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EUA - O número um do mundo no tênis, Novak Djokovic, entrou para a lista oficial de inscritos para o Aberto da Austrália do próximo ano, nesta quarta-feira, mas Serena Williams, 23 vezes campeã do Grand Slam, não jogará por recomendação de sua equipe médica.

Djokovic se recusou a divulgar seu status de vacinação contra a covid-19, apesar de todos os jogadores, autoridades, equipes e fãs no torneio de 17 a 30 de janeiro em Melbourne Park precisarem estar vacinados contra a doença para participar do torneio.

A Tennis Australia disse mais tarde à imprensa local que a presença do sérvio na lista não é uma garantia de que ele jogará.

Serena, que ganhou o mais recente de seus sete títulos do Aberto da Austrália em 2017, teve uma temporada marcada por lesões e não tem jogado desde que saiu mancando de sua partida em Wimbledon em junho devido a uma lesão na perna.

O organizador do torneio, Craig Tiley, disse no mês passado que a norte-americana de 40 anos, que precisa de mais um título do Grand Slam para igualar o recorde de 24 conquistados por Margaret Court, jogaria no Melbourne Park.

“Seguindo o conselho da minha equipe médica, decidi desistir do Aberto da Austrália deste ano”, disse Serena em um comunicado.

“Embora nunca seja uma decisão fácil de tomar, não estou onde preciso estar fisicamente para competir. Vou sentir falta de ver os fãs, mas estou animada para voltar e competir no meu mais alto nível.”

Djokovic, que buscará o 21º título no individual masculino de Grand Slam caso participe do torneio, disse na semana passada que tomaria uma decisão “muito em breve” sobre viajar para a Austrália.

EUA - A tenista Serena Williams expressou preocupação por sua colega tenista Peng Shuai, que não foi mais vista em público desde que acusou o ex-vice-premiê da China Zhang Gaoli de abuso sexual.

A chinesa, ex-número um do mundo na categoria de duplas, disse em uma publicação nas redes sociais neste mês que Zhang a forçou a fazer sexo com ele, e que depois eles tiveram uma relação consensual intermitente. A publicação foi apagada meia hora depois.

“Estou devastada e chocada em ouvir as notícias sobre minha colega Peng Shuai”, disse a norte-americana vencedora de 23 torneios Grand Slam em sua conta no Twitter. “Espero que ela esteja em segurança e que seja encontrada o mais rápido possível”, afirmou.

O governo da China ainda não comentou a acusação inicial de Peng, e as discussões sobre o tópico foram bloqueadas na internet chinesa, que é pesadamente censurada.

O diretor da Associação de Tênis Feminino (WTA) expressou preocupação pela segurança de Peng e dúvidas em relação a um e-mail recebido, também publicado por um veículo de imprensa estatal chinês, que diz que Peng teria negado as acusações de abuso sexual.

A também ex-número um do mundo Kim Clijsters, da Bélgica, aplaudiu a WTA, publicando no Twitter nesta quinta-feira (18): “Postura forte da WTA. Todos nós jogadores, homens e mulheres, precisamos estar alinhados aqui. Precisamos saber que ela está em segurança!”.

 

 

Por Amy Tennery / REUTERS

MUNDO - Serena Williams disse que recebeu menos e foi “desvalorizada” como mulher negra no tênis, elogiando o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam, em tradução livre) por evidenciar o racismo enraizado. As declarações da tenista foram dadas à revista Vogue.

A estrela norte-americana, que conquistou 23 títulos de Grand Slam, falou abertamente sobre sexismo e racismo durante sua carreira, disse que a tecnologia também teve um papel fundamental para destacar a discriminação racial e a violência

“Agora, nós, como negros, temos uma voz [e a tecnologia tem sido uma grande parte disso]”, afirmou em entrevista à edição de novembro da Vogue britânica.

“Vemos coisas que estiveram escondidas por anos, as coisas pelas quais nós, como pessoas, temos que passar. Isso vem acontecendo há anos. As pessoas simplesmente não conseguiam pegar seus telefones e gravar isso antes”, declarou.

“Acho que, por um minuto, eles [os brancos] começaram, não a entender, porque não acho que se possa entender, mas eles começaram a ver”, acrescentou.

“Eu estava tipo: bem, você não viu nada disso antes? Tenho falado sobre isso durante toda a minha carreira. Tem sido uma coisa após a outra”, afirmou a tenista.

Serena está entre as estrelas mais conhecidas e bem-sucedidas do tênis mundial, junto com sua irmã Venus, e já destacou repetidamente o preconceito que enfrentou dentro e fora das quadras.

Ela boicotou o Torneio de Indian Wells por 14 anos depois de receber comentários racistas em 2001, um incidente que ela disse tê-la deixado chorando no vestiário por horas.

Em 2018, ela denunciou um ato de sexismo após perder um ponto por quebrar sua raquete em ato de frustração no US Open. Essa denúncia foi elogiada pela pioneira do tênis feminino Billie Jean King, que afirmou que Serena expôs um “padrão duplo” para as jogadoras.

Além disso, Williams, de 39 anos, disse à Vogue britânica que tem orgulho de representar “belas mulheres negras” e espera que as atitudes possam mudar gradualmente.

“Talvez isso não melhore a tempo para mim, mas alguém na minha posição pode mostrar às mulheres e pessoas negras que temos uma voz, porque Deus sabe que eu uso a minha”, concluiu.

 

 

*Por Sonia Elks / REUTERS

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