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VENEZUELA - Juan Guaidó foi ratificado por uma fragmentada oposição, na segunda-feira (3), como "encarregado da Presidência" da Venezuela, uma figura adotou por ele em 2019 com apoio de alguns países para tentar derrubar, sem sucesso, o presidente socialista Nicolás Maduro.

Deputados do Parlamento de maioria opositora eleito em 2015, cujo mandato terminou em janeiro de 2021, aprovaram sua "continuidade (...) por até 12 meses contínuos, a partir de 4 de janeiro de 2022", mantendo sua linha de ignorar as eleições presidenciais de 2018, assim como as legislativas de 2020. Ambos os processos são denunciados como "fraudulentos" por este grupo.

"O presidente da Assembleia Nacional atuará como encarregado da Presidência" da Venezuela, "com o propósito de defender a democracia e dirigir a proteção dos ativos do Estado no exterior”, disse, referindo-se aos fundos do Estado bloqueados para o governo Maduro nos Estados Unidos e em outros países.

O acordo foi aprovado por volta da meia-noite, em uma reunião da plataforma Zoom.

Foram reformadas as atribuições do chamado "governo interino", agora com a promessa de um maior controle na gestão dos recursos públicos. Cargos nesta estrutura foram eliminados.

"(É) uma reforma que representa, neste momento, poder não apenas prestar contas de maneira mais transparente ao país, mas também ser mais ágil", comemorou Guaidó. “Hoje vence a Constituição, hoje perde Nicolás Maduro”, acrescentou.

Depois de se negar a reconhecer a reeleição de Maduro em 2018, Guaidó prestou juramento em sua autoposse como presidente interino diante de uma multidão em uma praça de Caracas.

Porém, é Maduro quem tem o controle total do território, com o aval das Forças Armadas, às quais deu muito poder.

Guaidó "é uma espécie de Frankenstein político que fracassou", disse recentemente o presidente, cujo poder não está em risco, fortalecido pela vitória de seu partido nas regionais de novembro.

“O imperialismo acreditava que a Venezuela pertencia a eles e que, de forma colonial, poderiam colocar um presidente”.

 

- "Desaparecer" -

Guaidó também enfrenta uma parte da oposição convencida de que a estratégia deve ser repensada. Seu próprio "chanceler", Julio Borges, renunciou alegando que o "interino" deveria "desaparecer" e seu partido, o Primero Justicia, pressionou nesta segunda-feira para eliminar essa figura.

Só conseguiu reduzir o maquinário a serviço de Guaidó, que com controle de recursos no exterior continua liderando a oposição.

“Derrotamos a pretensão de querer dividir a alternativa democrática”, lançou Guaidó nesta segunda-feira em sessão virtual, como a da Assembleia Nacional, que perdeu a sede do Legislativo quando o chavismo venceu as eleições parlamentares de 2020, também boicotadas pela oposição.

Guaidó é reconhecido por dezenas de países, embora com cada vez menos fervor, e tem o Estados Unidos como principal aliado.

 

 

AFP

CARACAS - A produção de petróleo da Venezuela chegou a um milhão de barris por dia em dezembro, disse o ministro do Petróleo, patamar superior à média do ano anterior e em meio a sanções dos Estados Unidos.

Em 2020, a média foi de 569.000 barris por dia (bpd), segundo o governo. Em novembro deste ano, o país produziu 824.000 bpd, informou a Opep em seu boletim mensal. Críticos atribuem a baixa de produção aos anos de desinvestimento e má gestão, assim como ao impacto das sanções contra a estatal petrolera PDVSA desde 2019.

“Veja que, apesar das ameaças criminais de bloqueio dos Estados Unidos, aqui há um povo em pé, com dignidade e na vanguarda, a classe trabalhadora do petróleo”, disse o ministro Tareck El Aissami, citado no sábado em uma nota distribuída pelo canal estatal de notícias Telesur.

Segundo relatórios oficiais, citados pelo canal de televisão, o maior nível de produção da Venezuela vem do Cinturão Pertolífero de Orinoco, com 577.000 barris por dia de petróleo.

 

 

Reportagem de Deisy Buitrago / REUTERS

VENEZUELA - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse no domingo (21) que os observadores da União Europeia que acompanham as eleições de prefeitos e governadores no país "se portaram à altura".

"Até o dia de hoje se portaram à altura, respeitando a Constituição e as leis, tomara que seja assim até o fim de sua missão de observação, tomara que seja assim, desejo de verdade, sinceramente", disse o presidente após votar em Caracas.

A presença dos observadores europeus em uma eleição na Venezuela, a primeira em 15 anos, suscitou críticas de porta-vozes do chavismo, e de fato o próprio Maduro advertiu na véspera das eleições que a UE não está habilitada a dar um "veredicto" sobre o processo.

