SÃO CARLOS/SP - A Volkswagen está negociando o corte de funcionários nas 4 fábricas que tem no Brasil. Com a demanda reduzida por conta da pandemia do novo coronavírus, a montadora justifica que é preciso adequar o tamanho do quadro de empregados. A montadora tem fábricas nas cidades paulistas de São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté e em São José dos Pinhais, no Paraná.
A empresa se reuniu nessa 4ª feira (19.ago.2020) com sindicatos da categoria. De acordo com representantes sindicais ouvidos pelo Estado de S. Paulo, a Volkswagen pretende demitir 35% dos atuais 15.000 funcionários. Ou seja, cerca de 5.000 pessoas seriam cortadas.
A Volkswagen confirmou, em nota, que existe 1 processo de negociação. No entanto, não falou qual o número de postos que serão extintos. Disse que estuda medidas de flexibilização e a revisão de acordos coletivos. O motivo principal é a “adequação do número de empregados ao nível atual de produção, com foco na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”.
Para justificar a necessidade do processo, a Volkswagen citou dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) que mostram que a produção de veículos da indústria brasileira deve cair 45% em 2020. “A recuperação do mercado, com queda prevista de 40% em relação a 2019, é projetada só para 2025”, segundo a companhia.
Porta-voz da montadora disse ao Estadão que a Volkswagen vai negociar a redução de salários e de benefícios como Participação nos Lucros e Resultados (PLR), vale transporte e convênio médico. A empresa pode ainda abrir planos de demissão voluntária.