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ARGENTINA - Com a piora nos indicadores econômicos, a Argentina tem enfrentado forte desvalorização de sua moeda, o peso, nas últimas semanas.

Nesta quinta-feira (27), a turbulência se acelerou, com a cotação do dólar americano atingindo 197 pesos no mercado paralelo, chamado por lá de "blue".

De acordo com o site especializado em finanças "El Cronista", de Buenos Aires, esse é o maior valor já registrado na história do país.

Ao longo do dia, a escalada do dólar alcançou 0,51%, batendo o recorde anterior, de 196 pesos, registrado na última terça-feira (26).

Já o dólar "mayorista", usado Banco Central argentino como referência para empresas e operações do mercado, registra a marca de 99 pesos.

O governo Argentino, por sua vez, segue paralisado.

Após partido governista Frente de Todos perder as eleições primárias em dezoito das 24 províncias, incluindo Buenos Aires, e pôr em risco sua maioria no Congresso, a vice, Cristina Kirchner, passou a exercer intensa pressão contra o presidente, Alberto Fernández.

Kirchner atribuiu o descontentamento das urnas (o voto nas primárias é obrigatório) ao “arrocho econômico de Fernández”.

E pregou o retorno ao receituário clássico do peronismo em tempos de crise: a velha gastança populista bancada com impressão de dinheiro.

“Não sou eu quem põe o presidente em xeque, é o resultado eleitoral”, afirmou.

 

 

Ernesto Neves / VEJA.com

EL SALVADOR - El Salvador é o 1º país do mundo a usar bitcoin como moeda oficial a partir desta 3ª feira (7.set.2021). Boa parte da população salvadorenha, no entanto, não tem mostrado confiança na medida e deve continuar pagando suas contas com dólar, moeda que circula no país há 20 anos.

Uma pesquisa da UCA (Universidade Centro-Americana) e do jornal La Prensa Gráfica mostrou que 82,8% da população têm pouca ou nenhuma confiança no bitcoin, enquanto 95,9% consideram que o seu uso deve ser voluntário. Eis a íntegra da pesquisa (6 MB).

O levantamento entrevistou 1.281 pessoas de todo o país entre 13 e 20 de agosto. A margem de erro é de 2,7%.

Em outra pesquisa, o La Prensa Gráfica questionou se a população aprova ou desaprova que o bitcoin seja uma moeda de uso legal em El Salvador. O resultado foi: 65,7% desaprovam, 8,5% aprovam fortemente e 14,4% aprovam parcialmente. 11,5% não responderam.

Em junho deste ano, o Congresso de El Salvador aprovou um lei que torna o bitcoin a moeda oficial do país a partir de 7 de setembro. Com isso, o governo salvadorenho espera abrir serviços para 70% da população que não possui contas em bancos. Assim que aprovada, a mudança pode facilitar a gestão econômica por prescindir de operações presenciais.

A iniciativa é liderada pelo presidente do país, Nayib Bukele. Na 2ª feira (6.set), ele anunciou no Twitter que o país comprou mais 200 bitcoins, totalizando 400, um dos maiores acervos de bitcoins entre todos os países do mundo.

De forma geral, o governo de Bukele costuma ter apoio popular e esta está sendo considerada a 1ª discordância relevante por especialistas.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) alertou para os riscos e para desafios regulatórios que a adoção do bitcoin como moeda oficial pode causar. A Lei Bitcoin, que tem só 16 artigos, determina, por exemplo, que a taxa de câmbio entre o bitcoin e o dólar americano seja “estabelecida livremente pelo mercado”.

A vizinha Honduras também resolveu incentivar o uso de criptomoedas. Na semana passada, o país disponibilizou o 1º caixa eletrônico de bitcoins à população, que foi batizado de “la bitcoinera”.

O equipamento foi instalado em um prédio comercial na capital Tegucigalpa. Ele permite que usuários comprem bitcoin e ethereum usando a moeda local lempira (1 lempira equivale a cerca de R$ 0,22).

 

 

*Por: Poder360

REINO UNIDO - Bitcoins consomem anualmente mais energia do que toda a Argentina, aponta um levantamento da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

A criptomoeda é obtida por um processo de "mineração" que envolve muitos cálculos feitos em computadores, para verificar as transações.

Os pesquisadores de Cambridge afirmam que esses processos consomem cerca de 121,36 terawatt-horas (TWh) por ano - quantidade que não tende a cair, a não ser que o valor da criptomoeda despenque. (vale destacar que um terawatt equivale a 1 bilhão de watts).

Críticos afirmam que a recente decisão da empresa Tesla de investir fortemente em bitcoins está fazendo esse consumo energético subir - e gerando questionamentos em torno dos compromissos ambientais adotados pela empresa.

O valor da criptomoeda bateu recorde nesta semana, de US$ 48 mil, depois de a Tesla anunciar ter comprado cerca de US$ 1,5 bilhão em bitcoin e anunciado planejar aceitar a moeda como pagamento no futuro.

Nesse contexto, o alto preço da bitcoin oferece ainda mais incentivo para "mineradores" rodarem mais e mais computadores, usando energia.

Assim, quanto mais sobe o preço da criptomoeda, maior é o consumo energético, explica Michel Rauchs, pesquisador no Centro de Finanças Alternativas de Cambridge, cocriador da ferramenta online que gera essas estimativas.

Tauch explicou ao podcast Tech Tent, da BBC, que o próprio modo como a bitcoin foi projetada faz com que ela consuma muita energia, "e isso não vai mudar no futuro a não ser que o preço da bitcoin caia significativamente".

