VIETNÃ - Aproximadamente 250.000 pessoas foram evacuadas, na segunda-feira (17), no sul da China e no Vietnã, onde diversos voos foram cancelados, devido à chegada de um ciclone, de acordo com as autoridades locais.
A administração meteorológica chinesa afirmou que o ciclone Talim tocou o solo no litoral da província de Guangdong às 22h20 locais (10h20 no horário de Brasília), com ventos de até 136,8 km/h.
Segundo essa mesma agência, chuvas torrenciais atingiram o litoral de Guangdong até Hainan nesta segunda à noite.
Foi emitido um alerta laranja, o segundo mais alto em uma escala de quatro.
A tempestade deveria perder força na manhã de terça-feira e "se enfraquecer e se dissipar no norte do Vietnã" na quarta-feira.
Aproximadamente 230.000 pessoas foram retiradas em Guangdong antes da chegada do Talim, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
As transações financeiras na Bolsa de Hong Kong, um dos centros financeiros mais importantes do mundo, foram suspensas.
A maioria dos ônibus não circulava pela cidade a partir da tarde e mais de 1.000 passageiros foram afetados pelos cancelamentos e atrasos nos voos, segundo a autoridade aeroportuária de Hong Kong.
Os dois aeroportos da ilha de Hainan cancelaram todos os seus voos.
Pediu-se aos navios que rodeavam a ilha que retornassem rapidamente ao porto, já que se esperam ondas de até 6 metros de altura nas próximas horas.
Centenas de trens em Guangdong e Hainan foram cancelados, de acordo com o China Daily, que citou operadores locais.
No Vietnã, as autoridades se preparavam para retirar 30.000 pessoas das províncias de Quang Ninh e Hai Phong, que seriam as mais afetadas a partir de segunda à tarde.
O ciclone "poderia ser um dos mais importantes no golfo de Tonkin nos últimos anos", segundo o órgão vietnamita encarregado das catástrofes.
Segundo os cientistas, espera-se que os ciclones se tornem cada vez mais fortes devido ao aquecimento global.
por AFP
PEQUIM - As importações de minério de ferro da China devem aumentar em 2023 pela primeira vez em três anos, dizem analistas, conforme as siderúrgicas usam em sua produção mais minério e menos sucata de aço, já que a sucata ficou mais cara.
A maioria das usinas da China, maior produtora de aço do mundo, utiliza sucata na produção para melhorar a produtividade. Mas a fraca atividade de construção na China está gerando menos sucata, reduzindo a oferta e tornando-a mais cara.
O consumo de sucata caiu quase 11%, para 110 milhões de toneladas no primeiro semestre do ano, estimou Hu Bin, diretor do provedor de informações Fubao.
O metal quente -- um produto intermediário feito em altos-fornos -- custou 2.609 iuanes (366,02 dólares) por tonelada métrica no leste da China em 12 de julho, 48 iuanes a menos que a sucata de aço, mostram dados da Fubao.
Cinco analistas esperam que as importações de minério de ferro aumentem entre 40 e 60 milhões de toneladas este ano, ante 1,11 bilhão de toneladas no ano passado, ou até 5,4%.
"Elevamos nossa previsão no segundo trimestre porque testemunhamos um menor consumo de sucata no primeiro semestre e a situação deve continuar no segundo semestre", disse Lawrence Zhang, principal consultor de metais e mineração da consultoria Wood Mackenzie.
A China depende de importações para cerca de 80% de seu consumo total e a oferta doméstica não consegue compensar a demanda mais forte por minério de ferro.
A mineração doméstica este ano foi interrompida por verificações de segurança após acidentes em minas.
SUPRIMENTO ABUNDANTE
Os suprimentos de minério no exterior, principalmente do Brasil e da Índia, cobrirão facilmente o menor uso de sucata da China.
Espera-se que as importações da Índia cresçam entre 15 e 20 milhões de toneladas métricas, disseram analistas, depois que o país cancelou seu imposto de exportação de minério de ferro de baixo teor em novembro passado.
As importações de minério de ferro pela China no primeiro semestre de 2023 atingiram um recorde para o período, a 576,14 milhões de toneladas métricas, 7,7% a mais do que no ano anterior, mostraram dados alfandegários.
Isso poderia levantar preocupações para Pequim, que está tentando reduzir sua forte dependência de minério importado.
A forte demanda está sustentando os preços globais do minério de ferro, mesmo com a enorme indústria siderúrgica da China lutando contra a fraca demanda doméstica.
