RIO DE JANEIRO/RJ - - As atividades turísticas somam um prejuízo de R$ 428,4 bilhões desde o agravamento da pandemia do novo coronavírus no País, em março de 2020, até agosto deste ano, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No entanto, a expectativa de recuperação do setor melhorou na esteira do avanço da imunização da população contra a covid-19, aponta o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC.
"Agora que algumas autoridades estão permitindo a realização de eventos importantes, o setor tende a deslanchar na alta temporada", afirma Bentes.
O prejuízo do turismo no mês de agosto totalizou R$ 15,3 bilhões, o mais brando desde o início da pandemia, o que mostra uma redução da capacidade ociosa do setor.
As atividades turísticas operaram em agosto com aproximadamente 69% da sua capacidade mensal de geração de receitas. "Ou seja, há um potencial ocioso de 31%", diz Bentes, para quem o segmento pode recuperar o nível de operação do pré-pandemia antes da metade do próximo ano. A projeção anterior era de um retorno ao patamar pré-covid apenas ao fim de 2022.
A CNC aumentou a projeção de crescimento para as atividades turísticas em 2021, de uma alta de 19,1% para 19,8% no volume prestado de serviços turísticos. O segmento teve um tombo de 36,6% em 2020, afetado pela crise sanitária.
Em agosto deste ano, os serviços turísticos funcionavam 20,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no pré-covid. Mais da metade do prejuízo acumulado até agora ficou concentrado nos estados de São Paulo (R$ 179 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 52,3 bilhões).
O agregado especial de atividades turísticas cresceu 4,6% em agosto ante julho, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa a quarta taxa positiva consecutiva, período em que acumulou um ganho de 49,1%. Na comparação com agosto de 2020, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil teve alta de 53,8% em agosto de 2021, impulsionado pela base de comparação depreciada.
Daniela Amorim / ESTADÃO