TÓQUIO - O núcleo da inflação no Japão desacelerou acentuadamente em novembro, atingindo um ritmo nunca visto em mais de um ano, mostraram dados nesta sexta-feira, destacando a diminuição das pressões de custo que podem dar ao banco central mais tempo antes de eliminar gradualmente seu estímulo monetário.
Embora os preços dos serviços tenham continuado a subir, alguns analistas duvidam que o aumento acelere o suficiente para criar uma inflação mais impulsionada pela demanda, vista como um pré-requisito para que o Banco do Japão abandone a política monetária ultrafrouxa.
"A inflação está caindo à medida que os fatores do lado da oferta que impulsionaram os preços desaparecem. Enquanto isso, as evidências de inflação impulsionada pela demanda, um subproduto dos fortes gastos domésticos e ganhos salariais, continuam preciosamente escassas", disse Jeemin Bang, economista associado da Moody's Analytics.
"Nosso cenário básico é de que o Banco do Japão abandonará as taxas de juros negativas em 2024, mas esperamos que o banco central mantenha algum nível de apoio, dado o estado fraco da economia."
O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui os alimentos frescos, mas inclui os custos de combustível, aumentou 2,5% em novembro em relação ao ano anterior, correspondendo às previsões do mercado e desacelerando em relação ao ganho de 2,9% em outubro. Esse foi o ritmo mais lento de aumento desde a taxa de 2,4% registrado em julho de 2022.
O detalhamento dos dados mostrou que os preços de bens aumentaram 3,3% em novembro em relação ao ano anterior, mais devagar do que o avanço de 4,4% em outubro, devido à queda dos custos de combustível e à moderação dos aumentos de alimentos.
No entanto, a inflação de serviços acelerou para 2,3% em novembro, de 2,1% no mês anterior, ressaltando a opinião do banco central de que as perspectivas de salários mais altos estão estimulando algumas empresas a repassar o aumento dos custos de mão de obra.
O Japão tem visto a inflação se manter acima de 2% desde abril do ano passado e algumas empresas sinalizaram sua disposição de continuar aumentando os salários, elevando a chance de que o banco central finalmente abandone seu status de exceção entre os bancos centrais globais.
No entanto, o Banco do Japão manteve a política monetária ultrafrouxa na terça-feira e o presidente Kazuo Ueda não deu indícios de uma saída antecipada, enfatizando que o banco precisa continuar avaliando se um ciclo positivo de inflação e salários se concretizará.
por Por Leika Kihara e Takahiko Wada / REUTERS
SÃO PAULO/SP - A inflação oficial do país fechou outubro em 0,24%, puxada, principalmente, pelo aumento no preço das passagens aéreas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo do 0,26% medido em setembro. No ano, a inflação acumulada é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, 4,82%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços apurados pelo IBGE apresentaram alta. As maiores pressões sobre os preços vieram de transportes e alimentação e bebidas.
No grupo transportes, as passagens aéreas, que já tinham ficado 13,47% mais caras em setembro, subiram 23,70%. “Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
A gasolina, subitem com maior peso entre os 377 na cesta de compra das famílias, ajudou a segurar a inflação. O preço do derivado de petróleo caiu 1,53%. Os preços do gás veicular e do etanol também caíram, 1,23% e 0,96%, respectivamente.
“Essa queda em outubro foi o maior impacto negativo no índice (-0,08 ponto percentual) e contribuiu para segurar o resultado do grupo de transportes”, acrescenta o gerente do IBGE.
O grupo alimentação e bebidas – o que mais pesa no orçamento das famílias - apresentou alta depois de quatro meses seguidos de deflação, isto é, queda nos preços. A alimentação no domicílio subiu 0,27%, impulsionada pela batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e carnes (0,53%).
“O arroz acumula alta de 13,58% no ano. Esse resultado é influenciado pela menor oferta, já que ele está no período de entressafra e houve maior demanda de exportação. No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita”, detalha André Almeida.
A alimentação fora do domicílio ficou 0,42% mais cara.
