poderá ser feita até o dia 28 de maio. Entretanto, nenhuma das opções de justificativa de ausência da prova contempla algo relacionado a pandemia do coronavírus. Por isso, uma Frente Parlamentar Mista da Educação encaminhou ao Ministério da Educação (MEC) um requerimento pedindo isenção da prova a todos os estudantes que faltaram ao último exame, sem necessidade de justificativa.
Segundo o autor do requerimento, o deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), é preciso que o Ministério reveja a regra que penaliza os estudantes. "É uma situação complicada, não ter o direito a pedir a isenção é uma punição para quem faltou, mas eles não abriram espaço para alguma justificativa como 'medo de sair de casa por conta da pandemia'. Se não conseguirem a isenção, muitos estudantes vão deixar de fazer o Enem, novamente", afirmou o deputado. O pedido foi encaminhado ao MEC com a assinatura de mais de 15 deputados federais.
Todo ano, a equipe de educadores da Escola Estadual Flávio Gomes Granjeiro, em Paraipaba, no Ceará, auxilia as turmas do ensino médio a se inscreverem no Enem. Este ano, se depararam com um problema na hora do pedido de isenção. "Tenho alunos que não foram fazer o Enem no início do ano, com medo de levar a doença para casa, de levar para os avós, para os pais. Sem conseguir a isenção neste ano, não vão fazer a prova", afirma Lehi Pituba, professor da escola.
O educador também fez uma crítica ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), "a política pública tem que ser regida pela inclusão, não pela exclusão. Quem vai ser penalizado é o estudante de escola pública, do interior e da periferia, que não tem renda para pagar o exame", e fez um pedido ao órgão, "nossa solicitação é que neste ano seja dada isenção aos estudantes que faltaram no último Enem", conclui o professor.
O Enem 2020 foi aplicado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 e teve abstenção recorde, mais da metade dos estudantes não compareceram para realizar o exame, 50,5%. O número foi quase o dobro da abstenção de 2019, de 27%. Em janeiro, o Brasil vivia um período de alta no número de casos, internações e óbitos devido à Covid-19.
Na página do candidato os estudantes encontram as justificativas que são aceitas para o não comparecimento ao exame como assalto, acidente de trânsito, morte na família, emergência médica ou odontológica, trabalho, entre outras; todas necessitam de comprovação como um atestado médico ou ainda um boletim de ocorrência. Entretanto, neste ano muitos estudantes decidiram não fazer a prova por questão de prevenção a saúde própria ou de seus familiares, situação não contemplada.
Esta foi a primeira vez que o Inep publica edital separado da inscrição do exame. Os estudantes, mesmo após o resultado do pedido de isenção deferido, deverão fazer a inscrição para o exame. A isenção do pagamento da taxa não garante a inscrição. Caso o pedido seja negado, o participante ainda pode se inscrever, mas deverá pagar a taxa.
O Inep ainda não divulgou o edital de inscrição do Enem, nem o valor do exame deste ano. A prova do ano passado custou R$ 85,00. O deputado Idilvan ainda lembra que pagar este valor está fora da realidade de muitos estudantes: "Nós estamos falando de jovens de famílias que recebem o auxílio emergencial, 85 reais é a metade do novo auxílio ofertado este ano", disse o parlamentar.
Para solicitar a isenção de taxa do exame é necessário que o participante atenda a um dos seguintes requisitos, estar cursando o último ano do ensino médio no ano de 2021 em escola da rede pública; ter cursado todo o ensino médio em escola da rede pública ou ser bolsista integral na rede privada, além de ter renda per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio; ou declarar situação de vulnerabilidade socioeconômica, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
No requerimento enviado ao Ministério da Educação, o parlamentar pede que sejam considerados os estudantes que cumprem um dos três requisitos, independentemente da participação no Enem 2020.
*Por: Jefferson Perleberg / ESTADÃO
Teste é uma importante ferramenta para o rastreamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero, o terceiro tipo de câncer mais comum entre as brasileiras
JAÚ/SP - "A pandemia não é desculpa para não fazer o teste de Papanicolaou", afirma a ginecologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) Lenira Mauad. O lembrete da médica sobre o exame que detecta o câncer do colo do útero é um reforço da campanha nacional celebrada neste mês, o Março Lilás.
A mobilização alerta para o terceiro tipo de câncer mais comum entre as brasileiras – o segundo mais frequente entre os tumores ginecológicos. A doença é causada pela infecção por alguns tipos do HPV (Papilomavírus Humano), transmitidos pelas relações sexuais. "Esse tipo de infecção é muito comum, mas, em algumas mulheres, o HPV pode causar alterações nas células dos órgãos genitais, principalmente no colo do útero, e com o tempo, se não detectadas e tratadas, podem evoluir para câncer. O teste de Papanicolaou é uma importante ferramenta na detecção dessas lesões precursoras do câncer do colo do útero que são curáveis na maioria dos casos", explica Lenira.
Mulheres que já tiveram relações sexuais, especialmente a partir dos 25 anos, devem fazer o Papanicolaou periodicamente. Após dois exames com resultados normais, a coleta pode ser espaçada com intervalo máximo de três anos.
"Infelizmente, ainda há muitas mulheres que passam quatro, cinco anos sem fazer o exame, e acabam detectando lesões em estágio mais avançado", lamenta a profissional do HAC.
Lenira afirma ainda que, por conta da pandemia, muitas mulheres deixaram de procurar atendimento médico ou realizar o exame. "Isso não pode acontecer. Temos um teste eficiente, gratuito, disponível nos postos de saúde".
No Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico do HAC, as jauenses podem agendar um horário pelo telefone (14) 3602-1241 para fazer o Papanicolaou com segurança, já que no local estão sendo mantidas todas as medidas de precaução contra a COVID-19.
Em 25 anos de atuação, o serviço atendeu mais de 64 mil mulheres. "Nossa experiência e dados mostram que o diagnóstico precoce garante quase 100% de cura. Hoje, a taxa de mortalidade das mulheres rastreadas pelo programa é praticamente zero", destaca a médica.
No Brasil, desde 2014, o Ministério da Saúde incentiva a prevenção desde a infância, antes do início da vida sexual, com a aplicação da vacina contra o HPV. Meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, podem ser vacinados gratuitamente nos postos de saúde. "Mas a procura ainda é baixa. É importante que os pais ou responsáveis autorizem e incentivem a imunização. É mais uma forma de evitar a infecção pelo vírus e reduzir as chances do desenvolvimento do câncer do colo do útero e outras doenças relacionadas", completa.
SÃO PAULO/SP - Em pleno ano de 2020, muitos homens ainda morrem em decorrência do câncer de próstata. Uma doença que pode ser plenamente evitada, mas, conforme lembra o neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu, ainda recheada de preconceitos e sem o devido conhecimento da sua importância.
A campanha Novembro Azul está aí! Diversos meios de comunicação abrem espaço para ouvir especialistas, compartilhar opiniões, e informar os homens acerca dos cuidados preventivos contra o câncer de próstata. No entanto, por puro e simples preconceito, a classe masculina cria barreiras que podem trazer sérias consequências, e podem ser facilmente derrubadas com o exame de toque retal.
O neurocientista Fabiano de Abreu fala sobre este tipo de câncer e como o preconceito em como é feito o exame, pode levar as pessoas a não fazerem o exame isso acarrete na morte.
“A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada em frente ao reto e abaixo da bexiga, por isso a necessidade do exame ser feito com eficiência pelo toque retal e análise sanguínea do PSA. Esta glândula é responsável pela produção do líquido seminal que protege e nutre os espermatozóides. O câncer é devido à mutações no DNA das células normais da próstata se desenvolvendo de maneira anormal formando o câncer.
No entanto, por preconceito, os homens deixam de lado o exame preventivo e se tornam vítimas em potencial desta doença; estamos na era em que o preconceito não leva a nada, a sua opção sexual condiz apenas a você mesmo, e ninguém mais se importa com isso. E não é um teste deste que vai dizer quem você é e quais as suas visões deste assunto”, alerta o neurocientista, filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu. Ainda de acordo com o especialista, é importante que os homens “sejam racionais e maduros para saber que um teste simples pode salvar a sua vida”, reforça Fabiano.
Dentre as diversas celebrações marcadas para o mês de novembro, uma delas é o Dia da Consciência Negra. Aliando à campanha de prevenção ao câncer de próstata, Fabiano de Abreu deixa um recado para os homens negros: “Dados científicos comprovam que estes têm duas vezes mais chances de ter este tipo de câncer”. Outro grupo de risco também são os obesos: “A obesidade também aumenta as chances para este tipo de câncer”, destaca o neurocientista.
Fabiano de Abreu recomenda que os homens, a partir dos 40 anos de idade, superem o preconceito e façam o exame: “Verifique e faça o diagnóstico de todas as possibilidades, para que se possa cortar este mal pela raiz e a pessoa não venha a morrer de algo que poderia ter sido tão facilmente evitado, a partir do momento que se faz o exame preventivo”, completa.
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