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CHINA - Recentemente, o governo chinês pediu para que países detentores de pandas-gigantes mandem os animais de volta ao país até o final de 2023. As belíssimas criaturas pretas e brancas são atrações principais em zoológicos nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas devem retornar ao seu país de origem o mais rápido possível.

De acordo com especialistas, isso sugere uma nova abordagem da China em relação à espécie. Em Washington, os três pandas que atualmente moram no Zoológico Nacional estão programados para partir para a Ásia no dia 7 de dezembro, quando o contrato de empréstimo expirará. Dessa forma, restará apenas um desses animais em Atlanta, o qual também deve ir embora dos EUA ainda em 2024, a menos que um novo acordo seja alcançado.

 

Desgaste político

Em fevereiro de 1972, o então presidente norte-americano Richard Nixon realizou uma visita histórica à China. Durante um jantar diplomático, o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai ofereceu dois pandas-gigantes aos Estados Unidos. Poucos meses depois, o macho Hsing-Hsing e a fêmea Ling-Ling foram apresentados pela Casa Branca como "um presente do povo da República Popular da China ao povo americano".

Naquela época, "presentear pandas" parecia ser uma estratégia do governo chinês como forma de aprofundar relações. Cinco décadas após esse acontecimento, os vários pandas que habitaram o zoológico de Washington D.C. se tornaram a principal atração do local e também um símbolo dos laços políticos entre duas nações.

Porém, de lá para cá, a China parece sinalizar não estar muito feliz com a forma como tem sido tratada pelo Ocidente. Sendo assim, o fim da "diplomacia do panda" seria um sinal de alerta para outros governos de que as coisas não estão indo bem.

 

Retorno dos pandas

Embora o estremecimento dos laços políticos pareça ser uma razão clara para que a China peça os pandas de volta, há quem diga que pode haver outras razões para esse ato. Nos últimos anos, o panda-gigante foi rebaixado de "ameaçado" para "vulnerável" pela União Internacional para a Conservação da Natureza à medida que sua população global subiu para níveis mais sustentáveis.

Essa ameaça também foi parte da razão pela qual Pequim colaborou com zoológicos estrangeiros para hospedar pandas, de forma que outros países ajudassem na conservação da espécie. Outros países, por exemplo, devolveram seus pandas por outras razões que não as condições de empréstimo.

Em 2020, o Canadá deu tchau para seus dois únicos pandas-gigantes, três anos antes do esperado. Naquela época, o presidente do Zoológico de Calgary, Clement Lanthier, afirmou que estava tendo dificuldade para obter o bambu necessário para a alimentação dos animais e que eles só conseguiriam isso estando em seu lar natural. Contudo, isso não significa que a China deve ser o único país a ter pandas em um futuro próximo.

Em 2019, o presidente chinês Xi Jinping presenteou o presidente russo, Vladimir Putin, com dois pandas-gigantes para o Zoológico de Moscou, emprestando-os por 15 anos como parte de um programa conjunto de pesquisa. Portanto, na Guerra Fria do século XXI, os EUA parecem estar atrás na "Batalha dos Pandas".

 

 

 

Pedro Freitas / MEGA CURIOSO

JAPÃO - As dificuldades no setor imobiliário da China e a fraca demanda interna chinesa representam um risco para as economias japonesa e global, afirmou o novo ministro da Economia do Japão, Yoshitaka Shindo, nesta sexta-feira, 29, em uma entrevista em grupo com repórteres de Tóquio.

Shindo – que assumiu o cargo no início deste mês – disse que, como a China é responsável por quase um quinto das exportações do Japão, os problemas econômicos chineses poderiam fazer com que a economia japonesa caísse um pouco.

Potencialmente, “o impacto seria realmente grande”, dado o papel central da China na economia global, segundo o ministro. Ele observou que o investimento estrangeiro na China caiu drasticamente e as empresas imobiliárias do país tiveram problemas, o que levou a uma recuperação lenta da economia chinesa.

Falando sobre a economia japonesa, Shindo disse que recentemente “há uma sensação de aquecimento”, após um longo período de “baixa temperatura”.

