O trabalho é coordenado por Claudia Aparecida Stefane, docente do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar, e desenvolvido pelos estudantes Beatriz Suelen Ferreira de Faria, do curso de Fisioterapia, e Luciano Quint Alves da"Costa, do curso de Medicina. De acordo com a coordenadora, os prejuízos físicos e mentais para os atuantes em escritório são muitos. "Se observarmos o número de afastamentos do trabalho, iremos encontrar, entre os mais prevalentes, as doenças mentais e os distúrbios osteomusculares. Essas doenças são frutos de muitos aspectos, dentre eles, o ambiente de atuação e a conduta (não só corporal, mas também de rotina de pausas e atividade física)", revela.
A professora também explica que as dores osteomusculares podem ocorrer quando o corpo permanece muito tempo imóvel, como na postura sentada e especialmente, quando nos posicionamos de forma equivocada, tanto na cadeira quanto diante do computador. As pesquisas também apontam que o tempo diante da tela afeta a presença de sentimentos negativos como ansiedade e depressão. "Assim, o tempo de uso e as pausas são fundamentais para estabelecer uma rotina menos impactante", acrescenta Claudia Stefane.
É nesse cenário que a ergonomia pode trazer contribuições importantes por ser uma ciência que busca compreender a relação do homem no ambiente de trabalho e oferecer melhores condições nessa interação. A coordenadora do projeto destaca que muitas empresas são, atualmente, obrigadas a ter o gerenciamento de riscos ocupacionais e isso é feito por profissionais da ergonomia. "Ao mapear os riscos do ambiente de trabalho, a empresa e o trabalhador tomam consciência dos pontos que necessitam ser feitos, refeitos ou alterados e, deste modo, pode-se prevenir doenças, melhorar a qualidade de vida, evitar afastamentos e aumentar a eficiência do trabalho realizado", reforça a docente.
O projeto da UFSCar propõe atuar nesse contexto, analisando o ambiente de estudo e de trabalho dos atuantes em escritório (em casa ou em empresas). O participante responde a um questionário - e pode incluir fotos do ambiente - e, a partir disso, a equipe do projeto oferece sugestões de como (re)organizar o ambiente e trazer a reflexão sobre a rotina de pausas e a importância da inserção de hábitos saudáveis. Claudia Stefane acrescenta que "apesar do nome do projeto ser 'Intervenções Ergonômicas para atuantes em ambiente de escritório', ele vai muito além disto. Realizamos avaliação de alguns aspectos de saúde, como Índice de Massa Corporal (IMC) e dores, sugerimos leituras e passamos orientações sobre como organizar seu ambiente e rotina ao longo da jornada de atuação".
As ações do projeto são gratuitas e realizadas de forma remota e, por isso, a participação é aberta a pessoas de todo o País, que atuam em escritórios, sejam trabalhadores sejam estudantes. Os interessados devem preencher este formulário eletrônico (https://bit.ly/