Reportagem de Amy Lv e Dominique Patton / REUTERS
XANGAI - A General Motors. reduziu nesta segunda-feira o preço inicial do Cadillac Lyriq na China em quase 14%, juntando-se à Volkswagen em uma nova rodada de reduções de preços de veículos elétricos em um mercado onde as montadoras globais estão sob pressão.
O Lyriq, um crossover de luxo baseado na arquitetura Ultium EV da GM, agora custa 379.700 iuanes (52.466 dólares), contra 439.700 iuanes (60.784 dólares) anteriormente, de acordo com o site da GM na China.
A GM também ofereceu um desconto adicional equivalente a quase 2.500 dólares para os compradores do Lyriq que fizerem um depósito na China antes do final de agosto.
A decisão da GM veio logo depois que a Volkswagen cortou os preços de seus veículos elétricos na China, onde a participação de mercado das marcas de veículos elétricos fabricados na China está crescendo e o mercado enfrenta intensa concorrência de preços.
A joint venture da VW com a montadora estatal FAW anunciou na sexta-feira descontos entre 8% e quase 27% em sua série ID de veículos elétricos.
A outra joint venture da VW com a montadora estatal SAIC ofereceu um desconto por tempo limitado no hatchback ID.3, outro VW EV, equivalente a pouco mais de 5.100 dólares. Isso colocou seu preço inicial abaixo do Qin EV da BYD, um dos modelos mais populares da China.
A VW é a montadora estrangeira que mais vende na China.
Desde janeiro, quando a Tesla cortou preços na China, cerca de duas dúzias de montadoras seguiram com reduções de preços para se manterem competitivos e alimentar a demanda.
O mercado automotivo da China, o maior do mundo, está a caminho de um crescimento geral de cerca de 3%, com a participação de veículos elétricos e plug-ins crescendo rapidamente.
O diretor financeiro da GM, Paul Jacobson, disse no mês passado que o Lyriq representava uma oportunidade para a montadora na China. As vendas de Cadillac caíram quase 8% na China no ano passado, mostram dados da indústria.
O Lyriq, que custa pouco menos de 59.000 dólares nos Estados Unidos, teve um lançamento lento desde o ano passado.
A GM vendeu 2.326 Lyriqs nos Estados Unidos no primeiro semestre do ano. Ele vendeu 918 unidades na China no primeiro trimestre, de acordo com dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, que deve anunciar os dados de vendas do primeiro semestre ainda este mês.
Reportagem de Zhang Yan e Brenda Goh / REUTERS
CHINA - A produção da Tesla na China aumentou quase 20% em junho, contribuindo para as vendas trimestrais recorde da empresa. Os dados preliminares da Associação de Automóveis de Passageiros da China (PCA), divulgados na última terça-feira, 4, mostraram que a fabricante de veículos elétricos dos EUA, liderada por Elon Musk, enviou um total de 93.680 carros de sua fábrica em Xangai no mês passado. No mesmo mês em 2022, foram 78.906 unidades enviadas.
Embora a associação chinesa não tenha separado as entregas locais e as exportações, a Tesla normalmente se concentra mais no mercado doméstico no último mês de cada trimestre. O fabricante de carros elétricos ganhou impulso no início do ano quando reduziu os preços de seus sedãs Model 3 e utilitários esportivos Model Y produzidos localmente - concorrentes locais também responderam com descontos.
Após uma “guerra de preços” antes do Salão do Automóvel de Xangai em abril, as entregas começaram a se recuperar e o mercado geral de veículos de nova energia permaneceu forte. As vendas totais de veículos de passageiros de nova energia para concessionárias na China em junho aumentaram aproximadamente 30% em relação ao ano anterior e subiram 10% em relação a maio, totalizando 740 mil unidades, informou a associação chinesa.
O governo da China anunciou no mês passado a prorrogação de incentivos fiscais para consumidores que comprarem carros elétricos até 2027, sua última medida para impulsionar as vendas e a produção no maior mercado de veículos elétricos do mundo./WP Bloomberg
PUERTO IGUAZÚ - O chanceler do Uruguai, Francisco Bustillo, indicou na segunda (3) que o país cogita deixar o Mercosul como Estado-membro caso o bloco não "se flexibilize". Montevidéu insiste há dois anos no desejo de firmar um acordo bilateral com a China -o que Brasil e Argentina veem como uma violação às normas do grupo.
"[A participação no bloco] é algo que, sem nenhuma dúvida, em algum momento, o Uruguai terá que considerar", disse Bustillo à imprensa uruguaia após uma reunião de ministros. "Seja para modificar o próprio tratado fundador, ou eventualmente cogitar a possibilidade de sair do Mercosul como Estado fundador e tornar-se associado."
