ARGENTINA - A Argentina anunciou na sexta-feira (15) que eliminará impostos sobre produtos comprados no exterior, como parte do processo de liberalização do comércio promovido pelo governo de Javier Milei.
O governo decidiu eliminar os impostos sobre as compras no exterior. Essa medida entrará em vigor em dezembro", disse a jornalistas o porta-voz da presidência, Manuel Adorni.
REUTERS
CNN
EUA - A Argentina carimbou, de forma antecipada, a classificação para as quartas de final da Copa América após derrotar o Chile por 1 a 0, na noite de terça-feira (25) no MetLife Stadium, em Nova Jersey (Estados Unidos).
Esta vitória deixou os argentinos com seis pontos, com 100% de aproveitamento na liderança do Grupo A da competição. Já os chilenos têm apenas um ponto e dividem a lanterna da chave com o Peru, que foi superado pelo Canadá nesta terça por 1 a 0.
Em um confronto muito disputado, a Argentina só garantiu a vitória aos 42 minutos do segundo tempo, quando o centroavante Lautaro Martínez aproveitou uma bola que sobrou dentro da área para acertar uma bomba no ângulo do gol defendido pelo goleiro Bravo.
Ya tenemos al primer clasificado ? pic.twitter.com/wUyEYAxTrv
— CONMEBOL Copa América™️ (@CopaAmerica) June 26, 2024
ARGENTINA - O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que um acordo do país com o Banco Mundial será surpreendente, e que estará muito fora dos parâmetros convencionais da instituição. As declarações vieram em resposta a um usuário da rede social X que perguntou ao mandatário sobre as negociações com o organismo.
Segundo o jornal Ámbito, que ouviu relatos fontes, o que se procura é um novo financiamento de US$ 2 bilhões, que teria sido informado por Milei ao seu gabinete na terça-feira.
Na última semana, Milei teve uma reunião chamada de bem sucedida pela Casa Rosada com Ajay Banga, presidente do Banco Mundial.
"A reunião, marcada por um ambiente muito positivo, destacou o reconhecimento mútuo das conquistas recentes e da colaboração futura", apontou o comunicado governamental.
"A discussão também abordou o relacionamento bilateral e os planos de cooperação de curto, médio e longo prazo. Ambos os líderes expressaram uma perspectiva muito positiva e concordaram em delinear resultados e estratégias específicas num futuro próximo. Esta reunião sublinha a relação forte e produtiva entre a Argentina e o Banco Mundial, com ambas as partes dedicadas a prosseguir o crescimento econômico sustentável e objetivos mútuos para o benefício do povo argentino", afirmou a publicação.
POR ESTADAO CONTEUDO
ATLANTA - A campeã mundial Argentina derrotou o Canadá por 2 a 0, na noite de quinta-feira (20) no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, Geórgia (Estados Unidos), na partida de abertura da Copa América de futebol masculino. Com o triunfo, os hermanos assumiram a primeira posição do Grupo A da competição com três pontos. Já os canadenses aparecem na lanterna da chave sem ponto algum.
Debut con triunfo para el vigente campeón ? pic.twitter.com/Uf1bppqcCu
— CONMEBOL Copa América™️ (@CopaAmerica) June 21, 2024
Mesmo diante de um adversário claramente inferior tecnicamente, a Argentina só conseguiu abrir o placar graças à genialidade de Lionel Messi. Aos três minutos do segundo tempo o craque argentino deu belo passe em profundidade para Mac Allister, que, dentro da área, tocou para Julián Álvarez, que teve apenas o trabalho de finalizar de primeira.
Messi voltou a brilhar aos 42 minutos, quando encontrou Lautaro Martínez, que bateu de primeira para superar o goleiro Crépeau.
Copa América
A 48ª edição da Copa América reúne 16 seleções nos Estados Unidos. A competição será disputada até o dia 14 de julho, quando a grande decisão será disputada no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, Flórida.
