JERUSALÉM - O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, discutiu nesta sexta-feira com a supermodelo norte-americana Bella Hadid por causa de comentários feitos por ele nesta semana, que os palestinos condenaram como racistas.
Numa entrevista ao N12 News na quarta-feira, Ben-Gvir disse que o direito à vida e ao movimento dos colonos judeus na Cisjordânia ocupada superou o direito ao movimento dos palestinos.
Ben-Gvir, que vive no assentamento judaico de Kiryat Arba, perto da cidade de Hebron, na Cisjordânia, disse na entrevista que as restrições eram necessárias para proteger a segurança de sua família.
"O meu direito, o direito da minha esposa, o direito dos meus filhos de viajar nas estradas da Judeia e Samaria é mais importante do que o direito de movimento dos árabes", disse ele, referindo-se à Cisjordânia pelo seu nome hebraico bíblico.
A supermodelo Bella Hadid, cujo pai é palestino e que tem defendido abertamente os direitos palestinos, criticou o comentário de Ben-Gvir no Instagram, onde tem cerca de 60 milhões de seguidores.
"Em nenhum lugar, em nenhum momento, especialmente em 2023, uma vida deveria ser mais valiosa do que a outra. Especialmente simplesmente por causa de sua etnia, cultura ou puro ódio", escreveu ela na quinta-feira.
Ben-Gvir respondeu em um comunicado na sexta, chamando Hadid de "odiadora de Israel" e disse que ela compartilhou apenas um trecho de sua entrevista em sua conta nas redes sociais para retratá-lo como racista.
O Ministério das Relações Exteriores palestino condenou na quinta-feira o comentário de Ben-Gvir como "racista e hediondo" e disse que "apenas confirma o regime de apartheid de Israel de supremacia judaica".
Ben-Gvir, membro da coligação nacionalista-religiosa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem condenações anteriores de apoio ao terrorismo e incitamento anti-árabe. Ele diz que suas opiniões se tornaram mais moderadas desde que ingressou no governo, sem entrar em mais detalhes.
Reportagem de Henriette Chacar / REUTERS