Ele citou a inflação acima da meta de 2% do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e o cálculo do governo de que a demanda geral da economia supera a oferta, uma reversão do problema crônico de demanda insuficiente do Japão.

No entanto, ele disse que é muito cedo para declarar que o problema da deflação, que já vem de longa data, desapareceu definitivamente. Destacou também que os salários não estão acompanhando a inflação, especialmente nas empresas menores. Fonte: Dow Jones Newswires

 

 

ISTOÉ DINHEIRO 

CHINA - O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) divulgou nesta sexta-feira, 22, uma lista com diversos bancos considerados sistemicamente importantes para estabilidade financeira do país e exigiu o cumprimento das regras de capital adicional como estipulado por órgãos reguladores.

Em nota, o PBoC afirma que realizará supervisões adicionais destas instituições sistemicamente importantes junto ao órgão de Supervisão Financeira do Estado e do Escritório de Administração da China.

Além das exigências de capital, o BC pediu que os bancos atendam requisitos adicionais de taxas de alavancagem, reforcem resistência ao risco e capacidade de absorção de perdas, otimizem a gestão macroprudencial e a supervisão microprudencial.

Todas as medidas objetivam o desenvolvimento estável e saudável dos bancos e a consolidação da estabilidade no setor financeiro para apoiar a economia real, segundo o comunicado.

Entre os 20 bancos domésticos listados, foram identificados seis bancos comerciais estatais, nove bancos comerciais por ações e cinco bancos comerciais municipais. As instituições foram divididas em cinco grupos de acordo com notas de importância, de baixa a alta.

O reforço na supervisão das instituições ocorre em meio a problemas no setor imobiliário da China, que pressionam a recuperação econômica do país e levantam preocupações sobre contágio do sistema financeiro. Contudo, o Nomura analisa em relatório que o “pior para os bancos” ficou para trás, projetando que as instituições devem receber apoio do relaxamento para compras de moradia e do próprio anúncio do PBoC reforçando aos bancos a necessidade de manter capital adicional.

 

 

 

*Com informações da Dow Jones Newswires

ISTOÉ

XANGAI - As ações chinesas fecharam em alta nesta segunda-feira em meio a sinais de estabilização da segunda maior economia do mundo, enquanto os setores imobiliário e de tecnologia pesara no mercado de Hong Kong.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com alta de 0,51%, enquanto o índice de Xangai subiu 0,26%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve queda de 1,39%.

Dados de sexta-feira mostraram que a produção industrial e as vendas no varejo da China cresceram em um ritmo mais rápido em agosto, enquanto a queda no setor imobiliário piorou apesar de uma recente enxurrada de medidas de apoio.

Depois que os dados mostraram alguns sinais de estabilização na recuperação, o J.P.Morgan e o ANZ elevaram suas previsões de crescimento econômico para a China em 2023 em 20 pontos-base cada, para 5% e 5,1%, respectivamente.

"Vários indicadores mostram que a dinâmica de crescimento da China se estabilizou ou melhorou em agosto, após a forte deterioração no segundo trimestre, sugerindo que o pior do último choque deflacionário na economia já passou", disseram os analistas da Gavekal Dragonomics em uma nota.

Nos mercados do continente, as ações dos setores de consumo discricionário, saúde, turismo e automotivo avançaram entre 1,4% e 3%, liderando os ganhos.

O setor imobiliário e as empresas de semicondutores caíram 1,1% e 1,7%, respectivamente.

  • . Em TÓQUIO, o índice Nikkei não abriu.
  • . Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,39%, a 17.930 pontos.
  • . Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,26%, a 3.125 pontos.
  • . O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,51%, a 3.727 pontos.
  • . Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,02%, a 2.574 pontos.
  • . Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,32%, a 16.698 pontos.
  • . Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,53%, a 3.263 pontos.
  • . Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,67%, a 7.230 pontos.

 

 

REUTERS

VENEZUELA - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desembarcou na China nesta sexta-feira (8), em sua primeira viagem à nação asiática desde 2018, no momento em que Caracas busca apoio para superar a crise econômica.

A China mantém relações próximas com o governo de Maduro, isolado internacionalmente, e é um dos principais credores da Venezuela, cujo PIB registrou queda de 80% em uma década, consequência da crise.

