BUENOS AIRES - Os argentinos estão sentindo cada vez mais o impacto de uma das taxas de inflação mais altas do mundo, com aumentos anuais de preços próximos de 100% que sobrecarregam o orçamento das famílias conforme o custo de alimentos, gás e serviços supera em muito os salários.
O país, que luta contra a inflação elevados há anos, vai anunciar os dados de janeiro na terça-feira, com a expectativa de que a inflação mensal tenha acelerado para cerca de 6% e que o valor em 12 meses se aproxime de três dígitos.
"A verdade é que vivo o dia a dia, procuro preços baixos, vou a mercados. Procuramos onde a carne é mais barata, as verduras são mais baratas e caçamos promoções online para sobreviver", disse Gisella Saluzzo, de 30 anos, médica em Buenos Aires.
A inflação desenfreada tem pesado fortemente sobre a economia, forçando o banco central a aumentar as taxas de juros para impressionantes 75%, e prejudicado a popularidade do governo peronista de centro-esquerda do presidente Alberto Fernández.
Isso pode ser fundamental nas eleições gerais de outubro, com a oposição conservadora à frente nas pesquisas. Os argentinos estão cansados da inflação e muitos culpam a má gestão econômica e a impressão de dinheiro pelo governo.
Brian Muliane, um quiroprático de 33 anos, disse que, com a inflação e os impostos, seu negócio está com dificuldade para sobreviver.
“No nosso trabalho, entre pagar uma coisa e outra, junto com os impostos, eles estão nos afogando”, afirmou. "Há muitos que não podem nem trabalhar."
A inflação, que encerrou 2022 em 95% e pode até acelerar este ano, apesar das medidas do governo para limitar o aumento de preços, obrigou muitos a mudar seus hábitos de compras.
"Há coisas que deixei de comprar porque digo não, é simplesmente impossível aumentar assim", disse a professora Andrea Mendoza, de 50 anos, enquanto fazia compras. "Então não compro algumas coisas, mudo hábitos ou compro o que está em oferta."
por Por Miguel Lo Bianco e Horacio Soria / REUTERS
EL SALVADOR - O Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPC) de El Salvador situava-se em Janeiro em 7% em termos homólogos, uma queda de três décimos de ponto percentual em relação ao mês anterior, quando foi registada uma taxa homóloga de 7,3%, disse na quinta-feira o Gabinete Nacional de Estatística e Censos (ONEC).
Assim, o valor anual é o mais baixo desde Abril de 2022, quando se situava em 6,9 por cento. No ano passado, os preços no país centro-americano subiram para um pico de 7,8% em Junho. Atualmente, a inflação tem vindo a diminuir desde Agosto passado, quando atingiu 7,7 por cento.
Em termos mensais, os preços subiram 0,34 por cento, um aumento de 0,23 pontos percentuais em comparação com a taxa mensal de Dezembro. Contudo, este aumento é muito inferior aos registados em Outubro e Novembro, de 0,71 por cento e 0,69 por cento, respectivamente.
Por divisões, as bebidas alcoólicas e o tabaco e as bebidas alimentares e não alcoólicas registaram os maiores aumentos, de 1,36 e 1,04 por cento, respectivamente. Alojamento, água, eletricidade e gás e outros combustíveis e lazer e cultura foram as duas únicas divisões do total de 12 que compõem o índice que tiveram um desempenho negativo (0,44 por cento e 0,04 por cento, respectivamente).
Numa entrevista televisiva na quinta-feira, a Ministra da Economia salvadorenha, María Luisa Hayem, destacou o valor da inflação no país, que, embora ainda elevado, é um dos mais baixos da América Latina e um dos mais baixos da América Central.
"A economia de El Salvador começa 2023 numa nota positiva graças às medidas de contenção da inflação que este governo implementou", disse ela.
