SÃO CARLOS/SP – A Prefeitura Municipal de São Carlos realizou na tarde de ontem (25) uma coletiva de imprensa com a participação das frentes de saúde do município que tem trabalhado contra o avanço da COVID-19 e também do cuidado com relação a doença.
Estiveram presentes na coletiva representantes da Santa Casa de São Carlos, da Unimed São Carlos, do Hospital Universitário da UFSCar (HU-UFSCar), representantes dos comerciantes como o presidente do Sincomercio, o advogado da ACISC, o presidente do Sincomerciários, o presidente da Câmara Municipal e alguns vereadores, Secretários de Segurança e Comunicação, o Vice-Prefeito e outras personalidades.
Os representantes da saúde apresentaram os números completos relacionados a COVID-19 em cada unidade da qual fazem parte, assim como os secretários de Segurança e Comunicação, que fazem parte do Comitê Emergencial de Combate ao COVID-19 no Município, inclusive Matheus de Aquino, Secretário de Comunicação é também presidente do Comitê.
Vários pontos importantes serão destacados nesta matéria, o primeiro ponto é a fala do Vice-Presidente da Unimed São Carlos e também presidente do Comitê de Combate ao coronavírus da Unimed, Ivan Linjardi, que disse o seguinte: “Toda vez que São Carlos registra uma festa clandestina, há um pico de casos confirmados no município” o que significa que quando as pessoas não respeitam as normas e medidas impostas pela OMS como uso de máscara, álcool em gel, distanciamento e não aglomeração, o vírus se espalha e existe um surto.
A Rádio Sanca que participou da coletiva através do Jornalista Rodrigo Stein, questionou primeiramente a Médica Infectologista Carolina, que é responsável pelo Serviço de Controle de Infecção da Santa Casa de São Carlos sobre os 12 leitos de UTI/SUS adulto que foram montados recentemente. A Rádio Sanca recebeu a informação que mesmo com esses novos leitos, ainda sim, São Carlos chega a ocupação máxima, pois diariamente chegam 2 a 3 pacientes de fora do município, então foi questionado se podem faltar leitos em São Carlos.
Carolina respondeu que SIM, inclusive na quarta-feira (24) ela afirmou que a UTI/SUS adulta chegou a 85% de ocupação, o que ela estimou como limite, pois existem pacientes que estão na enfermaria e que podem evoluir a ponto de precisar ocupar os leitos de UTI/SUS, resultando em uma falta de leitos. Caroline afirmou que esse fato só foi corrigido porque alguns pacientes tiveram alta da UTI ou vieram a óbito, o que desocupou os leitos, entretanto essa taxa é extremamente alta.
O Jornalista Rodrigo também questionou a questão de ter mais pacientes de Araraquara internados na UTI/SUS adulto da Santa Casa, do que de São Carlos, pois o próprio Secretário de Saúde afirmou a nossa reportagem que de 27 pacientes internados nas UTIs, 10 são de São Carlos e 17 de Araraquara. A médica informou que São Carlos faz parte da DRS III de Araraquara e deve estar preparada para atender todas as cidades que fazem parte da DRS III, desta forma não pode nem deve recusar pacientes que venham de outra cidade ou município.
Outro ponto importante questionado na coletiva, foi com relação a vacinação. Um jornalista de uma emissora de rádio fez um questionamento importante, com dados que vão totalmente ao contrário do que se foi divulgado até o momento sobre a vacinação.
O Jornalista Eduardo questionou que existem 526 pessoas no sistema da Prefeitura que tem menos de 84 anos e foram vacinadas, também questionou a existência de 4 pessoas com 121 anos no sistema que receberam a vacina, e também o fato de toda mesa diretora da Santa Casa de São Carlos também ter sido vacinada sendo que eles não tem mais de 84 anos. Outro questionamento é com relação a existência de 10 quilombolas em São Carlos que estão registrados como vacinados, sendo que não existem quilombolas em São Carlos e a foto dessas pessoas são de pessoas brancas, e não negras, segundo o jornalista. Ele finaliza seu questionamento perguntando se a Prefeitura tinha ciência dessas incongruências.
Crislaine Mestre, diretora da Vigilância Epidemiológica de São Carlos respondeu que a VigEp tem ciência sim desses dados e já foi pedido a correção e ela em sua fala explica os questionamentos. Ela respondeu que muitas dessas pessoas que foram registradas como idosos, foi na verdade um erro do próprio sistema. A questão dos quilombolas ela respondeu que foi um erro de digitação, pois “os quadradinhos de quilombolas então próximos ao de profissionais da saúde e na hora de preencher, pelo tamanho minúsculo foi preenchido errado” afirmou ela.
O Procurador Geral do Município, Alexandre Carreira Martins, complementou a fala de Crislaine e afirmou que existe uma legislação estadual que pune quem aplicou a vacina de forma irregular, fora do que diz o Plano de Vacinação e quem a recebeu, no caso do ato de vacinar e receber seja feito de forma consciente ao erro, e também afirmou que até o momento nenhuma denuncia foi comprovada, mas sim algumas incongruências detectadas e vai ser aberto correlato processo administrativo para ser apurado cada uma delas.
Outro ponto interessante que foi citado na coletiva, foi com relação a não viabilidade de São Carlos realizar um lockdown. Segundo Samir Gardini, Secretário de Segurança Pública, São Carlos não tem efetivo o suficiente para realizar lockdown, e que esse ato implica diretamente no Artigo 5º da constituição. Segundo Samir outro ponto que faz com que a Prefeitura acreditar que lockdown não seja a melhor solução é que Araraquara, mesmo com lockdown total decretado ainda tem um índice pouco maior que São Carlos de isolamento social, e São Carlos não impediu a saída das pessoas de suas casas, o que mostra ser pouco eficiente essa medida extrema.
A Rádio Sanca acompanhou toda a coletiva e trás para seus leitores e ouvintes as informações mais relevantes. São Carlos vive um momento extremamente delicado e que pode piorar, entretanto a população precisa realizar sua parte, seguir as medidas de higiene, manter o distanciamento e não realizar aglomerações. Faça a sua parte e não seja um disseminador do vírus!