Na primeira fase da competição, 10 seleções da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e outras 6 convidadas da Concacaf (Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) estão divididas em quatro grupos. Grupo A: Argentina, Peru, Chile e Canadá. Grupo B: México, Equador, Venezuela e Jamaica. Grupo C: Estados Unidos, Uruguai, Panamá e Bolívia. Grupo D: Brasil, Colômbia, Paraguai e Costa Rica.
Os dois primeiros colocados de cada chave avançam para as quartas de final. A partir daí, apenas o vencedor de cada confronto segue em frente, até serem definidos os dois finalistas.
Comandada pelo técnico Dorival Júnior, a seleção brasileira estreia na competição na próxima segunda-feira (24), quando enfrenta a Costa Rica, a partir das 22h (horário de Brasília) em Los Angeles. O Brasil disputa a competição em um momento de renovação, sem contar com o atacante Neymar e apostando no talento de jovens como Vinicius Júnior, Rodrygo e Endrick.
Por Agência Brasil
ARGENTINA - O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou na segunda-feira (17) sua previsão de crescimento para a Argentina, estimando uma contração de 3,5% em 2024, e melhorou a de inflação anual média para 233%, mas alertou para o risco de que a recessão se prolongue “alimentando tensões sociais”.
A instituição financeira publicou um relatório detalhado no qual se mostra satisfeita com o plano “motosserra” do presidente ultraliberal Javier Milei para cortar drasticamente os gastos do Estado, mas faz algumas ressalvas e pede mais reformas tributárias.
“Avanços impressionantes foram feitos para alcançar o equilíbrio fiscal geral e agora deve-se dar prioridade a continuar melhorando a qualidade do ajuste”, afirmou Gita Gopinath, a número dois do FMI, depois que o conselho executivo do organismo aprovou na quinta-feira a oitava revisão do acordo de crédito acordado com o país.
Essa aprovação permitiu um desembolso imediato de cerca de 800 milhões de dólares (4,33 bilhões de reais, na cotação atual).
“Devem seguir os esforços para reformar o imposto de renda” das pessoas físicas, “racionalizar os subsídios e os gastos tributários e fortalecer os controles de gastos” públicos, acrescenta em um comunicado publicado nesta segunda-feira, no qual estima que serão necessárias “reformas mais profundas dos sistemas tributário, de pensões e de distribuição de renda”.
Além disso, na sua opinião, “as políticas monetárias e cambiais devem evoluir para continuar consolidando o processo de desinflação e melhorar ainda mais a cobertura das reservas” monetárias.
Na última atualização, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano piora de -2,75% previsto em abril para -3,5%. Mas espera-se uma mudança de tendência durante o segundo semestre, “à medida que os ventos contrários derivados da consolidação fiscal se atenuem, os salários reais comecem a se recuperar e os investimentos se recuperem gradualmente”.
Em termos gerais, o Fundo está satisfeito com a evolução da economia e da inflação.
A previsão de aumento anual médio dos preços passa de quase 250% para 232,8%, de acordo com este último relatório.
A inflação mensal cai para 4% e diminuirá “ainda mais a médio prazo”, aponta o FMI. E prevê que as reservas se mantenham inalteradas.
“Consenso social”
Os riscos do programa de crédito pelo qual a Argentina recebe 44 bilhões de dólares (238,85 bilhões de reais) em 30 meses em troca de aumentar suas reservas internacionais e reduzir o déficit fiscal, “foram moderados, mas continuam elevados”, adverte o Fundo.
O FMI estima que o governo de Milei “afastou firmemente a economia de uma crise total e de uma hiperinflação”, mas o panorama não está isento de riscos.
As condições externas podem se tornar menos favoráveis e “a recessão pode se prolongar, alimentando tensões sociais e complicando a implementação do programa”, alerta.
Milei conseguiu na semana passada a aprovação no Senado, por margem estreita, de um pacote de reformas polêmicas, mas ainda terá que passar pelo crivo da Câmara de Deputados.