O grupo comunicação foi o único que registrou deflação, queda de 0,19%. O motivo foi a série de quedas nos preços dos aparelhos telefônicos e dos planos de telefonia fixa.
O resultado anunciado nesta sexta-feira deixa o IPCA acumulado de 12 meses acima da meta de inflação determinada pelo Banco Central, que é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O IPCA mede a inflação de famílias com renda de um até 40 salários mínimos.
O IBGE divulgou também o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. Em outubro o resultado foi de 0,12%. O INPC acumula 3,04% no ano e 4,14% nos últimos 12 meses.
Por Bruno de Freitas Moura / AGÊNCIA BRASIL
ARGENTINA - Enquanto os argentinos se preparam para escolher um novo presidente no final deste mês, a crise econômica que assola o país segue piorando, com alta da inflação. Pesquisadores dizem que a raiva pela economia falida estimulou a ascensão de Javier Milei, um forasteiro libertário que promete reduzir a inflação cortando os gastos públicos e trocando o peso pelo dólar. Algumas pesquisas mostram Milei na liderança.
Quem tomar posse em 10 de dezembro, Milei ou o Ministro da Economia Sergio Massa, herdará uma inflação que deverá atingir quase 200% até o final do ano e taxas de juros de 130%, que são as mais altas do mundo. O banco central praticamente não tem reservas e a Argentina deve 44 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Isolado dos mercados financeiros globais, o governo depende da impressão crescente de dinheiro para cobrir um déficit orçamental crescente, ao mesmo tempo que recorre à China para obter bilhões de dólares em empréstimos.
“Podemos acabar numa situação em que o próximo governo herdará a hiperinflação”, disse Alejandro Werner, ex-diretor do departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. “Os primeiros seis meses serão terríveis.”
Para lidar com a desvalorização crescente do peso, alguns argentinos recorreram à criptografia para contornar os controles cambiais depois que o governo do presidente Alberto Fernández criou, aos poucos, mais de uma dúzia de taxas de câmbio em relação ao dólar, um grande desafio a ser resolvido pelo próximo governo. Uma é para os produtores de soja, uma é para cartões de crédito estrangeiros, e outra ainda é a “taxa do Catar” para os argentinos que assistiram à Copa do Mundo no país-sede.
O setor automotivo também sofre e não tem conseguido importar peças por falta de dólares para pagar fornecedores no exterior. Em agosto, a montadora francesa Renault suspendeu brevemente as operações em sua fábrica em Córdoba. A GM encerrou a produção em sua fábrica em Santa Fé por quase três semanas em outubro. A empresa retomou as operações na semana passada, embora os pagamentos aos fornecedores ainda estejam atrasados, disse um porta-voz da GM na Argentina.
EUA - O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), registrou alta de 0,4% em setembro na comparação com agosto, informou na sexta-feira o Departamento do Comércio. Analistas ouvidos pela FactSet previam avanço de 0,3%. Na comparação anual, o crescimento foi de 3,4%, como esperado.
O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,3% em setembro ante o mês anterior, em linha com o previsto. O núcleo avançou ainda 3,7% na leitura anual, também como esperado pelos economistas.
Tanto o índice cheio como o núcleo representam leve desaceleração em relação a agosto, quando registraram alta de 3,5% e 3,9%, respectivamente.
RIO DE JANEIRO/RJ - A inflação de setembro ficou em 0,26%. O percentual é 0,03 ponto percentual (pp) acima da taxa de agosto, que teve alta de 0,23%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou a pesquisa na quarta-feira (11), no Rio de Janeiro, o aumento de 2,80% da gasolina pressionou o resultado.
Esse subitem é o de maior contribuição individual (0,14 pp) no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país.
A inflação acumulada este ano atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, ela está em 5,19%, ficando acima dos 4,61% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2022, a variação havia sido de -0,29%.
Segundo o gerente do IPCA, André Almeida, com essa alta, a gasolina contribuiu de maneira importante para o resultado de setembro. Diante desse desempenho, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, o setor de transportes foi o que apresentou o maior impacto positivo (0,29 pp) e a maior variação (1,40%). No mesmo grupo, houve ainda destaque para o subitem passagens aéreas, segunda maior variação mensal (13,47%) e segundo maior impacto (0,07 pp) no total do IPCA, após recuo de 11,69% em agosto.
