BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal anunciou na quinta-feira, 28, um pacote de estímulos ao mercado imobiliário, setor que tem ajudado a puxar para cima o Produto Interno Bruto (PIB) e que também representa uma base de apoio importante para o governo de Jair Bolsonaro.
O foco está na reformulação do Plano Empresário, linha de financiamento destinada à construção pelas empresas. Esta modalidade de crédito encolheu neste ano, ao contrário dos empréstimos para pessoas físicas, que tiveram uma alta relevante.
O banco estatal liberou R$ 21,4 bilhões em financiamentos para a compra e a construção de imóveis no primeiro trimestre de 2022, considerando apenas as operações que utilizam recursos originários da caderneta de poupança. O montante foi 32% maior do que no mesmo período do ano passado.
O crédito para a construção caiu 1,2% no período, para R$ 5,3 bilhões. O crescimento foi puxado pelo crédito para aquisição, com alta de 48,6%, para R$ 16 bilhões.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que o novo Plano Empresário vai cortar pela metade a quantidade de documentos exigidos para liberação de recursos, visando dar mais celeridade à concessão de empréstimos. A medida vai valer a partir de 18 de maio.
A taxa promocional de contratação pelas construtoras, de 3% ao ano mais taxa referencial (TR), terá a validade estendida até 30 de junho. Depois deverá retornar ao patamar de 3,32% mais TR.
As construtoras também passarão a ter quatro opções de indexadores nos contratos de financiamento: TR, Poupança, IPCA e CDI - semelhante ao que já acontece para pessoas físicas. A Caixa ainda vai facilitar o financiamento para obras em que há doação de terrenos por um ente público, um tipo de negócio associado a empreendimentos para famílias carentes.
As novidades anunciadas por Guimarães aconteceram em uma transmissão pela internet organizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O presidente da entidade, José Carlos Martins, elogiou o que considerou "sensibilidade" da Caixa aos pleitos do setor.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Martins explicou que a queda na demanda das construtoras por financiamentos se deve à percepção de que o poder de compra da população diminuiu com a inflação e deve esfriar as vendas de imóveis nos próximos meses.
“O financiamento que o empresário toma hoje é para bancar o lançamento dos projetos amanhã. A queda no Plano Empresário mostra os empresários antevendo essa situação”, disse. Em sua avaliação, as medidas da Caixa devem ajudar a estimular os negócios novamente daqui em diante.
Benesses para pessoas físicas
Além do aceno aos empresários, a Caixa lançou um pacote de facilidades para que pessoas físicas comprem imóveis neste ano. Nas novas contratações de crédito imobiliário para este público, o banco dará até seis meses de carência no financiamento tanto de imóveis novos quanto nos usados, em todas as linhas com recursos da poupança.
Em 2020 e 2021, com o estouro da pandemia, o banco ofereceu pausas em contratos ativos de financiamento pelo mesmo prazo. "Com taxas maiores, nós estamos comprimindo os spreads, dando carência de seis meses, como nós fizemos há dois anos atrás, ou seja, estamos ajudando a sociedade, ajudando as empresas, ajudando os clientes", disse Guimarães. Segundo ele, a Caixa chegou a pausar 3 milhões de contratos durante a pandemia.
Em pleno ciclo de alta da taxa Selic, a Caixa reduziu em março os juros cobrados da modalidade indexada à poupança, de 2,95% para 2,80%. Isso foi possível porque existe uma trava que limita o crescimento do custo de financiamento. Com a Selic acima de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao ano mais TR independente do comportamento da taxa básica.
O Casa Verde e Amarela (CVA), que é dominado pela Caixa, ficou de fora da carência. Segundo Guimarães, a concessão de carência neste segmento depende de aval do Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), que abastece os empréstimos dentro do programa. Guimarães e Martins ficaram de discutir o assunto com o conselho.
A Caixa deve atingir até R$ 170 bilhões em financiamento este ano, considerando as linhas com recursos da poupança e do FGTS. Se confirmado, representará uma expansão de 21,4%. No primeiro trimestre, o montante chegou a R$ 34,4 bilhões, avanço de 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Baixa renda
O presidente da Caixa ainda revelou que o governo federal está estudando uma alternativa para reativar um programa de habitação voltado às famílias mais carentes, com renda inferior a R$ 2 mil. Esse público era coberto pela antiga faixa 1 do Minha Casa Minha Vida e contava com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do FGTS, mediante subsídios que representavam praticamente o valor integral da moradia. Mas as contratações estão paralisadas há anos por falta de dinheiro.
“Estamos estudando. Ainda não podemos falar porque isso envolve outras pessoas (em outras esferas do governo)”, comentou Guimarães durante a transmissão. “Uma parcela relevante da população não tem nem R$ 50 reais para pagar uma parcela. Essa parte da população precisa de subsídio integral ou muito grande”, reconheceu.
Por outro lado, ressaltou que a Caixa não vai pagar a conta. “Nesta gestão, nunca faremos uma operação para perder dinheiro. Uma operação envolvendo o FAR só se for com subsídio claríssimo”. Ao longo do evento, Guimarães repetiu que sua gestão é "matemática", ou seja, atua com viés social, mas também quer ganhar dinheiro.
Circe Bonatelli e Matheus Piovesana / ESTADÃO
SÃO CARLOS/SP - Após dois meses seguidos de baixa, as vendas de imóveis usados cresceram 52,84% em Fevereiro frente a Janeiro em São Carlos e outras oito cidades vizinhas segundo pesquisa feita com 28 imobiliárias e corretores pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). As vendas caíram 40,42% em Janeiro comparado a Dezembro e 27,51% em Dezembro sobre Novembro.