"Todos os acompanhantes internacionais devem respeitar as leis da Venezuela e devem respeitar estritamente o regulamento do poder eleitoral que os convidou", insistiu Maduro.

Mais cedo, a chefe da missão eleitoral da UE, Isabel Santos, disse que tudo transcorria "tranquilamente" no dia de votação.

EUROPA - A União Europeia (UE) enviará uma missão de observação eleitoral à Venezuela, pela primeira vez em 15 anos, para acompanhar as eleições regionais de 21 de novembro, informou o bloco em comunicado nessa nesta semana.

A presença de uma missão de observação eleitoral da UE não ocorre desde 2006 e acontecerá no momento em que a oposição vai participar das eleições de governadores e prefeitos, depois de ficar ausente das presidenciais de 2018 e das eleições legislativas de 2020, argumentando que não havia garantias suficientes.

“Será realizado um processo eleitoral sem precedentes, com a concorrência da maioria das forças políticas pela primeira vez nos últimos anos, para eleger mais de 3 mil representantes regionais e municipais na Venezuela”, disse Josep Borrell, alto representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia.

A UE nomeou Isabel Santos, integrante do Parlamento Europeu, como principal observadora da missão eleitoral na Venezuela.

A equipe central da missão será composta por 11 especialistas que chegarão a Caracas em outubro, e até o fim do próximo mês serão até 62 observadores que estarão nas regiões. A equipe ficará no país sul-americano até que o processo eleitoral seja concluído.

 

 

*Reportagem de Mayela Armas / REUTERS

VENEZUELA - Quem quiser comprar um Big Mac na Venezuela precisa desembolsar mais de 30 milhões de bolívares, a moeda local. Parece caro?

Além da inflação que abala o país há anos, esse valor equivale a cerca de três salários mínimos mensais no país sul-americano. Então, sim, é bem caro. Mas não só para os venezuelanos.

O emblemático hambúrguer do McDonald's vendido na Venezuela é o mais caro do mundo, segundo o mais recente Big Mac Index, elaborado pela revista The Economist, que há 35 anos compara o preço desse hambúrguer em dezenas de países como forma de medir o valor de diferentes moedas.

A comparação é baseada no conceito de "paridade de poder de compra" e, neste caso, usa o preço local do Big Mac em cada país convertido em dólares para determinar se a moeda daquele país está sobrevalorizada ou subvalorizada em relação à moeda americana.

Segundo esse cálculo, um Big Mac na Venezuela custa US$ 8,35 (R$ 43,27). Nos Estados Unidos, ele custa cerca de US$ 5,65 (R$ 29,28).

O hambúrguer do McDonald's é vendido em diferentes partes do mundo por preços que variam entre US$ 1,68 (R$ 8,70) e os US$ 8,35 cobrados na Venezuela.

Esse resultado coloca a Venezuela no topo do índice como o país com maior sobrevalorização cambial: 47%, à frente da Suíça e da Noruega, lugares onde Big Mac também é mais caro.

Já o local que registra o menor preço é o Líbano: US$ 1,68 (R$ 8,70) por um Big Mac. Esse valor indica, segundo a revista The Economist, que a moeda libanesa está subvalorizada em relação ao dólar em 70,2%.

Já o real brasileiro, segundo a revista, está subvalorizado em 22,8% em relação ao dólar.

Mas por que a Venezuela é o país do mundo onde o hambúrguer é mais caro?

 

Um mercado pequeno

Guillermo Arcay, professor de macroeconomia da Universidade Católica Andrés Bello, de Caracas, destaca dois fatores em jogo na economia venezuelana para explicar o alto custo do Big Mac (assim como de muitos outros bens).

O primeiro fator tem a ver com o tamanho do mercado venezuelano.

"A Venezuela tem um mercado muito pequeno. O setor privado desapareceu e agora renasce desde que restrições foram removidas em 2018. Então, há muito pouca oferta de produtos como os do McDonald's e os suprimentos necessários para fazer o hambúrguer também são escassos. Isso faz com que os preços sejam altos, não só para o Big Mac, mas para todos os hambúrgueres do país", afirma.

O especialista destaca que, desde 2013, a economia venezuelana sofreu uma contração de 80%.

"Esta é uma economia onde os poucos agricultores e transportadores que restam têm muita dificuldade para atender a demanda. Então, tanto o McDonald's quanto seus concorrentes têm custos altos, mas também têm a capacidade de cobrar caro", explica.

 

Distorções econômicas e institucionais

Além dos problemas relacionados ao tamanho do mercado, Arcay indica que a economia venezuelana está sujeita a uma série de distorções econômicas e institucionais que afetam o valor dos bens.

