ARGENTINA - Com a piora nos indicadores econômicos, a Argentina tem enfrentado forte desvalorização de sua moeda, o peso, nas últimas semanas.
Nesta quinta-feira (27), a turbulência se acelerou, com a cotação do dólar americano atingindo 197 pesos no mercado paralelo, chamado por lá de "blue".
De acordo com o site especializado em finanças "El Cronista", de Buenos Aires, esse é o maior valor já registrado na história do país.
Ao longo do dia, a escalada do dólar alcançou 0,51%, batendo o recorde anterior, de 196 pesos, registrado na última terça-feira (26).
Já o dólar "mayorista", usado Banco Central argentino como referência para empresas e operações do mercado, registra a marca de 99 pesos.
O governo Argentino, por sua vez, segue paralisado.
Após partido governista Frente de Todos perder as eleições primárias em dezoito das 24 províncias, incluindo Buenos Aires, e pôr em risco sua maioria no Congresso, a vice, Cristina Kirchner, passou a exercer intensa pressão contra o presidente, Alberto Fernández.
Kirchner atribuiu o descontentamento das urnas (o voto nas primárias é obrigatório) ao “arrocho econômico de Fernández”.
E pregou o retorno ao receituário clássico do peronismo em tempos de crise: a velha gastança populista bancada com impressão de dinheiro.
“Não sou eu quem põe o presidente em xeque, é o resultado eleitoral”, afirmou.
Ernesto Neves / VEJA.com