Segundo a FecomercioSP, ainda assim, setor gerou 2,7 mil empregos com carteira assinada no primeiro semestre, o melhor resultado desde 2014
São Paulo/SP – Em junho, o comércio atacadista no Estado de São Paulo eliminou 935 vagas de trabalho formais, resultado de 13.571 admissões, contra 14.506 desligamentos. Com isso, o setor encerrou o mês com um estoque de 500.865 trabalhadores com carteira assinada, alta de 1,8% em relação ao mesmo período de 2017, indicando uma desaceleração no ritmo de crescimento em relação a abril e maio. No acumulado de 2018, porém, o saldo é positivo em 2.715 vínculos celetistas, o melhor desempenho para o período desde 2014.
Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentações declaradas pelas empresas do atacado paulista. A pesquisa mostra o comportamento do mercado de trabalho formal do comércio atacadista em 16 regiões e dez ramos de atividade.
Em junho, sete das dez atividades pesquisadas registraram saldo negativo, com destaque para o comércio atacadista de alimentos e bebidas (-397 vagas); de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-207 empregos); e de materiais de construção, madeira e ferramentas (-203 vínculos celetistas). Apenas máquinas de uso comercial e industrial (103 postos de trabalho); produtos farmacêuticos e de higiene pessoal (53 empregos); e papel, resíduo, sucata e metais (uma vaga) registraram mais admissões que desligamentos.
No acumulado dos últimos 12 meses, o atacado paulista abriu quase 9 mil vagas, com destaque para os segmentos de alimentos e bebidas (3.079 vagas) e de produtos farmacêuticos (2.392 vagas). Vale ressaltar também o bom desempenho do comércio atacadista de papel, resíduos, sucatas e metais e de energia e combustíveis – crescimentos de 2,8% e 2,5% do estoque de trabalhadores em relação a junho de 2017, respectivamente.
Conforme antecipado pela assessoria econômica da FecomercioSP, o desempenho do mercado de trabalho atacadista paulista também seria negativo em junho, ainda refletindo os impactos da paralisação dos caminhoneiros, que afetou a confiança dos empresários no curto prazo e fez com que adiassem ou desistissem de novas contratações. Tal percepção é confirmada ao observar que o número de desligamentos foi próximo do registrado em meses anteriores, enquanto o de admissões foi o menor registrado no ano. Além disso, o segmento de alimentos e bebidas fechou o maior número de vagas, sendo um dos que mais sofreu com a paralisação da categoria.
Atacado paulistano
Na cidade de São Paulo, o comércio atacadista eliminou 333 vínculos empregatícios em junho. Os segmentos de alimentos e bebidas (-133 vagas) e de materiais de construção, madeira e ferramentas (-98 empregos) fecharam o maior número de vagas.
O atacado paulistano encerrou o mês com um estoque ativo de 207.623 trabalhadores formais, alta de 1,2% em relação a junho de 2017.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado) analisa o nível de emprego do comércio atacadista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e dez atividades do atacado: alimentos e bebidas; produtos farmacêuticos e higiene pessoal; tecidos, vestuário e calçados; eletrônicos e equipamentos de uso pessoal; máquinas de uso comercial e industrial; material de construção, madeira e ferramentas; produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas; papel, resíduos, sucatas e metais; energia e combustíveis; e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista.