Jornalista/Radialista
SÃO PAULO/SP - O Brasil encerrou o primeiro trimestre com 9,4 milhões de pessoas sem emprego e taxa de desemprego de 8,8%, consolidando o movimento de perda de fôlego da recuperação do mercado de trabalho no pós-pandemia.
A leitura da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou elevação ante a taxa de 7,9% registrada no quarto trimestre de 2022.
No entanto, mostra recuo ante os 11,1% no mesmo período do ano passado, e marca a leitura mais baixa para o período desde 2015 (8,0%).
O dado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou ainda abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 9,0%.
Analistas avaliam que a taxa de desemprego deve apresentar daqui pra frente uma lenta trajetória de elevação. Entre as razões estão, além do esgotamento da recuperação após a Covid-19, os impactos da política monetária restritiva e a desaceleração econômica global.
No primeiro trimestre, o número de desempregados aumentou 10,0% em relação aos três meses anteriores e chegou a 9,432 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período de 2022, no entanto, houve queda de 21,1%.
Já o total de ocupados caiu 1,6% em relação ao quarto trimestre, a 97,825 milhões, mas avançou 2,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2022.
“Esse movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia”, explicou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
“Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos”, completou.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado recuaram 0,5% no primeiro trimestre, enquanto os que não tinham carteira caíram 3,2%.
O nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, chegou a 56,1%, de 57,2% no trimestre anterior e 55,2% em igual trimestre do ano anterior.
“A queda na ocupação reflete principalmente a redução dos trabalhadores sem carteira, seja no setor público ou no setor privado”, disse Beringuy.
No período, a renda média real foi de 2.880 reais, de 2,861 reais no quarto trimestre.
Por Camila Moreira / REUTERS
BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, durante seu governo, vai demarcar “o maior número possível” de terras indígenas, medida que, segundo ele, colabora para o combate ao desmatamento. Lula participou, na sexta-feira (28), do encerramento da 19ª edição do Acampamento Terra Livre, em Brasília, manifestação anual do movimento indígena.
Na ocasião, o presidente assinou a homologação de seis terras indígenas, nos estados do Acre, Alagoas, Rio Grande do Sul, Ceará, Amazonas e Goiás. Os processos estavam parados desde 2018, pois o entãopresidente Jair Bolsonaro afirmou que não faria nenhuma demarcação durante seu governo.
“Vamos ter que trabalhar muito para que possamos fazer a demarcação do maior número possível de terras indígenas, não só porque é um direito de vocês, mas porque, se queremos chegar a 2030 com desmatamento zero na Amazônia, nós vamos precisar de vocês como guardiões da floresta”, disse Lula, destacando que o processo de demarcação é demorado e passa por muitas etapas jurídicas e de estudos.
Em janeiro, a ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara, afirmou a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), incluindo a Agência Brasil, que 14 processos de demarcação de áreas da União já estavam prontos para ser homologados.
“O que queremos é, ao terminar o mandato, os indígenas estarem sendo respeitados e tratados com toda a dignidade que todo ser humano merece nesse país”, disse Lula. “É preciso criar consciência que os indígenas não devem favor a nenhum outro povo. Quando dizem que vocês ocupam 14% do território nacional, passando a ideia de que é muita terra, temos que responder lembrando que, antes do portugueses chegarem aqui, vocês ocupavam 100% do território”, acrescentou.
Lula ressaltou ainda que o modo de vida e produção das comunidades indígenas protege os recursos naturais e que, para o agronegócio, é preciso recuperar as áreas já degradadas. “Uma árvore em pé vai produzir mais para esse país do que tentar derrubar para plantar soja, Nós temos mais de 30 milhões de terras degradadas que podem ser recuperadas e, nessas terras, se dobrar a produtividade sem mexer com os indígenas e as florestas”, argumentou.
Ainda segundo o presidente, é preciso cuidar dos 25 milhões de pessoas que moram na Amazônia. “Precisamos pesquisar a riqueza da nossa floresta, da nossa biodiversidade, para disso tirar e criar um modo de produção para fazer os povos que moram na Amazônia viverem decentemente e com dignidade”, disse.