Ele ponderou, no entanto, que a decisão teria de passar por várias instâncias. "Mas todas essas considerações, que estão sobre a mesa como uma possibilidade, são questões que me transcendem, e que serão consideradas por todas as forças políticas que compõem o Uruguai", acrescentou após o encontro em Puerto Iguazú.
O Mercosul atualmente é formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e tem como países associados os outros sete sul-americanos, com exceção da Venezuela, suspensa em 2016 por violar as cláusulas do bloco. Já a Bolívia está desde 2012 em um processo de adesão que depende da aprovação do Congresso brasileiro -o chanceler Mauro Vieira afirmou que quer avançar nos trâmites nos próximos meses.
Questionado sobre a existência ou não de estudos jurídicos sobre a eventual saída do bloco, o ministro Butillo afirmou: "Existem estudos. Os caminhos podem ser percorridos. O mais importante seria que existisse a vontade política, assim como existia na época de ingressar no Mercosul e fundá-lo".
Procuradas, as chancelarias do Brasil, da Argentina e do Paraguai não comentaram as declarações de Bustillo. Segundo membros do governo brasileiro que participaram das reuniões, uma eventual saída do Uruguai não chegou a ser citada na cúpula de ministros. O país, dizem, participou ativamente dos debates.
O uruguaio usou seu discurso para pressionar por flexibilização. "China aguarda, Uruguai também aguarda. Como temos falado reiteradamente, para o Uruguai é sempre melhor estar acompanhado, em qualquer mesa de negociação, da Argentina, Brasil e Paraguai. [...] A única coisa que não vamos permitir é o imobilismo."
Também fez oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem criticando novas exigências ambientais da União Europeia para ratificar um acordo de livre-comércio entre os blocos -cujas negociações já duram mais de 20 anos. O Itamaraty afirmou que deve apresentar uma aguardada resposta às exigências "em alguns dias".
"Sobre a União Europeia, basta dizer que lamentamos não ter conseguido corresponder às nossas propostas, expectativas e circunstâncias. No início deste semestre concordamos que a prioridade seria a UE", disse Bustillo.
"Ao final desta Presidência [semestral] da Argentina, confirmamos que não avançamos nas negociações. Tínhamos acertado um cronograma de reuniões para todo o semestre entre as delegações do Mercosul e da UE, e nenhuma delas pôde ser realizada", continuou.
Em janeiro, o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, já havia criticado o que chama de protecionismo do Mercosul na Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Ele pediu que líderes da região parassem de "reclamar para dentro" e compreendessem que é preciso avançar na integração global.
O discurso destoou do de seus correspondentes do Brasil e da Argentina, que falavam em uníssono na necessidade de combater o avanço da ultradireita. Na ocasião, Mauro Vieira afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que a efetivação das negociações significaria a destruição do bloco.
Júlia Barbon / FOLHA de S.PAULO
PEQUIM - O crescimento da atividade industrial da China desacelerou em junho, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta segunda-feira, com o sentimento e as contratações enfraquecendo à medida que as empresas ficam cada vez mais preocupadas com as condições do mercado.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global caiu para 50,5 em junho, de 50,9 em maio, indicando uma expansão marginal na atividade. A marca de 50separa o crescimento da contração.
O número, combinado com a pesquisa oficial divulgada na sexta-feira, que mostrou que a atividade industrial ampliou as perdas, aumenta a evidência de que a segunda maior economia do mundo perdeu força no segundo trimestre com o enfraquecimento da demanda.
O PMI de indústria do Caixin consulta cerca de 650 fabricantes privados e estatais e, segundo economistas, concentra-se mais em empresas voltadas para a exportação em regiões costeiras, enquanto o PMI oficial pesquisa 3.200 empresas em toda a China.
Os PMIs mostram que a China está lutando para sustentar a recuperação pós-Covid vista no início deste ano em meio a uma crise imobiliária arraigada, desemprego juvenil elevado e pressões deflacionárias.
A pesquisa mostrou que a expansão da produção e das novas encomendas diminuíram em junho.
O fraco crescimento das vendas levou os proprietários das fábricas a manter uma abordagem cautelosa em relação ao emprego, que caiu pelo quarto mês consecutivo.
PEQUIM - A China reagiu na quarta-feira depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se referiu ao presidente chinês, Xi Jinping, como um "ditador", dizendo que os comentários eram absurdos e uma provocação, em uma briga imprevista imediatamente após os esforços de ambos os lados para reduzir as tensões.
