SÃO CARLOS/SP - O vereador Marquinho Amaral conclamou os vereadores, presidentes de partidos e lideranças comunitárias de São Carlos a promoverem uma “ampla união política” para que nas eleições de 2022 o município volte a ter representantes na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e na Câmara dos Deputados.
“Vamos pensar nesse assunto, amadurecer esta ideia”, declarou ele durante pronunciamento na Câmara Municipal na sessão de terça-feira (23). Com relação ao lançamento de candidaturas, recomendou às forças políticas da cidade que busquem um consenso para ter o menor número possível de candidatos. “É preciso deixar a vaidade de lado e ver quem tem mais chance”.
Acrescentou que “precisamos contar com um deputado, seja ele quem for, que seja de São Carlos e esteja na Alesp e na Câmara Federal dizendo:eu sou são-carlense”.
“A cidade tem uma universidade estadual porque estava na Alesp o deputado Miguel Petrilli, que possibilitou a São Carlos receber a USP, e temos a UFSCar porque estava no Congresso Nacional o saudoso ex-presidente desta Casa Dr.Ernesto Pereira Lopes, que viabilizou a criação da universidade”, afirmou.
Marquinho observou que a cidade está sem deputado estadual desde 2003, quando Lobbe Neto, eleito no ano anterior, assumiu o cargo de deputado federal. Ressaltou que Airton Garcia assumiu uma cadeira na Alesp por curto período e mais recentemente o ex-vereador Julio Cesar exerceu mandato por 40 dias.
“Temos visto a falta que faz um deputado estadual para São Carlos, quando observamos o trabalho de parlamentares de outras regiões do estado em favor de suas cidades de origem. Muitas vezes, nós temos que ficar mendigando com o penico na mão para solicitar verbas pequenas para poder suprir um pouco a falta de representação no legislativo paulista”, declarou.
Lembrou ainda que a Câmara Municipal tem votado neste ano vários convênios com o governo federal, de emendas ainda do mandato do deputado Lobbe Neto, “como aquelas que destinaram recursos de quase R$ 2 milhões para trocar todo o sistema de hemodiálise da cidade”.
O vereador lamentou que nas últimas décadas o elevado número de candidatos tenha prejudicado a cidade. “Quando fui presidente da Câmara em 2014, dos 21 vereadores, sete saíram candidatos a deputado, só aqui da Câmara”. Ele também citou que em 2002, quando concorreu a deputado estadual, teve 24 mil votos em São Carlos e o partido na época havia lançado também a candidatura do empresário Roberto Paulino.
Como exemplo da dispersão de votos locais nas eleições proporcionais, Marquinho destacou que “nas últimas eleições um candidato que é filho do atual presidente da República, ficou meia hora na Praça da 15 encostado numa banca de jornal e teve 10 mil votos em São Carlos. Ele não deu sequer uma emenda para a cidade e sequer conhece São Carlos, sabe onde está São Carlos. Teve aqui o número de votos que faltou para que o deputado Lobbe Neto, que teve quase 80 mil votos, continuasse nos representando na Câmara Federal”.
Para Marquinho, as lideranças políticas locais precisam deixar de lado as diferenças e pensar no desenvolvimento do município, que passa pela criação de canais de interlocução com os governantes em São Paulo e Brasília.
“Se um candidato de São Carlos tiver chance, não vejo nenhum mal em apoiá-lo e ir para a rua pedir votos para que ele seja eleito”, garantiu.