Todos os imóveis foram vendidos em Fevereiro por até R$ 300 mil, a maioria com pagamento à vista (46,15% do total) ou parcelado pelos próprios donos dos imóveis (30,77%). Os bancos financiaram a compra de 23,08% desses imóveis.
O presidente do CreciSP, José Augusto Viana Neto, atribui o crescimento das vendas a uma conjugação de fatores, como o baixo rendimento de aplicações financeiras e a oportunidade de se realizar um bom negócio. “Há muito imóvel à venda, com preços que os proprietários mantêm congelados ou sobre os quais dão bons descontos porque precisam do dinheiro, e quem tem segurança financeira para se desfazer de parte de sua poupança ou aplicação, tende a aproveitar o momento”, afirma.
A “oportunidade de bom negócio” mencionada por Viana Neto é retratada na pesquisa pelas características dos imóveis vendidos – 83,33% estão situados em bairros de periferia e 70% são do padrão construtivo standard, mais simples. “Nas cidades do Interior, morar mais distante do Centro não impacta tanto a vida das pessoas quanto na Capital ou na região metropolitana, daí não ser um obstáculo à decisão de compra”, ressalta.
O presidente do CreciSP enfatiza que “mesmo que não tenham espaço útil interno maior que imóveis similares de regiões mais caras, são opção melhor do que ficar pagando eternamente pelo aluguel e não ter a segurança que casa própria oferece no presente e no futuro”.
Divisão igualitária
As 28 imobiliárias e corretores que responderam à pesquisa do CreciSP informaram ter vendido volume igual de casas e apartamentos em Fevereiro. As casas têm dois dormitórios (50%) ou três (50%), área útil de 51 a 100 metros quadrados (75% delas) ou de 101 a 200 m2 (25%) e uma vaga de garagem.
Os apartamentos têm, todos, dois dormitórios , área útil de até 50 metros quadrados e também dispõem de uma vaga de garagem.
Locação cresce e casas são alugadas
As 28 imobiliárias e corretores de São Carlos e região registraram aumento de 35,42% no volume de imóveis alugados em Fevereiro comparado a Janeiro. Em Janeiro e Dezembro as locações haviam encolhido 12,09% e 40% sobre o mês anterior, respectivamente.
Somente casas foram alugadas em Fevereiro, e 55,55% delas por aluguéis mensais de até R$ 1.250,00. A maioria dessas residências é do padrão construtivo médio (69,23%) e elas estão localizadas em bairros de periferia (50%), de regiões centrais (38,38%) e de áreas nobres (11,11%).
As casas têm três dormitórios (66,67%), dois (22,22%) e um (11,11%). A área útil média delas varia de 101 a 200 metros quadrados (66,67%), de 51 a 100 m2 (22,22%) e até 50 m2 (11,11%). Há duas vagas de garagem disponíveis para 44,44% dessas residências, três para 22,22% e uma vaga para 22,22%.
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Branca, Araraquara, Descalvado, Divinolândia, Ibaté, Matão, Santa Cruz das Palmeiras, São Carlos e São José do Rio Pardo.
Faixa de preço média |
Percentual |
Até R$ 100 mil |
0,00% |
De R$ 101 a R$ 200 mil |
37,50% |
De R$ 201 a R$ 300 mil |
62,50% |
De R$ 301 a R$ 400 mil |
0,00% |
De R$ 401 a R$ 500 mil |
0,00% |
De R$ 501 a R$ 600 mil |
0,00% |
De R$ 601 a R$ 700 mil |
0,00% |
Modalidade |
Percentual |
À Vista |
46,15% |
Financiamento CAIXA |
23,08% |
Financiamento Outros Bancos |
0,00% |
Direto com Proprietário |
30,77% |
Consórcios |
0,00% |
Região |
Percentual |
CENTRAL |
0,00% |
NOBRE |
16,67% |
DEMAIS REGIÕES |
83,33% |
Tipo |
Percentual |
LUXO |
0,00% |
MÉDIO |
30,00% |
STANDARD |
70,00% |
Casas Vendidas
Dormitórios |
Percentual |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
50,00% |
3 Dorm. |
50,00% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
100,00% |
2 vagas |
0,00% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
0,00% |
5 ou mais vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
0,00% |
51 a 100 m² |
75,00% |
101 a 200 m² |
25,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
301 a 400 m² |
0,00% |
401 a 500 m² |
0,00% |
acima de 500 m² |
0,00% |
Apartamentos Vendidos
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
0,00% |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
100,00% |
3 Dorm. |
0,00% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
100,00% |
2 vagas |
0,00% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
0,00% |
5 ou mais vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
100,00% |
51 a 100 m² |
0,00% |
101 a 200 m² |
0,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
301 a 400 m² |
0,00% |
401 a 500 m² |
0,00% |
acima de 500 m² |
0,00% |
SÃO CARLOS/SP - Os mercados de venda de imóveis usados e de locação residencial começaram o ano em baixa na região de São Carlos, com queda de 40,42% no volume de casas e apartamentos vendidos e de 12,09% no de locações em comparação com Dezembro.
Os números foram apurados em pesquisa feita com 33 imobiliárias de São Carlos e de outras oito cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). Imóveis com preços de até R$ 300 mil foram os mais vendidos em Janeiro (71,43%) e as locações ficaram concentradas nos imóveis com aluguel de até R$ 1 mil (57,15% do total).
Os destaques no segmento de vendas foram a participação expressiva dos consórcios e a ausência de transações em que os proprietários parcelam o pagamento dos seus imóveis, sempre comuns em todas as 18 regiões pesquisadas. A parcela dos consórcios nas vendas foi de 22,22%, a dos financiamentos bancários ficou em 66,66% e as vendas feitas com pagamento à vista somaram 11,11%.
