BRASÍLIA/DF - Depois da inflação dos alimentos, no segundo semestre, o brasileiro enfrentou uma nova pressão sobre os preços no fim de 2020. O gás de cozinha encerrou o ano passado com alta de 9,24%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta 3ª feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa mais que o dobro da inflação de 4,52% registrada no ano passado.
Usado principalmente pelas famílias mais pobres, que vivem em domicílios com menos estrutura, o gás de cozinha terminou em alta na comparação com outros tipos de derivados de petróleo. O gás encanado, usado pelas famílias de maior renda, terminou 2020 com recuo de 1,29%. O gás veicular fechou o ano passado com alta de 1,66%.
Atualmente, o preço do botijão de 13 quilogramas (kg) custa entre R$ 59,99 e R$ 105, com preço médio de R$ 75,04, segundo o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No início da pandemia de covid-19, o preço médio estava em R$ 69.
Em vigor desde 2019, a política atual de preços do gás de cozinha prevê reajustes sem periodicidade definida. O preço está atrelado a dois componentes: dólar e cotação internacional do petróleo. Em 2017, o botijão inicialmente foi reajustado mensalmente, mas passou a ter o preço revisado a cada três meses, numa política que vigorou até o fim de 2018.
Embora seja controlado nas refinarias, o preço do gás de cozinha é liberado no varejo. Somente nos últimos 40 dias, a Petrobras promoveu dois aumentos no gás liquefeito de petróleo (GLP): de 5% no início de dezembro e 6% no último dia 6.
A alta no preço do botijão de gás reflete-se no consumo das famílias. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, que tem divulgado relatórios semanais com o consumo de energia e de combustíveis desde o início da pandemia, o consumo do botijão de 13 kg caiu 20% na última semana de dezembro em relação ao mesmo período do ano anterior. A demanda pelo botijão de mais de 13 kg, usado por indústrias, academias, comércio e condomínios, caiu ainda mais: 32,5%.
Professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin afirma que a redução de demanda pelo GLP é insuficiente para fazer os preços retornarem ao normal. Apesar dos esforços, ele diz que o consumidor tem poder limitado para controlar o preço do gás, diferentemente do que ocorre com alguns alimentos.
“O preço do gás de cozinha é determinado por variantes externas, como o dólar e a cotação do petróleo. O petróleo recuperou-se no fim do ano passado depois de experimentar uma queda considerável de preço no início da pandemia. O dólar está atrelado a fatores internacionais e a expectativas sobre a economia brasileira”, explica.
Outro fator que dificulta o controle dos preços do gás, explica o professor, é a dificuldade em trocar o GLP por outros produtos. Para escaparem do gás mais caro, as famílias de baixa renda estão recorrendo ao carvão vegetal ou à lenha. As famílias de classe média podem substituir o gás por fogões elétricos e, caso usem o botijão para aquecer a água, podem recorrer à energia solar, mas esses investimentos são caros e exigem tempo.
“O gás de cozinha é um produto com baixa elasticidade de demanda. Trata-se de um bem essencial, que não pode ser substituído facilmente”, diz o professor.
Como sugestão para conter a alta do gás, o presidente Jair Bolsonaro, defendeu há dois dias a realização de estudos para ampliar o número de engarrafadoras, empresas especializadas em encher botijões vazios.
“No Brasil existem poucas engarrafadoras. O botijão anda centenas de quilômetros para ser enchido e, depois, mais uma centena até o consumidor. Com dezenas de centrais nos estados e mais empresas, essa verdadeira viagem do botijão deixaria de existir, teríamos mais competição e o preço cairia”, postou Bolsonaro na rede social Twitter.
Para o Ministério da Economia, duas medidas para liberalizar o mercado de gás natural podem se refletir em preços mais baixos para o consumidor doméstico. Isso porque o GLP contém cerca de 20% de gás natural. A primeira é a votação do novo marco regulatório do gás, aprovado pelo Senado no fim do ano passado e que voltou para a Câmara. A segunda é a privatização de até oito refinarias da Petrobras, o que, segundo a equipe econômica, estimulará a competição e deverá gerar preços menores.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - Com alta de 1,35% em dezembro, em boa parte puxada pela conta de luz mais cara, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do País, fechou 2020 com avanço de 4,52%, o maior desde 2016. O resultado, informado nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. No ano marcado pela covid-19, os preços dos alimentos deram o tom.