Por meio do controle cambial, o governo manteve durante anos uma sobrevalorização do valor oficial do bolívar ao fornecer ao mercado moedas estrangeiras abaixo de seu valor real.

No entanto, como o governo tinha cada vez menos dólares para atender à demanda por moeda estrangeira, um mercado paralelo no qual o bolívar era cada vez mais desvalorizado explodiu no país.

Diante da crise e da falta de confiança no bolívar, as pessoas buscavam cada vez mais dólares, que por sua vez se tornavam cada vez mais escassos e caros. Havia então uma grande demanda por uma mercadoria em falta - no caso, o dinheiro norte-americano.

"À medida que o mercado paralelo ganhava relevância para o setor privado venezuelano, passamos a um esquema no qual a cesta de mercadorias venezuelanas era superbarata em termos internacionais, quando a referência era o dólar paralelo. Esta era a época em que estrangeiros com uma nota de US$ 100 podiam pagar várias noites em um hotel", diz Arcay.

Em 2017, quando começou o processo de hiperinflação, os preços em bolívares começaram a subir mais rápido que o dólar.

"Isso obrigou o governo a retirar grande parte das restrições microeconômicas que havia imposto já que, por motivos políticos, tentara conter o dólar oferecendo divisas no mercado, fazendo com que o preço dessa moeda aumentasse mais lentamente do que os preços no mercado local", explica.

"Com o tempo, depois de dois anos e meio durante os quais os preços em bolívares cresceram a uma taxa maior que o aumento do dólar, o dólar ficou mais barato e os bens ficaram mais caros na Venezuela, quando medidos em dólares. Como agora temos uma taxa de câmbio real sobrevalorizada, a Venezuela se tornou um país caro", acrescenta.

Por esse motivo, os venezuelanos têm se queixado nos últimos tempos por sofrerem com a "inflação do dólar", referindo-se ao fato de que os preços locais aumentam a uma taxa mais rápida do que a depreciação da moeda local.

Na sexta-feira, 30 de julho, o dólar estava cotado no mercado oficial venezuelano em 3,9 milhões de bolívares, valor muito semelhante ao do mercado paralelo, segundo dados do Monitor Dollar, um dos vários sites dedicados a monitorar o câmbio instável mercado venezuelano.

A essa situação do mercado de câmbio somam-se, segundo o especialista, outras "distorções microeconômicas" como regulamentações trabalhistas que impedem a demissão de trabalhadores ou dificuldades no transporte de produtos pelo país por falta de gasolina. Além disso, Arcay destaca os inúmeros postos de controle rodoviário onde, segundo ele, "você não sabe se os militares vão deixar os produtos passarem, se vão apreendê-los, ou se vão roubá-los de você".

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Segundo o especialista, diante dessa incerteza, os empresários optam por aumentar os preços antecipadamente.

A soma de todos esses fatores contribui para que não só o Big Mac, mas muitos outros produtos sejam atualmente mais caros na Venezuela do que em outras partes do mundo.

Se depois de ler esta explicação você ainda quiser comer um Big Mac na Venezuela, é recomendável que não planeje pagar em dinheiro porque demorará três semanas para obter o valor necessário em um caixa eletrônico, já que o governo mantém um limite de retirada semanal de 10 milhões de bolívares.

E, a propósito, não diga Big Mac. Na Venezuela, o hambúrguer agora é conhecido como Big Cheddar, embora seja o mesmo hambúrguer de sempre. Mas muito mais caro do que no resto do mundo.

 

 

*Por: Ángel Bermúdez / BBC News Mundo

VENEZUELA - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, respondeu ao apelo ao diálogo com a oposição que o governo Joe Biden pretende promover, acusando a Agência Central de Inteligência (CIA) de traçar um plano para assassiná-lo junto com outros líderes do regime chavista . Maduro não implicou diretamente o presidente dos Estados Unidos, mas deu a entender, ao ser perguntado se estava ciente da existência de um complô. O sucessor de Hugo Chávez também afirmou, sem apresentar provas, que fontes da inteligência bolivariana informaram a seu gabinete outra operação para acabar com sua vida, coordenada pelo Comando Sul.

Foi assim que Maduro reagiu à mudança de posição de Washington diante da profunda crise na Venezuela. O governo Biden justamente deixou para trás o belicismo da era Trump para se alinhar com a União Europeia (UE) e abriu a porta para suspender as sanções econômicas contra o regime se mostrar disposição para o diálogo e para convocar eleições livres. O líder venezuelano, porém, optou pelo contra-ataque. “Denunciei e demonstrei que o presidente Donald Trump deu a ordem de me matar a qualquer custo. A mim, e aos principais líderes políticos e militares de nosso país. Eles tentaram aberta e publicamente em 4 de agosto de 2018 “, exclamou Maduro, referindo-se à explosão de dois drones com explosivos ocorrida no meio de um desfile militar presidido por ele na avenida central Bolívar, em Caracas. “Joe Biden ratificou as ordens de Donad Trump de liderar a Venezuela em uma guerra civil e nos matar?” Perguntou.

“Nossas fontes na Colômbia nos asseguram - e são fontes confiáveis que sempre nos disseram a verdade - que vieram preparar um plano para atentar contra minha vida e contra a vida de importantes líderes políticos e militares da Venezuela. Para isso veio Craig Faller e o diretor da CIA para a Colômbia, e para isso também visitaram o Brasil: para finalizar os preparativos e voltar com um plano violento “.

A reação de Maduro se deu diante do mais recente aceno que Estados Unidos e União Europeia fizeram para a Venezuela. Na sexta-feira, Josep Borrell, alto representante de Política Externa da União Europeia, e Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, elaboraram um documento, juntamente com o Canadá. Nele, os representantes da diplomacia europeia e norte-americana pedem a Caracas um plano de reformas em que Maduro se comprometa a realizar eleições democráticas, e oferecem em troca um levantamento progressivo de sanções, uma oferta que se transformou no principal eixo da nova estratégia sobre a Venezuela.

Mas a reação acusatória de Maduro gerou uma resposta quase que imediata. “Negativo. O grande plano é apoiar negociações que resultem em eleições livres e justas”, afirmou Juan González, assessor especial do presidente Biden, em sua conta no Twitter. González também é diretor para o Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional.

Até então, as gestões para o início das rodadas de negociação entre o Governo de Nicolás Maduro e Juan Guaidó, representando os partidos da oposição, com a intermediação da Noruega, começavam a ganhar velocidade. Uma delegação da União Europeia visitará Caracas para avaliar se é factível que uma missão internacional vá à Venezuela nas próximas eleições regionais de novembro.

Enquanto isso, o Governo de Nicolás Maduro, interessado em sair da área de assédio do cenário internacional, oferece novas concessões, procurando estimular a participação eleitoral de seus inimigos: recentemente oficializou o fim da vigência dos “protetores” – figura nomeada no Poder Executivo para tutelar a gestão dos governadores eleitores da oposição –; e anunciou o retorno às eleições de partidos de oposição, cujo direito à essa participação havia sido confiscado pelo Poder Eleitoral em anos recentes. Ao mesmo tempo, o novo Parlamento, controlado pelo governismo, elabora uma nova Lei de Cidades Comunais que aumentaria seu controle sobre os Estados do país em detrimento dos governadores.

Uma comissão de dirigentes de oposição, liderada por Gerardo Blyde, Leopoldo López e Julio Borges, visitou recentemente Washington e Bruxelas com o objetivo de fortalecer as convergências atuais e alinhar pontos de vista para apresentar na mesa de negociações. A oposição proporá um cronograma de eleições gerais como ponto de partida para legitimar novamente os poderes públicos, sem reconhecimento por boa parte do mundo ocidental desde 2018, sob a convicção de que uma consulta popular honesta será o único parâmetro possível para reconstruir o país. Maduro pede que qualquer acordo com a oposição comece por reconhecer as autoridades constituídas em seu regime. É muito provável que Maduro procure orientar qualquer acordo sobre a realização de eleições presidenciais para 2023.

 

Convergências sem consenso

A nova área de convergência de Bruxelas e Washington em relação à crise venezuelana apresenta matizes importantes. A divisão dentro da Administração de Joe Biden sobre a Venezuela, em particular, e América Latina, em geral, é cada dia mais óbvia. Menos de quatro meses após chegar ao poder, a Casa Branca manifestou em termos contundentes, através de Juan Sebastián González, assessor para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional, e o homem que sussurra no ouvido do presidente em assuntos latino-americanos, que uma mudança de política em relação à Venezuela (e Cuba) não era “prioritária” na agenda internacional do mandatário democrata. Com uma guerra comercial aberta com a China e dando os primeiros passos para tentar salvar o acordo nuclear com o Irã, Washington quer apostar em segurança e não abrir outra frente, de modo que continua mantendo o unilateralismo e as sanções da era Trump.

Na Casa Branca parece existir a determinação de não levantar sanção alguma a Maduro se não existir um compromisso democrático genuíno de sua parte. Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado joga o papel que lhe cabe, o da diplomacia, e opta pelo consenso e a negociação, segundo fontes diplomáticas europeias em Washington, ainda que esse acordo deva sempre ser canalizado através da União Europeia. Mas a disposição diplomática de apoio não impede que Blinken chame Nicolás Maduro de “ditador brutal” e afirme que os EUA continuarão reconhecendo o líder oposicionista Juan Guaidó como o presidente da Venezuela.