“É um crescimento expressivo, esse dos consórcios, que evitou que a queda nas vendas fosse maior nessa região, mas infelizmente essa modalidade de crédito tem limitações, apesar da vantagem de não haver incidência de juros”, pondera José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, ao mencionar características dos consórcios como a necessidade de o participante dispor de valores às vezes elevados para os lances, a dependência dos sorteios caso ele não tenha recursos para isso e a duplicidade de pagamento do aluguel e da mensalidade do consórcio.
Viana Neto ressalta, porém, que o consórcio imobiliário é boa alternativa para quem “não tem urgência em ter acesso à casa própria, dispõe de recursos para bancar as mensalidades simultaneamente com o pagamento do aluguel e pode acumular poupança para dar lances a médio e longo prazos”.
A parcela de 22,22% que coube nas vendas de Janeiro aos consórcios imobiliários na região de São Carlos foi a maior registrada pelas pesquisas do CreciSP desde Agosto do ano passado, quando esse levantamento começou a ser feito na região. Não houve registro de vendas feitas por consórcio em Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro. Agosto foi o único mês em que se registrou venda por essa modalidade, mas com participação de 7,14% no total vendido.
2 dormitórios, mais vendidos
Em Janeiro, quem comprou imóvel usado na região de São Carlos preferiu as casas (66,67%) aos apartamentos (33,33%) e, dentre eles, os de padrão construtivo mais simples, standard (57,89% do total vendido), aos de padrão médio (42,11%). Esses imóveis estão distribuídos por bairros das regiões centrais (46,43%), de periferia (42,86%) e de áreas nobres (10,71%).
Metade das casas que foram vendidas tem dois dormitórios e o restante se divide entre as de um e de três quartos (25% cada). A área útil de 50% das residências varia de 101 a 200 metros quadrados, 25% têm metragem de 51 a 100 m2 e 25% até 50 m2. As vagas de garagem seguem esse padrão: 50% com duas, 25% com uma e 25% sem nenhuma.
Os apartamentos têm dois dormitórios (66,67%) ou um (33,33%), uma única vaga de garagem e área útil de 51 a 100 metros quadrados (66,67%) ou até 50 m2 (33,33%).
Inquilinos preferem casas
As 33 imobiliárias e corretores que responderam à pesquisa do CreciSP alugaram praticamente só casas em Janeiro na região de São Carlos – 90,91% do total. A participação dos apartamentos ficou limitada a 9,09%.
Os novos inquilinos escolheram imóveis situados em bairros de periferia (63,64%) e mais próximos ao centro das cidades (36,36%) e as casas e apartamentos que alugaram são do padrão construtivo standard (80%) ou médio (20%).
As casas alugadas em Janeiro têm dois dormitórios (50%), um (33,33%) ou três (16,67%) e metade delas dispõe de área útil variando de 51 a 100 metros quadrados. As demais têm de 101 a 200 m2 (16,67%), de 201 a 300 m2 (16,67%) e de 301 a 400 m2 (16,67%). A maioria tem duas vagas (33,33%) ou nenhuma vaga de garagem (33,33%).
As quitinetes foram o único tipo de apartamento que as imobiliárias e corretores alugaram em Janeiro, todos eles dispondo de área útil até 50 metros quadrados e uma única vaga de garagem.
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Araraquara, Caconde, Descalvado, Matão, Porto Ferreira, Ribeirão Bonito, Santa Cruz das Palmeiras, São Carlos e São José do Rio Pardo.
Faixa de preço média |
Percentual |
Até R$ 100 mil |
0,00% |
De R$ 101 a R$ 200 mil |
42,86% |
De R$ 201 a R$ 300 mil |
28,57% |
De R$ 301 a R$ 400 mil |
0,00% |
De R$ 401 a R$ 500 mil |
14,29% |
De R$ 501 a R$ 600 mil |
14,29% |
De R$ 601 a R$ 700 mil |
0,00% |
De R$ 701 a R$ 800 mil |
0,00% |
De R$ 801 a R$ 900 mil |
0,00% |
De R$ 901 a R$ 1 milhão |
0,00% |
Acima de R$ 1 milhão |
0,00% |
100% |
Modalidade |
Percentual |
À Vista |
11,11% |
Financiamento CAIXA |
44,44% |
Financiamento Outros Bancos |
22,22% |
Direto com Proprietário |
0,00% |
Consórcios |
22,22% |
Total |
100% |
Região |
Percentual |
CENTRAL |
46,43% |
NOBRE |
10,71% |
DEMAIS REGIÕES |
42,86% |
Total |
100% |
Tipo |
Percentual |
LUXO |
0,00% |
MÉDIO |
42,11% |
STANDART |
57,89% |
Total |
100% |
Casas Vendidas
Dormitórios |
Percentual |
1 Dorm. |
25,00% |
2 Dorm. |
50,00% |
3 Dorm. |
25,00% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
100% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
25,00% |
1 vaga |
25,00% |
2 vagas |
50,00% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
25,00% |
51 a 100 m² |
25,00% |
101 a 200 m² |
50,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
Apartamentos Vendidos
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
0,00% |
1 Dorm. |
33,33% |
2 Dorm. |
66,67% |
3 Dorm. |
0,00% |
4 Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
100,00% |
2 vagas |
0,00% |
3 vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
33,33% |
51 a 100 m² |
66,67% |
101 a 200 m² |
0,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
Locações em Janeiro na região de São Carlos
VALOR ALUGUEL |
Percentual |
até 500 |
14,29% |
501 a 750 |
14,29% |
751 a 1.000 |
28,57% |
1.001 a 1.250 |
14,29% |
1.251 a 1.500 |
0,00% |
1.501 a 1.750 |
0,00% |
1.751 a 2.000 |
14,29% |
2.001 a 2.500 |
0,00% |
2.501 a 3.000 |
0,00% |
3.001 a 4.000 |
14,29% |
Acima de R$ 4.000 |
0,00% |
