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INGLATERRA - Apesar dos protestos de pelo menos nove dos 20 pilotos da F1 e de preocupação do presidente da categoria, Stefano Domenicali, a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) segue firme com a nova regra que vai limitar ativismo no esporte. A entidade detalhou a medida e adiantou as punições previstas para o caso, que vão de advertências à perda de posições no campeonato ou exclusão.

A definição de protestos políticos, religiosos ou pessoais será analisada pelos comissários de cada etapa, e incluem o uso de imagens, gestos, ações ou palavras. Max Verstappen, Lewis Hamilton, George Russell, Carlos Sainz, Sergio Pérez, Lando Norris, Alexander Albon, Valtteri Bottas e Kevin Magnussen se opuseram ativamente contra a regra.

Em 2022, o presidente da FIA Mohammed Ben Sulayem criticou abertamente Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Lando Norris por suas manifestações dentro da F1 a favor de causas como o direito da mulher, da comunidade LGBTQIA+, o antirracismo e os cuidados com a saúde mental.

Na última sexta-feira, a entidade divulgou um documento no qual detalha a nova regra, criada para "proteger o compromisso de neutralidade do automobilismo" e que considera ancorada no "compromisso da FIA de não discriminar ninguém por raça, cor da pele, gênero, orientação sexual, etnia ou origem social"

Vale apontar, no entanto, que a própria entidade permitiu no ano passado uma manifestação dos pilotos, a favor da Ucrânia, na eclosão da invasão da Rússia ao país - e excluiu o GP da Rússia do calendário pelo mesmo motivo.

As punições

  • Advertência;
  • Reprimenda;
  • Multa;
  • Serviço comunitário;
  • Exclusão de tempos de treino, classificação ou corrida;
  • Perda de posições no grid;
  • Largada obrigatória do pit lane;
  • Acréscimo de tempo na corrida;
  • Voltas punitórias;
  • Perda de posição no campeonato;
  • Drive-through;
  • Stop-and-go;
  • Desclassificação;
  • Suspensão;
  • Exclusão.

O que diz a FIA?

- Os participantes das competições fazem parte de uma comunidade global com visões diferentes, estilos de vida e valores. Para garantir o respeito a esta diversidade, é fundamental que o esporte a motor permaneça neutro e, portanto, livre de interferências políticas, religiosas ou pessoais. O foco em qualquer competição deve permanecer no esporte a motor e nos desempenhos de equipes e pilotos. Não deve ser usado como plataforma para defesa individual. Este princípio também visa evitar que os participantes sejam colocados em uma posição em que possam estar forçados a tomar uma posição pública sobre um determinado assunto quando preferem não fazer isso - justifica a entidade.

 

Tá liberado

Segundo a FIA, as manifestações livres dos pilotos só serão toleradas nas seguintes exceções: por meio de suas redes sociais, em entrevistas com veículos de imprensa cadastrados e quando forem diretamente questionados por jornalistas em coletivas de imprensa dos GPs.

Outros casos de exceção ainda podem ser analisados pela entidade, que reforça que não aceita atos que caracterizem "discriminação, ódio, hostilidade ou potencial violência".

 

Manifestações consideradas políticas

Estão proibidas as menções a partidos políticos, pessoas sensíveis, governos ou forças militares, movimentos separatistas, grupos de ódio, conflitos militares e políticos - como a Guerra na Ucrânia - e regimes totalitários ou atos e eventos de cunho político. A FIA também considera como uma manifestação política a menção à "uma etnia ou comunidade indígena específica".

 

Manifestações consideradas religiosas

Ficam vedados, ainda, ritos religiosos ou espirituais explícitos ou críticas a uma outra religião. Aqui, excetuam-se gestos privados e "não-proselitistas", como apontar para o céu ou fazer o gesto da cruz no peito, ou o uso de ornamentos e símbolos religiosos.