Depois de pousar em Shenzhen (sul), sob chuva, Maduro afirmou que está preparado para "uma visita histórica para o fortalecimento dos laços de cooperação e a construção de uma nova geopolítica mundial", em vídeo publicado na rede social X (antes Twitter).

"Choverão boas notícias para o povo venezuelano", acrescentou.

Pequim deseja a visita, que prosseguirá até quinta-feira (14), sirva para levar as relações entre os dois países a "uma nova era", declarou Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

"A confiança política mútua entre os dois países está se tornando muito sólida e a cooperação em vários setores está em expansão contínua", destacou a porta-voz.

Maduro também visitará outros "países amigos", anunciou o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, sem revelar mais detalhes.

 

- "Uma relação de ferro" -

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, visitou Xangai e Pequim esta semana e se reuniu com o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.

"China e Venezuela construíram uma relação de ferro que não pode ser rompida, e a China apoia firmemente a Venezuela na defesa de sua independência nacional e dignidade nacional", disse Wang.

A visita tinha como objetivo conseguir novos investimentos da China para o setor de petróleo e discutir possíveis ações conjuntas entre empresas dos dois países, segundo a agência Bloomberg.

"Extraordinária reunião de trabalho com a qual fortalecemos nossas relações bilaterais, a ampliação da cooperação estratégica e do trabalho conjunto internacional, em favor da paz e do respeito aos princípios e propósitos da Carta da ONU", escreveu Rodríguez na rede X.

Nicolás Maduro Guerra, deputado e filho do presidente, que também viajou à China, informou que acompanhou Rodríguez em uma reunião com a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, que comanda o banco dos BRICS.

Esta será a oportunidade, segundo ele, de "ratificar a vontade da Venezuela de aderir" ao bloco de países emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A visita anterior de Maduro à China aconteceu em 2018, quando elogiou a visão do presidente Xi Jinping de um "destino comum para a humanidade". A viagem desta sexta-feira representa a 11ª visita do venezuelano ao gigante asiático.

Xi visitou o país latino-americano em 2014.

 

- Sanções -

A visita de Maduro a China acontece no momento em que os líderes mundiais se reúnem na Índia para um encontro de cúpula do G20 na qual o presidente chinês estará ausente

China emprestou 50 bilhões de dólares para a Venezuela na década de 2010, um valor que o país sul-americano se comprometeu a pagar com envios de petróleo.

Em 2018, ano em que Maduro venceu eleições que não foram reconhecidas por grande parte da comunidade internacional por supostas irregularidades, a dívida superava 20 bilhões de dólares.

Em 2019, o governo dos Estados Unidos e parte da comunidade internacional reconheceram Juan Guaidó, líder da oposição e que se autoproclamou presidente interino. O presidente americano na época, Donald Trump, aplicou várias sanções contra Caracas.

A oposição venezuelana encerrou em janeiro a presidência interina, por considerar que não cumpriu os objetivos de mudança política.

O atual governo americano, do presidente democrata Joe Biden, insiste que não reconhece Maduro como presidente e prossegue com a maioria das sanções.

Washington, no entanto, aprovou no ano passado um projeto de petróleo da empresa americana Chevron e afirmou que está disposto a aliviar a pressão caso sejam alcançados acordos entre Maduro e a oposição para as eleições presidenciais previstas para 2024.

A Venezuela registrou crescimento em 2022, após oito anos seguidos de recessão.

A recuperação foi impulsionada pela flexibilização dos controles econômicos rigorosos, cenário que levou a uma dolarização informal diante da fragilidade da moeda local, o bolívar, e à redução da inflação, embora o índice permaneça entre os mais elevados do mundo.

A economia venezuelana, no entanto, começou a registrar um processo de desaceleração no fim do ano passado. Maduro insiste que o PIB vai crescer mais de 5% em 2023, rebatendo as projeções de vários analistas.

 

 

AFP

CHINA - Os contratos futuros do minério de ferro recuaram nesta segunda-feira, com os traders adotando uma postura de "esperar para ver" após o rali da semana passada, estimulado pelo otimismo quanto medidas de apoio da China à economia em dificuldades e às perspectivas de demanda no curto prazo para o ingrediente siderúrgico.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 1%, a 811 iuanes (111,27 dólares) por tonelada.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de setembro de referência do minério de ferro caiu 1,4%, para 112,15 dólares a tonelada. Na semana passada, o contrato atingiu uma máxima de quatro semanas de 114,85 dólares.

A cautela prevaleceu no mercado apesar de o gabinete da China ter aprovado na sexta-feira diretrizes para o planejamento e construção de moradias populares em uma reunião presidida pelo primeiro-ministro Li Qiang, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

“As atualizações de estímulo da China continuam sendo o foco das perspectivas”, disseram analistas do National Australia Bank em nota. "Esperamos que novas medidas serão provavelmente necessárias para melhorar as perspectivas."

O mercado também está aguardando os dados da atividade manufatureira desta semana, bem como os resultados trimestrais de empresas, especialmente das principais incorporadoras imobiliárias e produtores de aço da China, para suas projeções, disseram analistas.

"Os principais players na região divulgarão os seus relatórios do PMI industrial. Esperamos que os números mostrem uma maior deterioração, enquanto aguardamos um apoio mais substancial do governo para impulsionar a demanda interna enquanto a demanda global permanece fraca", disseram os economistas do ING.

Os lucros das empresas industriais da China caíram 6,7% em julho em relação ao ano anterior, estendendo a queda deste ano para o sétimo mês, mostraram dados divulgados no domingo.

A maioria dos índices de referência do aço em Xangai registrou perda na segunda-feira. O vergalhão caiu 1,3%, a bobina laminada a quente recuou 1,4% e o fio-máquina perdeu 0,9%, enquanto o aço inoxidável subiu 0,1%.

 

 

Reportagem de Enrico Dela Cruz / REUTERS

XANGAI - O regulador de valores mobiliários da China divulgou na sexta-feira um pacote de medidas com o objetivo de revitalizar o mercado de ações, mas investidores disseram que elas farão pouco para aumentar a confiança se a economia continuar fraca.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China propôs medidas, incluindo cortar custos de negociação, apoiar recompras de ações e incentivar investimentos de longo prazo para ajudar um mercado de ações que tem recuado para mínimas de nove meses.

O regulador disse desconhecer se haverá corte no imposto do selo, medida que tem sido discutida recentemente, mas que a comissão diz estar fora do seu alcance, sendo da competência do Ministério das Finanças.

Outras medidas definidas pela comissão incluem impulsionar o desenvolvimento de fundos de ações, estudar planos para estender o horário de negociação e melhorar a atratividade das empresas listadas.

Os líderes da China prometeram no final de julho revigorar o mercado de ações, que vem cambaleando à medida que os sinais de recuperação econômica do país e os problemas no mercado imobiliário se aprofundam.

A comissão disse nesta sexta-feira que estabilizar o mercado de ações é uma prioridade. "Sem um ambiente de mercado relativamente estável, não há base para revitalizar o mercado e elevar a confiança", disse o regulador.

Alguns investidores disseram que ficaram desapontados com os planos. Niu Chunbao, gerente de fundos da Wanji Asset Management, disse que as políticas não serão suficientes para compensar a preocupação mais ampla com a economia chinesa.

"A chave para elevar a confiança do mercado é resgatar a economia, e o mercado imobiliário é o ponto crucial", disse Niu. "O mercado está com falta de confiança porque os investidores não veem medidas concretas para consertar a economia."

 

 

 

Por Jason Xue e Samuel Shen em Xangai; Tom Westbrook em Cingapura / REUTERS

WASHINGTON - Washington Joe Biden não escolheu à toa o lugar onde vai receber o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, nesta sexta (18).

Oficialmente, Camp David é o retiro de campo dos presidentes americanos, a cerca de 110 km da Casa Branca. Historicamente, é palco dos principais encontros diplomáticos do país foi ali que Egito e Israel selaram um acordo de paz em 1978 sob a mediação de Jimmy Carter.

Desde 2015, porém, o local não recebia nenhuma liderança estrangeira. O encontro é o primeiro na história somente entre os três países, fora de um evento maior como o G20 e a Assembleia-Geral da ONU.

A expectativa é que seja anunciada nesta sexta uma cooperação militar e econômica muito mais forte entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão. O objetivo é promover uma coordenação estratégica entre os países para fazer frente à Coreia do Norte e à China —que já está chamando a iniciativa de "mini-Otan", em referência à aliança militar ocidental, e de um passo dos EUA em direção a uma nova Guerra Fria.

Concretamente, são esperadas medidas como a criação de uma linha direta entre os três países para ser acionada em momentos de crise, exercícios militares conjuntos, fortalecimento das cadeias de produção especialmente de semicondutores e baterias para carros elétricos e o compromisso de repetir a reunião anualmente.

"O fortalecimento do nosso engajamento faz parte dos nossos esforços mais abrangentes para revitalizar, fortalecer e unir as nossas alianças e parcerias e, neste caso, para ajudar a concretizar uma visão compartilhada de um Indo-Pacífico que seja livre e aberto, próspero, seguro, resiliente e conectado", afirmou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante conversa com jornalistas na terça (15).

Líderes de Japão e Coreia do Sul foram os primeiros a serem recebidos na Casa Branca por Biden e são os principais aliados dos americanos na região. Juntos, eles sediam cerca de cem bases militares e 80 mil soldados dos EUA. No entanto, problemas históricos entre os países asiáticos sempre impediram um alinhamento maior entre os três países, o cenário ideal para Washington.

Por isso, o encontro tem um peso simbólico enorme para Tóquio e Seul, cuja relação é marcada por um forte antagonismo que vem da violenta ocupação da Coreia pelos japoneses de 1910 a 1945.

"O governo Biden busca institucionalizar a cooperação trilateral porque ela oferece uma base mais sólida do que ter que gerenciar alianças bilaterais separadas", afirma Scott Snyder, diretor do programa de política EUA-Coreia do think tank Council on Foreign Relations (CFR), sediado em Washington. "É uma resposta à convergência nas percepções de ameaça por parte de EUA, Japão e Coreia do Sul, reflexo de uma China que busca operar seguindo um conjunto de regras diferente daquele que tem estado em vigor no leste da Ásia por décadas", completa.

Esse temor do poderio chinês, com a crescente tensão em relação à Taiwan, soma-se às ameaças nucleares norte-coreanas e a interesses próprios dos líderes asiáticos para resultar em uma oportunidade única para os americanos fazerem seus aliados sentarem na mesa, avaliam analistas.

Yoon e Kishida são vistos como líderes conservadores, pragmáticos e ansiosos por uma vitória diplomática que lhes renda popularidade. Desde que tomou posse, o sul-coreano vem buscando se aproximar do Japão, e os dois países chegaram a um plano de compensação referente à exploração de trabalho forçado por japoneses durante os anos de ocupação.

Essa tentativa coreana de ganhar espaço na região colocou os chineses em alerta. Em editorial, o jornal Global Times, vinculado ao Partido Comunista Chinês, diz duvidar que as autoridades sul-coreanas "entendam o que as águas turvas em que estão se metendo" significam para o país.

"Se eles estivessem conscientes, não demonstrariam esse nível de entusiasmo e ansiedade ao receberem seu ingresso para a cúpula de Camp David, parecendo uma criança da pré-escola recebendo uma estrelinha do professor. Em vez disso, estariam cheios de um profundo temor e cautela, como se estivessem à beira de um abismo ou pisando em gelo fino", completa o texto.

"Não importa o quanto você tinja seu cabelo de loiro, o quanto você afine seu nariz, você nunca pode se tornar um ocidental", afirmou Wang Yi, principal diplomata da China, em julho, segundo a CNN.

A resposta norte-coreana não foi menos agressiva. Segundo o veículo chinês, o ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kang Sun-man, disse que os EUA estão deixando o nordeste da Ásia à beira de uma guerra nuclear.

Do lado japonês, Kishida dá continuidade como presidente a esforços que vem fazendo desde que foi chanceler. Em 2015, ele negociou o acordo sobre as "mulheres de conforto", como eram chamadas as vítimas de prostituição e escravidão sexual durante a ocupação japonesa na Coreia do Sul.

Líderes asiáticos não são os únicos com interesses no acordo. Para Biden, é outro passo em uma política mais dura contra Pequim há duas semanas, Washington anunciou a proibição de investimentos em tecnologias que possam ser usadas com fins militares por determinados países. Entre eles, claro, a China.

Outras iniciativas dos EUA contra Pequim são o Quad, aliança em que Washington se une a Japão, Índia e Austrália, e o Aukus, em conjunto com Reino Unido e Austrália.

 

 

por FERNANDA PERRIN / FOLHA DE S.PAULO

MÉXICO - Em meados de julho, uma delegação empresarial liderada pelo embaixador alemão no México, Wolfgang Dold, viajou para o estado de Sonora, no norte do país. Várias empresas alemãs estavam representadas, incluindo a Siemens Energy, a gigante do setor de gases industriais Linde, a companhia de energia RWE e a Daimler Trucks, que fabrica caminhões.

"A Secretaria da Economia de Sonora nos convidou para apresentar o Plano Sonora", diz Edwin Schuh, diretor para o México e o Caribe da Germany Trade & Invest (GTAI), a agência alemã de comércio exterior. Trata-se de um ambicioso projeto de infraestrutura do governo central que visa promover a construção de parques solares e a mineração de lítio.

Sonora abriga os maiores depósitos de lítio do país, que foram nacionalizados no ano passado. "No médio prazo, o governo planeja produzir baterias para carros elétricos em Sonora", diz Schuh. Isso poderia ser interessante para as empresas automobilísticas alemãs.

A montadora norte-americana Ford já opera uma enorme fábrica em Hermosillo, e algumas empresas alemães de autopeças também estão no local. A depender da vontade do governo, novas companhias chegarão. Foi criada uma autoridade especial para atender empresas que desejam se instalar na região, a Ventanilla de Nearshoring.

Nearshoring é a nova palavra mágica no México. Em vez de trazer mercadorias do outro lado do mundo em contêineres, muitas empresas agora tentam transferir a produção para perto dos mercados mais importantes.

Vários fatores confluem para isso. A pandemia revelou a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos, e os lockdowns e interrupções de produção e entrega, bem como o aumento drástico dos custos de transporte, criaram problemas para muitas empresas. Além disso, a disputa comercial entre os EUA e a China se intensificou nos últimos anos. E ainda há o aumento dos custos salariais na China.

Isso beneficia muito o México, devido à sua proximidade com os EUA. A revista britânica MoneyWeek escreveu neste mês sobre o "momento do México". O título da matéria de capa diz que os investidores "deveriam participar da fiesta" mexicana. E os números mostram que eles estão fazendo isso.

Cerca de 18,6 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos fluíram para o México no primeiro trimestre de 2023 – quase 50% a mais do que no mesmo período do ano passado. O jornal Washington Post também informou que os EUA estão importando cada vez menos produtos da China, e que o México é agora o parceiro comercial mais importante dos EUA.

Essa tendência é favorecida pelo Acordo de Livre Comércio Estados Unidos-México-Canadá, ou USMCA, renegociado por iniciativa do então presidente dos EUA, Donald Trump, e que entrou em vigor no verão de 2020.

 

Companhias realocando produção

"O importante é que as empresas estão produzindo aqui no México", diz Schuh. Muitas estão se instalando na região central do país ou em regiões próximas à fronteira norte, como no estado de Nuevo León, considerado uma boa opção devido à proximidade com o Texas e à infraestrutura disponível.

Em março, a fabricante de carros elétricos Tesla anunciou a construção de uma nova fábrica em Nuevo León, onde planeja investir cerca de 5 bilhões de dólares nos próximos anos. A Microsoft, por sua vez, está investindo centenas de milhões de dólares em um centro de dados em Querétaro, na região central do México.

"Mas também há muitas empresas chinesas chegando, que produzem aqui no México para o mercado americano", diz Schuh. Ele cita como exemplo a empresa de eletrônicos Hisense, que está construindo uma segunda fábrica no país latino-americano. Companhias do Japão, Coreia do Sul e Taiwan também estão investindo no México, "por um lado, para se aproximar do mercado dos EUA", diz Schuh. "Mas também por causa do conflito entre a China e Taiwan. As empresas querem minimizar o risco se o conflito piorar."

Nesse processo, algumas empresas estão tendo dificuldades para obter terrenos industriais disponíveis conectados à rede elétrica e de água, diz. "No norte do México, mais de 95% dos terrenos dos parques industriais estão ocupados. O governo está planejando construir um novo parque industrial em Sonora."

 

Montadoras alemãs investindo no México

Da Alemanha, são principalmente os fabricantes de automóveis e autopeças que estão investindo. O acordo de livre comércio Nafta fez do país um dos locais mais importantes do mundo para o setor automotivo. Uma parte significativa da produção de automóveis dos EUA foi terceirizada para o México, e o país também se tornou um importante local de produção para as montadoras alemãs, como Volkswagen, Audi, BMW e Daimler.

Desde o USMCA, que sucedeu o Nafta, há requisitos mais altos para que as montadoras agreguem valor na própria América do Norte, ou seja, a parcela obrigatória de peças produzidas na região, o que contribui para a expansão da produção. "A maioria das empresas já está aqui, mas está expandindo sua produção no México", diz Schuh. Além disso, há uma "tendência de mudança para a mobilidade elétrica".

No início de fevereiro, a BMW anunciou um investimento de mais de 800 milhões de dólares no México para integrar sua fábrica em San Luis Potosí à sua rede de eletromobilidade. A Audi também anunciou um projeto para produzir veículos elétricos no México. E a Volkswagen está investindo mais de 700 milhões de dólares, inclusive na construção de um novo setor de pintura em sua unidade de Puebla. A maior empresa alemã no México, com 25 mil funcionários, é a fornecedora de autopeças ZF Friedrichshafen, e também está investindo pesado.

 

O problema da segurança

Mas também há pontos negativos. O México tem há anos uma brutal guerra contra o narcotráfico, e áreas do país são controladas por gangues. "A situação da segurança é um problema", diz Schuh. Há estados no norte, como Tamaulipas, "que já são áreas relativamente proibidas" por causa do narcotráfico.

Um fornecedor alemão de autopeças está atualmente transferindo sua fábrica de Tamaulipas para o estado vizinho de Nuevo León, porque em Tamaulipas os gerentes só podem circular acompanhados por seguranças armados. Em Tijuana, há empresas alemãs cujos gerentes moram na cidade americana de San Diego e atravessam a fronteira todos os dias para trabalhar, "devido a tentativas de extorsão ou sequestro", diz Schuh.

Outro problema é a mão de obra, diz o diretor da GTAI. É difícil encontrar pessoal qualificado, e as empresas geralmente têm programas de treinamento próprios ou trabalham com a Camexa, a Câmara de Indústria e Comércio Alemanha-México. "Mas há escassez de funcionários. Não é incomum que as empresas 'roubem' empregados umas das outras quando eles concluem o treinamento", diz.

 

Falta de água e de energia verde

Especialmente no norte, o México também tem um grande problema de escassez de água, que levou inclusive a racionamento e a restrições de uso. A nova fábrica da Tesla quase foi cancelada por esse motivo. O governo de López Obrador também cancelou a licença concedida por gestões anteriores para uma nova cervejaria em Mexicali devido à escassez de água.

Além disso, há problemas com o fornecimento de eletricidade, em particular a oriunda de fontes renováveis, diz Schuh. Isso é uma questão, "porque as empresas alemãs estão comprometidas com as metas de energia da matriz na Alemanha, ou seja, elas querem consumir mundialmente uma determinada porcentagem de energia renovável até 2030. Se elas não conseguirem cumprir isso no México, há um problema para a empresa em todo o mundo."

No México, as empresas precisam comprar eletricidade da CFE, a estatal que fornece energia. E a CFE tem principalmente usinas a gás e carvão. O presidente López Obrador prefere depender de combustíveis fósseis em vez de fazer a transição energética.

Durante a visita a Sonora, esse problema não foi discutido, diz Schuh, mas em geral ele é. "Pois faz pouco sentido produzir carros elétricos com eletricidade de usinas a carvão. Em alguns casos, diz, as empresas têm problemas para obter licenças para instalar mais painéis solares nos terrenos das fábricas. "Mas as empresas vêm mesmo assim", diz Schuh. "Porque o México, apesar de tudo, oferece muitas vantagens."

 

 

Autor: Andreas Knobloch / DW BRASIL

CHINA - A China prometeu, no domingo (13), "medidas firmes e contundentes" ante a viagem do vice-presidente de Taiwan, William Lai, aos Estados Unidos neste fim de semana, em uma escala para assistir à posse do presidente do Paraguai.

Lai - candidato favorito para a eleição presidencial de Taiwan no ano que vem - fará oficialmente apenas uma escala nos Estados Unidos em sua viagem para assistir à posse do presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña.

Mas o líder, que tem uma posição claramente pró-independência, poderá se reunir com políticos americanos durante sua estada em Nova York, onde se encontra no momento.

O governo chinês considera Taiwan, uma ilha que tem governo próprio, parte de seu território e diz que um dia voltará a ficar sob seu controle - à força, se necessário.

"A China está monitorando de perto o desenvolvimento da situação e tomará medidas firmes e contundentes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, que não foi identificado, em um comunicado divulgado na Internet.

"A China se opõe firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre Estados Unidos e Taiwan e se opõe resolutamente a que os separatistas que buscam a 'independência de Taiwan' entrem nos Estados Unidos sob qualquer nome, ou por qualquer motivo, e se opõe, firmemente, a qualquer tipo de contato oficial entre o governo dos Estados Unidos e a parte taiwanesa", disse o porta-voz.

Em abril, a China fez três dias de exercícios militares simulando uma operação de bloqueio em Taiwan, depois que a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen se reuniu com o presidente da Câmara de Representantes dos EUA, o republicano Kevin McCarthy, na Califórnia, em seu retorno de uma viagem à Guatemala e a Belize.

 

- Hotel -

Ao desembarcar em Nova York neste domingo, Lai disse na rede social X (antigo Twitter), que foi recebido por membros do American Institute in Taiwan, que atua como representante da ilha nos Estados Unidos.

"Feliz de chegar à 'Big Apple', um símbolo de liberdade, democracia e oportunidades", disse ele.

"Estou ansioso para ver amigos e participar do programa de trânsito em Nova York", completou.

A presidência de Taiwan divulgou um vídeo de Lai, hoje, chegando a um hotel de Nova York, onde foi recebido por simpatizantes que agitavam bandeiras normalmente usadas por apoiadores da independência de Taiwan, junto com bandeiras americanas e taiwanesas.

Depois de Nova York, Lai deve seguir para o Paraguai, um dos poucos países que ainda reconhecem Taipei oficialmente. Na volta, fará uma parada em San Francisco.

Lai publicou hoje no X (ex-Twitter) que deve se reunir com a presidente do American Institute in Taiwan, Laura Rosenberger, durante sua escala na Califórnia.

William Lai é um candidato para suceder o atual presidente Tsai Ing-wen. Ambos são do Partido Democrático Progressista (PDP, pró-independência).

A China vê com desconfiança as reuniões dos últimos anos entre líderes taiwaneses e representantes de alguns países ocidentais, principalmente dos Estados Unidos, porque conferem uma forma de legitimidade às autoridades da ilha.

 

- 'Desordeiro' -

"Os Estados Unidos e Taiwan, em conluio, permitiram que William Lai realizasse atividades políticas nos Estados Unidos sob o pretexto de um 'trânsito'", disse o Ministério chinês das Relações Exteriores neste domingo.

O Ministério manifestou "forte insatisfação" com a visita do "desordeiro" William Lai.

Os Estados Unidos, que concederam reconhecimento diplomático à República Popular da China em 1979, continuam sendo o aliado mais poderoso de Taiwan e seu principal fornecedor de armas.

As relações entre Pequim e Taipei azedaram em 2016 com a chegada de Tsai Ing-wen à presidência. Ao contrário de seu antecessor, ela se nega a considerar que a ilha e a China continental fazem parte da mesma entidade "China". Desde então, o governo chinês aumentou sua pressão diplomática e econômica.

Lai tem se manifestado muito mais abertamente a favor da independência do que a atual presidente.

O candidato se descreveu como um "pragmático a favor da independência de Taiwan" e, nesta semana, em um programa de televisão local, reiterou que a ilha "não faz parte da República Popular da China".

 

 

AFP

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