O projeto teve início em janeiro de 2021 e será realizado até o mês de abril 2024. A equipe do DGeroBrasil conta com sete professores do DGero-UFSCar - Karina Gramani Say, Juliana Hotta Ansai, Fernando Augusto Vasilceac, Camila Bianca Falasco Pantoni, Grace Angélica de Oliveira Gomes, Letícia Pimenta Costa-Guarisco e Vania Aparecida Gurian Varoto -, além de dez consultores seniores gerontólogos, 12 discentes dos cursos de graduação em Gerontologia e Engenharia de Produção da UFSCar, além de apoiadores. O grupo tem atuado em todas as regiões do Brasil, levando conhecimento e estratégias para uso e registro da Avaliação multidimensional para a pessoa idosa. O projeto está organizado em três fases - reuniões virtuais, oficinas presencias e teleconsultorias. Já foram realizadas 29 reuniões virtuais com os gestores estaduais e regionais em todo o Brasil e agora estão sendo feitas as oficinas presenciais, com as quais a equipe irá percorrer todas as regiões do País, sendo previstas 111 oficinas. Foram realizadas até o momento 12 oficinas em cidades do Piauí, Maranhão, Ceará, Acre e Amazonas. Ontem, dia 3 de outubro, começaram as oficinas na região Centro-Oeste, na cidade de Cuiabá, e, em dezembro, o DGeroBrasil vai promover atividades em São Carlos (SP), reunindo gestores de 60 cidades da região.
"Dessa forma, o DGeroBrasil busca a qualificação dos gestores municipais e estaduais e técnicos de referência, na assistência adequada ao idoso com o uso de ferramentas de gestão e na formulação e implementação de políticas públicas baseadas em evidências científicas", relata Karina Gramani Say, coordenadora do projeto. "A gente tem que preparar o serviço público, que tem uma trajetória para outros ciclos da vida, para assistir a população idosa que, cada vez mais, envelhece e carece de uma assistência à saúde integral e especializada", complementa Fernando Vasilceac, docente do DGero e um dos coordenadores do projeto.
Os profissionais que já participaram das oficinas realizadas apontam os resultados positivos do DGeroBrasil no cenário de trabalho das equipes. Virgínia Castro é assessora técnica do Conselho das secretarias municipais de saúde do Ceará e avalia que a atividade foi muito oportuna. "Saímos com a esperança de ver a política do idoso ser implementada e foi bom conhecer a avaliação multidisciplinar e multidimensional e poder buscar a integração intersetorial nos municípios e estado. Temos agora um desafio importante para crescer, nos integrar e trabalhar a integralidade do ser em nosso território", afirma.
Objetivos
O principal objetivo do projeto é apoiar gestores estaduais, municipais e técnicos de referência, enfatizando a importância da implementação da avaliação multidimensional da pessoa idosa por meio do uso da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (CSPI), de modo a contribuir para o desenvolvimento de um plano de cuidado individualizado e integrado. Criada em 2006, pelo Ministério da Saúde, a CSPI tem demonstrado ser uma importante ferramenta de identificação de situações de riscos potenciais para a saúde do idoso, sendo uma das estratégias para a implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. No final de 2021, cerca de 3.034 municípios distribuídos pelos 26 estados e Distrito Federal já tinham aderido à CSPI e foram convidados a participarem do projeto.
Dentre os demais objetivos do projeto estão qualificar a atenção ofertada à saúde das pessoas idosas na APS por meio da inclusão no planejamento estadual, regional, municipal e do Distrito Federal da implementação da avaliação multidimensional da pessoa idosa, da estratificação de perfis funcionais e da construção de planos de cuidados individuais na APS; apoiar os gestores na elaboração do planejamento estratégico para a implementação da avaliação multidimensional da pessoa idosa e da construção de planos de cuidados mais resolutivos, bem como em encaminhamentos mais qualificados para a atenção especializada.
Além disso, o DGero Brasil pretende orientar os gestores municipais da APS e saúde da pessoa idosa quanto ao correto uso de instrumentos para avaliação multidimensional, à identificação de riscos e ao manejo do declínio da capacidade intrínseca e funcional. A orientação também pretende abordar o registro do procedimento da avaliação multidimensional no e-SUS-AB e do acompanhamento longitudinal, visando ao monitoramento das ações ofertadas e ofertar teleconsultoria para o acompanhamento dos gestores e técnicos de referência dos municípios na qualificação da atenção à saúde das pessoas idosas na APS, por um ano após a formação dos gestores.
Mais informações podem ser acessadas no site www.gerontologia.ufscar.br/pt-