O FMI está preocupado com possíveis novas demoras legislativas “porque podem minar os esforços de estabilização e recuperação”, mas acredita que se deve buscar o “consenso social” levando em conta “o frágil panorama social e político”.
Metade da população argentina vive na pobreza, milhares de pessoas perderam o emprego e a inflação corrói as pensões e o poder aquisitivo das famílias.
ARGENTINA - Quando Javier Milei estava em campanha no ano passado para se tornar presidente da Argentina, ele carregava consigo uma motosserra para simbolizar a sua determinação em cortar substancialmente os gastos públicos.
Agora, seis meses após assumir a Presidência, como tem funcionado sua "terapia de choque" tanto para o governo como para a economia do país?
"As mudanças de que o nosso país necessita são drásticas", disse Milei pouco depois de ser eleito. "Não há espaço para gradualismo."
E ele agiu com rapidez. No seu pacote inicial de medidas, desvalorizou a moeda argentina, o peso, em 50%, reduziu os subsídios estatais aos combustíveis e cortou pela metade o número de ministérios.
A rápida redução dos gastos públicos ajudou a Argentina a passar de um déficit fiscal — diferença entre a despesa e a receita do governo — de 2 trilhões de pesos (cerca de US$ 120 bilhões) em dezembro do ano passado para um superávit de 264,9 bilhões de pesos em abril.
A Argentina registrou superávits em janeiro, fevereiro e março, sendo esta a primeira vez desde 2012 que o país atingiu esta meta mensal.
No entanto, Milei, que se descreve como um libertário, fez do corte da inflação a sua principal prioridade, dizendo à BBC no ano passado que a alta de preços era "o imposto mais regressivo que mais aflige as pessoas".
A inflação recuou, registrando em abril a taxa mensal de 8,8% — primeira vez desde outubro do ano passado que o índice fica abaixo de dois dígitos.
No entanto, a taxa de inflação acumulada nos últimos doze meses ainda permanece elevada, com o índice registrando 289,4% em abril.
Para efeito de comparação, no Brasil a taxa anual acumulada em abril foi de apenas 3,69%, segundo o IBGE.
E embora os números oficiais de crescimento econômico da Argentina ainda não estejam disponíveis para o período desde que Milei assumiu o cargo, em 10 de dezembro, há evidências de que a economia do país contraiu acentuadamente, com os gastos dos consumidores registrando queda nos primeiros três meses deste ano.
Sem maioria no Congresso
Entretanto, outras promessas feitas por Milei durante a campanha, como a substituição do peso pelo dólar americano e o fechamento do Banco Central, ficaram em segundo plano.
O problema para Milei é que a sua coligação La Libertad Avanza (A Liberdade Avança) não detém a maioria no Congresso argentino. E tem sido especialmente difícil para o governo fechar acordos com outros partidos.
Milei quer que o Congresso lhe conceda o poder de privatizar inúmeras empresas, incluindo a companhia aérea estatal, estradas de ferro, os correios e a companhia nacional de água.
O seu amplo projeto de lei chamado de "omnibus", com planos de privatização e centenas de outras medidas econômicas, não foi aprovado numa segunda votação realizada em fevereiro.
Uma versão simplificada, reapresentada ao Congresso em abril, foi aprovada pela Câmara, mas ainda não foi aprovada pelo Senado.
O presidente também enfrenta forte oposição dos sindicatos, que saíram às ruas em protesto, alegando que os direitos dos trabalhadores serão prejudicados com a desregulamentação generalizada da economia.
Juan Cruz Díaz, diretor da consultoria de risco geopolítico Cefeidas Group, com sede na Argentina, diz que as políticas econômicas de Milei são tão radicais quanto as prometidas durante a campanha, a diferença é que ele não conseguiu implementá-las na velocidade que gostaria.
"O seu governo foi forçado a diminuir o ritmo das reformas, dados os obstáculos políticos e sociais que enfrentou", afirma Díaz.
Díaz acrescenta que dois fatores específicos levam o presidente a agir com cautela: a deterioração do poder de compra dos consumidores e o medo de uma maior agitação social.