Região |
Percentual |
CENTRAL |
36,36% |
NOBRE |
0,00% |
DEMAIS REGIÕES |
63,64% |
Tipo |
Percentual |
LUXO |
0,00% |
MÉDIO |
20,00% |
STANDART |
80,00% |
Casas Alugadas
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
0,00% |
1 Dorm. |
33,33% |
2 Dorm. |
50,00% |
3 Dorm. |
16,67% |
4 Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
33,33% |
1 vaga |
16,67% |
2 vagas |
33,33% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
16,67% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
0,00% |
51 a 100 m² |
50,00% |
101 a 200 m² |
16,67% |
201 a 300 m² |
16,67% |
301 a 400 m² |
16,67% |
401 a 500 m² |
0,00% |
Apartamentos Alugados
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
100,00% |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
0,00% |
3 Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
100,00% |
2 vagas |
0,00% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
100,00% |
51 a 100 m² |
0,00% |
101 a 200 m² |
0,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
301 a 400 m² |
0,00% |
SÃO PAULO/SP - O mercado imobiliário nacional teve alta de lançamentos e vendas no ano passado, mas entrou em trajetória de queda nos últimos meses de 2021, de acordo com pesquisa divulgada na segunda-feira, 21, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Os lançamentos avançaram 25,9% em 2021 em relação ao ano anterior, chegando a 265.678 unidades. No mesmo período, as vendas cresceram 12,8%, para 261.443 unidades.
Já no quarto trimestre de 2021, houve uma deterioração de cenário. Os lançamentos tiveram uma leve alta de 1,9% em relação ao mesmo intervalo de 2020, para 85.011 unidades. Já as vendas encolheram 9,7%, para 65.232 unidades.
O estoque de imóveis residenciais novos (na planta, em obras e recém-construídos) aumentaram 3,8% em 2021 ante 2020, para 232.566 unidades.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, explicou que os custos de produção, especialmente de materiais de construção, subiram muito, forçando as empresas a aumentar os preços de vendas das casas e apartamentos. O problema é que os novos preços já não cabem mais no bolso dos compradores.
"Há um ano e meio, já vínhamos alertando sobre o aumento absurdo no preço dos insumos. Hoje nós deixamos de vender porque as pessoas não têm capacidade de comprar", afirmou.
Aumento de juros
Segundo a pesquisa da CBIC, o preço médio dos imóveis residenciais subiu 10,38% em 2021, ficando abaixo do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), de 13,85%.
Martins mencionou que o mercado cresceu no acumulado de 2021 ajudado pelos juros baixos dos financiamentos imobiliários e porque ainda não havia tanta pressão de custos até o começo do último ano.
Mas ao longo do segundo semestre, a situação virou: houve aumento dos juros e necessidade de repasse dos custos dos insumos para o valor final dos imóveis. Por consequência, houve uma mudança na curva de vendas, que se estabilizou e depois entrou em declínio.
Martins comentou que o mercado ainda está aquecido, porque há muitas obras em andamento. No setor, as obras começam entre seis a oito meses após os lançamentos. Com isso, tem faltado mão de obra neste momento, disse o presidente da CBIC.
Já se a situação de vendas e lançamentos seguir em declínio, a tendência é de o setor desaquecer ao longo dos próximos trimestres, apontou. "O PIB é gerado nos meses seguintes aos lançamentos e vendas, durante a fase da construção. O emprego de amanhã está prejudicado por causa da queda nas vendas de hoje."
Programa Casa Verde e Amarela
O Casa Verde e Amarela (CVA) perdeu participação de mercado no ano passado. Os lançamentos e as vendas do programa habitacional foram de 41% e 45%, respectivamente, no quarto trimestre de 2021. Já um ano antes, estavam em 47% e 49%.
Em termos de unidades, o CVA teve baixa de 11,1% nos lançamentos entre outubro e dezembro, caindo para 34.863 imóveis. As vendas caíram 16,6%, chegando a 29.410 unidades.
O encolhimento do programa ocorreu porque a população de baixa renda é quem mais sente no bolso o peso da inflação corroendo o orçamento familiar, bem como o aumento nos preços dos imóveis.
O Casa Verde e Amarela até elevou o limite máximo de preço das casas e apartamentos no passado, ajudando as construtoras a manterem projetos dentro do programa mesmo com o aumento nos preços. Mas a medida foi insuficiente para sustentar a demanda.
"Por mais que tenham adequado os preços do CVA, tivemos mais lançamentos, porém menos vendas. Consequentemente, houve um aumento da oferta final (estoque)", apontou o presidente da Comissão Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Celso Petrucci.
Subsídios do FGTS
O CVA deve ter um ajuste na curva de subsídios oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas próximas semanas, segundo representantes da CBIC.
Segundo Martins, da CBIC, sobraram em torno de 10% a 15% de recursos do FGTS não concedidos em subsídios porque as vendas não aconteceram no ritmo esperado.
Com isso, a expectativa dos empresários é que o modelo de concessão de subsídios do FGTS seja revista, passando a considerar elementos mais específicos, como renda do comprador, local e tipologia dos imóveis. Também há expectativa de liberação de mais recursos para os subsídios, segundo Martins.
