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Médico especialista dá dicas de como comer com ‘atenção plena’ e tratar distúrbios alimentares

Escrito por  Jun 15, 2020

Marcelo Demarzo selecionou três passos da prática de mindful eating que podem ajudar pessoas que passam por problemas com a alimentação, principalmente em períodos de incertezas.
 

SÃO PAULO/SP - As mudanças e incertezas causadas pela pandemia do novo coronavírus levantaram uma discussão entre especialistas sobre os reflexos negativos na alimentação das pessoas e possíveis agravantes em pacientes com distúrbios alimentares.
De acordo com o médico e pesquisador especialista em mindfulness, Marcelo Demarzo, a prática da atenção plena durante o processo de alimentação, chamada de mindful eating (comer com atenção) pode ajudar no controle de crises e na conscientização para uma alimentação mais saudável.
Essa influência positiva acontece porque a atenção plena tem poder direto sobre o estresse, o maior causador da “vontade” de comer.
“Quando ocorre uma exposição continuada a níveis elevados de estresse, o sistema HPA é hiperativado, elevando a produção crônica do cortisol. O cortisol estimula a produção de tecido adiposo visceral, o que leva a um aumento na gordura corporal e na ingestão de alimentos. Isso ocorre devido a um incremento na sensação de fome e desejo de comer alimentos ricos em açúcares e gorduras, por exemplo”, explica.
 
Comendo com atenção plena
Para auxiliar na iniciação do mindful eating, Demarzo sugere três passos para serem executados durante a alimentação:
 
1. Esteja consciente desde o momento em que você coloca os alimentos em seu prato, observe as cores, a quantidade, a variedade, a disposição da comida, os alimentos que você escolheu. Sinta o cheiro da comida por alguns instantes antes de colocar na boca. Ao mastigar, observe os movimentos em seu rosto e boca, esteja consciente de como o alimento é mastigado e quebrado em pedaços menores, e sinta o sabor nessas diferentes fases.
Finalmente, preste atenção como o alimento “caminha” até o estômago. Durante todo o ato de comer, preste atenção também às sensações de fome e aos sinais de saciedade. Nosso corpo nos informa quando temos fome, e tomar consciência disso diariamente nos ajuda a nos familiarizarmos com eles.
 
2. Fique atento ao que acontece em sua mente ao comer. Os pensamentos podem aparecer antes, durante e no final do processo de alimentação. Certos alimentos podem ativar pensamentos como a autocrítica e os julgamentos, gerando sensações ou sentimentos ruins. O “comer consciente” seria “observar, aceitar e soltar” esses tipos de pensamentos, a fim de levarmos novamente o foco de atenção apenas para a experiência de estar comendo.
Os pensamentos relacionados com a alimentação ou mesmo as memórias despertadas com a alimentação ativam outros pensamentos e emoções, e podem nos tirar da experiência direta de se alimentar, ou ainda provocar mal-estar durante a comida. Com atenção plena, podemos estar conscientes de todos esses processos.
 
3. Esteja mais consciente de seus comportamentos antes, durante e no final do contato com a comida. Identifique alguns comportamentos de rotina (muitas vezes, “automáticos”) enquanto estiver cozinhando, colocando ou removendo a mesa, manejando os talheres, e também a maneira como se senta, a postura, possíveis “manias” e, claro, todos os comportamentos ou impulsos associados ao ato de comer.
Nosso relacionamento com alimentos foi estabelecido por muitos anos, então não devemos esperar mudar isso em pouco tempo. O objetivo é observar e aceitar o que fazemos da melhor maneira possível, sem autocrítica, e com gentileza conosco mesmos. A partir daí poderemos ter escolhas mais conscientes, e mudar o que for necessário e possível ao longo do tempo.
 
 
O que é Mindfulness?
Mindfulness é um dos estados da mente, acessível a qualquer indivíduo, que consiste em um exercício de querer vivenciar o momento presente, intencionalmente, aceitando a experiência.
Em mindfulness, o sentido correto de aceitação é o de se olhar a realidade como ela realmente é, sem julga-la ou reagir a ela no "piloto automático".
Com a prática regular, o processo torna-se mais natural, sendo possível permanecer nesse estado em grande parte do tempo e aumentar a qualidade de vida do indivíduo.
Embora muitos dos termos e técnicas tenham origem nas tradições orientais, o mindfulness hoje em dia é considerado uma prática laica (secular, não-religiosa), com sólida base científica.
 
Quem é Marcelo Demarzo?

É médico especialista em Mindfulness para adultos e crianças, com treinamentos na Inglaterra (Mindfulness in Schools Project, em Londres; Oxford Mindfulness Centre, na Universidade de Oxford; e Instituto Breathworks, em Manchester), e nos EUA (Center for Mindfulness in Medicine, Health Care, and Society, na Universidade de Massachusetts).
Fez pós-doutorado em Mindfulness e Promoção da Saúde na Universidade de Zaragoza, na Espanha, e diversos cursos de aprofundamento nas tradições contemplativas e meditativas, incluindo a Psicologia Budista e Tibetana em Dharamsala, na Índia.
Junto com o professor Javier Garcia-Campayo, da Universidade de Zaragoza, desenvolveu a Terapia de Compaixão Baseada em Estilos de Apego (Attachment-Based Compassion Therapy).
É fundador e atual coordenador do Mente Aberta (www.mindfulnessbrasil.com), referência nacional e internacional nos programas e pesquisas sobre Mindfulness.

Ivan Lucas

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
E-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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