Isto ocorre porque não houve diminuição do número de pessoas que vivem na pobreza, que aumentou em cerca de um quarto da população em 2017 para mais da metade agora.
No entanto, o FMI (Fundo Monetário Internacional), que por décadas emprestou mais dinheiro à Argentina do que a qualquer outro país, deu notas altas ao governo dizendo que o desempenho foi "melhor do que o esperado" e que o programa econômico estava "seguramente de volta ao caminho certo".
Quanto à questão de saber se Milei conseguirá aprovação do Congresso para novas medidas, Díaz afirma que embora alguns setores da oposição estejam abertos ao diálogo com o governo, os partidos de esquerda se opõem completamente à agenda governamental.
Dentre estes estão os peronistas liderados pela ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner.
"Neste contexto, a capacidade do governo de negociar e construir consenso é testada diariamente, um teste que o próprio Milei muitas vezes torna ainda mais difícil com certas explosões e declarações de confronto desnecessárias", diz Díaz.
Na verdade, muitos argentinos consideram o jeito inflamado de Milei mais um obstáculo do que uma vantagem.
Em sua última pesquisa de opinião, a empresa de consultoria política Zuban Córdoba disse que 54% dos entrevistados achavam que o presidente estava prestando mais atenção à sua imagem política internacional do que à solução dos problemas da Argentina.
Essa percepção foi sem dúvida reforçada pela atual disputa diplomática da Argentina com a Espanha, que levou Madri a convocar de volta o seu embaixador em Buenos Aires.
'Otimismo vai desaparecer'
Kimberley Sperrfechter, economista de mercados emergentes do grupo de pesquisa e análise Capital Economics, acredita que o maior problema de Milei é que ele tem de superar "anos e anos de má gestão econômica" na Argentina.
"Um fator chave é que os governos no país gastaram, durante décadas, muito além das suas possibilidades", diz ela. "E esse déficit foi financiado pela emissão de dinheiro novo pelo banco central para bancar gastos do governo."
Estas emissões ajudaram a causar o aumento da inflação no país.
A Argentina, o oitavo maior país do mundo em território, está de fato em declínio há mais de um século. A queda serve de alerta de como a riqueza de uma nação pode corroída por desperdício.
Antes da Primeira Guerra Mundial, a Argentina estava entre os 10 países mais ricos do mundo.
Mas a lenta contração econômica que se seguiu foi substancialmente acelerada pelas políticas populistas — e pelos gastos excessivos — do presidente Juan Perón, que esteve no poder de 1946 a 1955.
Houve algumas reformas de livre mercado de curta duração na década de 1990, sob o governo de Carlos Menem, que privatizou muitas das empresas que Perón nacionalizou e fez tentativas sérias para restaurar a fé na moeda argentina.
Mas as coisas pioraram acentuadamente no final de 2001, quando o país sofreu um colapso econômico catastrófico e deu um enorme calote da dívida de US$ 102 bilhões (R$ 520 bi).
Ao fixar o peso em paridade com o dólar, a economia argentina ficou praticamente presa a um regime monetário que sem margem de manobra.
E isto, juntamente com os habituais gastos excessivos do governo, expôs a Argentina aos altos e baixos da economia dos EUA e deixou o país impotente para reagir à corrida aos bancos ocorrida em 2001.
Nas duas décadas que se seguiram a essa crise, o país foi governado majoritariamente por partidos de esquerda que adotaram políticas protecionistas e que fizeram o país sobreviver sem, no entanto, resolver os problemas profundamente enraizados da Argentina.
Agora, com uma gestão libertária de direita no poder, o país tenta traçar um novo rumo — e isso significa colocar as finanças do governo numa base sólida.
Segundo a consultoria Consensus Economics, para alcançar esse objetivo o governo de Milei tenta concentrar os esforços nas vastas exportações agrícolas de cereais, soja, carne e vinho do país.