Os temas farão parte da pauta de duas reuniões do conselho curador do FGTS, sendo uma delas nesta semana (dia 25, disse Martins) e outra no mês que vem (dia 10).
Se confirmados os ajustes, a expectativa é de uma recuperação relevante dos lançamentos e vendas do CVA em 2022, após a perda de fôlego vista nos últimos meses de 2021.
Circe Bonatelli / ESTADÃO
BRASÍLIA/DF - Apesar da alta de juros nos últimos meses, o crédito imobiliário concedido pela Caixa Econômica Federal dobrou em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, disse ontem (4) o presidente da instituição, Pedro Guimarães. Segundo Guimarães, o volume de concessões de financiamentos com recursos próprios saltou de R$ 5,8 bilhões em janeiro de 2021 para R$ 11,6 bilhões no mês passado.
“Crescemos em janeiro 100,7% em crédito imobiliário na comparação com janeiro de 2021. Na comparação com janeiro de 2018, nosso crescimento foi 820%”, afirmou Guimarães durante evento de lançamento de uma linha especial de crédito para caminhoneiros.
De acordo com Guimarães, a Caixa elevou, de R$ 150 bilhões para R$ 155 bilhões, a estimativa para a concessão de crédito imobiliário neste ano. Líder no setor, a Caixa concentra cerca de 70% dos financiamentos para compra de imóveis no país.
Em relação ao crédito para o agronegócio, Guimarães disse que, no atual ritmo de evolução, o banco deverá tornar-se líder no segmento na América do Sul até 2024.
“Éramos o oitavo banco no agro até ano passado; somos o terceiro agora, e até junho iremos para o segundo lugar. Se fizermos R$ 100 bilhões no agro, é 15% da nossa carteira imobiliária, não é nada”, declarou. Para a safra 2021/2022, o banco tem orçamento de R$ 35 bilhões para o crédito rural.
No evento de lançamento da linha de antecipação de frete para caminhoneiros, a Caixa divulgou dados de inclusão bancária e de acesso ao crédito. Segundo o banco, o aplicativo Caixa Tem atingiu 109 milhões de contas poupança digitais cadastradas. Segundo a instituição financeira, desse total, 38 milhões de pessoas que não tinham conta em banco foram incluídas no sistema financeiro.
Sobre a linha de crédito que antecipa o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa informou que, dos 2,3 milhões de trabalhadores contrataram esse tipo de empréstimo, 1,3 milhão estavam com o nome negativado e usaram a antecipação para quitar dívidas.
Durante o evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Caixa assumiu o protagonismo na execução de políticas sociais do governo, com o pagamento do auxílio emergencial em 2020 e 2021. Segundo o ministro, o governo decidiu centralizar diversos programas sociais no banco estatal.
“Desde o auxílio emergencial, a Caixa pagou 68 milhões de pessoas. Foram decisões que tivemos de tomar no calor do combate. O presidente virou e falou: ‘Não vamos deixar nenhum brasileiro para trás’. Criamos o auxílio. Fizemos uma reunião e discutimos: ‘Vamos credenciar todo o sistema bancário ou vamos fazer a aposta toda na Caixa?’ Porque ali [na Caixa], nós temos todo o controle operacional”, declarou Guedes.
O presidente Jair Bolsonaro participou do evento, mas não discursou.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
SÃO CARLOS/SP - Um aumento de 37,14% no volume de financiamentos concedidos por bancos, de 43,75% em Outubro para 60% em Novembro, fez com que as vendas de imóveis usados crescessem 110,63% em Novembro sobre Outubro em São Carlos e em outras oito cidades da região, segundo pesquisa feita com 24 imobiliárias e corretores desses municípios pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
“Esse desempenho do mercado regional de São Carlos deve ser saudado como muito positivo, ainda mais quando se tem, como agora, uma situação em que nenhuma categoria profissional conseguiu aumento real para os trabalhadores desde Fevereiro de 2020 até Novembro último”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. Ele se refere a cálculo feito e divulgado no boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Segundo Viana Neto, “o achatamento do poder de compra das famílias se reflete na opção majoritária das famílias das cidades dessa região por imóveis de valor menor, como as pesquisas do CreciSP vêm mostrando”. Em Novembro, 78,57% dos imóveis vendidos se enquadraram na faixas de preços até R$ 200 mil, percentual que foi de 71,43% em Outubro.
As outras modalidades de venda usadas em Novembro, afora os 60% de imóveis que tiveram crédito bancário, foram as feitas à vista, somando 25% do total, e as com pagamento parcelado pelos donos dos imóveis, com 15%.
Os compradores se dividiram entre casas (50%) e apartamentos (50%). A maioria dos imóveis usados vendidos nessas nove cidades é de bairros de periferia (52,94%) e de padrão construtivo simples, standard (50%).
A pesquisa CreciSP apurou que foram mais vendidas as casas de 3 dormitórios (57,14% do total), com área útil entre 101 e 200 metros quadrados (71,43%) e com uma, duas ou três vagas de garagem (28,57% cada).
Todos os apartamentos que as 24 imobiliárias e corretores venderam nessas nove cidades em Novembro têm um dormitório, uma vaga de garagem e área útil de até 50 metros quadrados (71,43%) ou entre 51 e 100 m2 (28,57%).
Locação cai 20,83%
A locação de imóveis residenciais teve em Novembro a segunda queda seguida na região de São Carlos, de 20,83% sobre Outubro, quando havia registrado retração de 2,26% sobre Setembro.
A pesquisa feita pelo Creci de São Paulo com 24 imobiliárias e corretores das nove cidades apurou que foram alugadas mais casas (84,21%) do que apartamentos (15,79%) e que 70% desses imóveis têm aluguel médio de até R$ 1.000,00.