A ferramenta online desenvolvida por Rauch calcula o consumo de energia de bitcoins como sendo acima do da Argentina (121 TWh), da Holanda (108,8 TWh) e dos Emirados Árabes Unidos (113,2 TWh) e chegando perto do consumo da Noruega (122,2 TWh), a partir de estimativas de consumo energético dos países em 2016 (o consumo do Brasil foi de 509,1 TWh).

Ao mesmo tempo, o levantamento estima que a eletricidade consumida por eletrodomésticos que ficam plugados e no modo inativo nos EUA seria suficiente para abastecer a rede inteira de bitcoins durante um ano inteiro.

Minerando bitcoin

Para "minerar" bitcoin, computadores - muitas vezes altamente especializados - são conectados à rede da criptomoeda.

O trabalho deles é verificar as transações feitas por pessoas que mandam ou recebem bitcoin.

Esse processo envolve solucionar enigmas, os quais, embora não integralmente validem o ir e vir das criptomoedas, oferecem mais proteção contra fraudes no registro das transações.

Como recompensa, os mineradores costumam receber pequenas quantias de bitcoin, no que é muitas vezes comparado a uma loteria.

Para aumentar os lucros, pessoas comumente conectam grandes números de mineradores à rede - às vezes, armazéns inteiros cheios de mineradores.

Isso, é claro, usa bastante eletricidade, uma vez que os computadores trabalham quase constantemente para resolver os enigmas.

A Universidade de Cambridge modela o consumo dos mineradores globais de bitcoin e parte do pressuposto de que as máquinas ao redor do mundo trabalham com diferentes capacidades de eficiência.

Usando um preço médio de eletricidade de kilowatt-hora (US$ 0,05) e a partir das demandas de energia da rede de bitcoin, o centro de Cambridge estima quanta eletricidade está sendo consumida.

Debate ambiental

“Bitcoin é literalmente antieficiente", explica David Gerard, autor de um livro sobre a criptomoeda. "Então não adianta ter hardwares mais eficientes para a mineração - eles só estarão competindo com outros hardwares eficientes. Isso significa que o uso energético da bitcoin e sua produção de CO2 só crescem. É muito ruim que toda essa energia seja literalmente desperdiçada em uma loteria."

O preço da bitcoin cresceu rapidamente na segunda-feira (8/2), quando a Tesla anunciou seu investimento - o qual, segundo alguns analistas, colide com compromissos ambientais prévios da empresa.

"Elon Musk (principal executivo da Tesla) jogou fora o bom trabalho da empresa em promover transição energética", opina Gerard. "Isso é muito ruim. A Tesla recebeu subsídios ambientais de US$ 1,5 bilhão em 2020, pagos com dinheiro público. Daí a empresa gasta US$ 1,5 bilhão em bitcoin, que é majoritariamente minerada com eletricidade vinda de carvão (ao redor do mundo). Esse subsídio precisa ser reexaminado."

Segundo Gerard, uma potencial solução seria cobrar taxas de carbono sobre as criptomoedas.

 

 

*Por: BBC NEWS

BRASÍLIA/DF - O real foi a 6ª moeda que mais se desvalorizou em 2020 em relação ao dólar: caiu 22,4%. Ficou atrás somente das divisas da Venezuela, Seychelles, Zâmbia, Argentina e Angola. O levantamento é da Austin Rating.

O bolívar venezuelano foi a moeda que registrou o maior percentual de desvalorização: 95,7%. Em seguida estão a rúpia de Seychelles (33,5%), o quacha zambiano (33,4%), o peso argentino (28,8%) e o kwanza angolano (27,2%).

Eis o ranking das moedas que mais se desvalorizaram em 2020:

moedas que mais se desvalorizaram em 2020

em %

país/moeda desvalorização
Venezuela (Bolivar Soberano Venezuelano) -95,7
Seychelles (Rupia de Seychelles) -33,5
Zâmbia (Quacha) -33,4
Argentina (Peso argentino) -28,8
Angola (Kwanza) -27,2
Brasil (Real) -22,4
Nigéria (Naira) -19,6
Turquia (Lira turca) -19,2
Bielorrúsia (Rublo da Bielorrúsia) -18,8
Etiópia (Birr) -18,7

fonte: Austin Rating

A desvalorização do real frente à moeda norte-americana tem relação com a aversão ao risco associada à pandemia da covid-19, o que fez com que investidores retirassem recursos de países emergentes, caso do Brasil, para aplicar em ativos mais seguros.

Além disso, a pandemia fez com que os gastos públicos aumentassem, diante da necessidade da criação de estímulos como o auxílio emergencial e de outros gastos extras com infraestrutura e saúde. A Dívida Pública Federal atingiu R$ 4,788 trilhões em novembro. A incerteza em relação às reformas tributária e administrativa, prometidas pelo governo, também impactou a saída de investimentos.

O dólar comercial terminou o ano cotado em R$ 5,19 na 4ª feira (30.dez.2020).  No começo do ano, estava em R$ 4,02, valorização de 29%. 

DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL NA AMÉRICA LATINA

Venezuela, Argentina e Brasil estão entre os países do topo do ranking de desvalorização. Na Venezuela, a desvalorização do bolívar está atrelada à crise política e econômica que o país enfrenta. Na Argentina, a crise cambial foi intensificada pela pandemia, o que levou o governo a tomar medidas para limitar a compra de dólares.

 

 

*Por: HAMILTON FERRARI e BEATRIZ ROSCOE / PODER360

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