Estudo realizado em São Carlos também traçou um perfil dos efeitos da pandemia em São Carlos
SÃO CARLOS/SP - O “Testar para Cuidar – Programa de Mapeamento da COVID-19”, um dos maiores levantamento da doença no país, foi concluído e trouxe informações importantes sobre a evolução da COVID-19, em São Carlos. O estudo foi uma iniciativa da Santa Casa, Prefeitura de São Carlos, Statsol, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Hospital Universitário (HU-UFSCar) e Unimed São Carlos e vai auxiliar no planejamento de estratégias para o combate à pandemia e a retomada das atividades no município.
Realizado em 4 etapas, o “Testar para Cuidar” contou com a participação de 3.914 pessoas, 70% dos convocados para o levantamento. Destas, 68 tiveram contato com o novo coronavírus. O estudo revelou que a prevalência da COVID-19 aumentou 67% em pouco mais de um mês, saltando de 1,62% na primeira fase, realizada nos dias 13 e 14 de junho, para 2,7% na quarta fase, nos dias 25 e 26 de julho.
Da população testada, 55,7% foram mulheres. A idade média dos que compareceram foi de 50 anos. Um idoso de 102 anos participou do levantamento. Dentre os participantes, 35,6% relataram ter doenças cardiovasculares, 20,3% doenças endocrinológicas, 8,8% são obesos e 2% gestantes/puerpério. Mais da metade (52,2%) disseram que bebem atualmente, 17,2% são fumantes e 2,7% usam alguma droga inalatória.
O estudo ainda revelou que 37,8% dos participantes tiveram redução do rendimento financeiro desde o início da pandemia. 34% residem com quatro pessoas ou mais na mesma casa. E 46,9% têm contato com criança em idade escolar.
Sobre o isolamento social, 55,5% disseram que só saem de casa por extrema necessidade e 8,4% estão saindo como antes do início da pandemia. As razões para sair de casa foram 86,9% a trabalho, 37,1% para compras de suprimentos e 19,8% para ir ao banco e fazer pagamentos.
O “Testar para Cuidar” também questionou os hábitos de higiene. 96,1% aumentaram a lavagem das mãos e 2,3% fizeram uso de medicação para COVID-19 por conta própria. O uso de máscaras também é alto: 97,1% disseram usar regularmente. Sobre as dificuldades em usá-la, 32,4% falaram que irrita o nariz e 28,7% esquecem de colocar. Já 11,1% acreditam que a máscara não protege e 7,4% dos participantes do levantamento disseram que não acreditam que vão ficar doentes.
O Mapeamento – O Programa de Mapeamento da COVID-19 contou com uma rede de voluntários para a realização das 4 etapas. A cidade foi dividida em 19 setores e em cada etapa 1.400 pessoas eram selecionadas para a coleta de dados e exames de sangue. Cento e dois voluntários, entre alunos do curso de Medicina e de outras áreas da saúde da UFSCar e de outras instituições de ensino, integrantes ou não da ação “Brasil Conta Comigo”, juntamente com profissionais voluntários da área da saúde do HU-UFSCar e Santa Casa, fizeram a visita domiciliar para o contato com os moradores e a entrega de senhas.
A entrevista, coleta, transporte e análise contou com a participação de 170 pessoas, inclusive com a equipe da Unimed e profissionais da área da saúde do HU-UFSCar.
Os exames tipo ELISA, usados para detecção de anticorpos anti SARS-CoV, foram feitos no Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas (LIDI), do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP) da UFSCar. Os kits para a realização dos testes foram comprados pela Prefeitura de São Carlos.
Todos as pessoas com resultado de exame positivo foram contatadas pela equipe médica do levantamento, orientadas e algumas estão sendo acompanhadas pelo Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC) ou pelo Ambulatório de Doenças Infecciosas Agudas e Covid-19do HU-UFSCar.
O “Testar para Cuidar – Programa de Mapeamento da COVID-19” contou com a colaboração do São Francisco, Clara Resorts, Dr. Tips e Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Biologia Molecular Ivo Ricci.