"O governo deposita as suas esperanças nas exportações agrícolas que trazem divisas extremamente necessárias, na esperança de aumentar as reservas [de divisas] atualmente esgotadas do banco central e, por sua vez, aumentar a credibilidade financeira do Estado", afirma a Consensus.
No entanto, Sperrfechter considera que a economia argentina se encontra neste momento num "ponto de virada" e que Milei não pode contar com o apoio público, apesar da sua vitória eleitoral.
"Não é que as pessoas tenham ficado convencidas pelas suas políticas, foi mais um voto de protesto", diz ela. "As coisas não poderiam continuar como estavam."
Sperrfechter considera que, apesar da desvalorização do peso, a moeda continua sobrevalorizada, possivelmente em até 30%.
A taxa de câmbio ainda sendo administrada, em vez de ser mantida totalmente livre para subir ou descer, diz ela, e isto está atrasando o crescimento e prejudicando a competitividade do país.
"Com a Argentina nunca se sabe, mas acho que o brilho está diminuindo", diz Sperrfechter. "O otimismo vai desaparecer e a economia vai enfrentar dificuldades."
Rob Plummer - Da BBC News
ARGENTINA - A maratona de negociações políticas que marcou o governo de Javier Milei em abril passado entrou em uma nova e importante fase na terça-feira (6), quando o Senado da Argentina começou a debater o seu pacote de medidas liberais, a chamada Lei Ônibus ou Lei Bases.
Os números, por si só, expressam o tamanho do desafio da Casa Rosada: a coalizão governista, Liberdade Avança, não alcança nem sequer 10% dos senadores. São 7 entre 72 membros da Casa. Para aprovar uma medida do tipo, são necessários ao menos 37 votos.
sucesso das negociações do governo na Câmara de Deputados, Casa que no findar de abril aprovou o pacotão liberal, deu algum ânimo aos defensores dessa agenda. Mas o desafio e o histórico do Senado são bem diferentes daqueles que tem a Câmara.
O texto de mais de 230 artigos da Lei Ônibus e um pacote fiscal à parte que reduz a isenção do imposto de renda, aprovados pelos deputados, começaram a ser debatidos por comissões antes de ir ao plenário do Senado –a saber, são elas as comissões de Legislação, a de Assuntos Constitucionais e a de Orçamento e Finanças.
São comissões diversas e que, dessa maneira, possuem defensores e detratores do projeto de Milei. Mas, mesmo entre aqueles considerados da "oposição dialoguista", que joga com o governo com frequência, há nomes que recentemente criticaram a administração, notadamente na polêmica sobre o financiamento das universidades públicas argentinas.
O projeto alçado por Javier Milei como sua prioridade legislativa abre caminho para privatização de várias empresas, entre elas a Aerolíneas; permite que o presidente decida sobre algumas áreas da administração pública sem o Congresso por um ano; implementa uma pequena reforma trabalhista e derruba uma moratória previdenciária.
É uma versão desidratada do calhamaço apresentado em janeiro pela Casa Rosada sem qualquer negociação com legisladores. Após derrapar em uma primeira análise no Congresso, o governo deu alguns passos atrás e refez a proposta, mas mantendo seus pilares fundamentais.
Para defender o governo (ou ouvir críticas, como na prática ocorreu) esteve presente no Senado o ministro do Interior, Guillermo Francos, o artífice das negociações com as bancadas legislativas.
"Na história de 40 anos de democracia na Argentina, cada governo teve que resolver problemas que foram gerados por governos anteriores, fundamentalmente crises econômicas", disse ele em seu discurso inicial. "O governo Milei se encontrou com a pior crise de toda a história da democracia, o Banco Central não tinha nem US$ 1."
O projeto ultraliberal na Casa Rosada alega que a lei, "que daria bases para uma nova economia", de acordo com os argumentos de Milei e aqueles que o cercam, é necessária para um Estado menos deficitário.
A oposição mais ferrenha, agrupada no União pela Pátria, liderado pelo kirchnerismo, alegou que o projeto que nesta terça-feira começou a ser debatido tem linhas que diferem do conteúdo aprovado pela Câmara.