James Story, embaixador norte-americano na Venezuela lotado em Bogotá, considera que “as sanções são somente um instrumento para forçar a transição à democracia”. “Eu acho que o acordo é factível. A política não é estática, estamos sempre revisando as táticas. Mantemos a pressão das sanções e, principalmente, os mesmos objetivos”, disse ao EL PAÍS.

Em um setor da equipe negociadora da oposição venezuelana há cautela diante do enfoque e os estilos de Josep Borrell, um político a quem consideram em geral pouco comprometido com um restabelecimento genuíno da democracia no país e mais interessado em se ver livre de um problema de enorme complexidade e em forjar um consenso parcial sobre as eleições regionais. Temem que só consiga comprometer vagamente Maduro a organizar eleições que ocorrerão em 2023.

Sendo a Espanha, por razões históricas e culturais, o interlocutor natural da Europa para a América Latina, os políticos venezuelanos acreditam contar com a compreensão de quase todas as nações do Velho Continente, em particular as da Europa oriental, mas alguns estimam que essas impressões passam pelo filtro de Borrell, cuja interpretação matiza o julgamento dos excessos cometidos por Maduro nesses anos em função de uma estratégia que necessariamente precisa ser gradualista e prática. Essa seria a causa pela qual os comunicados do Parlamento Europeu sobre o caso Venezuela costumam ser muito mais enérgicos do que as declarações do próprio Borrell.

“Na Europa não há uma ideia muito fundamentada das implicações e gravidade da ditadura de Maduro, e se sabem não dão muita importância”, comenta um funcionário venezuelano de alto escalão muito próximo ao processo de negociação que preferiu o anonimato. “Os Estados Unidos sabem e se importam. Essa é a diferença”.

 

O tic eleitoral da oposição

O enfoque gradualista liderado por Borrell encontra convergências com Henrique Capriles Radonski, um líder fundamental da oposição venezuelana que questionou Juan Guaidó e sua estratégia nos tempos de Donald Trump, e que lidera uma facção emergente de ativistas independentes dedicados a explorar caminhos diferentes, particularmente, aos de Leopoldo López. Capriles participou do acordo que tornou possível a nomeação dos novos membros do Conselho Nacional Eleitoral, gerido por Maduro. Por vontade própria, entretanto, o líder oposicionista está à margem da equipe negociadora de oposição atual com o chavismo.

As ofertas feitas por Maduro para melhorar o questionado marco eleitoral venezuelano desses anos estão encorajando as bases militantes dos partidos que sustentam o próprio Guaidó. Nos últimos tempos aumentou o número de dirigentes que pretendem participar das eleições regionais de novembro. Esse ânimo revisionista inclui o Vontade Popular, – partido fundado por Leopoldo López, ao qual pertence Guaidó—, o que mostrou até agora a atitude mais combativa contra a hegemonia chavista.

“Nosso grande temor é que essa missão da União Europeia diga o que Maduro quer que se diga”, afirma outro dirigente oposicionista próximo à equipe de Guaidó. “Suspeito que para eles é suficiente eleições regionais medianamente transparentes e deixar esse problema nas mãos de Maduro outra vez. Não se preocupar mais com ele”.

 

Movimentos em Washington e Bruxelas

Na semana passada se reuniram no edifício que tradicionalmente funcionou como residência do embaixador da Venezuela em Washington a subsecretária do Departamento de Estado, Wendy Sherman, e Julio Borges, colaborador próximo a Guaidó e seu homem para os assuntos da Venezuela relacionados com as Relações Exteriores. Em um comunicado posterior ao encontro, a diplomacia norte-americana informou sobre essa reunião e reafirmou que continuaria coordenando “com seus parceiros internacionais e venezuelanos os esforços para atender às necessidades humanitárias do povo venezuelano”.

