Exposição excessiva ao sol é a principal causa da neoplasia. Com a chegada da estação mais quente do ano, oncologista destaca cuidados necessários para prevenir a doença
RIBEIRÃO PRETO/SP - Diante das fortes ondas de calor registradas frequentemente em Ribeirão Preto e com a chegada do verão, a conscientização sobre o câncer de pele ganha ainda mais reforço com a campanha “Dezembro Laranja”, que visa informar a população sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da neoplasia.
Segundo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford e do Wexham Park Hospital, ambos no Reino Unido, os casos de câncer não-melanoma crescem em 5% a cada grau Celsius a mais de temperatura.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor de pele não melanoma – o mais incidente no país – representa cerca de 30% de todos os casos de tumores malignos registrados. Somente no Estado de São Paulo, são esperados mais de 56 mil diagnósticosda doença por ano, entre 2023 e 2025.
“Este câncer é dividido em dois tipos. O não-melanoma é o mais frequente no Brasil e suas lesões estão relacionadas à exposição ao sol, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos e de pele e olhos claros. Já o melanoma é menos frequente, porém, mais agressivo. Geralmente, surge como uma lesão pigmentada - marrom, preta - ou uma “pinta” que passa a crescer e pode sofrer alteração de cor ou sangrar, além de não cicatrizar sozinha”, explica Cristiane Mendes, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
A médica destaca ainda, que os cuidados com a exposição solar devem ser tomados o ano inteiro, porém, com a chegada do verão, devem ser intensificados. “Nossa cidade está entre os municípios mais quentes do estado e neste período do ano, os raios UV se aproximam com maior intensidade, portanto, os alertas e cuidados devem ser reforçados. Além disso, durante esta temporada as pessoas frequentam mais piscinas, praias e lagos, o que as tornam mais suscetíveis aos riscos”, comenta a médica.
Sinais e sintomas
O câncer de pele ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, mas também podem surgir em extremidades e tronco.
“A neoplasia costuma se apresentar através de lesões que coçam, ardem, descamam, sangram ou até feridas que não cicatrizam após quatro semanas. Ao apresentar qualquer destes sintomas, é fundamental a procura por avaliação médica”, ressalta a oncologista.
Prevenção
De acordo com Cristiane Mendes, os raios solares podem penetrar superfícies e atingir a pele mesmo em locais fechados. Portanto, os cuidados devem ser mantidos até mesmo na sombra ou em ambientes internos.
“O principal fator para prevenção do câncer de pele é o uso de filtro solar diariamente. Ele deve ser aplicado pelo menos 30 minutos antes de sair de casa e conter fator mínimo de proteção “30”, com reaplicação ao longo do dia. Também é importante evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h, proteger os lábios com filtro apropriado e utilizar roupas, bonés, chapéus, óculos escuros com proteção UV e sombrinhas’’, finaliza a médica.