Os comentários de Biden ocorreram apenas um dia depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou Pequim para estabilizar as relações bilaterais que a China diz estarem em seu ponto mais baixo desde que os laços formais foram estabelecidos.
Participando de uma arrecadação de fundos na Califórnia, Biden disse que Xi ficou muito constrangido quando um suposto balão espião chinês foi abatido no espaço aéreo dos EUA neste ano, fazendo um comentário pessoal sobre o líder chinês depois que Blinken afirmou na segunda-feira que o "capítulo" deveria ser encerrado.
"A razão pela qual Xi Jinping ficou muito chateado quando derrubei aquele balão com duas caixas cheias de equipamento de espionagem é que ele não sabia que estava lá", disse Biden.
"Isso é um grande embaraço para os ditadores. Quando eles não sabem o que aconteceu. Isso não deveria estar indo para onde estava. Foi desviado do curso", acrescentou Biden.
Xi se tornou o líder mais poderoso da China desde Mao Zedong, depois de garantir um terceiro mandato como presidente em março e ser ratificado líder do Partido Comunista em outubro.
Biden também disse que a China "tem dificuldades econômicas reais".
Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que os comentários de Biden foram "extremamente absurdos" e "irresponsáveis".
Expressando forte insatisfação da China, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Mao Ning disse que os comentários de Biden violaram seriamente os fatos, o protocolo diplomático e a dignidade política da China.
"São uma provocação política aberta", disse ela em entrevista coletiva.
Questionada sobre o quanto Xi estava ciente dos movimentos do balão, Mao reiterou a explicação anterior da China de que a passagem do balão pelo espaço aéreo dos EUA não foi intencional e causada por circunstâncias fora de seu controle.
"BOCA GRANDE"
"A boca grande de Biden é um canhão solto", disse Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan, em Xangai.
"A confiança mútua é o que a China tem enfatizado, então os comentários de Biden são muito destrutivos e prejudiciais", declarou Wu, acrescentando que os comentários podem não desfazer totalmente o que Blinken conseguiu em sua visita à China.
Blinken e Xi concordaram em sua reunião na segunda-feira em estabilizar a intensa rivalidade entre Washington e Pequim para que não se transforme em conflito.
Embora nenhum avanço tenha sido feito durante a primeira visita à China de um secretário de Estado dos EUA em cinco anos, ambos os lados concordaram em continuar o envolvimento diplomático com mais visitas de autoridades norte-americanas nas próximas semanas e meses.
Biden disse na terça-feira que o enviado climático dos EUA, John Kerry, pode ir à China em breve.
Por Trevor Hunnicutt e Ryan Woo / REUTERS
WASHINGTON - Um grupo bipartidário de parlamentares dos Estados Unidos pedirá aos chefes das montadoras Ford e GM para reduzir a dependência de autopeças da China, principalmente baterias de veículos elétricos, disseram fontes à Reuters na segunda-feira.
Quatro parlamentares que fazem parte do Comitê Seleto da Câmara dos Deputados dos EUA sobre a China viajarão para Detroit na terça-feira para se encontrar com Jim Farley, da Ford, e Mary Barra, da GM, segundo as fontes.
Os republicanos Mike Gallagher e John Moolenaar e os democratas Raja Krishnamoorthi e Haley Stevens também planejam se reunir com executivos de fornecedores automotivos, incluindo BorgWarner, Continental, Bosch, Tenneco e a startup de baterias Our Next Energia (ONE).
O foco nas peças automotivas chinesas ocorre logo após uma rara visita a Pequim do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e horas de reuniões não resultarem em grandes avanços.
A Ford disse nesta segunda-feira que "compartilha os objetivos do comitê de fortalecer a competitividade norte-americana e estabelecer cadeias de suprimentos de veículos elétricos nos EUA, e em nossa reunião de amanhã planejamos compartilhar como exatamente estamos fazendo isso."
A GM se recusou a comentar a reunião.
A Bloomberg News noticiou primeiro as reuniões programadas.
Kanishka Singh / REUTERS
CHINA - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, iniciou no domingo (18) uma viagem de dois dias à China para aliviar as tensões bilaterais entre os dois países. Essa é a primeira visita de um chefe da diplomacia dos EUA ao território chinês em quase cinco anos.
Blinken se reuniu com o ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, em um palácio nos antigos Jardins Diaoyutai de Pequim. Os dois passaram por um tapete vermelho e apertaram as mãos diante das bandeiras de seus respectivos países, sem fazer comentários.