O resultado também ficou acima do esperado por analistas do mercado. Segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira, 11, pelo BC, a projeção era de alta de 4,37% no IPCA do ano passado. E a mais recente pesquisa do Projeções Broadcast apontava que a inflação de 2020 ficaria em 4,38%.
Quando a pandemia se abateu sobre a economia, provocando a recessão global, o IPCA chegou a registrar taxas negativas. Com as atividades paradas, os preços, especialmente de serviços, despencaram nos primeiros meses de isolamento social. Todas as previsões apontavam, na época, para um IPCA abaixo da meta do BC no ano passado.
O cenário virou a partir de meados do ano. Com a concentração da demanda em itens básicos e a alta do dólar, os alimentos para consumo no domicílio começaram a encarecer rapidamente. Fecharam 2020 com alta de 14,09%, a maior desde 2002, quando foi de 19,47%.
A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de adotar bandeira vermelha – uma taxa extra na conta de luz para compensar o maior uso de usinas térmicas, mais caras – em dezembro era o que faltava para o IPCA de 2020 extrapolar a meta.
A taxa adicional no custo da eletricidade foi anunciada no início de dezembro e, portanto, já estava na conta dos economistas antes do anúncio do IPCA de dezembro.
Desde que o encarecimento dos alimentos entrou no radar em meados de 2020, economistas vêm apontando para o caráter temporário da alta. Mesmo que a inflação de alimentos venha se prolongando – o que afeta, sobretudo, as famílias mais pobres –, esse caráter temporário segue no cenário dos analistas. O mesmo vale para a conta de luz, já que a taxa adicional da Aneel se deve ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas por falta de chuvas.
Tanto que, para 2021, as projeções apontam para um IPCA anual de 3,30%, diante de uma meta do BC mais baixa que a deste ano, de 3,75%, com a mesma margem de 1,5 ponto. Com as projeções apontando para perto da meta, uma reação do BC, com alta da taxa básica de juros – a Selic, hoje em 2,0% ao ano – para conter a demanda, não deverá ser acelerada por causa da leitura final do IPCA do ano passado.
Para Alexandre Lohmann, economista da consultoria GO Associados, embora não faltem motivos para a inflação continuar elevada nos próximos meses, “muito dificilmente o IPCA vai ficar fora do intervalo” de tolerância da meta do BC em 2021.
“Podemos ir novamente para 4,0%, e se esse cenário se realizar, o BC deve começar a subir juros aos poucos, para mostrar que se preocupa com a inflação”, afirmou Lohmann.
Para outros economistas, como Daniel Karp, do banco Santander, a economia fraca e a recuperação gradual na taxa de desemprego devem formar um cenário incapaz de produzir grande pressão inflacionária. Por isso, a estimativa do Santander é que o IPCA termine 2021 em 3,0%, com menos necessidade ainda de reação por parte do BC.
“Nossa projeção para Selic é de 2,50% até o fim do ano, com duas altas de 0,25 pp no fim do ano, na penúltima e na última reunião. É um número mais baixo que a expectativa de mercado, mas está ancorado na nossa visão para a inflação. Mesmo em 2022 entendemos que a ociosidade da economia ainda vai estar grande”, afirmou Karp.
*Por: Daniela Amorim, Vinicius Neder e Gregory Prudenciano / ESTADÃO
SÃO PAULO/SP - Os moradores do Estado de São Paulo deverão enfrentar uma surpresa no bolso nas primeiras semanas de 2021. O governo paulista está autorizado a revisar os atuais incentivos fiscais e o repasse das empresas para os seus produtos será quase que inevitável.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, os principais setores que seriam atingidos são o de remédios, alimentos e combustíveis.
E como consequência, os empresários deverão aplicar o aumento do custo de carga tributária nos preços dos seus produtos. Desta maneira, os preços aos consumidores devem subir.
A reforma administrativa aprovada em outubro em São Paulo autoriza o governo estadual a rever os benefícios fiscais.
Um dos principais incentivos que as empresas recebem atualmente é a isenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). E o ajuste fiscal paulista prevê o corte de 20% nos incentivos atuais.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
Alta da inflação e incertezas em relação à pandemia indicam mais cautela para 2021. Fazer uma reserva de segurança ainda continua como principal dica para não ser surpreendido
SÃO PAULO/SP - Apesar de as projeções de queda do PIB terem melhorado no último mês, de acordo com a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, a expectativa é que a economia brasileira ainda sofra uma retração de 4,8% em 2020, motivada principalmente pela pandemia da Covid-19. Já a estimativa do mercado financeiro para a inflação em 2021 também teve um aumento, passando de 3,40% para 3,47%. Diante desses números, os brasileiros devem ter cautela na hora de fazer o tradicional planejamento para o próximo ano.