As casas e apartamentos mais alugados foram os de bairros centrais das cidades (52,63%) e de padrão construtivo médio (91,67%).
Alugaram-se dois tipos de casas, as de dois dormitórios (55,56%) e de três dormitórios (44,44%), com área útil entre 51 e 100 metros quadrados (55,56%), de 101 a 200 m2 (33,33%) e de 401 a 500 m2 (11,11%). A maioria dessas residências tem duas vagas de garagem (55,56%).
Todos os apartamentos alugados em Novembro são quitinetes, contam com área útil entre 51 e 100 metros e não têm vaga de garagem.
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Casa Branca, Américo Brasiliense, Araraquara, Descalvado, Dobrada, Matão, Ribeirão Bonito, Santas Cruz das Palmeiras e São Carlos.
Faixa de preço média |
Percentual |
Até R$ 100 mil |
0,00% |
De R$ 101 a R$ 200 mil |
78,57% |
De R$ 201 a R$ 300 mil |
7,14% |
De R$ 301 a R$ 400 mil |
0,00% |
De R$ 401 a R$ 500 mil |
7,14% |
De R$ 501 a R$ 600 mil |
0,00% |
De R$ 601 a R$ 700 mil |
7,14% |
De R$ 701 a R$ 800 mil |
0,00% |
De R$ 801 a R$ 900 mil |
0,00% |
De R$ 901 a R$ 1 milhão |
0,00% |
Acima de R$ 1 milhão |
0,00% |
Modalidade |
Percentual |
À Vista |
25,00% |
Financiamento CAIXA |
50,00% |
Financiamento Outros Bancos |
10,00% |
Direto com Proprietário |
15,00% |
Consórcios |
0,00% |
Região |
Percentual |
CENTRAL |
17,65% |
NOBRE |
29,41% |
DEMAIS REGIÕES |
52,94% |
Tipo |
Percentual |
LUXO |
6,25% |
MÉDIO |
43,75% |
STANDARD |
50,00% |
Casas Vendidas
Dormitórios |
Percentual |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
42,86% |
3 Dorm. |
57,14% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
28,57% |
2 vagas |
28,57% |
3 vagas |
28,57% |
4 vagas |
14,29% |
5 ou mais vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
0,00% |
51 a 100 m² |
14,29% |
101 a 200 m² |
71,43% |
201 a 300 m² |
14,29% |
301 a 400 m² |
0,00% |
401 a 500 m² |
0,00% |
acima de 500 m² |
0,00% |
Apartamentos Vendidos
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
0,00% |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
100,00% |
3 Dorm. |
0,00% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
100,00% |
2 vagas |
0,00% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
0,00% |
5 ou mais vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
71,43% |
51 a 100 m² |
28,57% |
101 a 200 m² |
0,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
301 a 400 m² |
0,00% |
401 a 500 m² |
0,00% |
acima de 500 m² |
0,00% |
Locações em Novembro na região de São Carlos
VALOR ALUGUEL |
Percentual |
até 500 |
10,00% |
501 a 750 |
40,00% |
751 a 1.000 |
20,00% |
1.001 a 1.250 |
20,00% |
1.251 a 1.500 |
10,00% |
1.501 a 1.750 |
0,00% |
1.751 a 2.000 |
0,00% |
2.001 a 2.500 |
0,00% |
2.501 a 3.000 |
0,00% |
3.001 a 4.000 |
0,00% |
Acima de R$ 4.000 |
0,00% |
Região |
Percentual |
CENTRAL |
52,63% |
NOBRE |
15,79% |
DEMAIS REGIÕES |
31,58% |
Tipo |
Percentual |
LUXO |
0,00% |
MÉDIO |
91,67% |
STANDARD |
8,33% |
Casas Alugadas
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
0,00% |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
55,56% |
3 Dorm. |
44,44% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
0,00% |
1 vaga |
33,33% |
2 vagas |
55,56% |
3 vagas |
11,11% |
4 vagas |
0,00% |
5 ou mais vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
0,00% |
51 a 100 m² |
55,56% |
101 a 200 m² |
33,33% |
201 a 300 m² |
0,00% |
301 a 400 m² |
0,00% |
401 a 500 m² |
11,11% |
acima de 500 m² |
0,00% |
Apartamentos Alugados
Dormitórios |
Percentual |
Quitinete |
100,00% |
1 Dorm. |
0,00% |
2 Dorm. |
0,00% |
3 Dorm. |
0,00% |
4 Dorm. |
0,00% |
5 ou mais Dorm. |
0,00% |
Vagas de garagem |
Percentual |
Sem vaga |
100,00% |
1 vaga |
0,00% |
2 vagas |
0,00% |
3 vagas |
0,00% |
4 vagas |
0,00% |
5 ou mais vagas |
0,00% |
Área útil |
Percentual |
1 a 50 m² |
0,00% |
51 a 100 m² |
100,00% |
101 a 200 m² |
0,00% |
201 a 300 m² |
0,00% |
301 a 400 m² |
0,00% |
401 a 500 m² |
0,00% |
acima de 500 m² |
0,00% |
Com o home office e as restrições de lazer, procura por maior conforto cresce e os diferenciais oferecidos por construtoras pesam na hora da escolha de um imóvel
ARARAQUARA/SP - A pandemia fez com que hábitos se modificassem e outras vivências fossem inseridas no dia a dia. Se era comum as pessoas ficarem a maior parte do tempo fora de casa, agora é o oposto: o trabalho passou a fazer parte do lar. De acordo com a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o período de isolamento fez com que as pessoas valorizassem condomínios com área comum e, ainda, mostrou que empreendimentos com diferenciais se tornaram mais atrativos durante o isolamento social provocado pelo novo coronavírus. Em busca de mais conforto, as pessoas têm investido em imóveis que garantam lar e trabalho no mesmo lugar, o que provocou o aquecimento do mercado imobiliário.