Fonte: (EUROPA PRESS)
Pedro Santos / NEWS 360
BRASÍLIA/DF - Após figurar como a terceira inflação mais alta do mundo em 2021, o Brasil reverteu o cenário de aumento dos preços. Com a queda do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos meses, o país registrou a sexta menor inflação no ano passado entre os países do G-20, grupo formado pelas maiores economias e emergentes, de acordo com levantamento da Austin Rating.
A inflação oficial de preços do Brasil encerrou 2022 com alta de 5,79% e furou o teto da meta pelo segundo ano consecutivo, de acordo com dados divulgados na terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O índice é menor que o projetado para a União Europeia (9,3%), Reino Unido (11,5%), e Estados Unidos (6,5%), além de ficar abaixo do aumento da Itália (11,6%) e da Alemanhã (8,6%). A Espanha, com 5,8%, foi incluida no rankging abaixo, apesar de ter estatuto de convidada permanente no G-20.
A meta estabelecida pelo CVM (Conselho Monetário Nacional) para a inflação do Brasil no ano passado era de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (de 2% a 5%).
Com o estouro, o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou em carta aberta que o problema se deve a cinco principais fatores, como inflação herdada do ano anterior, fenômenos globais e retomada na demanda de serviços e no emprego após a reabertura da economia.
"Apesar da queda de mais de 4 pontos percentuais em relação a 2021, quando o índice alcançou 10,06%, o dado preocupa, pois demonstra um quadro de inércia inflacionária persistente, ao manter a inflação acima do teto da meta definida pelo Banco Central (5%), ainda que a autoridade monetária já tenha elevado a taxa de juros (Selic) para 13,75% e ainda foi beneficiada, no decorrer do ano, pelo auxílio do governo federal, que reduziu as alíquotas tributárias para itens como combustíveis e energia", afirma Gabriel Ribeiro, analista da Austin Rating.
Apesar de as expectativas de mercado indicarem atualmente que a inflação para 2023 deverá encerrar em 5,3%, a Austin Rating projeta alta de 5% para o IPCA.
"Esse dado, que segue distante do centro da meta para o ano, reflete, principalmente, as preocupações em relação à qualidade e sustentabilidade dos gastos públicos que deverão ser realizados no decorrer de 2023, com potencial para limitar o efeito da política monetária para desacelerar o aumento de preços", acrescenta Ribeiro.
"Em complemento, a possibilidade do fim das desonerações tributárias limita o cenário em que o índice de inflação apresente reduções significativas, ao passo que contribui para o terceiro estouro da meta consecutivo", acrescenta o analista.
Do R7
SÃO PAULO/SP - O Santander aumentou suas expectativas para a inflação no Brasil no horizonte até 2024, e alertou para os riscos que a expansão fiscal planejada pelo governo eleito representa para a consolidação das contas públicas num longo prazo.
O banco revisou o IPCA de 2022 para alta de 5,8%, contra 5,5% estimados antes, citando "surpresas altistas recentes em preços voláteis, em conjunto com o fim do efeito baixista do corte de impostos".
Para 2023, "agora consideramos novas altas de tributos, além dos efeitos de um mercado de trabalho mais aquecido", disse o Santander, o que elevou sua projeção de inflação para o ano que vem a 5,4%, de 5,0%.
"Dada a inflação mais alta no próximo ano, com pressões em grupos de preços mais rígidos/inerciais, revisamos o IPCA 2024 para 3,5% (antes 3,0%), o que implica uma trajetória ainda mais lenta de convergência inflacionária ao centro da meta", afirmou o banco em relatório assinado por sua economista-chefe, Ana Paula Vescovi, e equipe.
Ainda assim, o Santander manteve suas expectativas para a taxa Selic em 12,0% em 2023 e 9,00% em 2024, ante patamar atual de 13,75%. No entanto, "dado o tom atual das discussões de política fiscal, enxergamos riscos altistas para a trajetória futura da taxa de juros", avaliou o banco.
Em relação ao fiscal, o Santander passou a projetar um déficit primário do setor público de 1,5% do PIB em 2023, piora em relação ao rombo de 1,4% previsto anteriormente.