Nesta sexta-feira, Lula também assinou decretos para recriar o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e que instituir o Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).
O objetivo dessa política é promover e garantir a proteção, recuperação, conservação e o uso sustentável dos recursos naturais nos territórios indígenas. De acordo com a Presidência, a iniciativa assegura a melhoria da qualidade de vida dos indígenas com condições plenas para a reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações, além de garantir a integridade do patrimônio material e imaterial desses povos.
O presidente ainda afirmou que o governo vai construir um novo plano de carreiras para os servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). “A maior interessada no plano de carreira é a presidenta da Funai [Joênia Wapichana] porque ela sabe como é baixo o pagamento das pessoas. Queremos recuperar porque trabalhar na Funai é tão importante quanto trabalhar em qualquer repartição”, disse Lula.
Ainda no Acampamento Terra Livre, o governo anunciou a liberação de R$ 12,3 milhões à Funai, para a aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos às casas de farinha, recuperando a capacidade produtiva das comunidades indígenas yanomami, em Roraima.
A Terra Indígena (TI) Yanomami é a maior do país em extensão territorial e vinha sofrendo com a invasão de garimpeiros. A contaminação da água pelo mercúrio utilizado no garimpo e o desmatamento ilegal impactaram a segurança e disponibilidade de alimento nas comunidades. A situação gerou uma crise humanitária que levou centenas de crianças e idosos à morte, por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos quatro anos.
Desde janeiro, o governo federal vem atuando na desocupação dos garimpeiros e no apoio aos indígenas. Para Lula, a saúde indígena é uma prioridade. “Não podemos deixar repetir o que aconteceu com os yanomami, não pode acontecer com nenhum povo indígena”, disse.
“Eu jamais imaginei que existisse um governo que deixasse crianças e pessoas adultas chegarem àquelas condições, que quase não podiam levantar de fome, por falta de comida em um país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. A verdade é que aquele povo estava no esquecimento, aquele povo estava refém de garimpeiros”, acrescentou o presidente.
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
BAKU - Quem diria? O nome a impedir o líder Max Verstappen de alcançar a marca de três poles positions neste começo de temporada da F1, no GP do Azerbaijão, foi Charles Leclerc. O monegasco só tem seis pontos e luta para superar o mau começo de ano com a Ferrari em 2023, mas anotou 1m40s203 para superar o rival na classificação desta sexta-feira, nos segundos finais da sessão. Sergio Pérez, da RBR, largará em terceiro neste domingo.
A 19ª pole da carreira do monegasco rompe ainda um jejum de oito corridas longe da posição de honra; Leclerc não largava em primeiro desde o GP de Singapura, em setembro de 2022. Seu último triunfo, porém, faz mais tempo: foi no GP da Áustria, em julho passado. Além disso, é a terceira consecutiva do piloto do carro 16 no Circuito de Baku; ele também largou na frente em 2021 e 2022.
Vale destacar que a Ferrari ocupa o quarto lugar no Mundial de construtores com apenas 26 pontos; a última vez que ela pontuou tão pouco após três rodadas foi em 2009, quando ficou zerada pelo mesmo período. E a escuderia sequer trouxe atualizações para o seu carro neste fim de semana, mas ainda assim, se sobressaiu ao longo da classificação e também no único treino livre da etapa.
As férias da F1 parecem ter feito bem para a Ferrari e McLaren, que não foram bem nas primeiras três etapas do ano; enquanto a escuderia italiana representou as voltas mais rápidas da classificação, a McLaren também se manteve entre as primeiras colocações com Lando Norris e Oscar Piastri. A jovem dupla ainda avançou ao Q3 pela primeira vez nesta temporada.
Por outro lado, a Aston Martin perdeu o protagonismo das últimas etapas e já tem uma dor de cabeça a resolver: sua asa traseira não abre, o que atrapalhou Alonso no treino e Lance Stroll na classificação. Mercedes também decepcionou apesar da promessa de melhorias no carro: a octacampeã de construtores perdeu George Russell no Q2, algo que ainda não havia acontecido em 2023.