O cenário ainda é de incertezas para 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus. Para o planejador financeiro pessoal da Real Cultura Financeira, Maurício Vono, o momento de crise provocado pelo vírus trouxe uma situação incomum, como perda massiva de empregos e aumento dos preços dos produtos e serviços. “Aqueles que foram impactados negativamente por esse primeiro impacto da pandemia fica a lição de se preparar melhor. Planejar é também se preparar para o inesperado”, afirma Vono.
Para Vono, o primeiro passo para as pessoas se prepararem financeiramente para os próximos anos é definir o planejamento com base nos principais objetivos para o ano e se preparar para situações em que as coisas saiam fora dos trilhos. “O que muda para o próximo ano é que as pessoas devem ter uma atenção maior em relação ao gerenciamento de crise, principalmente aqueles que atuam em áreas sensíveis ao lockdown e às paralisações. Essas pessoas devem ter um controle maior sobre o dinheiro para não passar a dificuldade enfrentada neste ano”, explica o planejador financeiro pessoal.
Para o especialista, as atividades econômicas estão fluindo com exceções de algumas áreas, como eventos culturais e esportivos. Porém, estamos vendo um aumento de casos no país e não sabemos se haverá algumas restrições ao comércio nos próximos dias ou meses. Esse cenário, segundo ele, exige cautela que deverá ser mantida até que toda a população seja vacinada.
Outro problema que os brasileiros devem enfrentar em 2021 é a inflação e o encarecimento de produtos. Diante disso o planejamento financeiro será de grande valia. Para ele, algo que pode fazer a diferença é a capacitação para gerir as finanças. Para atender a demanda, Maurício Vono desenvolveu um programa de educação financeira para ajudar as pessoas a gerir melhor os recursos e se preparar para alcançar os objetivos pessoais.
Vono também alerta que as pessoas não devem fazer planejamento apenas para os próximos 12 meses. Para ele, não se deve pensar em 2021 de forma isolada porque esse período é apenas uma peça de um planejamento ainda maior. “As pessoas fazem muitos planos para apenas um ano e acabam se esquecendo dos próximos. As pessoas devem pensar, por exemplo, nos próximos 10 anos e avaliar como 2021 pode se encaixar nas conquistas de longo prazo. Devemos quebrar esse paradigma de pensar apenas nos próximos 12 meses porque isso acaba dificultando a execução de planejamento de longo prazo”, destaca Vono.
Tamanha a importância do tema, que a Real Cultura Financeira, por exemplo, viu a quantidade de clientes que buscam apoio nessa área aumentar em torno de 23% durante os meses de janeiro e dezembro.
Confira a seguir mais cinco dicas do especialista para alcançar os objetivos em 2021:
Ter uma reserva financeira: 2020 foi um ano repleto de imprevistos que pegaram muitas pessoas de surpresa. Para que isso não se repita com as incertezas em 2021, Vono afirma que é importante manter uma reserva financeira acessível, com um montante que represente de 2 a 4 meses de renda mensal.
Gastar conforme o orçamento: é necessário ter clareza sobre a real situação financeira para organizar os gastos conforme o orçamento. O primeiro passo é listar todos os gastos para se ter a dimensão dos gastos com cada item. Depois, é preciso definir metas para esses gastos. Assim, a pessoa pode ter mais condições para reduzir um pouco de todos os itens do orçamento ou cortar aqueles gastos que não são necessários.
Prever as eventualidades: quando nos preparamos para fazer o orçamento do ano seguinte, é muito comum não considerar algumas eventualidades, como gastos com festas, viagens e férias. Essa situação pode ser prejudicial porque passamos a organizar o orçamento conforme os gastos listados e considerados essenciais, não reservando uma quantia para ser usada nessas situações. Por isso, coloque tudo no papel.
Colocar em prática o que foi planejado: um dos principais erros cometidos pelas pessoas é fazer inúmeros planos de início de ano e não se comprometer a fazer nenhum ao longo dos 12 meses. As metas colocadas no planejamento devem ser pensadas e idealizadas para serem alcançadas.
Qualifique-se: Para atingir seus objetivos financeiros é preciso estar preparado. Se essa não é uma prática corriqueira, é possível fazer cursos na área. Com a capacitação é possível aprender a se livrar de dívidas, desenvolver o hábito de planejar a vida financeira com base em sonhos e objetivos e a como enxugar os gastos sem perder a qualidade de vida.
País acabará com o peso conversível, moeda atrelada ao dólar. Salário mínimo é quintuplicado, e subsídios a empresas serão reduzidos gradualmente.
MUNDO - O governo de Cuba anunciou nesta última sexta-feira (11/12) uma abrangente reforma econômica que inclui a unificação das duas moedas que hoje vigoram no país, a redução gradual de subsídios para empresas e a quintuplicação do valor do salário mínimo, medida necessária diante a esperada alta da inflação.
A reforma acabará com o peso conversível, moeda vinculada ao dólar criada em 1994 e que circula junto com o peso normal, que vale 24 vezes menos. O peso conversível deixará de ser utilizado de forma gradual ao longo de seis meses.
O salário mínimo, hoje em 400 pesos (equivalente a 84 reais), subirá para 2.100 pesos (441 reais). O governo informou que adotará 32 níveis de salário, baseados no tipo de cada trabalho, até um máximo de 9.510 pesos (1.997 reais). O salário médio atual em Cuba é de apenas 879 pesos (185 reais).
A reforma também estabelece a redução de subsídios estatais a empresas, que terão um ano para ajustar os seus balanços. Economistas cubanos estimam que cerca de 40% das empresas estatais do país operam no vermelho e, enquanto algumas se beneficiarão da reforma monetária, especialmente as de exportação, outras irão à falência.
As mudanças serão aplicadas a partir de 1º de janeiro e foram tomadas para simplificar e dinamizar o funcionamento da economia. O país vem enfrentando aumento das sanções aplicadas pelo governo Donald Trump e redução da entrada de recursos por meio do turismo e de transferências de dinheiro de cubanos que moram no exterior devido à pandemia do coronavírus. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve encolher 8% neste ano.
Inflação de três dígitos
As medidas vinham sendo prometidas desde 2013, mas acabaram adiadas sucessivas vezes. Economistas estimam que a reforma provocará uma inflação na casa dos três dígitos e perdas no curto prazo para os cubanos, mas são importantes no longo prazo, pois as diferentes taxas de câmbio acabam subsidiando alguns setores e distorcendo o funcionamento da economia.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que não havia "solução mágica" para os problemas econômicos do país, mas que a reforma "favorecerá a criação das condições necessárias para progressos de forma mais sólida".
Devido à esperada alta na inflação, "é necessário definir um salário mínimo no país que garanta a satisfação de necessidades básicas para o trabalhador e sua família, assim como uma escala de salários válida para todos os trabalhadores", afirmou o Ministério do Trabalho em uma nota publicada nesta sexta-feira no jornal oficial do regime.
A alta nos salários não se aplica a cerca de dois milhões dos cerca de sete milhões de trabalhadores no setor privado nem a trabalhadores informais, e a alta na inflação poderá piorar ainda mais a situação dos desempregados.
"Essa tarefa não é isenta de riscos", disse Díaz-Canel, que definiu a reforma como um dos desafios mais complexos que Cuba já enfrentou, mas afirmou que "ninguém ficará desamparado". Ele também anunciou que quem aumentar os preços de forma indevida poderá sofrer graves punições.
Em 23 de novembro, a empresa americana Western Union deixou de oferecer serviços de remessas financeiras a Cuba, após novas restrições adotadas pelo governo Trump. Era o principal canal de envio de recursos à ilha por parentes que moram no exterior. Há expectativa que o início da administração Joe Biden possa amenizar algumas das restrições à ilha.
Parte dos cubanos reclama que outras moedas seguirão em uso no país, já que o governo tem aberto lojas que vendem produtos de consumo em dólar e em outras moedas internacionais, apenas mediante pagamento em cartão. O governo argumenta que a abertura dessas lojas se trata de medida temporária para obter moedas fortes para comprar mais bens em meio à escassez.
A dolarização parcial, porém, tende a oferecer alguma estabilidade durante a reforma monetária, especialmente para as famílias que recebem transferências de parentes que moram no exterior.
Repressão a protestos
O anúncio da reforma econômica se dá em meio a protestos no país contra o regime. Em 27 de novembro, centenas de pessoas, com apoio de parte da classe artística, fizeram uma manifestação em defesa da liberdade de expressão em frente ao Ministério da Cultura de Cuba.
Em seguida, o governo cubano passou a dirigir críticas aos manifestantes e acusá-los de estarem a serviço dos Estados Unidos com o objetivo de desestabilizar o governo. Cerca de uma dezena de artistas e ativistas foram presos.
Os manifestantes têm usado a internet para registrar ações repressoras do Estado, como artistas mantidos em prisão domiciliar. Na quinta-feira (10/12), a organização NetBlocks, que monitora a liberdade da internet no mundo, informou que o governo cubano havia bloqueado o acesso às redes sociais no país diversas vezes desde a realização do protesto.
*Por: dw.com
BRASÍLIA/DF - O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel no país, registrou inflação de 2,92% na segunda prévia de outubro. A taxa é inferior aos 4,57% da segunda prévia de setembro.
Mesmo assim, o índice acumulado em 12 meses subiu de 18,20% na segunda prévia de setembro para 20,56% na segunda prévia de outubro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), que fez a pesquisa.
A queda da taxa de setembro para outubro foi provocada pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, cuja taxa de inflação recuou de 6,36% na prévia de setembro para 3,75% na prévia de outubro.
E o Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, subiu de 0,38% para 0,71%. O Índice Nacional de Custo da Construção também cresceu de 0,98% para 1,50%.
*Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
MUNDO - Os preços ao consumidor na zona do euro caíram em agosto, confirmou nesta quinta-feira (17), a agência de estatísticas da UE, e o núcleo da inflação que exclui elementos voláteis desacelerou com força também.
Os preços nos 19 países que usam o euro caíram 0,4% em agosto sobre o ano anterior e recuaram 0,2% na comparação anual, disse a Eurostat, em linha com sua estimativa anterior e com as expectativas do mercado.
Os preços da energia caíram 7,8% na base anual em agosto e tiveram o maior impacto sobre o índice de preços ao consumidor.
Sem os voláteis preços de alimentos e energia, ou o que o Banco Central Europeu chama de núcleo da inflação, os preços caíram 0,5% no mês e subiram 0,6% na comparação anual, como esperado por economistas consultados pela Reuters. Isso representa desaceleração sobre a alta anual de 1,3% em julho.
O BCE busca manter a inflação abaixo mas perto de 2% no médio prazo e observa o núcleo da inflação em suas decisões de política monetária.
*Reportagem de Jan Strupczewski / REUTERS
BRASÍLIA/DF - O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de 3,87% em agosto deste ano. A taxa é superior à observada em julho (2,34%). Com o resultado de agosto, o indicador nacional acumula taxas de 11,13% no ano e de 15,23% em 12 meses, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A alta de julho para agosto foi puxada pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, que tiveram alta de 5,44% em agosto. Em julho, a taxa de inflação havia sido de 3,14%.
O Índice de Preços ao Consumidor, que mede os preços no varejo, teve inflação de 0,53% em agosto, também acima da registrada em julho (0,49%).
Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção teve uma inflação menor em agosto (0,72%) ante julho (1,17%).
*Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Recorte exclusivo da FecomercioSP aponta alta nos produtos mais utilizados neste período de pandemia
SÃO PAULO/SP - Embora os números do IPCA 15, do IBGE, para a região metropolitana de São Paulo tenham apresentado deflação no mês de junho, com base nesses dados, a FecomercioSP destaca alta média de 6,45% nos itens mais consumidos na quarentena, instaurada em decorrência da proliferação do coronavírus. Houve uma alteração no padrão de consumo das famílias, com uma variedade muito menor de produtos.
A Federação, ao levar em consideração itens essenciais, montou a “cesta pandemia” com as cinco categorias mais vendidas, das quais todas registraram alta na inflação, na comparação com o mesmo período do ano passado: Alimentação no Domicílio (8,57%); Alimentação e Bebidas (7,1%); Habitação – Produtos de Limpeza (2,78%); Saúde (5,82%) e Cuidados Pessoais (1,86%).
Em Alimentação e Bebidas, os itens que obtiveram índices mais elevados foram os mais procurados para as refeições diárias, como cebola (40,72%), açúcar refinado (25,04%), feijão-carioca (22,98%), maçã (20,25%), batata-inglesa (18,35%), arroz (16,82%), músculo (16,58%), contrafilé (15,18%), leite longa vida (13,79%) e alcatra (11,01%).