O item combustíveis - também incluído no grupamento de transportes e onde o subitem gasolina está inserido - avançou 2,70%, após a alta nos preços do óleo diesel (10,11%) e do gás veicular (0,66%) e a queda no etanol (-0,62%). O aumento de 0,42%, em ônibus intermunicipal foi influenciado pelo reajuste de 12,90% aplicado em Salvador (2,62%) a partir de 10 de agosto.
Com crescimento de 0,47% nos preços de setembro em relação a agosto, o grupo de habitação foi outro que pressionou o indicador. A energia elétrica residencial -a maior contribuição do grupo com (0,04 pp) - apresentou elevação de 0,99%.
“Influência de reajustes tarifários aplicados em três áreas de abrangência da pesquisa”, disse o gerente do IPCA, acrescentando os impactos das revisões em São Luís (10,74%), com reajuste de 10,43% com vigência a partir de 28 de agosto; em Belém (3,00%), com aumento de 9,40% válido a partir de 15 de agosto; e em Vitória (0,65%), onde o reajuste de 3,20% vigorou a partir de 7 de agosto.
Também na habitação, houve destaque para a alta da taxa de água e esgoto (0,02%), com reajustes em duas áreas pesquisados pelo IPCA: de 5,02% em Brasília (0,45%), a partir de 1º de agosto, e de 1,37% em Vitória (0,13%), a partir de 1º de agosto.
Em sentido oposto, o gás encanado teve queda de 0,10%. O resultado foi influenciado pelas reduções tarifárias em duas capitais: Curitiba (-0,42%), com redução de 2,23% a partir de 4 de agosto, e no Rio de Janeiro (-0,14%), com redução média de 1,70% a partir de 1º de agosto.
O grupo de alimentação e bebidas contribuiu para aliviar a pressão no índice de setembro . “É o grupo de maior peso no IPCA e teve deflação pelo quarto mês consecutivo, mantendo trajetória de queda no preço dos alimentos principalmente para consumo no domicílio”, explicou André Almeida.
A deflação de 0,71% do grupo alimentação, contribuiu com redução de 0,15 pp para a taxa do mês. “Os preços da alimentação no domicílio recuaram 1,02%, com destaque para batata-inglesa (-10,41%), cebola (-8,08%), ovo de galinha (-4,96%), leite longa vida (-4,06%) e carnes (-2,10%). Já o arroz (3,20%) e o tomate (2,89%) subiram de preço”, informou o IBGE.
Apesar da alta de 0,12% na alimentação fora do domicílio, o percentual representa desaceleração frente ao resultado de agosto, que naquele mês ficou em 0,22%. “O grupo ainda teve altas em refeição (0,13%) e lanche (0,09%), também menos intensas do que as do mês anterior (de 0,18% e 0,30%, respectivamente)”, completou o IBGE.
A única queda entre os índices regionais foi verificada em Goiânia (-0,11%), causada pela deflação da energia elétrica residencial (-2,97%). A maior variação foi em São Luís (0,50%), onde o indicador foi pressionado pelas altas dos preços da energia elétrica residencial (10,74%) e do arroz (4,09%).
De acordo com o IBGE, o IPCA é calculado com base nos rendimentos das famílias entre um a 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Por Cristina Índio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
PERU - Os preços ao consumidor no Peru subiram em setembro em um ritmo mais lento do que no mês anterior, levando a uma inflação anualizada de 5,04%, a menor em pouco mais de dois anos, de acordo com dados oficiais divulgados neste domingo.
O índice de preços ao consumidor de Lima, a referência de inflação do Peru, subiu 0,02% em setembro, consideravelmente abaixo do aumento de 0,38% registrado em agosto.
Até agora neste ano, de acordo com os dados publicados no domingo no diário oficial, os preços ao consumidor subiram 3,32%. A inflação anualizada de 5,04% em setembro é a mais baixa desde os 4,95% registrados em agosto de 2021.
O Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI) disse em um comunicado que a inflação em setembro foi impulsionada por aumentos de preços em transporte, restaurantes e hotéis e bens e serviços diversos, que aumentaram 0,56%, 0,43% e 0,32%, respectivamente.
Alimentos e bebidas não alcoólicas (-0,68%) e comunicações (-0,05%) foram os que mais caíram.
Apesar da redução, a inflação continua acima da meta oficial do banco central, entre 1% e 3% anualizados.
A autoridade monetária manteve sua taxa de juros de referência inalterada em agosto, em 7,75%, pelo sétimo mês consecutivo, após uma série agressiva de aumentos iniciada em 2021, em sua tentativa de conter a inflação.
O presidente do banco central, Julio Velarde, disse durante a semana que a inflação voltará à meta nos primeiros meses do próximo ano, mas essa estimativa pode ser adiada dependendo da intensidade do fenômeno El Niño, que causa fortes chuvas, inundações e deslizamentos de terra que arrastam plantações, estradas e outras infraestruturas.
GRÃ-BRETANHA - A taxa de inflação global da Grã-Bretanha foi fixada em média em 7,2% em 2023, acima da previsão anterior de 6,9% feita pela OCDE em junho.
A nova estimativa representou a maior revisão em alta para qualquer economia do Grupo dos Sete – com exceção do Japão – no último conjunto de projeções do think tank com sede em Paris publicado na terça-feira.
Foi também superior à inflação esperada para a Alemanha este ano, de 6,1%, e à de 5,8% para a França, ambas representando cortes nas previsões de Junho da OCDE.
O primeiro-ministro Rishi Sunak prometeu reduzir para metade a inflação até ao final deste ano, antes das eleições previstas para 2024, o que significa que teria de cair de cerca de 7% agora para cerca de 5% em Dezembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
As projeções atualizadas da OCDE – que sugeriam que atingir essa meta seria algo acirrado – mostraram que a inflação britânica deverá desacelerar para 2,9% em 2024, o mesmo que a França e ligeiramente inferior aos 3,0% da Alemanha.
“Hoje, a OCDE apresentou um quadro global desafiador, mas é uma boa notícia que eles esperam que a inflação no Reino Unido caia abaixo de 3% no próximo ano”, disse o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, num comunicado.
A elevada taxa de inflação da Grã-Bretanha levou o Banco da Inglaterra a aumentar os custos dos empréstimos 14 vezes consecutivas desde dezembro de 2021. Espera-se que aumente novamente a taxa bancária para 5,5%, de 5,25% na quinta-feira, embora economistas e investidores pensem que isso poderia provar ser o último aumento das tentativas do BoE de sufocar os riscos de inflação numa economia que dá sinais de abrandamento.
A OCDE disse esperar que a economia britânica cresça 0,3% em 2023, inalterada em relação à sua previsão de junho e o segundo desempenho mais fraco entre as economias ricas depois da Alemanha, antes de expandir 0,8% em 2024, o mais fraco conjunto juntamente com a Itália.
por Repórter ADVFN
EUA - A confiança do consumidor dos Estados Unidos caiu pelo segundo mês consecutivo em setembro, mas suas perspectivas econômicas melhoraram ligeiramente já que as expectativas das famílias em relação à inflação de curto prazo caíram para o nível mais baixo em mais de um ano, segundo uma pesquisa divulgada na sexta-feira.
A leitura preliminar do Índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan caiu para 67,7 este mês, em comparação com a leitura final de 69,5 em agosto. Isso ficou abaixo da previsão de 69,1 entre os economistas consultados pela Reuters.
A medida da pesquisa para as condições econômicas atuais caiu, mas seu indicador de expectativas dos consumidores subiu.
"Tanto as expectativas de curto prazo quanto as de longo prazo em relação às condições econômicas melhoraram modestamente este mês, embora, no geral, os consumidores permaneçam relativamente hesitantes em relação à trajetória da economia", disse a diretora da pesquisa, Joanne Hsu, em um comunicado.
