POLO NORTE - Muitos se tem falado no aquecimento global. O mundo já percebeu que é preciso fazer urgentemente alguma coisa, mas a questão que se coloca é se ainda vamos a tempo. De acordo com cientista responsável da maior expedição científica realizada ao Polo Norte, o ponto crítico de um aquecimento global irreversível pode já ter sido ultrapassado.
Markus Rex, um dos principais especialistas no estudo do Ártico, afirmou que “só a evolução dos próximos anos permitirá determinar se ainda podemos salvar o gelo marinho do ártico presente durante todo o ano, graças a uma proteção coerente do clima, ou se já ultrapassamos este importante ponto de inflexão do sistema climático”.
O desaparecimento da camada de gelo no Ártico é uma das primeiras minas num campo minado, um dos pontos de observação que acionamos quando levamos o aquecimento longe demais. “Podemos realmente perguntar se ainda não pisamos nesta mina e já provocamos o início da explosão do campo minado”.
Se este ponto de inflexão já foi atingido, poderá desencadear efeitos nefastos “em cascata”, advertiu, chamando a atenção para o risco de “desaparecimento da calote glaciar da Groelândia ou do degelo de zonas cada vez maiores do Ártico”. O recuo da camada de gelo do ártico é considerado pelos cientistas o “epicentro do aquecimento global”, segundo Markus Rex.
Durante 389 dias, a missão estudou alternadamente a atmosfera, o oceano, a camada de gelo e o ecossistema do ártico, para recolher dados e avaliar o impacto das alterações climáticas na região e no mundo inteiro.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO