NOVA YORK - Dezenas de homens de países como Venezuela, Mali e Senegal sentaram-se na calçada suja de Nova York, do lado de fora de um hotel em Manhattan, nesta terça-feira, esperando o processamento de seus pedidos de asilo.
Alguns já estavam lá há dias, em uma fila que dava volta no quarteirão e que realçava o desafio enfrentado por milhares de imigrantes na cidade norte-americana.
Durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira, o prefeito Eric Adams afirmou que os recursos da cidade estão minguando: "Não há mais quartos".
A prefeitura anunciou que, desde 2022, a cidade abriu mais de 190 abrigos de emergência, com 12 grandes centros de auxílio a imigrantes. Outros dois devem ser montados nas próximas semanas.
No hotel Roosevelt, que substituiu o terminal rodoviário Port Authority como centro de triagem de imigrantes recém-chegados na cidade, os refugiados pedindo asilo devem receber comida, água e, para os homens solteiros, transporte até os abrigos.
Apenas famílias são acolhidas no hotel. Hamid, um homem de 20 anos vindo da Mauritânia, dormiu na calçada nos últimos dias e disse estar cansado, faminto e com sede. Ele afirma ter ido aos EUA "para trabalhar e ter um lar", acrescentando que não pode voltar ao seu país, por estar "sendo ameaçado de morte".
Um recente alerta do Departamento de Estado norte-americano informou que a Mauritânia é um local inseguro devido aos crimes violentos e à falta de recursos das autoridades policiais.
Murad Awadeh, diretor-executivo da Coalizão de Imigrantes de Nova York, disse que esta semana completa um ano que refugiados foram levados a Nova York de ônibus desde o Texas.
"Precisamos realmente investir para assegurar que a infraestrutura que temos possa ajudar essas pessoas", disse ele. "A cidade precisa trabalhar para dar vouchers àqueles que já estão aqui há mais tempo, tirá-los do sistema de abrigo e dar a eles o apoio para começarem suas vidas em seus novos lares."
Por Rachel Nostrant / REUTERS