CHICAGO/EUA - Pessoas obesas tiveram uma redução de quase 15% no peso após usarem por 16 meses o medicamento semaglutida, usado no tratamento de diabetes. O resultado faz parte de um experimento realizado por pesquisadores da Universidade Northwestern, em Chicago, e publicado nesta semana no periódico científico New England Journal of Medicine.
Fabricada pela Novo Nordisk, a semaglutida aumenta a produção de insulina e atualmente é utilizada para tratar o diabetes tipo 2. No estudo, a droga foi testada em 1.961 voluntários obesos e com sobrepeso. Desse total, 1.306 receberam uma dose subcutânea de 2,4 mg do medicamento por semana. Outros 655 participantes foram testados com placebo. Todos tiveram acompanhamento físico e nutricional durante o experimento.
Após 68 semanas, os pesquisadores observaram que a alteração média no peso corporal foi de 14,9% no grupo da semaglutida em comparação com 2,4% com o grupo que recebeu placebo. Em números absoutos, os integrantes que utilizaram o medicamento perderam 15,3 kg e os demais 2,6 kg.
“A perda de peso com semaglutida decorre de uma redução na ingestão de energia devido à diminuição do apetite, que acredita ser o resultado de efeitos diretos e indiretos no cérebro”, escreveu o médico Robert Kushner no relatório.
Aqueles que usaram a droga também apresentaram uma melhora maior em relação aos fatores de risco cardiometabólico e um maior aumento no funcionamento físico. Os efeitos colaterais relatados foram a náusea, diarréia, vômito ou prisão de ventre. Na maioria das vezes, esses sintomas eram transitórios.
A intenção da fabricante é que a Food and Drug Administration (FDA) aprove a semaglutida para controle crônico de peso. Caso isso ocorra, será apenas o quinto medicamento prescrito para emagrecer no mercado americano.
Os próprios pesquisadores ressaltam, porém, que o estudo tem limitações e precisa ser ampliado. Eles destacaram a preponderância de mulheres e participantes brancos, a duração relativamente curta do ensaio e a exclusão de pessoas com diabetes tipo 2 como pontos fracos do experimento.
Por Washington Luiz, colaboração para a CNN Brasil