A expectativa de inflação em um ano caiu de 3,5% para 3,1% - o menor nível desde março de 2021 - enquanto a perspectiva de inflação em cinco anos caiu de 3,0% para 2,7%, mínima em um ano.
Reportagem de Dan Burns / REUTERS
BRASÍLIA/DF - Os comportamentos dos preços de alimentos e bebidas, em agosto, contribuíram para que a inflação das famílias mais pobres fosse menor que a das rendas média e alta. A conclusão faz parte de um levantamento divulgado na quinta-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O peso da inflação para as famílias de renda domiciliar muito baixa (menor que R$ 2.015) foi 0,13%, abaixo do 0,23% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já para as famílias de renda média alta (entre R$ 10.075 e R$ 20.151) a inflação em agosto foi 0,32%.
De acordo com a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, o principal alívio inflacionário em agosto veio das deflações de alimentos e bebidas, ou seja, produtos que ficaram mais baratos. As principais quedas de preço foram dos tubérculos (-7,3%), carnes (-1,9%), aves e ovos (-2,6%) e leites e derivados (-1,4%). Como grande parte do orçamento das famílias mais pobres é consumida com a alimentação, a deflação desses itens faz grande diferença no bolso dessas pessoas.
“Em sentido oposto, o reajuste de 4,6% das tarifas de energia elétrica - e seus efeitos altos sobre o grupo habitação - impactou proporcionalmente mais a inflação dos segmentos de menor poder aquisitivo, tendo em vista que essas classes despendem uma parcela maior dos seus orçamentos para a aquisição desse serviço”, detalha Lameiras na pesquisa.
No acumulado dos últimos 12 meses, se repete o comportamento de a inflação ser maior para famílias de maior renda domiciliar. Enquanto o IPCA é 4,61%, o aumento de preços sentido pelos mais pobres é 3,70%. As famílias de renda baixa (4,04%) e média baixa (4,49%) também ficam abaixo do IPCA.
Na classificação do Ipea, renda baixa abrange de R$ 2,015 e R$ 3.022; e renda média-baixa, entre R$ 3.022 e R$ 5.037.
Os brasileiros de famílias de renda domiciliar alta (acima de R$ 20.151) tiveram a maior inflação em doze meses (5,89%).
“Verifica-se que a maior pressão inflacionária nos últimos doze meses reside no grupo saúde e cuidados pessoais, impactado pelos reajustes de 5,9% dos produtos farmacêuticos, de 10,2% dos artigos de higiene e de 13,7% dos planos de saúde”, pontua a pesquisadora do Ipea.
Foto: Dimac/Ipea
Ainda sobre o IPCA, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) identificou que, de janeiro a agosto, a inflação da alimentação fora do lar (3,85%) supera o índice geral (3,23%). Para a associação, esse comportamento nos preços indica que 2023 está sendo um ano de recuperação para o setor, que sofreu com restrições causadas pela pandemia de covid-19. A retração recente no preço de alguns alimentos, matéria-prima para bares e restaurantes, é observada com mais chance de recomposição para os negócios. “A queda nos insumos é uma boa notícia. Se for consistente, pode abrir espaço para uma recuperação mais robusta”, avalia o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil
ITÁLIA - A taxa preliminar de inflação anual da Itália caiu para 5,5% em agosto, de 5,9% em julho, informou a agência de estatísticas Istat (Instituto Nacional de Estatisticas da Itália), nesta quinta-feira.
A última leitura ficou acima da estimativa de consenso de 5,3%.
Numa base mensal, os preços ao consumidor em Itália subiram 0,4%, contra o crescimento zero anterior e o aumento esperado de 0,1%.
Harmonizada com a União Europeia, a taxa de inflação anual foi de 5,5%, contra os 6,3% revistos anteriormente e a previsão dos analistas de 5,6%. Mês a mês, os preços harmonizados ao consumidor subiram 0,2%, em comparação com a queda anterior de 1,6% e a estimativa de um aumento de 0,3%.
por Repórter ADVFN
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