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WASHINGTON - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse nesta terça-feira que proteger civis na guerra entre Israel e o Hamas é um imperativo estratégico e moral e que a catástrofe humanitária na sitiada Faixa de Gaza tem piorado.

As declarações de Austin ocorreram no início de reunião com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no Pentágono, em um momento em que as relações entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegaram ao ponto mais baixo durante a guerra.

"Em Gaza, hoje, o número de vítimas civis é alto demais e a quantidade de auxílio humanitário é baixa demais", disse Austin.

"Gaza sofre uma catástrofe humanitária e a situação está piorando", acrescentou Austin, usando linguagem mais contundente do que a adotada no passado durante a crise.

O secretário acrescentou que ele e Gallant discutiriam como aliviar a crise humanitária em Gaza.

A reunião ocorre após Netanyahu cancelar, na segunda-feira, uma visita a Washington de dois de seus assessores mais graduados, que deveriam ouvir as ideias dos EUA sobre alternativas operacionais.

As relações entre Netanyahu e Biden sofreram um baque diante da decisão de Washington de não vetar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que buscava um cessar-fogo imediato em Gaza. Os Estados Unidos trabalham para que Netanyahu considere alternativas a uma invasão terrestre em Rafah, último local relativamente seguro para civis palestinos.

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Austin disse que discutiria abordagens alternativas para atingir os militantes do Hamas em Rafah.

A ameaça da ofensiva ampliou as diferenças entre os dois aliados e levantou dúvidas sobre a possibilidade de os EUA restringirem o auxílio militar caso Netanyahu desafie Biden e siga em frente mesmo assim. 

Austin disse que o laço de segurança entre Israel e Estados Unidos é "inabalável".

"Os Estados Unidos são o amigo mais próximo de Israel e isso não vai mudar", acrescentou.

 

 

Reportagem de Idrees Ali / REUTERS

EUA - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou na quarta-feira (15) que os aviões americanos voarão "onde o direito internacional permitir" e advertiu a Rússia a agir com precaução depois que um de seus aviões supostamente derrubou um drone americano.

Austin fez a declaração pouco depois de uma conversa por telefone com seu homólogo russo, Sergei Shoigu, sobre o incidente de terça-feira sobre o Mar Negro, quando dois caças russos interceptaram um drone de vigilância americano e danificaram sua hélice.

Os Estados Unidos chamaram a atitude russa de "imprudente" e "pouco profissional", enquanto Moscou negou sua responsabilidade e acusou Washington de realizar voos "hostis" na região.

"Os Estados Unidos continuarão voando e operando onde o direito internacional permitir", disse Austin aos jornalistas depois da ligação com Shoigu. "E corresponde à Rússia operar seus aviões militares de maneira segura e profissional", acrescentou.

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Mark Milley, disse que o Pentágono está analisando vídeos e dados do drone para ver exatamente o que aconteceu.

"Se foi intencional ou não? Ainda não sei", disse aos jornalistas. "Sabemos que a interceptação foi intencional. Sabemos que o comportamento agressivo foi intencional, também sabemos que foi muito pouco profissional e muito inseguro".

"Mas o contato real do caça russo (...) o contato físico, ainda não temos certeza".

Austin agradeceu seu colega russo pela conversa. Desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o contato direto entre as principais autoridades de defesa de ambos os países tem sido extremamente raro.

"Levamos muito a sério qualquer potencial de escalada e por isso acreditamos que é importante manter abertas as vias de comunicação. Creio que é realmente fundamental que possamos pegar o telefone e conversar entre nós. E creio que isso ajudará a evitar erros de cálculo no futuro".

 

 

AFP

EUA - Ex-chefes do Pentágono expressaram na terça-feira(6) sua preocupação pelo risco de deterioração das relações entre civis e militares nos Estados Unidos.

"Estamos em um ambiente civil-militar extremamente complexo", advertiram em uma carta aberta oito ministros de Defesa e cinco ex-chefes do Estado-maior antes de listarem 16 princípios que devem guiar as relações entre militares e população civil.

"Politicamente, os militares enfrentam um ambiente extremamente adverso caraterizado pelas divisões de uma polarização que culminou na primeira eleição em mais de um século na qual a pacífica transferência do poder político foi conturbada", disseram.

"Todos estes fatores correm o risco de se agravar antes que as coisas se acalmem", advertem os ex-secretários de Defesa, entre eles, o republicano Bob Gates, o democrata Leon Panetta, além de dois do governo de Donald Trump, Jim Mattis e Mark Esper, destituídos por se oporem ao ex-presidente republicano.

Trump foi acusado de politizar o Exército americano ao mobilizar soldados na fronteira mexicana para deter migrantes que tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Ele também recorreu aos militares para operações de manutenção da ordem durante as manifestações antirracistas de 2020.

Em uma dessas ocasiões, um protesto em torno da Casa Branca foi dispersado violentamente para que Trump fosse fotografado com uma Bíblia na mão em frente a uma igreja. Imagens do chefe do Estado-maior, general Mark Milley, de uniforme foram registradas atrás de Trump, gerando um pedido público de desculpas dias depois.

Já o presidente Joe Biden foi criticado pela retirada caótica de suas tropas do Afeganistão no ano passado e recentemente por pronunciar um discurso muito crítico a seu antecessor com dois oficiais da Marinha a seu lado.

Os ex-chefes do Pentágono afirmam em documento publicado pelo site especializado War on the Rocks que os militares devem aceitar as ordens de civis, mesmo que não estejam de acordo, contanto que sejam legais.

"Qualquer que seja o processo, os mais altos responsáveis políticos e militares têm como responsabilidade garantir que as ordens que recebem do presidente sejam legais", escreveram, exigindo também aos civis que "assumam as responsabilidades" por suas ordens.

 

 

AFP

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