Importante lembrar, ainda, que a sessão desta sexta-feira definiu as posições de largada para a prova principal, do domingo. Neste sábado, os pilotos farão uma classificação mais curta para assinalar as colocações iniciais da corrida sprint, cujo formato muda a partir da etapa no Circuito de Baku.
Grid de largada do domingo
Posição | Piloto | Tempo | Diferença |
1º | Charles Leclerc (Ferrari) | 1m40s203 | |
2º | Max Verstappen (RBR) | 1m41s398 | +0s188 |
3º | Sergio Pérez (RBR) | 1m41s756 | +0s292 |
4º | Carlos Sainz (Ferrari) | 1m41s016 | +0s813 |
5º | Lewis Hamilton (Mercedes) | 1m41s177 | +0s974 |
6º | Fernando Alonso (Aston Martin) | 1m41s253 | +1s050 |
7º | Lando Norris (McLaren) | 1m41s281 | +1s078 |
8º | Yuki Tsunoda (AlphaTauri) | 1m41s581 | +1s378 |
9º | Lance Stroll (Aston Martin) | 1m41s611 | +1s408 |
10º | Oscar Piastri (McLaren) | 1m41s611 | +1s408 |
11º | George Russell (Mercedes) | 1m41s654 (Q2) | |
12º | Esteban Ocon (Alpine) | 1m41s798 (Q2) | |
13º | Alexander Albon (Williams) | 1m41s818 (Q2) | |
14º | Valtteri Bottas (Alfa Romeo) | 1m42s259 (Q2) | |
15º | Logan Sargeant (Williams) | 1m42s295 (Q2) | |
16º | Guanyu Zhou (Alfa Romeo) | 1m42s642 (Q1) | |
17º | Nico Hulkenberg (Haas) | 1m43s755 (Q1) | |
18º | Kevin Magnussen (Haas) | 1m43s853 (Q1) | |
19º | Pierre Gasly (Alpine) | 1m44s853 (Q1) | |
20º | Nyck de Vries (AlphaTauri) | 1m55s282 (Q1) |
Por Redação ge
ARGENTINA - Depois do Brasil, em março, a Argentina segue o exemplo e anuncia que pagará por suas importações chinesas em yuan, a moeda comercial chinesa. Buenos Aires está, portanto, fazendo infidelidades ao dólar em favor da moeda asiática. A partir de maio, a Argentina poderá pagar o equivalente a US$ 1 bilhão de importações chinesas diretamente em yuan. Se Pequim busca internacionalizar sua moeda, o que a Argentina ganha com isso?
"Manter o nível de atividade e o volume de importações" é o objetivo declarado pelo governo argentino. Para os importadores, a compra em yuans acelerará o comércio. Os yuans são mais rápidos de se obter porque a demanda por eles é menor, explica o jornal argentino Clarín.
A ativação de um mecanismo de troca monetária, que Pequim e Buenos Aires já tinham, também deve aliviar um pouco a pressão sobre as reservas cambiais do país latino-americano.
Esse abandono do dólar nas transações com a China melhora as perspectivas das reservas líquidas da Argentina. As reservas internacionais se deterioraram ainda mais desde o início de 2022, caindo de US$ 44 para US$ 36 bilhões.
Dólar ainda é um porto seguro para os argentinos
A seca que a Argentina está enfrentando está agravando a tensão econômica. A menor produção agrícola significa menos exportações e mais de US$ 15 bilhões não entrarão no país. O acordo negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) limita sua margem de manobra.
As compras de importações de yuans são anunciadas em um momento em que o peso está se desvalorizando drasticamente em relação ao dólar. Com a inflação em alta, o dólar segue sendo um porto seguro para os argentinos.
Em transações informais, o dólar estava sendo negociado a 500 pesos no início da semana, contra 227 pesos por um dólar na taxa oficial, perdendo 20% em uma semana.
por RFI
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