O porta-voz de Milei, o também economista Manuel Adorni, disse durante sua conferência matinal que se tratavam de erros de digitação e que já estavam sendo resolvidos.
Organizações sindicais buscam escalar a pressão contra o governo nesta semana com a convocação de uma paralisação geral para esta quinta-feira (9). Espera-se que todos os transportes parem neste dia, e moradores, em especial os de Buenos Aires, já começam a reorganizar suas rotinas levando isso em conta.
Até aqui a manifestação popular mais contundente contra as medidas de Milei não ocorreu por sua Lei Ônibus, mas sim pelo imbróglio do financiamento das universidades públicas, que levou milhares às ruas no último dia 23 em cenas impressionantes.
Alguns líderes sindicais, como os da Aerolíneas, prometeram escrachar senadores que votarem a favor da Lei Ônibus quando estes tomarem voos pela companhia. O governo criticou a declaração, e o porta-voz de Milei, Adorni, afirmou que o governo vai garantir a segurança dos legisladores e que uma declaração do tipo tem "um quê mafioso".
É neste Senado no qual Milei tenta lograr uma vitória onde, em março, seu megadecreto liberal, o DNU (Decreto de Necessidade e Urgência), que promove a desregulação da economia argentina, foi rechaçado, em uma derrota contundente. A matéria segue em vigor porque, de acordo com a Constituição, só seria derrubada se também a Câmara a reprovasse. Essa Casa ainda não a analisou.
Se houver modificações na Lei Ônibus no Senado, e tudo indica que haverá, a matéria tem de voltar à Câmara para nova chancela. O governo trabalha com um prazo fictício estabelecido por ele próprio para aprovar toda a matéria e vê-la em prática: o próximo dia 25.
Nesta data Milei diz querer assinar com governadores, em Córdoba, o chamado Pacto de Maio, medida simbólica de dez pontos para afinar quais os objetivos futuros da Argentina. É uma sinalização à população, mas também ao empresariado e aos potenciais investidores externos, de que há alinhamento entre a gestão federal e as províncias.
Na prática, esse diálogo é muito mais complicado, com governadores da oposição se recusando a negociar com essa administração.
POR FOLHAPRESS
ARGENTINA - Alejandra Rodríguez, uma advogada e jornalista, surpreendeu ao ser coroada como Miss Universo Buenos Aires aos 60 anos. Em sua estreia na competição, conquistou o título no último domingo (21), abrindo caminho para uma possível participação no Miss Universo em setembro.
Nascida em 1964 na encantadora Brandsen, província de Buenos Aires, Alejandra reside atualmente em La Plata. Formada em Direito e Jornalismo pela Universidade Nacional de La Plata, destaca-se na área jurídica de um hospital ligado ao Ministério da Saúde da Província de Buenos Aires. No entanto, seu interesse pelo jornalismo turístico, especialmente na promoção de novos destinos e empreendimentos, também é evidente.
Nas redes sociais, Alejandra compartilha sua conexão com a natureza, o sol e a serenidade que encontra à beira-mar, enquanto medita ao som das ondas. Sua paixão por viagens a leva a descobrir novas paisagens, pessoas e culturas, enquanto seu gosto musical oscila entre o tango, música latino-americana e letras poéticas. Além disso, aprecia momentos agradáveis com amigos e celebra a vida.
Para manter-se jovem e vibrante, Alejandra revela que uma dieta saudável e orgânica, combinada com exercícios físicos regulares e hábitos saudáveis, são essenciais. Em entrevista ao programa ‘Arriba Argentinos’, da TV El Trece, enfatizou a importância de uma vida equilibrada, ressaltando que "o básico é ter uma vida saudável, se alimentar bem e fazer atividade física".
Em uma entrevista ao canal TN nesta terça-feira (24), Alejandra destacou sua participação no concurso: “Foi uma decisão bastante pensada, mas, graças à diretora do Miss Universo Buenos Aires, decidi me inscrever aos 60 anos.”
