A proposta foi elaborada por profissionais da unidade em conjunto com as professoras Monika Wernet e Alana Forneretto, respectivamente do Departamento de Enfermagem e de Terapia Ocupacional da UFSCar. Pós-graduandos e estudantes de ambos os cursos integraram a atividade, além dos funcionários da unidade. Dentre os objetivos da iniciativa estão inaugurar a inserção do Dia Internacional do Brincar na unidade pediátrica do HU e instaurar espaço de sensibilização e formação para o brincar entre estudantes e profissionais da saúde da comunidade UFSCar.
O Dia Internacional do Brincar (28 de maio) foi criado em 1999 pela International Toy Library (ITLA), na 8ª Conferência Internacional de Ludotecas, e foi reconhecido no calendário da Unicef. Para 2022, o tema proposto foi "Redescobrir o brincar". Para as coordenadoras do projeto, "o brincar é a ocupação principal da criança, um direito dela, de modo que, independentemente do ambiente onde esteja, deve ser garantido e promovido. Assim, propusemos a intervenção na unidade pediátrica do HU para ofertar a ação às crianças e seus acompanhantes, bem como sensibilizar atuais e futuros profissionais para a relevância do brincar e sua potência. O simples ato de presenciar outros brincando tem chances de ampliar sua incorporação nas práticas profissionais e contribuir com um maior número de profissionais brincantes", apontam Monika Wernet e Alana Forneretto.
Durante o dia, foram organizadas estações de brincadeiras mediadas: estação da dobradura, do dominó e do pega varetas. Além disso, houve contação de histórias e apresentação de voz e violão de cantigas clássicas infantis. Monika Wernet relata que esse tipo de ação é importante para amenizar os possíveis impactos que o ambiente hospitalar pode causar nas crianças. "A hospitalização na infância tende a gerar efeitos traumáticos e estressantes, sobretudo por expô-la a um ambiente intimidante, com manipulações e procedimentos invasivos. A incorporação rotineira do brincar em unidades de hospitalização ameniza este efeito", aponta Wernet.
Para Amanda Cristina Balbino dos Santos, mãe da Larissa, que tem três anos e está internada há sete dias no HU, que esse tipo de ação é muito importante. "Ajuda a criança a distrair, a não ficar tão irritada, tão estressada. Porque é um local que você não pode ver a luz do sol, então ajuda bastante, eles ficam mais felizes. Enquanto estão internados, ficam longe da escola, então, ter este tipo de atividade é muito importante", relata.
Além dos efeitos positivos nesse processo de hospitalização das crianças, a atividade realizada também foi importante para os alunos que participaram. "Os estudantes testemunharam os benefícios do brincar no espaço hospitalar e, serão sensibilizados para a relevância de serem profissionais brincantes", conclui a docente.