O banco alertou que "a PEC (da Transição) aprovada no Senado tem potencial de impacto fiscal acima de 220 bilhões de reais, e a aprovação de legislação neste patamar geraria viés baixista às estimativas de resultado primário".
"Para o longo prazo, uma vez que assumimos que o atual nível das commodities não será permanente, seguimos vendo uma trilha arriscada para a estabilização da dívida, dada a reduzida eficácia das regras fiscais e as pressões para gastos sociais", avaliou o credor privado.
"No próximo ano, será fundamental observar o debate sobre as novas regras fiscais, que terão por finalidade ancorar as expectativas para o processo de consolidação fiscal à frente."
Por Luana Maria Benedito / REUTERS
EUA - A economia global está enfrentando um dos piores anos em três décadas à medida que os choques de energia desencadeados pela guerra na Ucrânia continuam a pesar sobre os mercados, avalia a pesquisa da agência norte-americana de notícias Bloomberg Economics.
Em uma nova análise, o economista Scott Johnson prevê um crescimento de apenas 2,4% da economia mundial em 2023. Isso está abaixo dos 3,2% estimados neste ano e o menor desde 1993 – excluindo os anos de crise de 2009 e 2020.
“É provável, contudo, que o número mascare ritmos de crescimento divergentes, com a zona do euro começando o ano em recessão e os Estados Unidos terminando 2023 em uma”, acrescenta a agência.
De outra forma, no entanto, projeta-se que a China cresça mais de 5%, impulsionada por um fim mais rápido do que o esperado de sua estratégia de tolerância zero à covid e pelo apoio ao mercado imobiliário, fortemente atingido pela crise.
Inflação
As diferenças também aparecem quando se trata de política monetária, dado que 2022 foi um ano em que os bancos centrais “correram em direção a um território restritivo”, escreveu Johnson.
“Nos EUA, com ganhos salariais definidos para manter a inflação acima da meta, acreditamos que o Federal Reserve está caminhando para uma taxa terminal de 5% e permanecerá lá até o primeiro trimestre de 2024. Enquanto isso, na zona do euro, uma queda mais rápida da inflação significará uma taxa terminal mais baixa e a possibilidade de cortes no final de 2023”, aponta o economista.
Já na China, onde as autoridades estão divididas entre o desejo de apoiar a recuperação e a preocupação com a fraqueza da moeda, cortes “limitados” nas taxas estão em jogo.
WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que as novas leis norte-americanas que dão incentivos para a produção doméstica de chips de computador e peças de energia renovável nunca tiveram a intenção de excluir aliados europeus e podem ser ajustadas.
Falando com o presidente francês Emmanuel Macron em uma coletiva de imprensa conjunta na Casa Branca, Biden disse: “Há ajustes que podemos fazer que podem tornar fundamentalmente mais fácil para os países europeus participar e/ou ficar por conta própria.”
Biden não detalhou quais ajustes poderiam ser feitos e as opções legislativas podem ser escassas. Há pouco apetite no Capitólio para reabrir projetos de lei polêmicos e os republicanos, que provavelmente não tomarão medidas para agradar o presidente democrata, ganharam o controle da Câmara.
No entanto, a França está pressionando a Casa Branca a usar poderes executivos para afrouxar alguns dos incentivos da Lei de Redução da Inflação, disse uma fonte do governo francês à Reuters sob condição de anonimato. A lei climática que favorece a produção doméstica dos EUA pode restringir o comércio, dizem países europeus.
Biden disse que não pede desculpas por promover a fabricação norte-americana de bens essenciais, mas disse que uma grande legislação geralmente requer ajustes para lidar com consequências não intencionais.
“Vamos continuar a criar empregos industriais na América, mas não às custas da Europa”, disse Biden.
Por Jeff Mason, Rick Cowan, Patricia Zengerle, Michel Rose e Jarrett Renshaw / REUTERS
SÃO PAULO/SP - O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), conhecido como a inflação do aluguel, caiu 0,56% em novembro, após queda de 0,97% no mês anterior, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com este resultado, o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice variou 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.
