As crianças internadas ganharam roupas e naninhas almofadadas
SÃO CARLOS/SP - Com a chegada do Natal, muitos voluntários costumam preparar atividades e entregam presentes para as crianças internadas. Em virtude da pandemia da COVID-19, essas ações não puderam acontecer neste ano. O que não foi um empecilho para a solidariedade.
O Grupo Amor em Gotas, por exemplo, que há 21 anos realiza atividades recreativas na Pediatria, doou 25 almofadas personalizadas conhecidas como naninhas. “Junto com as naninhas, preparamos mensagens de Natal que foram colocadas em cada pacote. Como a nossa atuação sempre foi na Pediatria e neste ano não foi possível fazer esse trabalho, queremos que eles saibam que a alegria e o amor são sempre uma possibilidade, mesmo no ambiente hospitalar. Não estamos presentes, mas as crianças do hospital estão sempre no coração do grupo Amor em Gotas”, afirma uma das coordenadoras do grupo, Solange Rezende.
O grupo Artesãs com Vida, composto por 19 voluntárias, também preparou naninhas para presentear as crianças. Foram confeccionadas e entregues 195 peças. “Nosso objetivo é criar uma memória positiva para as crianças hospitalizadas, presenteando-as com as naninhas que são travesseiros acolhedores. Ao imaginar o sorriso de uma criança, a alegria estampada em seus olhos, mesmo em um ambiente hospitalar, vibro de alegria e isso me impulsiona a continuar. Somos artesãs voluntárias em busca de um mundo com mais amor”, comenta a coordenadora do grupo, Glaucia Elena de Moura Dotta.
Uma das crianças presenteadas é a Mariá, de 6 anos. O pai, Danilo da Silva, conta que o presente foi fundamental para que ela pudesse se distrair durante o período de internação. “Estava longe e bastante preocupado com a recuperação dela. Quando ela recebeu a Naninha, correu para fazer uma chamada de vídeo e me mostrou o presente que havia ganhado. Ela ficou muito feliz e esqueceu um pouco do ambiente hospitalar. Por isso, só quero agradecer às voluntárias que fizeram essa doação. Foi muito importante para a recuperação dela”, conta Silva, emocionado.
SOLIDARIEDADE NÃO TEM IDADE
Dona Myrthes Schutzer, de 85 anos, confeccionou, sozinha, 68 roupas para as crianças da Pediatria. As peças foram feitas com algodão, poliéster e linho. “A costura faz parte da minha vida. Sempre costurei para ajudar as entidades que necessitam de apoio. Fico muito feliz em poder ajudar as crianças da Santa Casa. Fiz tudo com muito carinho”, conta Dona Myrthes.
Para alegrar as crianças, a psicóloga e cantora Anaisa Mazari, do Projeto Missionário Sede de Almas, vestiu-se de princesa e encantou as crianças. Ela levou brinquedos arrecadados por meio de bazares virtuais, rifas e doações que recebeu de pessoas que ajudam o projeto. “É o terceiro ano que promovo essa ação no hospital. Passamos por várias entidades e notamos que cada vez mais esse cuidado é importante. É um ato bastante singelo, mas que faz toda diferença na vida de cada criança. Fico muito feliz em contribuir de alguma maneira”, explica Anaisa.
A Coordenadora da Pediatria da Santa Casa, Michela Pereira, reforça que todas essas ações são fundamentais para a recuperação dos pacientes. Devido à pandemia, para a segurança das crianças internadas, a Brinquedoteca do hospital está fechada. Por isso, doações como essas são extremamente importantes. “A hospitalização é momento muito difícil para a criança e também para o familiar. Essas doações dão um conforto e ajudam a amenizar o sofrimento da criança, já que proporcionam momentos lúdicos. Em nome da instituição e da equipe da Pediatria, agradeço pelo gesto de solidariedade de cada voluntário. Essas ações de humanização são muito importantes para o hospital, comenta Michela”.