Borges agradeceu essa pálida ajuda e “a ratificação de seu apoio à democracia na Venezuela”. Julie Chung, com cargo interino dentro da agência dedicada ao Hemisfério Ocidental, se expressou nesse mesmo sentido ao declarar que os Estados Unidos se orgulham “de se associar ao povo venezuelano e com o Governo liderado por Guaidó para apoiar o retorno à democracia na Venezuela”. “Continuaremos trabalhando juntos a uma solução negociada que conduza a eleições presidenciais e parlamentares livres e justas”, concluiu Chung. Mas além de prometer uma maior colaboração com os aliados dos EUA e de apoiar a entrega de mais ajuda humanitária à Venezuela, o Governo de Biden pouco fez para afrouxar a campanha de “pressão máxima” de Trump para derrubar Maduro. Sem dúvida, o comunicado após a reunião de Sherman e Borges estendia pontes e era um gesto por parte da diplomacia norte-americana, que ocorria enquanto vários líderes de oposição visitavam a capital dos EUA, entre os quais se encontravam Leopoldo López, Carlos Vecchio, representante diplomático de Guaidó nos EUA, e um enviado de Henrique Capriles. Biden sabe que se abandonar o pulso firme contra o regime bolivariano se arrisca a uma sublevação na Flórida, berço do exílio venezuelano. No lado europeu, Borrell já deu passos à frente e, apesar das reticências de uma parte de Bruxelas, decidiu enviar à Venezuela na próxima semana uma “missão exploratória” que analisará a situação no local e avaliará as possibilidades de enviar uma missão de observação eleitoral às eleições de novembro. Inicialmente, o envio da primeira missão não provocou o repúdio frontal do Parlamento Europeu, onde o Partido Popular europeu (conservadores) foi o único dos grandes grupos que se opôs. Por outro lado, os liberais do Renew, onde militam os eurodeputados espanhóis do Cidadãos, não se opôs, uma posição que fontes diplomáticas consideram muito significativa. Por sua vez, na Comissão Europeia consideram que a administração Biden não se envolverá profundamente na resolução da crise venezuelana até que não se encerrem as negociações com o Irã para recuperar o pacto de desnuclearização. Um pacto em que a comunidade internacional segue, certamente, o mesmo padrão da nova política em relação à Venezuela: um pedido de certas medidas em troca da retirada de sanções.

 

 

*Por: Alonso Moleiro,Bernardo De Miguel ,Yolanda Monge / EL PAÍS

EUA - As sanções dos Estados Unidos à Venezuela certamente contribuíram para piorar a deterioração da economia do país sul-americano e criaram obstáculos para os trabalhadores humanitários, apontou um relatório de um órgão do governo norte-americano na segunda-feira (8).

O Government Accountability Office (GAO), no entanto, não quantificou os danos e apontou outros fatores por trás do colapso econômico da Venezuela, incluindo falhas do governo de Nicolás Maduro.

Também não disse diretamente se as sanções prejudicam os cidadãos venezuelanos ou o governo, e ressaltou que os Estados Unidos enfatizaram que as sanções não restringem a ajuda humanitária.

A avaliação do GAO, solicitada por legisladores democratas, surge em um momento em que o presidente Joe Biden parece pronto para ajustar as políticas em relação à Venezuela, enquanto preserva em grande parte a estratégia de seu antecessor Donald Trump, que até agora falhou em expulsar Maduro, considerado por ambos um "ditador".

O GAO, uma agência do Poder Legislativo que fiscaliza o governo federal, indicou que a economia venezuelana se contraiu "constantemente" por quase uma década, mas caiu "abruptamente" desde o início das medidas punitivas de Washington em 2015, especialmente a partir de 2019.

Trump impôs um embargo de fato ao petróleo da Venezuela, crucial para sua economia, ao sancionar a Petróleos de Venezuela (PDVSA) em janeiro de 2019. Em seguida, Maduro, no poder desde 2013, iniciou um segundo mandato não reconhecido pelos Estados Unidos e cinquenta outros países, por considerá-lo resultado de fraude eleitoral.

“As sanções, particularmente contra a estatal de petróleo em 2019, provavelmente contribuíram para o declínio mais acentuado da economia venezuelana, principalmente por limitar as receitas da produção de petróleo”, observou o relatório.

“Porém, a má gestão da estatal venezuelana de petróleo e a queda dos preços do petróleo são outros fatores que também afetaram o desempenho da economia nesse período”, acrescentou.

- "Pioraram a situação" -

O relatório do GAO apontou que os Estados Unidos buscaram "mitigar" as consequências negativas das sanções, mas observou que agências governamentais relataram "desafios" na entrega de ajuda humanitária, como fechamento de contas ou rejeição de transações financeiras.

Portanto, recomendou que o Tesouro faça mais para rastrear as reclamações dos trabalhadores humanitários, a fim de resolver os problemas recorrentes.

Desde 2015, os Estados Unidos sancionaram mais de 150 pessoas ligadas ao governo Maduro e revogaram os vistos de centenas de venezuelanos. Além disso, impôs medidas punitivas ao Banco Central da Venezuela e à PDSVA, bem como a entidades estrangeiras que mantêm negócios com o governo ou com a estatal de petróleo.

"Este relatório deixa claro que as sanções impostas pelos Estados Unidos pioraram a situação" na Venezuela, disse o deputado Andy Levin, um dos legisladores que solicitou o relatório do GAO, pedindo uma abordagem "mais humana e eficaz" do governo Biden.

O novo presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, o democrata Gregory Meeks, afirmou que ajudar o povo venezuelano será uma de suas principais prioridades.