A visita de Blinken estava originalmente marcada para fevereiro. Mas a viagem foi cancelada depois que Washington disse ter detectado um balão chinês suspeito de espionagem sobre solo americano, aumentado as tensões entre os dois países.
Nenhuma das duas potências espera grandes avanços em questões espinhosas, mas o objetivo é entrar em um degelo diplomático e manter o diálogo para administrar a relação bilateral "de forma responsável", segundo o Departamento de Estado.
Antes de partir, Blinken mostrou-se otimista, afirmando que o objetivo da viagem é "abrir linhas diretas de comunicação para que os nossos dois países possam gerir a relação de forma responsável, o que inclui enfrentar alguns desafios e equívocos e evitar erros de cálculo".
“A prioridade é reforçar a comunicação entre essas duas potências geopolíticas”, aponta o professor de economia e relações internacionais da escola de gestão francesa HEC, Jérémy Ghez. “Isso quer dizer que as duas grandes potências internacionais continuam querendo dialogar. O que é extremamente importante, pois a história nos mostrou que quando há tensões geopolíticas entre duas potências que não se falam, o risco de incompreensão e de erros de interpretação é enorme, e pode ter consequências dramáticas”, detalha o especialista, em entrevista à RFI.
Novo encontro entre Biden e Xi em breve?
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que espera se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, após a extensa reunião que tiveram em Bali em novembro, à margem da cúpula do G20. "Espero que, nos próximos meses, eu me encontre novamente com Xi e possamos conversar sobre as diferenças legítimas que temos, mas também sobre como existem áreas em que podemos nos entender", acrescentou o chefe da Casa Branca.
Os dois líderes podem se encontrar na próxima cúpula do G20, em setembro, em Nova Délhi. Xi também foi convidado a viajar a San Francisco em novembro para o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
Entre os principais pontos de discórdia entre os dois países estão o comércio e a questão da ilha democrática autônoma de Taiwan, que Pequim considera parte de seu território.
A China realizou no ano passado grandes manobras em torno de Taiwan, que foram consideradas um ensaio para uma invasão, depois que a então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi até a ilha, em agosto. A visita da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos também levou Pequim a realizar três dias de exercícios militares em abril.
"Desistam de lidar com a China numa posição de força", pede Pequim
Antes da visita de Blinken, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse que os Estados Unidos deveriam "respeitar as principais preocupações da China" e colaborar com Pequim. "Os Estados Unidos devem desistir da ilusão de lidar com a China 'numa posição de força'. A China e os Estados Unidos devem desenvolver suas relações com base no respeito mútuo e na igualdade, respeitando suas diferenças", insistiu.
Blinken é o funcionário de mais alto escalão dos EUA a visitar a China desde que seu antecessor, Mike Pompeo, que mais tarde liderou a política de confronto do ex-presidente Donald Trump com Pequim, o fez em outubro de 2018. O governo Biden manteve a linha dura e foi ainda mais longe do que o governo anterior em algumas questões, por exemplo, a imposição de controles de exportação para limitar a compra e fabricação na China de chips de ponta.
Mas em outras áreas, como a luta contra as mudanças climáticas, Biden tem procurado cooperar com a China.
(Com AFP)
PEQUIM - A China está disposta a iniciar negociações sobre um acordo de livre comércio com Honduras "o mais rápido possível", disse o presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, durante a primeira visita da presidente do país centro-americano desde o estabelecimento de relações diplomáticas em março.
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, está em visita oficial de seis dias à China. Ela iniciou relações diplomáticas com Pequim depois de cortar relações com sua rival, Taiwan, em uma tentativa de obter mais investimentos e empregos. O país também está buscando apoio da China para mitigar o peso de sua dívida.
A China promoverá ativamente os produtos hondurenhos para entrar no mercado chinês, afirmou Xi segundo a emissora estatal CCTV.
A alfândega chinesa disse nesta segunda-feira que aprovou a importação de camarão Whiteleg de Honduras.
Segundo Xi, a China desenvolverá inabalavelmente as relações amistosas entre as duas nações e apoiará firmemente o desenvolvimento econômico e social de Honduras.
A China também incentiva as empresas chinesas a participarem dos projetos de Honduras em áreas como energia, infraestrutura e telecomunicações, informou uma declaração conjunta, de acordo com a CCTV.
O lado hondurenho está disposto a fornecer apoio político e facilitação, disse a CCTV.
O líder chinês também enfatizou que ambos os lados devem aprofundar a confiança política mútua e defender o princípio de "uma só China".
Reportagem de Ella Cao e Liz Lee / REUTERS
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