EUA - O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu, na quinta-feira (26), uma relação mais "estável" com os Estados Unidos e o fim das turbulências entre os dois países, durante uma viagem incomum a Washington, antes de uma visita potencial do presidente Xi Jinping.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou Xi a San Francisco para participar da cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). Mas também manteve uma postura firme em relação a seu rival asiático, sustentando uma série de sanções específicas e apoiando os aliados de Washington nas disputas com Pequim.
"Buscamos ampliar uma cooperação que beneficie ambas as partes para que possamos estabilizar as relações entre Estados Unidos e China, e devolvê-las à via do desenvolvimento saudável, estável e sustentável", disse Wang ao abrir as conversas com o secretário de Estado Antony Blinken.
Blinken disse a seu convidado que esperava "conversas construtivas", enquanto Wang falou de "reduzir os mal-entendidos".
Reconhecendo que ainda podem surgir diferenças, Wang disse que a China esperava responder "com calma, porque temos a visão de que o que é certo e o que é errado não é determinado por quem tem o braço mais forte ou quem levanta mais a voz".
Nesta sexta, Wang conversará na Casa Branca com o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan. Nenhuma reunião com Biden foi anunciada até o momento, mas se espera que ela aconteça depois que Xi recebeu Blinken em Pequim.
Funcionários do governo americano falaram sobre a criação de "vias seguras" com a China para evitar os piores cenários e tentaram, sem sucesso, restabelecer os contatos entre os dois Exércitos.
Na quarta-feira, ao dar boas-vindas ao primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, Biden disse que os Estados Unidos vão competir "com a China [em] cada campo de acordo com as normas internacionais, econômica, politicamente, e em outras formas". "Mas não estou buscando um conflito", frisou o presidente americano.
Biden também advertiu a China sobre as obrigações do tratado dos Estados Unidos com as Filipinas, país que afirmou que navios chineses atacaram deliberadamente embarcações suas em águas em disputa, algo que Pequim questiona.
As relações entre americanos e chineses têm sido especialmente tensas no que diz respeito a Taiwan, uma ilha com um autogoverno democrático que Pequim considera parte de seu território. Nos últimos anos, o Exército chinês realizou operações militares de grande envergadura no entorno de Taiwan em resposta a ações de congressistas americanos.