"É hora de avançar após quatro anos da política fracassada do governo Trump em relação à Venezuela e trabalhar com nossos aliados no Grupo de Lima e na União Europeia em uma abordagem multilateral mais eficaz para as múltiplas crises do país", disse ele em um comunicado.

Na semana passada, o governo Biden descartou um contato com Maduro "no curto prazo".

Entre os princípios norteadores da política de Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, mencionou o compromisso de conceder Status de Proteção Temporária (TPS) aos venezuelanos que estão nos EUA devido à crise em seu país, o que lhes permitirá residir e trabalhar legalmente.

O desastre na Venezuela, onde Maduro continua no poder apoiado pela Rússia, China, Irã e Cuba, provocou a saída do país de cerca de 5,4 milhões de pessoas nos últimos anos, segundo a ONU.

Cerca de 3,5 mil pessoas foram atendidas com COVID-19 no local desde março

 

MUNDO - A organização médica humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi forçada a tomar a decisão de se retirar do Hospital Ana Francisca Pérez de León II, localizado em Petare, em Caracas, na Venezuela, onde colaborava desde março no combate à pandemia de COVID-19.

Esta decisão foi adotada por causa da impossibilidade de continuar com as atividades essenciais para o cuidado de pacientes com o novo coronavírus seguindo os padrões de qualidade estabelecidos pela unidade de saúde, devido às restrições de entrada de pessoal humanitário especializado no país.

“Não foi possível continuar com a nossa colaboração com o Hospital Pérez de León II. Passamos meses procurando todas as alternativas possíveis que teriam evitado este resultado irreversível”, explica Isaac Alcalde, coordenador geral de MSF na Venezuela.

MSF solicitou autorizações de trabalho para sua equipe essencial no início do ano, para poder ocupar cargos-chave em suas operações e ainda não obteve resposta. Desde então, a organização tem mantido contato repetidamente com as autoridades responsáveis para tentar obter uma solução para o problema. "Ainda que a equipe internacional tenha sido totalmente substituída por pessoal qualificado venezuelano, precisamos de pessoal especializado in loco que seja familiarizado com os processos internos da organização e que nos permita garantir os padrões de qualidade exigidos para este tipo de intervenção. Portanto, tivemos para tomar essa difícil decisão", acrescenta.

A colaboração com o Hospital Pérez de León II começou em março com a reabilitação de parte da infraestrutura, o projeto de um circuito para atendimentos médicos e psicológicos, especificamente relacionados ao novo coronavírus, e melhorias na área de internação, incluindo uma Unidade de Terapia Intensiva. Cerca de 3,5 mil pessoas foram atendidas neste projeto. O suporte também incluiu a gestão de uma equipe de quase 150 pessoas, formada por médicos, epidemiologistas, intensivistas, enfermeiros, psicólogos, técnicos, higienistas, entre tantos outros, que lidam com COVID- 19 na área de biossegurança, e o extraordinário apoio financeiro a quase 100 outros colaboradores diretos do hospital.

Além disso, o trabalho de MSF teve impacto em outras áreas da unidade, uma vez que os treinamentos e o fornecimento de suprimentos clínicos tiveram um impacto sobre pacientes que ingressam no hospital para tratar outras patologias e na salvaguarda da biossegurança do restante do pessoal de saúde, conforme afirma a própria direção do hospital.

"Dada a possibilidade de uma segunda onda na pandemia de COVID-19, MSF optou por deixar parte do material sanitário, fazer abastecimento de medicamentos e fortalecer a aplicação dos protocolos, por meio da capacitação da equipe hospitalar”, diz. MSF gradualmente se retirará do hospital e tornará especial a ênfase na formação de quadros próprios da instituição no combate à COVID-19. “Por enquanto, vamos concentrar nossos esforços para servir aos pacientes graves e críticos com COVID-19 no Hospital Vargas e temos conseguido manter outros programas médicos fora de Caracas, mas estamos preocupados que a situação vivida no Hospital Pérez de León II, devido às limitações de entrada de pessoal

humanitário, possa acabar afetando os demais projetos de MSF nos próximos meses”, alerta Alcalde.

MSF reitera seu compromisso de continuar ajudando a população venezuelana e pede que autoridades nacionais facilitem a entrada de pessoal humanitário, a fim de continuar a fornecer cuidados de saúde de qualidade para aqueles que mais precisam.

Na Venezuela, MSF adaptou suas operações em resposta à emergência sanitária causada pela COVID-19, buscando dar prioridade à população mais vulnerável que atende em diferentes programas em Anzoátegui, Amazonas, Bolívar, Sucre, Táchira, Miranda e o Distrito da Capital, onde até hoje apoiamos 39 estruturas de saúde. Nos primeiros seis meses, fizemos quase 80 mil consultas médicas; 42,5 mil ações de conscientização por meio de promoção de saúde; mais de 5 mil treinamentos para pessoal médico e não médico; perto de 110 mil testes de malária, com 25 mil diagnósticos e tratamento de casos positivos. Só no município de Sifontes, no estado de Bolívar, entre 2017 e 2020, contribuímos com a redução de casos de malária em 60%.

SÃO PAULO/SP - A Seleção Brasileira não brilhou no Morumbi, mas fez o suficiente para manter sua campanha com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias. Na noite desta sexta-feira, desfalcado de nomes como Neymar, Philippe Coutinho e Casemiro, o time comandado por Tite contou com gol de Firmino para vencer a frágil Venezuela por 1 a 0.

Com nove pontos em três rodadas, a Seleção Brasileira é única ainda com 100% de aproveitamento e lidera as Eliminatórias Sul-Americanas de maneira isolada. A Venezuela, por sua vez, segue zerada e figura no penúltimo lugar, à frente apenas da Bolívia, que tem saldo de gols pior.

Pela quarta rodada do torneio classificatório à Copa do Mundo 2022, a Venezuela volta a campo para enfrentar o Chile às 18 horas (de Brasília) desta terça-feira, como mandante. Já a Seleção Brasileira pega o Uruguai às 20 horas do mesmo dia, no Estádio Centenário.

O Jogo - Logo no começo da partida, Renan Lodi recebeu de Marquinhos pela esquerda e cruzou de primeira. O goleiro Fariñez espalmou para frente e Richarlison completou para as redes. O assistente, porém, assinalou impedimento do lateral canhoto, confirmado pelo VAR.

A Seleção jogou de forma burocrática diante da retranca venezuelana, mas poderia ter aberto o placar em mais uma jogada iniciada pela esquerda. Renan Lodi cruzou e Gabriel Jesus cabeceou para o meio. Livre e em posição legal, na cara do gol venezuelano, Richarlison conseguiu completar para fora.

Na única chegada da Venezuela durante o primeiro tempo, o habilidoso Soteldo fintou Danilo pela esquerda e cruzou rasteiro, mas Marquinhos afastou. Nos minutos finais, Everton cruzou da esquerda, Gabriel Jesus desviou para o meio e Richarlison cometeu falta em Osorio antes de cabecear para boa defesa de Fariñez.

Tite voltou para o segundo tempo com Lucas Paquetá no lugar de Douglas Luiz, mas a Seleção continuou jogando sem inspiração. O gol enfim saiu aos 21 minutos, quando Everton Ribeiro cruzou da direita, Machis cabeceou para o meio e Firmino completou para as redes.

Na tentativa de aumentar o poder de fogo da Seleção Brasileira, Tite trocou Gabriel Jesus e Richarlison por Everton Cebolinha e Pedro, que fez sua estreia na equipe nacional. O técnico português José Peseiro também usou os reservas para mexer na Venezuela.

Apesar das alterações promovidas pelos dois treinadores, o panorama da partida não mudou. A Seleção Brasileira foi incapaz de criar oportunidades de gol, mas também não correu maiores riscos no campo de defesa e terminou com a vitória magra no Morumbi.

MUNDO - O novo presidente da Bolívia, Luis Arce, agiu rapidamente para restaurar os laços com o Irã e a Venezuela, recebendo as credenciais de embaixadores dos dois países na quarta-feira (11), apenas três dias depois que seu partido socialista retomou o poder.

Em comunicado, o governo boliviano informou que quer "restabelecer as relações diplomáticas prejudicadas pelo governo anterior", liderado pela presidente interina conservadora, Jeanine Ánez.

No Twitter, Arce disse que estava restaurando as relações bilaterais com a Venezuela para fortalecer os laços estratégicos para o bem dos povos.

Ele afirmou que o mesmo está sendo feito com o Irã e que "eles são sempre bem-vindos à Bolívia. Continuaremos a fortalecer projetos comuns".

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, compareceu à cerimônia de posse de Arce, em La Paz, no domingo (8), como parte de uma viagem às nações latino-americanas de esquerda, que incluiu Venezuela e Cuba.

A Venezuela e o Irã foram aliados-chave do ex-presidente boliviano e aliado de Arce, Evo Morales, que assumiu o cargo como o primeiro presidente indígena do país em 2006 e renunciou, sob pressão, por causa das disputadas eleições no ano passado.

Na segunda-feira (9), Morales voltou à Bolívia, do exílio na Argentina, e foi homenageado, nessa quarta-feira, em uma cerimônia em Chimore, cidade de sua província natal de Chapare, região central de cultivo de coca.

 

 

*Por Daniel Ramos e Aislinn Laing - Repórteres da Reuters

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