 

Manifestações consideradas pessoais

Em relação aos protestos de cunho pessoal, o comunicado da FIA foi vago, limitando-se a proibir "quaisquer circunstâncias pessoais" ao atleta.

As autorizações para manifestos, mencionadas antes mesmo da publicação do documento da FIA, devem ser feitos pelo menos quatro semanas antes do GP em questão, o que coibiria a rápida reação a eventos ocorridos poucos dias antes de cada etapa. As aprovações só valem para uma corrida.

O principal afetado pela medida pode ser Lewis Hamilton, conhecido dentro e fora da categoria por se manifestar ativamente contra o racismo e LGBTQIA+fobia, bem como outras questões de cunho social, e promover a diversidade dentro do esporte a motor.

Em 2020, o heptacampeão quase foi investigado pela FIA por subir no lugar mais alto do pódio com uma camiseta que cobrava a prisão dos policiais que assassinaram a socorrista afroamericana Breonna Taylor.

Em resposta, a entidade proibiu que pilotos subissem com adereços na cerimônia de premiação, embora no passado o próprio Hamilton já tenha ficado sem camisa no pódio, no GP de Abu Dhabi de 2018, sem discordância da Federação.

Na temporada 2021, o piloto da Mercedes também passou a usar um capacete com a bandeira inclusiva do movimento LGBTQIA+, a qual ele publicou nesta semana logo depois do posicionamento da FIA e que pretende usar por todo o campeonato deste ano.

 

F1 garante liberdade de expressão

Enquanto a FIA caminha na direção contrária de ligas como a NBA, a direção da F1 prometeu aos pilotos que poderão manter sua liberdade de expressão na categoria.

- A F1 nunca vai por uma mordaça em ninguém. Temos uma grande oportunidade pela posição do nosso esporte, cada vez mais global, multicultural e multivalorizado. É correto dar-lhes uma plataforma para discutir suas opiniões abertamente. Não mudaremos essa abordagem como esporte - garantiu Stefano Domenicali, presidente da categoria.

A F1 retorna em 5 de março com o GP do Bahrein.

 

 

Por Redação ge

FRANÇA - Seguindo a onda de sanções impostas no mundo esportivo à Rússia, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou na terça-feira (1) um pacote de punições para pressionar os russos a interromperem a campanha militar contra a Ucrânia.

Entre as medidas adotadas está a proibição da realização de competições em solo russo ou bielorusso (país que também sofreu punição por apoiar as ações bélicas). Também foi proibido o uso de bandeiras ou a execução dos hinos destes dois países nos eventos automobilísticos promovidos pela entidade.

Em relação à participação de equipes da Rússia e da Belarus em eventos da FIA, foi decidido que está proibida. Já os pilotos com estas nacionalidades poderão correr, mas sob a bandeira da FIA.

“A FIA está observando os desenvolvimentos na Ucrânia com tristeza e choque e espero uma resolução rápida e pacífica para a situação atual. Condenamos a invasão russa da Ucrânia e nossos pensamentos estão com todos aqueles que sofrem como resultado dos acontecimentos na Ucrânia. Gostaria de salientar que a FIA, juntamente com os nossos promotores, agiu de forma proativa sobre este assunto na semana passada e se comunicou de acordo com a Fórmula 1, Fórmula 2, WTCR e a International Drifting Cup”, declarou o presidente da entidade, Mohammed Ben Sulayem.

Sanções no mundo do esporte

A Rússia vem sofrendo uma série de punições nos últimos dias em razão da sua campanha militar em solo ucraniano. Na última segunda, por exemplo, a Fifa e a Uefa decidiram suspender a seleção russa e todos os clubes de futebol do país de participarem de qualquer competição organizada por elas, inclusive a próxima Copa do Mundo, que será disputada este ano no Catar.

Já o conselho executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou que as federações esportivas internacionais proíbam atletas e autoridades russas e bielorrussas de competirem em seus eventos.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

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