Anteriormente, para concorrer ao Miss Universo Argentina, a idade máxima era de 18 anos. No entanto, em 2022, uma nova gestão decidiu remover as restrições de idade, permitindo que mais mulheres pudessem disputar a coroa. Alejandra vê o concurso como uma oportunidade de quebrar estereótipos, afirmando que "a beleza não é apenas física, mas tem a ver com a atitude perante a vida".
ARGENTINA - O índice de preços ao consumidor da Argentina avançou 11,0% em março, na comparação com fevereiro, informou na sexta-feira, 12, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Na comparação anual, houve avanço de 287,9%.
Na leitura mensal, a inflação no país foi puxada pelos custos com educação, de longe o maior avanço, de 52,7%. Em seguida aparecem comunicação (15,9%) e outros itens, como gastos com moradia, transportes, bebidas alcoólicas e tabaco e saúde.
No acumulado de janeiro a março, a inflação ao consumidor no país está em 51,6%.
POR ESTADAO CONTEUDO
BUENOS AIRES - O Banco Central da Argentina anunciou nesta semana uma nova redução na taxa de juros, em dez pontos percentuais, de 80% para 70% ao ano. O anúncio ocorre um dia antes de serem divulgados novos dados sobre inflação, com expectativa de que haja uma nova desaceleração a ser celebrada pelo governo.
Trata-se da terceira vez que o BC argentino reduz o indicador desde que o presidente Javier Milei assumiu a Casa Rosada, na primeira quinzena de dezembro passado.
Quando Milei assumiu a taxa era de 133%, caiu para 100% e depois 80%. A promessa do ultraliberal é operar um rígido ajuste fiscal na economia constantemente em crise.
No comunicado em que anuncia a recente redução, o BC fala em uma "conjuntura que apresenta seguidos sinais de redução das incertezas macroeconômicas", um aceno positivo para o governo, que enfrenta a oposição de sindicatos e servidores públicos e vê a pobreza crescer a níveis antes observados há duas décadas.
Entre outras coisas, o Banco Central argentino menciona a constante desaceleração da inflação, "apesar do forte peso estatístico que a inflação carrega nas suas médias mensais".
A inflação do mês de fevereiro ficou em 13%. Havia certa expectativa bradada pelo governo de que a cifra de março, que se fez conhecer na sexta-feira pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censo da Argentina) ficasse abaixo dos dois dígitos, mas em peso os economistas descartam essa possibilidade e apostam na casa dos 10%.
Ainda assim, os preços acumularam um aumento de 276% nos últimos 12 meses no país e continuam nos níveis mais altos desde o início da década de 1990, quando a Argentina saía de uma hiperinflação.
O BC também mencionou o que chama de uma moderação na emissão de moeda, uma consequência da melhora no balanço da instituição.
"Desde 10 de dezembro [a exata data da posse de Milei], a base monetária [o volume de dinheiro que emite o banco] foi reduzido em um ritmo de 10,5% a 5,8% por mês."
A instituição diz ainda que, desde aquela data de dezembro, o efeito monetário da política fiscal imposta pelo governo de Javier Milei tem sido "distinto e virtuoso" e que reduziu a quantidade de pesos em circulação num montante que gira em torno de 800 bilhões de pesos (cerca de US$ 904,4 milhões na cotação atual).
Na quinta-feira, Milei, que faz nesta semana um giro pelos Estados Unidos, encontrou-se com o brasileiro Ilan Goldfajn, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Mais protocolar, a reunião não contou com nenhum anúncio público. Ele estava acompanhado do embaixador argentino no país, Gerardo Werthein.
No X, Goldfajn escreveu que a conversa abordou "o apoio do banco para melhorar a eficiência do gasto e a proteção das pessoas mais vulneráveis" na Argentina, além de como a instituição "pode fomentar o investimento e a atividade empresarial no país".
MAYARA PAIXÃO / FOLHA de S.PAULO
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