Levantamento realizado pelo RIB (Registro de Imóveis do Brasil) e pela FIPE (Fundação do Instituto de Pesquisas Econômicas) mostrou que, mesmo em meio à pandemia, o mercado de imóveis tem se mantido aquecido na capital e no interior do Estado. O indicador interanual do setor revela aumento de 76,8% nas operações de compra e venda na cidade de São Paulo e 70,7% no interior, em 2021. Outra boa perspectiva do setor são as opções de financiamento de imóveis, já que os bancos reduziram as taxas de juros e algumas instituições financeiras criaram novas modalidades de crédito imobiliário.
Ademar Moura, gerente de marketing e comercial da EBM Desenvolvimento Imobiliário, reforça esse cenário e diz que os lançamentos da empresa estão alinhados às expectativas atuais, levantadas por meio de pesquisas de mercado. Tomadas USB, fechaduras eletrônicas, ponto para otimização de Wi-fi, área comum completa, academia, segurança e localização privilegiada são diferenciais valorizados e atendidos pela EBM.
“Quando lançamos um empreendimento, ouvimos dos clientes seus anseios, necessidades e prioridades. Por exemplo, os residenciais da linha Wish, que foi escolhida para o retorno da EBM a Araraquara, são focados em plantas inteligentes, de até 100 metros quadrados, com recursos que facilitam o dia a dia”, pontua Ademar.
Na cidade, o lançamento Wish Morumbi tem diferenciais tecnológicos e traz facilidades, como churrasqueira instalada na cozinha. Pois, segundo o gestor da empresa, mesmo que o condomínio ofereça espaço gourmet na área comum, poder escolher por algo mais reservado, que se integre à comodidade do apartamento, tornou-se fundamental.
A arquiteta responsável pelo projeto da linha Wish em Araraquara, Isabel Jácomo, afirma que, hoje, existe a busca por espaços amplos e integrados, e isso se justifica pela possibilidade de a família compartilhar do mesmo ambiente com conforto e proximidade, unindo lar ao lazer. “Nos apartamentos, a integração entre cozinha e varanda, que em alguns casos pode se tornar um prolongamento do ambiente quando usadas com portas de correr, remete a amplitude e torna uma boa opção de escritório”, destaca.
Em tempos de novos hábitos e reflexão sobre bem-estar, família, trabalho e vida social, viver num local onde seja possível reunir a maior quantidade de funcionalidade e conforto, fazendo do lar um aliado à rotina, ganhou força na hora da escolha da moradia. Isso porque a relação com a casa ficou mais intensa, tornando as qualidades e defeitos mais perceptíveis.
SÃO PAULO/SP - A comercialização de unidades residenciais novas na cidade de São Paulo em junho cresceu 46,3% ao chegar às 6.350 vendidas, na comparação com o mês de julho (4.341 unidades), e 35,0% acima do volume de vendas de agosto de 2019 (4.702 unidades), segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embrasp), foram lançadas 8.039 unidades residenciais na cidade, volume 207,5% superior ao apurado em julho (2.614 unidades) e 26,4% acima do total de agosto do ano passado (6.358 unidades).
A cidade encerrou agosto com a oferta de 30.918 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados foi 5,0% superior ao registrado no mês anterior (29.435 unidades) e 17,6% acima do volume de agosto do ano passado (26.293 unidades). A oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (setembro de 2017 a agosto de 2020).
Entre os imóveis que se destacaram em agosto estão os de dois dormitórios, com vendas chegando a 3.795 unidades, oferta de 17.376 unidades), valor global de vendas (VGV) de R$ 1,07 bilhão, valor global de oferta (VGO) de R$ 5,4 bilhões, 4.891 unidades lançadas, e maior VSO (17,9%), resultante das 3.795 unidades comercializadas em relação aos 21.171 imóveis ofertados. Imóveis com menos de 45 m² de área útil lideraram em vendas (4.639 unidades), oferta (20.756 unidades), VGV de R$ 1,07 bilhão, VGO de R$ 4,9 bilhões, lançamentos (6.412 unidades) e maior VSO (18,3%).
Por faixa de preço, os imóveis com valor de até R$ 240 mil lideraram em vendas (3.572 unidades), oferta final (15.725 unidades), lançamentos (5.281 unidades), maiores VSO (18,5%) e VGV (R$ 688,1 milhões). O maior VGO (R$ 4,8 bilhões) foi registrado nos imóveis com preços superiores a R$ 1,5 milhão. No mês, 3.183 unidades vendidas e 4.872 unidades lançadas foram enquadradas como econômicas (programa Casa Verde e Amarela). A oferta totalizou 15.489 unidades disponíveis para venda, com VSO de 17,0%.
No segmento de mercado de médio e alto padrão, a pesquisa identificou 3.167 unidades vendidas, 3.167 unidades lançadas, oferta final de 15.429 unidades e VSO de 17,0%.