"O IGP-M registrou queda menos intensa nesta apuração. As contribuições para a aceleração da taxa do índice partiram de seus três índices componentes", afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) caiu 0,94% em novembro, após queda de 1,44% em outubro, enquanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,64% este mês, após alta de 0,50% no mês anterior.
No IPC, cinco das oito classes de despesa que compõe o índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-0,96% para 0,79%), com destaque para o item gasolina, cuja taxa passou de -3,74% em outubro para 1,58% em novembro.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,57% para 0,83%), Comunicação (-1,03% para -0,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,80% para 1,00%) e Vestuário (0,67% para 0,83%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (3,15% para 0,60%), Habitação (0,63% para 0,37%) e Despesas Diversas (0,22% para 0,14%) registraram decréscimo em suas taxas de variação.
Por fim, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acelerou o avanço a 0,14% no período, de 0,04% antes, sob pressão da alta de 0,53% no custo da mão de obra, de 0,31% em outubro.
O que é o IGP-MO indicador foi criado no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços - Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é utilizado na fórmula de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
BRASÍLIA/DF - A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,88% para 5,91% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (28), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,02%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.
A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.
Em outubro, a inflação subiu 0,59%, após três meses de deflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 1,17% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-11/ipca-15-previa-da-inflacao-sobe-117-em-novembro].
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8,25% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,8% para 2,81%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,27 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.
INGLATERRA - A inflação no Reino Unido superou 11% em ritmo anual em outubro, impulsionada pelos preços da energia, um novo golpe nas famílias britânicas na véspera da apresentação dos orçamentos que marcarão o retorno às políticas de austeridade.
Os preços ao consumidor subiram 11,1% na comparação anual em outubro, a maior alta desde 1981, acelerando mais do que os economistas esperavam. Já havia atingido 10,1% no mês anterior, seu nível mais alto em quatro décadas, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).
"O aumento dos preços do gás e da eletricidade levou a inflação ao seu nível mais alto em mais de 40 anos", apesar de um teto de taxas imposto pelo governo, tuitou o economista-chefe do ONS, Grant Fitzner, na quarta-feira,16.
De acordo com o instituto oficial de estatísticas, os preços do gás dispararam quase 130% no ano passado e a eletricidade aumentou 66%. Mas o aumento dos preços dos alimentos também contribuiu para que a inflação atingisse esse nível recorde.
Os preços subiram além do que o Banco da Inglaterra também esperava: estimava-se que a inflação se aproximasse, mas não ultrapassasse 11%, antes de começar a cair.
Para completar esse panorama sombrio, o banco central considera que o país já entrou em uma longa recessão - definida tecnicamente como dois trimestres consecutivos de contração - após registrar queda de 0,2% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano.
Por sua vez, o índice de desemprego aumentou ligeiramente para 3,6% no final de setembro, segundo dados divulgados na terça-feira, mas permanece no menor nível desde 1974.
BOGOTÁ - A Colômbia registrou uma inflação de 0,72% em outubro, o que está próximo do esperado pelo mercado e segue refletindo as pressões derivadas de um consumo robusto e da desvalorização da moeda local, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas (Dane) divulgados neste sábado.
Segundo a média de uma pesquisa da Reuters, o mercado projetava inflação de 0,70% em outubro.
A variação se compara com 0,01% de outubro do ano passado e 0,93% no último mês de setembro.
A inflação em outubro foi impulsionada principalmente por uma alta de 1,21% dos preços de alimentos e bebidas não alcoólicas; 1,09% em transportes; 0,90% em bens e serviços diversos e 0,89% em entretenimento e cultura, especificou o Departamento.
Entre janeiro e outubro, os preços ao consumidor subiram 10,86%, muito além dos 4,34% do mesmo período de 2021.
No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, a inflação alcançou 12,22%, em comparação com 4,58% no mesmo período do ano anterior, a mais alta desde março de 1999 e mais de quatro vezes acima da meta estabelecida pelo Banco Central, de 3%.
Por Nelson Bocanegra / REUTERS
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