Por outro lado, na mesma categoria, sete dos 29 itens analisados registraram queda nos preços: massa semipreparada (-4,87%), palmito em conserva (-2,39%), repolho (-2,06%), refrigerante e água mineral (-2,09%), cerveja (-1,68%), cenoura (-1,33) e café moído (-1,03%).
O grupo de Habitação abrange produtos de limpeza, bastante utilizados para conter a proliferação de covid-19. Por consequência, detergente e sabão em pó ficaram, respectivamente, 10,37% e 4,77% mais caros em relação a junho de 2019.
Já em Saúde, houve alta nos custos dos planos de saúde (6,89%) e das internações e cirurgias (3,43%).
O objetivo do levantamento é mostrar que, para os domicílios que estão focando suas aquisições em itens básicos (alimentos, produtos de higiene, produtos de limpeza e dispêndios com saúde), seja por cautela, seja por restrição orçamentária, o cenário inflacionário é diferente do apresentado pelos órgãos oficiais. Mesmo com o IPCA em níveis baixos, as alterações no ímpeto de consumir por parte das famílias alteram as estruturas de ponderação da inflação e os impactos que possíveis altas podem ocasionar na renda das famílias.
Dessa forma, a variação dos preços refletiu os sinais de uma oferta elevada, em razão das restrições de atendimento presencial impostas aos estabelecimentos, aliada ao declínio no Índice de Confiança das Famílias (-18,8%) em junho. Em contrapartida, as mercadorias essenciais se valorizaram com a alta procura.
Além disso, a aquisição de bens duráveis, por exemplo, exige certo planejamento e, muitas vezes, ofertas de crédito. Contudo, esses quesitos estão escassos no momento, em razão da alta do desemprego e do encolhimento das rendas das famílias.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
FecomercioSP analisou itens essenciais que estão sendo mais procurados durante a quarentena
SÃO PAULO/SP - Apesar dos dados do IPCA – 15, do IBGE, para a Região Metropolitana de São Paulo terem apresentado inflação estável no final de abril, levantamento da FecomercioSP, com base nesses números, apontou alta média de 5,52% nos produtos mais utilizados durante a quarentena instaurada para conter a disseminação de covid-19.
A Federação levou em consideração alguns itens essenciais e montou a “cesta pandemia” com cinco categorias, sendo que todas apresentaram alta na inflação na comparação com o mesmo período do ano passado: alimentação no domicílio (7,45%); alimentação e bebidas (6,58%); habitação - produtos de limpeza - (5%); saúde (3,81%) e cuidados pessoais (3,41%).
Dentro da categoria de alimentação e bebidas, os que obtiveram índices mais elevados foram: cenoura (40,85%), açúcar refinado (22,21%), músculo (21,23%), alcatra (14,72%), leite longa vida (14,50%), arroz (12,86%), contrafilé (11,45%), milho-verde em conserva (11,18%), maçã (7,99%) e bolo (7,89%).
Por outro lado, na mesma categoria, 9 dos 29 itens analisados registraram queda nos preços: feijão carioca (-25,09%), repolho (-10,20%), palmito em conserva (-5,10%), café moído (-4,91%), massa semipreparada (-3,91%), batata-inglesa (-1,05%), refrigerante e água mineral (-0,83%), leite em pó (-0,76%) e brócolis (-0,67%).
Já o grupo de habitação contém produtos de limpeza, muito procurados para conter a proliferação do coronavírus. Assim, detergente e sabão em pó ficaram 9,44% e 7,23% mais caros em relação a abril de 2019.
Na área da saúde os destaques dos altos índices ocorreram em função do aumento nos planos de saúde (7,33%) e nos serviços laboratoriais e hospitalares (3,58%).
Empresariado
A FecomercioSP orienta os comerciantes a ficarem atentos ao controle dos estoques e a se concentrarem nas vendas desse mix de produtos essenciais, com descontos para os itens perecíveis ou com prazos menores de vencimento.
No momento de repor as mercadorias também é importante analisar as que possibilitam mais margem de lucro, visto que diante de um cenário de incerteza, a população está consumindo com mais cautela.
A Entidade lembra, ainda, que os empresários devem se programar para quando for autorizada a reabertura dos estabelecimentos, momento em que serão necessários os equipamentos de segurança individual (EPIs) para garantir segurança na retomada do atendimento ao público. Então, o recomendado é buscar desde já fornecedores para esses itens e avaliar as quantidades que serão utilizadas, negociando valores e prazos de entrega.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
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