Segundo o Secovi-SP, este é o quarto mês consecutivo de altas no setor o que consolida o movimento de retomada observado desde maio. ““A comercialização de 6.350 unidades é a maior registrada no ano e também para o mês de agosto, de acordo com a série histórica da pesquisa, de 2004”, disse o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
*Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
Segundo entidade, imóveis vagos representavam 18% do mercado de locação antes do estouro da crise da pandemia
São Paulo/SP – A crise causada pela pandemia do novo coronavírus atingiu de forma expressiva a taxa de ocupação dos imóveis voltados para locação no Estado de São Paulo. A vacância chegou ao patamar de 24% na média dos imóveis comerciais e residenciais, conforme dados apurados até o dia 16 de julho pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), maior entidade representativa do segmento no Estado. A pesquisa da entidade abrange todos os perfis de imóveis disponíveis para locação tanto no segmento residencial, como na locação comercial, desde lajes corporativas e escritórios em edifícios a lojas de rua.
O levantamento da AABIC considerou uma amostra de aproximadamente 19 mil imóveis em todo o Estado de São Paulo administrados por empresas associadas à entidade. Os dados apontam que antes da eclosão da pandemia, o total de imóveis vagos representava 18% da carteira das empresas associadas participantes da pesquisa. Do total desses imóveis, 30% são voltados à locação comercial, enquanto 70% correspondem aos residenciais.
O executivo José Roberto Graiche Junior, presidente da AABIC, relata que o impacto da pandemia foi mais significativo no mercado de imóveis comerciais. Neste segmento, diz ele, a vacância alcançou 30% da carteira de comerciais das associadas em julho, ante o patamar de 20% registrado no final de março, quando o Governo do Estado decretou o isolamento social para conter o avanço do contágio da doença. No segmento residencial, a vacância atingiu 12% do total de imóveis de locação para moradia na carteira das associadas. Antes da pandemia, o percentual de desocupação correspondia a 9%.
Segundo o dirigente, a pandemia da covid-19 acentuou o cenário de crise no mercado de imóveis comerciais porque o setor começava a se recuperar dos anos de estagnação e alto índice de desocupação. “Na situação da crise pandêmica, os empresários têm receio de abrir ou ampliar seus negócios, sobretudo quando as atividades não são essenciais”, diz Graiche Junior. “A crise forçou as empresas a cortarem os custos e frear seus investimentos, atingindo diretamente os espaços utilizados para realização de suas atividades”, avalia
Para Graiche Júnior, uma nova perspectiva de retomada ainda é incerta para os próximos meses, já que estamos inseguros quanto a reabertura definitiva das atividades nas cidades. “A ocupação dos imóveis deve ser retomada à medida que avançarem os estudos sobre a vacina contra a covid-19 e quando a população e as empresas recuperarem a confiança no desenvolvimento da economia”, avalia.
Sobre a AABIC
A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) é uma entidade com 41 anos de atuação na formação qualitativa do mercado de administração e locação de imóveis. Conta com 90 empresas associadas, que administram atualmente 16 mil condomínios e mais de 60 mil imóveis locados, onde vivem cerca de 5,1 milhões de pessoas. As associadas da AABIC são responsáveis pelo emprego de 115 mil pessoas no setor, contabilizando os funcionários de operação nas empresas até o contingente de colaboradores contratados para executar as rotinas dos condomínios. Fundada em 1978, a AABIC busca cumprir com excelência e rigor sua principal missão: orientar a administração de bens imóveis e condomínios em suas atividades. Com gestão voltada para o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços de orientação e treinamento, a associação trabalha pela valorização do segmento no mercado imobiliário.
O advogado Paulo Akiyama informa a necessidade de ser moderado quando o assunto é negociação com locadores de imóveis
SÃO CARLOS/SP - Atualmente, muitas pessoas optam por alugar imóveis ao invés de comprar um, isso porque em alguns casos pode ser mais vantajoso financeiramente e um compromisso que tem um prazo mais curto do que os imóveis próprios, que podem levar décadas para serem quitados. Ainda assim, alguns momentos pedem alguma flexibilidade de pagamento e a negociação do valor de aluguel é o caminho mais viável.
Por esse motivo, o advogado Paulo Akiyama oferece algumas dicas quando for necessário entrar em uma negociação desses valores com o locador. “É fundamental lembrar que a quantia do aluguel, para quem recebe, é meio de receita e o pagamento é uma obrigação do locatário. O inquilino não possui, por lei, direito na redução de valores, pois o juiz de direito não tem competência para determinar uma ou outra parte aceitar valores fora do contratado. Por isso, este pleito deve ser sempre por meio de negociação entre as partes e de forma moderada, afinal a eventual redução ou postergação de valores atingirá o proprietário”, explica.
Devido a pandemia, muitas pessoas tiveram seus salários reduzidos e uma grande diminuição na renda mensal, fazendo com que a demanda por essas negociações de valor fique cada vez mais frequentes. Nesse caso, o advogado destaca que é importante apresentar evidências dessa redução de renda, por meio de um holerite ou mesmo um demonstrativo de faturamento de empresa, caso seja empresário, uma vez que esses itens podem ser requeridos para um eventual acordo entre as partes. “Para formalizar o que foi decidido bastando elaborar um aditamento ao contrato, trazendo a termo o negociado, ou mesmo, um termo de transação extrajudicial”, destaca o especialista.
Um detalhe interessante de saber é que, se existe alguma cláusula no contrato de locação que envolve a imobiliária, deve ser ela a contatar o proprietário para apresentar as propostas.
Contudo, antes de qualquer coisa, é essencial saber qual será o valor comprometido na locação de um imóvel, seja residencial ou comercial. O recomendável é que não ultrapasse 25% da renda total do locatário. “O inquilino deve manter o pagamento do aluguel e buscar a negociação para redução somente quando se tornar necessário. Precisam todos entender que a outra parte também tem obrigações. Não se pode apenas ficar com o bônus sem assumir o ônus”, finaliza.
Sobre Paulo Akiyama
Paulo Eduardo Akiyama é formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família. Para mais informações acesse http://www.
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